Regina.Luiza 24/05/2020
O monstro mais aterrorizante é o ser humano.
Monstros viscosos e tentaculares, fantasmas, bonecos possuídos e toda sorte de terror sobrenatural, acometem Atticus e seus amigos. No entanto, o que é realmente assustador, nada tem haver com os seres imaginários criados em Território Lovecraft, mas sim com todo o racismo e segregação racial, encontrados nos Estados Unidos da década de 50.
Em uma mistura de, Pulp Fiction com a história da segregação e preconceito racial, Matt Ruff nos trás um livro dividido em oito contos. O primeiro deles, conta como Atticus partiu de Jacksonville à Chicago, para se encontrar com o pai. Mas ao chegar lá, o pai já havia partido para Ardham com um homem branco misterioso. Atticus, preocupado com o pai, resolve ir atrás, junto com o tio e uma amiga. Pois sabe que o pai estava investigando a família da falecida esposa, que ao que parece descendia de um escrava que fugiu grávida do seu senhor.
Viajar no sul dos Estados Unidos pode parecer algo simples, mas quando você é negro e vive uma lei de segregação racial, uma simples viagem pode ser o inferno na terra. George, o tio de Atticus, possui uma agência de viagem que possui um guia para ajudar motorista negros na estrada, O Guia de Viagem do Negro Precavido. Junto, o três, passam por muitas aventuras e se ajudam mutuamente, até chegar ao pai de Atticus, que está prisioneiro em uma confraria. Ele era apenas uma isca para o filho, cuja confraria queria para realizar um ritual de alquimia. Atticus parece ser o último herdeiro direto do maior alquimista que já ouve na confraria e precisam dele para trazer de volta, todo aquele antigo poder.
Os outros contos, contam várias histórias que se ligam a principal, como em um quebra-cabeça. A idéia inicial do autor, era vender a história como um seriado de tv, mas não conseguindo, optou pela publicação em livro. Mas acabou que a HBO comprou os direitos e fez uma série mesmo.
Como livro de embasamento histórico, achei muito bom, como pulp fiction achei fraco. Talvez como série tenha mais apelo. Mas gostei de qualquer forma, envolve uma mistura que é bem original e para mim, lembrou muito Scooby-Doo, a que no final das contas o monstro mais aterrorizante é o ser humano.