Ìségún

Ìségún Lu Ain-Zaila




Resenhas - Ìségún


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Livros e lírios 12/05/2020

Leitura necessária
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??Iségun? da autora Lu Ain-Zaila (@brasil2408) é uma novela ?CyberFunk? (sim, Funk) que aborda questões muito importantes a respeito do afrofuturismo. Não é somente uma troca de letra (?p? por ?f?) e sim ouvirmos as vozes que ecoam constantemente nas áreas periféricas, assim como o preconceito existente. Aqui o protagonismo negro faz-se presente!

?Assim como o CyberPunk tem um contexto caótico, nessa história o caos ocorre por conta de crimes ambientais e muita desigualdade. A personagem principal, Zuhri é uma detetive do Núcleo de Combate a Crimes de Ordem Ambiental-Humana. No prefácio, a protagonista sofre uma espécie de acidente e acaba conhecendo Ayomide que a tira da situação acidental e dispõe a ela uma visão distinta de mundo. Mas quem é Ayomide?

?Após os cinco anos de acidente, Zhuri é convocada para investigar o possível homicídio do Dr. Diop, um cientista da Cidade Alta - vale ressaltar que a história possui uma divisão social entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta. Fator interessante para nossa reflexão, pois sabemos que existe diferença entre as nossas ?zonas? e dentro das zonas, encontra-se mais diferença ainda entre a classe média e as áreas periféricas, por exemplo.

?Gostei muito da investigação de Zhuri e da corrupção abordada, mas principalmente da descoberta da sua própria história. Há muita referência ?afro? no romance como citações musicais de grandes vozes negras e figuras marcantes.

?Venha descobrir a conexão entre Zhuri, Ayomide e o falecido cientista Dr. Diop. Além de claro, se emocionar com a última frase desse livro.
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Gabi 28/11/2020

Inesperado
Encontrei esse livro aleatoriamente em um tweet sobre livros escritos por pessoas negras, eu não fazia ideia do assunto do livro mas me encantei pela capa dele. Decidi compra-lo mesmo sem saber do assunto, mas esperava que fosse um romance por causa da capa.

Mas então fui supreendida, de uma maneira muito positiva, pelo conteúdo do livro. É um livro que se passa em uma sociedade do futuro, que luta com as consequências de desgraças ambientais causadas pelos antepassados.

O livro traz essa questão ambiental, ancestralidade e espiritualidade. Eu amei e quero muito ler outras obras da autora. Recomendo demais o livro.
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Fefovski 17/09/2020

Trama cyberfunk ambientada em Salvador!
Esse é o primeiro romance afrofuturista (e ficção científica brasileira) que eu entrei em contato.
É uma leitura fluida, narrativa em primeira pessoa. O diário de uma detetive preta que investiga crimes ambientais e, nesse interim, acaba se reencontrando com a sua ancestralidade. Mescla de cultura popular brasileira com distopia. Gostei
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Davenir - Diário de Anarres 20/04/2021

Afrofuturismo em uma novela com elementos utopicos e distopicos
"Ìségún" é uma novela de ficção científica da escritora Lu Ain-Zaila, que se classifica como cyberfunk, uma variação do cyberpunk. Essa mudança não é apenas lançar moda ou apenas estético. É uma mudança filosófica que faz toda a diferença. A obra faz isso mudando a forma de encarar a distopia.

Distopias, sem querer teorizar muito, é uma forma que a FC retrata o oposto da Utopia, construindo futuros em que tudo deu errado (de forma irremediável) seja por ditadura, tecnologia, catástrofe ambiental ou a combinação de dois ou mais desses elementos. Já a narrativa utópica pressupõe uma história onde a sociedade evoluiu atingindo objetivos que hoje são apenas vontades. A Utopia de Thomas Morus, assim como as distopias clássicas (1984, Farenheit 451, Admirável Mundo Novo e, como gosto sempre de acrescentar, O Conto da Aia), fazem, a seu modo, críticas a sociedade atual, usando modelos perfeitos ou desastrosos. A utopia, porém, é mais que apenas um mundo perfeito. É um horizonte para se perseguir que quando se realiza deixa de ser utopia para ser realidade para então dar vazão a novas utopias no horizonte. Onde Ìségún entra nisso tudo?!

Acompanhamos Zuhri uma detetive do NCCOAH (Núcleo de Combate a Crimes da Ordem Ambiental-Humana) incumbida de investigar a morte do Dr. Diop, um pesquisador da Alphabio Tech. Zuhri percorre os meandros da Cidade Alta e Cidade Baixa em um mundo onde a degradação ambiental fez os poderosos buscarem as áreas mais elevadas para escapar da contaminação radioativa, enquanto a Cidade Baixa vive prensada entre os limites murados da Cidade Alta e a nuvem tóxica que contamina ao nível do mar. Além do mistério do crime, Zuhri precisa entender sua conexão com Ayomide, que veio da África cheio de mistérios ancestrais que tem profunda relação com Zuhri.

