Ruído branco

Ruído branco Don DeLillo




Resenhas - Ruído Branco


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joaoggur 29/12/2023

Um super-mercado pós-moderno.
Meu humor deve ser completamente quebrado. Não sei se foram risadas gregas (aquele riso com pesar, por saber que no âmago da questão há algo profundo e desesperador), mas posso dizer que gargalhei em muitas cenas de ?Ruído Branco?.

Narrando uma família bem peculiar (um marido especialista em Adolf Hitler [Jack]; uma esposa que ensina idosos a se levantarem e a andarem [Babbete]; um bebê histérico [Wilder]; uma menina que chora perante uma cena banal na televisão [Steffie]; uma menina que se interessa pela vida conjugal [Denise] e é claro, o inesquecível Henrich, um adolescente que se tivesse nascido na época grega poderia ser considerado um Socrático), onde nenhum dos filhos é descendente de ambos os pais, Don Dellilo faz uma sátira enorme a pós-modernidade, mesclando elementos ?anos oitenta? (guerra fria; perigo iminente de ataque nuclear..) a uma crítica feroz ao consumismo estadounidense.

Gostei de como o autor criticou o ?American way of life?, principalmente a tudo que baseia-se ao consumismo. Muitas cenas se passam no supermercado, e creio que isso é uma simbologia ao extremo consumo estadounidense (e é interessante como em bem um estilo O Sol é Para Todos, as crianças percebem esse comportamento em seus progenitores).

A questão existencial também é bem forte. Obras existencialistas são sempre melodramáticas, piegas, onde há um excesso de sentimentalismo nas ideias passadas. Essa bolha é furada; a obra é mergulhada em questionamentos existenciais, e não que isso dê um clima fúnebre ao livro.

E os questionamentos supracitados são exacerbados em diálogos. Esse livro é feito para fãs de Quentin Tarantino, se é que me entendem; para gostar de ?Ruído Branco?, deve-se gostar de diálogos. E creio que independentemente se é de seu feitio ou não, a simpatia que adquirimos com os personagens faz com que fiquemos com a atenção presa nas discussões ?filosóficas?. Sem dúvida alguma a habilidade em criar discussões entre os personagens é o ponto alto da escrita, a morada das cenas mais memoráveis (Afinal, está chovendo ou não? // Baratas podem ter câncer? // No espaço é frio ou não é? // O que é o agora? //, São questionamentos banais que, bem desenvolvidos, me tiraram gargalhadas).

Uma excelente e divertida crítica pós moderna.

Favoritado.
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uchoa.bru 09/12/2023

Não gostei
O início é ruim. No meio fica interessante e bom. E no final fica tudo meio morno.
Não é o tipo de livro que eu gosto de ler. O personagem divaga em pensamentos que não tem muito aquela coisa de ?nossa isso é uma coisa interessante?.
Não recomendaria e nunca vou conseguir reler.
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AndreTaff 23/07/2023

"Ruído Branco" e a Monalisa
"Ruído Branco", romance de 1987 do norte-americano Don DeLillo, é um livro estranho. A história fala sobre a família de um professor universitário do meio-oeste americano lidando com as consequências causadas por um descarrilamento de trem nos arredores da cidade, que acaba espalhando uma fumaça cheia de elementos químicos tóxicos, que, entre outros sintomas, causa suores nas palmas das mãos, sensações de deja-vu e a morte.

Inicialmente, os adultos da casa - o professor Jack e sua esposa, Babbette, que dá aulas de ioga postural - se recusam a reconhecer o problema. Jack afirma que desastres como esse, infelizmente, só afetam pessoas muito pobres, e eles (como têm uma vida financeira razoavelmente estabelecida) jamais teriam que passar por algo assim. Até mesmo quando um carro de som da polícia passa anunciando a imediata evacuação da cidade Jack e Babbette reagem com desconfiança, dizendo que talvez a evacuação seja opcional, não mandatória.

Há duas presenças constantes no livro: a televisão e a morte. São poucas as cenas descritas em que a televisão não esteja presente de alguma forma, como um barulho de fundo, o ruído branco que tematiza o romance. O livro também está cheio de pequenos intervalos comerciais, da televisão, do rádio, ou repetidos por algum dos personagens, também compondo este ruído branco. DeLillo vê a vida contemporânea norte-americana permeada por intervalos comerciais, indissociáveis do resto da existência.

