Rosana 15/10/2018
Um breve estudo sobre as teorias tradicionais, teorias críticas e teorias pós-críticas
Tomaz Tadeu da Silva é professor do programa de pós-graduação em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e de uma forma simples, direta e breve discorre em "Documentos de Identidade: Uma introdução às teorias do currículo" acerca das teorias tradicionais, críticas e pós-críticas.
Para o autor, o currículo implica muito do que apenas conceitos, disciplinas e conhecimento "enquadrado"; ele implica na identidade dos sujeitos, em sua formação e constituição enquanto ser humano cidadão. O currículo implica relações de poder, do que ensinar ou não, por quê ensinar ou não, o que é verdade e por que é considerada assim e porque ensina-la?
Assim, é a relação de poder que separa as teorias críticas e pós-críticas das tradicionais. Essas são teorias "neutras", científicas e desinteressadas, se importando apenas com a questão técnica de currículo, de aceitação. Já àquelas argumentam justamente o contrário, de que nenhuma teoria é neutra e que está implicada em relações de poder, se preocupando com as conexões dessas relações entre saber e identidade. Destacar, selecionar, escolher são questões e envolvem poder, nesse sentido, o currículo é o resultado de uma seleção e aquilo que ele é, depende de como ele é visto por seus criadores.
Desse modo, os temas centrais que permeiam a reflexão, são a transmissão de conteúdos, cientificismo, ideologia, identidade, cultura, currículo oculto, nova sociologia da educação, multiculturalismo, feminismo, questões étnicas e raciais, teoria queer, dentre outras igualmente importantes. Para desenvolver a discussão, são citados nomes como Althusser, Bowles e Gentilis, Bordieu e Passeron, Michael Apple, Giroux, Freire, Butler etc.
Nesse sentido, a discussão que o livro propõe é valiosamente grandiosa, pois, por mais que de uma maneira rápida, pomo-nos a pensar questões importantes que estão por detrás dos currículos. A partir da leitura, podemos refletir sobre questões importantes e necessárias da educação e naquilo que implicam nossas ideologias, nossa cultura, nossas relações de poder. Podemos assim, perceber e ver com olhos críticos as composições de currículos escolares, entendendo as perspectivas a que atendem.
"O currículo tem significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicionais nos confinaram. O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é trajetória, viajem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento. O currículo é documento de identidade". (SILVA, 2007, p. 150).