Resenhas - O Espiritismo, A Magia e as Sete Linhas de Umbanda

Raquel 26/09/2020

Conhecimento é a maior arma contra a intolerância
"O Espiritismo, a magia e as Sete Linhas de Umbanda", saiu em 2019 em uma nova edição revista e ampliada pelo selo Fundamentos de Axé, da Editora Aruanda. O livro original, datado de 1933, é um coletânea de artigos assinados por Leal de Souza lançados semanalmente no jornal Diário de Notícias da então capital federal, Rio de Janeiro. Com o objetivo de desmistificar as religiões chamadas espiritualistas, principalmente aquelas de origem africana, o livro funciona como um manual das religiões espiritualistas e um acervo histórico, mostrando como tais religiões, no começo do século XX, eram envoltas em lendas, difamações das mais diversas e constantemente vítimas de perseguições policiais e políticas sem qualquer embasamento. Infelizmente, essa realidade não se reverteu completamente e ainda hoje as religiões de matriz africana são perseguidas e confundidas com adorações ao mal.

Os artigos são apresentados primeiramente no seu formato original, por meio das fotos das páginas do jornal onde foram publicadas, seguidas pela sua transcrição comentada. Este cuidado de mostrar os jornais trouxe não somente uma inquestionável credibilidade, como um gostinho da história do Brasil. É possível passar horas lendo as demais notícias da capa e se questionando como era viver naquela época.

O livro bate na mesma tecla diversas vezes: a Umbanda é uma religião espiritualista que tem como princípios o amor ao próximo e a caridade. A comunicação com os espíritos é feita para ajudar tanto aqueles que já saíram deste plano e estão confusos com essa transição, quanto aqueles que continuam neste plano. Como qualquer atividade humana, seus princípios podem ser distorcidos e utilizados com objetivos escusos. Porém, jamais toda uma religião pode ser caracterizada pela prática de poucas pessoas mal intencionadas.

Além disso, somos presenteados com fantásticas contextualizações da mestre em História Social Nathália Fernandes, do doutor em comunicação Maurício Ribeiro da Silva e do bisneto do fundador da Umbanda (Zélio Fernandino de Moraes) Leonardo Cunha. Um banho de conhecimento. E o conhecimento é a maior arma contra a intolerância. Lembre-se: sempre que algo lhe causar estranheza, estude sobre o assunto.

Diana279 23/03/2022

Ótimo livro para quem quer entender como funciona algumas coisas dentro da religião, além de relatos de pessoas envolvidas na Umbanda, e outras que não acreditam.

Nicole | @niestalendo 21/08/2020

Muito bom
Esse livro é basicamente um resumo bem explicado sobre Umbanda. É muito bom pra quem quer ter um conhecimento básico sobre o que é e como funciona a mesma. Quando terminei senti vontade de saber e me aprofundar mais.

LaBelleDeNuit 13/02/2022

O primeiro livro sobre Umbanda
Esse livro é encantador. Mistura reportagens da época que foi escrito com algumas histórias e vivências de dentro de terreiros e tendas.
Me esclareceu bastante coisas sobre a religião.

Julião 18/08/2022

Esse livro é interessante!
Quando tive aulas da "História da Umbanda" com o Nikolas Peripolli (autor do Prefácio) corri para ler o PDF desse livro e não consegui chegar até a metade. Achei bastante datado e confuso aquela "versão de umbanda" que estava sendo apresentada, com a umbanda que eu vivia.

Hoje, mais velho e um pouco maduro e prestes a ter um diploma como sociólogo percebo o quão importante esse livro é: ele não narra a história da Umbanda propriamente dita, mas ele torna pública algo que veio a ser a "atual" Umbanda.

Leal de Souza faz comparações em várias páginas do livro que suas práticas não são africanas, que não devem ser comparadas ao baixo-espiritismo e muito menos com "macumbarias", e fica completamente horrorizado quando os conselhos espíritas e fazem cartas públicas apontando-lhe o dedo sobre algo, visto que agora, ele estava em um culto que era "baixo" e perdia então seu "prestígio como intelectual".

É nítido que Leal de Souza usou muito do seu esforço e influência na época para legitimar suas práticas e trazer seu culto para o aceite social e pagamos o preço disso até hoje...

Zélio foi importante para a Umbanda, mas Leal de Souza e Ronaldo, temo não poder dizer o mesmo...

No mais, não tenho palavras para elogiar a Nathália Fernandes com sua brilhante participação no final do livro. As páginas finais do livro são quase um livro a parte de riqueza e detalhes. Maravilhosa em tudo!

Binaa1 06/01/2023

É considerada uma das primeiras obras brasileiras que trata da umbanda. Foi escrita em uma época em que a capital do Brasil ainda era o Rio de Janeiro e antes da segunda guerra mundial.
O livro é, na verdade, um compilado de periódicos publicados por 2 anos (1932-1933) no jornal “O Diário de Notícias”. Apesar de ser um pouco distante do ano em que nos encontramos, ele traz reflexões ainda muito pertinentes para os dias atuais, o que torna a leitura muito interessante.
Leal de Souza, jornalista que vivia essa realidade do espiritismo e da umbanda escreveu todos os capítulos com muito respeito e propriedade do assunto, indo para além de opiniões, mas observações críticas e utilizando também de pesquisas bibliográficas, o que enriquece a obra. Não só esclareceu como introduziu alguns assuntos polêmicos que permeavam e infelizmente continuam presentes quando se trata dessas religiões.
Talvez pelo seu formato, de periódico em que cada capítulo trata de um assunto dentro do tema geral, a leitura tornou-se um pouco faltosa para mim quanto a fluidez, mas ainda assim, muito proveitosa.

Igor Silva 13/02/2020

Um ótimo resumo sobre a Umbanda
O livro na verdade é um compilado sobre artigos escritos para elucidar questões pertinentes à Umbanda, em uma época em que ela estava surgindo.