Pensei no personagem de Jim Carey em "O show de Truman", que se irrita com os amigos falando sobre os produtos como se estivessem fazendo intervalos comerciais - e de fato, estão. A pergunta é, se todo mundo próximo a você falasse todo dia de algum produto como se fosse um intervalo comercial, você iria se irritar com isso, ou assumir como uma norma da existência? Acredito que seria mais lógico se Truman passasse a acompanhar os amigos e fizesse comerciais voluntários, como milhões de pessoas estão fazendo propaganda grátis para o filme da Barbie hoje pelo mundo.

Há uma cena logo no começo do livro que é muito emblemática. Jack e seu amigo Murray vão visitar o que é, alegadamente, o celeiro mais fotografado do mundo. Muitas pessoas estão lá exatamente fazendo isso, fotografando o celeiro. Murray afirma que o celeiro não existe mais, apesar de continuar lá fisicamente. As pessoas não veem mais o celeiro, não vão até lá pra ver o celeiro, e sim para participar da experiência coletiva de fotografar o celeiro.

A Monalisa deve ser o quadro mais reproduzido do mundo. A todo momento vemos, mesmo não intencionalmente, fotos e reproduções, reinvenções do quadro. Mesmo assim, quando você vai ao Louvre, vai tirar uma foto da Monalisa. A única diferença da sua foto para milhões de outras fotos é que foi tirada por você, ou vai ter você posando para registrar que esteve lá naquele dia.

E não há como fugir desse jogo. Não há como escapar da experiência coletiva. Mesmo se você for até o Louvre só para ver a Monalisa, e não tirar nenhuma foto da Monalisa, a sua experiência vai ser afetada pelas dezenas de pessoas que vão estar lá exclusivamente tirando fotos da Monalisa. E até mesmo a sua decisão de não fotografar a Monalisa foi tomada porque você, de alguma forma, se irritou com tantas pessoas tirando fotos do quadro. E muito provavelmente o que te levou até o Louvre olhar a Monalisa foi a mesma coisa que levou milhões de pessoas a fotografar a Monalisa: uma fama um tanto misteriosa, um tanto inexplicável.

Voltando a "Ruído Branco", DeLillo faz da morte a sua Monalisa. É como se a morte não estivesse lá, porque não existe nenhuma reflexão profunda a respeito da morte. Só existe a catarse coletiva, a obsessão, o medo, a mania de evitar a morte a todo custo. Apesar da morte permear totalmente o romance - por exemplo, Jack é professor especialista em Hitler, que industrializou a morte - , a história não é sobre a morte, e sim sobre a maneira doentia que a sociedade lida com a morte. Assim como vamos até o Louvre para fotografar a Monalisa sem ver a Monalisa de fato, tentamos controlar a morte, institucionalizá-la, temê-la, docilizá-la, como uma sombra cobrindo nossos dias, um ruído branco, sem nunca encará-la de fato.

site: https://andretaff.medium.com/ru%C3%ADdo-branco-e-a-monalisa-cbf1ffca857e
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@letravermelha 24/06/2023

Que livro incrível !
Meu livro favorito! Sua temática é alucinante e a narrativa incrívelmente deliciosa. Delilo traz um texto completamente diferente de tudo oque já li e isso por sua vez apenas me fez amar essa obra ainda mais.
É um livro satírico, sarcástico, ácido, irônico, que apesar de toda a sua complexidade eu dei muita risada. Vale dizer que a leitura é super fluida! .

Mas vamos a descrição dessa obra surreal! . 
Ruído Branco, o oitavo livro de Don Delilo, é história de um professor universitário que vive com a família no meio-oeste americano, numa cidadezinha que é evacuada depois de um acidente industrial. Ruído branco mantém seu sentido atual e aterrorizante. Nós acompanhamos uma crônica familiar e seus debates sobre o medo da morte . E também observamos seus aspectos culturais de consumo. .

Aqui a princípio que você pega o livro e começa a lê-lo , você sente que ele é completamente diferente do que você já leu, você acompanha Jack, o professor universitário na sua rotina comum, e é nisso que é introduzido os diálogos excêntricos e pensamentos de um teor de relevância surreal. Aqui os personagens pegam uma pequena coisa , e debate em cima disso, de uma maneira que você fica horas pensamento no que foi dito,e ainda sim você não consegue parar de raciocínar. .

Aqui um simples supermercado por exemplo está emitindo inesgotávelmente sinais e informações. Uma conversa simples entre crianças é fonte de milhares de informações. Eu fiquei perdida e chocada com tamanha inteligência de Delilo! .

É realmente difícil descrever essa narrativa, mas eu sei que agora preciso ler tudo dele, e meu próximo livro vai ser Ponto Ômega! Mas uma coisa preciso dizer : LEIAM! ler Ruído Branco é uma experiência que todos deviam ter! .
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Rafa P. 26/05/2023

Livro bem maluco
Que leitura doida. Ainda não se dizer se gostei ou não. O livro tem passagens bacanas e também personagens, porém a narrativa é por vezes meio sem pé nem cabeça em meio a uma mensagem séria que é o medo da morte, consumismo, desinformação , histeria coletiva, etc, esses foram alguns pontos que consegui pegar. É um livro que não sei se recomendaria, mas se vc está curioso vale a pena conhecer a obra. A narrativa do autor é boa e o livro é permeado por altos e baixa, só não consegui me envolver tanto na história, mas ainda acho que vale a pena ler.
Obs: tem um filme na netflix que gostei , até me ajudou a melhorar e entender a mensagem do autor.
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Henrieth Hasse 29/04/2023

Incrível.
Não é um livro óbvio, seu significado é mostrado nas sutilezas.
Cenas marcantes pra mim:
* A leitura feita por Babete dos tablóides com as previsões do futuro ( e as reações de quem ouviu)
* As ideias de Denise a respeito de quase tudo
* A conversa entre Jack e a freira

Super recomendado!
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Lucas1429 16/04/2023

Excelente.
Livro ótimo, com bom ritmo, personagens excêntricos e interessantes. A temática da morte infesta o livro lentamente até tomá-lo por completo e isto é realizado de forma magistral pelo autor. É meu primeiro contato com a escrita de Don Delilo e encerro a leitura muito satisfeito e curioso para ler mais do autor.
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Hugo 19/03/2023


Um daqueles casos em que o livro não é só superior ao filme, mas faz sentido como obra enquanto o filme não. Alguns aspectos da obra não foram mantidas no filme. No livro há um respeito pelo banal, quase como algo transcendental do cotidiano e que não foi compreendida pelo diretor e roteirista do filme. O cotidiano que é fantástico em sua imprevisibilidade, pelo amor que une as pessoas, pelas diferenças que fazem com que elas se encaixem umas nas outras. Tenho que ler mais do DeLillo.
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Stella F.. 28/02/2023

Muito louco!
Ruído Branco
Don DeLillo - 1985 / 320 páginas – Schwarcz

Ruído Branco é um livro que achei bastante louco, mas que aos pouquinhos fui me acostumando e entendendo um pouco do sentido no caos que encontramos nele.

Temos a apresentação de uma família grande, composta de membros de outros casamentos, mas que em meio à uma bagunça organizada, se entendem e convivem bem, cada um com suas peculiaridades. Todos falando ao mesmo tempo, conversas atravessadas, algumas manias, mas uma família que funciona.

Jack, o patriarca, é professor na universidade de uma cadeira no mínimo exótica, o Hitlerismo. Ele investiga e mostra aos alunos tudo que envolve Hitler: imagens, estudos, mãe, cachorro, últimos dias. Mas, o que não sabem sobre ele, é que não entende alemão. É um ótimo orador, faz um bom teatro.

Babette, a matriarca, sempre está às voltas com subir e descer as escadas do ginásio, ler notícias escabrosas para um senhor, dar aulas de postura para idosos, alfabetizar adultos, ler para pessoas cegas e cuidar do filho menor, Wilder, ainda uma criança que ela admira e deseja que continue do jeito que é, não cresça e mude. Seria o que teriam de mais estável.

Os filhos deles e de outros casamentos são: Denise de 11 anos é uma garota durona e observadora; Steffie, uma menina mais sensível, predisposta a sofrer a dor dos outros; Enrich, que questiona o pai sobre todos os assuntos, joga xadrez com um presidiário online, um garoto tímido, mas que mais para frente se tornará quase um líder. Além dos filhos que esporadicamente vivem em outras cidades com esposas ou maridos de outros casamentos.

Outra figura preponderante no livro é o professor Murray, amigo de Jack, um tipo que filosofa o tempo todo e é especialista em ícones, como Elvis, e tem como exemplo o Hitler de Jack. Faz estudos aleatórios por conta própria, no mercado, na família de Jack, está sempre criando alguma teoria.
Todos se encontram no supermercado, o grande protagonista, onde tudo acontece. Os hábitos das pessoas são questionados, são observados, o que comem, que tipo de comida comem, que tipo de embalagens são as preferidas e as grandes discussões e encontros entre vizinhos ocorrem nesse ambiente que parece um parque de diversões. "É a nova austeridade - disse ele. - Embalagens sem sabor. Isso me atrai. Me dá a impressão de que estou não apenas economizando dinheiro como também contribuindo pra uma espécie de consenso espiritual. É como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Tudo branco. As cores vivas vão pro esforço de guerra." (posição 251)"

“Tive a sensação de que eu e Babette, no meio daquele volume e variedade de compras, da abundância que aquelas sacolas cheias conotavam, peso, tamanho e número, os rótulos tão conhecidos, as letras de cores vivas, os tamanhos imensos das embalagens, os pacotes com descontos proclamados em tinta fosforescente, com a sensação de renovação que sentíamos, de bem-estar, segurança e contentamento, induzida por esses produtos sendo levados para um lar confortável em nossas almas – tive a sensação de que havíamos atingido uma plenitude existencial que desconhecem aqueles que precisam de menos, esperam menos, que organizam a vida em torno de solitárias caminhadas ao entardecer.” (posição 285)

Outro protagonista é a televisão. Na primeira parte, Ondas e Radiações, sabemos que ouvimos o ruído branco o tempo todo, um barulho repetitivo, como o som da TV, o som do tráfego, algo que nem nos damos conta de ouvir, mas que faz parte do nosso cotidiano. Muitos dos encontros de família e suas conversas importantes são feitas na frente da televisão, um membro da família, uma superexposição. “Ela aparentemente acreditava que, se as crianças assistissem à tevê uma noite por semana junto com os pais ou os pais postiços, isto teria o efeito de tornar a televisão menos glamourosa, transformá-la num saudável passatempo familiar. Assim, gradualmente, seria reduzido o poder narcotizante, funesto, mórbido e burrificante da telinha.” (posição 218)

Ao entrarmos na segunda parte, A Formação da Nuvem Tóxica, o texto ganha uma agilidade e torna-se mais interessante. Uma catástrofe abate-se sobre a cidade. Uma nuvem negra, de Niodene D, uma mistura de produtos químicos paira sobre a cidade e todos têm que sair de suas casas e ir para um acampamento. Os vizinhos se encontram, e o filho de Jack, Enrich, transforma-se em um garoto extrovertido, falante, explicando a todos o que está acontecendo. Muito inteligente e com sérias perguntas ao pai. O que realmente sabemos? Se precisássemos usar os nossos conhecimentos em um mundo mais antigo, como a Idade Média, saberíamos? Na teoria sabemos muito, e na prática?
Jack fica preocupado porque ao sair do carro para pegar gasolina, teve uma exposição mínima à nuvem negra, e vai procurar saber os efeitos. O técnico que estava atendendo as pessoas no acampamento, explicando a ele os efeitos da exposição, diz muito e nada, porque ainda são dados hipotéticos que estão no computador, ainda em estudo, e não preparados para um evento tão real, um programa de computador ainda em simulação. O técnico fala para o Jack que ele está em contato com a morte, mas não há como prever quando vai morrer, pode ser daqui há 30 anos. E os filhos do Jack vão “tendo” todos os sintomas listados no rádio e televisão. "Essas coisas só acontecem com gente pobre, que vive em áreas mais vulneráveis. A sociedade é organizada de tal forma que são as pessoas pobres e sem instrução que mais sofrem o impacto dos desastres naturais e dos causados pelo homem. [..] Eu sou professor universitário. Você já viu um professor universitário descendo de barco a rua onde mora, numa dessas inundações que aparecem na tevê?" (posição1805). E um dia, são liberados para voltar às suas vidas “normais”.

Na terceira parte, Dylarama, vemos o medo da morte do Jack aumentar, apesar de ele e Babette sempre discutirem quem morreria primeiro e quem sofreria mais. Jack consulta agora o médico regularmente, sem dizer o porquê. Ocorrem várias simulações na cidade caso ocorram futuros eventos, e a filha Steffie de 9 anos participa voluntariamente.

Desde o início a Denise e o Jack observaram Babette engolir umas pílulas e ela tentava enganar a todos, dizendo que era bala. Mas a filha, observadora, como um detetive, descobre os comprimidos e cobra ao pai uma resposta. Jack leva o comprimido à uma especialista da universidade, e descobrem que é um comprimido de última geração, mas que não está no mercado, deve estar ainda em teste. Questionada, Babette, vai contar ao Jack sobre o comprimido Dylar e como o obteve. Jack vai finalmente descobrir que a esposa entrou em um projeto de experimentação com a condição de transar com o encarregado do projeto. A justificativa é que ela possui um pensamento obsessivo pela morte, e que como não conseguia melhorar atendeu a um anúncio do jornal. Resolveu arriscar. Mas o remédio não a fez melhorar. