Lirio7 21/04/2022
Abby & Gil
Às vezes eu preciso ter paciência com a forma como uma história vai me envolvendo, pois algumas delas o fazem aos poucos de modo que não sei onde, quando ou exatamente em que capítulo elas me encantam, só sei que me encantam. E isso foi exatamente o que aconteceu com esse livro onde demorei para sentir a conexão entre os protagonistas, mas à medida que fui lendo, fui me apaixonando por eles e cheguei a terminar a leitura suspirando.
A primeira vez que se viram, o Tenente-coronel Gilbert Bennington e Lady Abigail Westcott não gostaram um do outro. Ela representava o que ele dizia odiar, uma sociedade aristocrática que sempre o rechaçou por ter uma origem humilde e difícil, onde no passado, ele até ousou casar com uma dama, mas acabou a decepcionando e se decepcionando, e que atualmente, ele luta contra os pais dela para poder recuperar aquela que lhe é mais importante na vida, a filha.
Abby também tinha a sua cota de ressentimento contra a sociedade (a exceção de sua numerosa e maravilhosa família) que um dia julgou-a pelos pecados do pai, e ao contrário do que seus parentes parecem acreditar, ela não quer voltar e ser aceita por eles e não deseja alguém que não a queira por ela mesma. E confesso que me surpreendi com Abby tendo uma personalidade forte e devo dizer que amei isso, amei a atitude, amei o amor próprio e amei a forma como ela quis tomar as rédeas da própria vida e não permitiu que ninguém tomasse decisões por ela.
E o primeiro encontro entre Abby e Gil ocorreu de forma inusitada onde ela o repreendeu ao pensar que ele era um servo impertinente, e depois acabou constrangida por perceber que na verdade ele era um amigo do irmão e alguém que o ajudou muito quando este precisou, ao ser ferido na guerra.
E ainda sobre Gil, ele me emocionou com sua história de vida e com o fato de que pensava não saber o que era amor, quando na verdade sempre viveu cercado por ele, mesmo que em sua forma bruta, mas que ainda assim era amor. A vida de Gil foi feita de batalhas (desde criança), e sua história fez dele um homem duro e rígido e acho que por isso não me apaixonei logo de cara pelo personagem, mas ele tinha um único desejo na vida, o de fazer parte de uma família e ter um lar, e eu fui aprendendo a gostar, me apegando e querendo vê-lo conseguir um final bem feliz.
O fato, é que Abby e Gil se estranharam e mantiveram tanta distância quanto conseguiram no começo, mas que eles não tinham nenhuma chance contra os sentimentos que despertaram um outro, contra os problemas que precisavam da atenção dos dois, contra o irmão dela que era amigo dele e contra Beauty, uma cadela adorável, que apesar do nome, não era bela, mas que amava a seu dono e se encantou por Abby.
E acho que essa série como um todo fala de família e de como os laços com ela são importantes, e eu gosto disso, gosto dos Westcotts (sempre dispostos a se apoiar) e de todos que vamos conhecendo em suas histórias. E achei que os dois protagonistas foram fortes e lindos na busca pela felicidade, mas não foram perfeitos, precisando ir se ajustando com a convivência e as necessidades, desenvolvendo a relação a dois com cautela. E amei, no final achei o livro intenso e romântico, e gosto da forma como a Mary consegue me cativar com os personagens que desenvolve, mesmo quando eu não os amo desde o começo.