Zuhri vive num cenário distópico cyberpunk clássico mas a diferença está além do fato da protagonista ser negra e momentos de afirmação que vão além de retratar o sofrimento (o que já é ótimo) mas no elemento de agregação social entre o povo que vive oprimido. Está na comida boa e barata da Tia Cita; na ajuda que o pessoal do barracão da escola de samba da região dá a Zuhri; na rebeldia da rádio pirata, principalmente por essa rebeldia ser consciente e não ser um grito desesperado. Apesar de a sociedade em geral ter chegado aquele ponto de degradação ambiental e social, diferente das distopias clássicas, ainda há esperança e ela é pungente na vida cotidiana que é mostrada em paralelo a investigação de Zuhri. Essa esperança e esse cotidiano se entrelaça de forma mais orgânica aos mistérios do livro que a própria investigação de Zuhri e é isso que faz a novela brilha, e faz tudo isso sem que a investigação se torne irrelevante.

A escrita flui bem como uma aventura, sem permitir que os aspectos mais profundos da trama pesem a leitura e, tampouco, que a aventura se torne pueril. É uma obra consciente do que fala e sabe onde encaixar essa consciência de forma fluída em poucas páginas. Leitura obrigatória e prazerosa para quem quer conhecer o afrofuturismo e o que está rolando de novo na FC no Brasil.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2021/04/resenha-179-isegun-lu-ain-zaila.html
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hanny.saraiva 14/06/2023

Afluência literária
Ancestralidade. Racismo ambiental. Um crime. Incertezas. Nessa obra afrofuturista que deveria estar nas bibliotecas das escolas e ser obra fundamental para discussão, Lu Ain-Zaila atravessa territórios periféricos nos mostrando "as bordas e cercanias do centro", mapeando os problemas ambientais presentes na periferia e as relações dentro desse espaço. Navegando por um oceano também de ancestralidade e autodescoberta, Ìségún é parada obrigatória para encontros com mulheres encantadas e toda sua experimentação fantástica.

Citações preferidas:
– Você é daqui e toda vez que algum dos elementos da vida soprar seu nome, por aqui, você vai ajudar.
– Agora ambas achamos graça e ficamos ali, sentadas, apenas sentindo o calor do sol tocar nossas peles negras, deixando a vida passar, respirando um pouco de paz no mundo, que é como uma onda, indo e vindo. Nunca cessa.
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@paty_bookaholic 11/03/2020

#ResenhaPatyBookaholic
? Ìségún ? Lu Ain-Zaila ? 120 p. ? @monomitoeditorial
Zuhri é uma mulher guerreira, criada em um mundo a beira do caos sobrevive como pode e tenta ajudar a maior quantidade de pessoas possível. Ela trabalha como detetive no Núcleo de Combate a Crimes de Ordem ambiental-Humana e se vê em meio a um mistério quando investiga o assassinato de um pesquisador importante de uma empresa de biolimpeza.
Além disso ela também vive um mistério e sua própria vida, após uma batida ela acaba encontrando uma pessoa muito diferente, Ayomide que a toca de forma estranha, deixando uma marca em sua alma e essa conexão a ajuda de forma essencial na resolução do caso.
#QuotePatyBookaholic ?A decadência humana foi distribuída através de livros escolares insípidos de pensamento e estudos de ciências, onde micróbio era preciso ver para crer. Livros feios para quem pouco vale na cadeia urbana e social, maquinas bípedes que deveriam ser apenas capazes de dizer ?sim, senhor? e jamais perguntar ?porquê?. Mas o preço veio rápido, em forma de caos, sem escapatória.??
Ìségún é um livro que fala de origens, luta e força. A autora trás uma realidade que pode ser vista em um futuro próximo, lixo tomando conta das ruas, a população pela população, doença e morte por todo o lado. A autora trabalha o afrofuturismo, usando as mais diversas fontes de cultura negra e trazendo para o leitor um pouco mais da cultura negra no Brasil, envolvendo a periferia e todas as questões sociais que o pobre e o negro vivem no país.
#QuotePatyBookaholic ?As pessoas vivem na ilusão que as anestesia. Eu vivi essa merda e depois fugia da luz do sol, da claridade e da verdade esfregada na minha cara. Aquilo era real.?
Foi uma leitura intensa e muito significativa e acredito que deveria ser lida por todos!
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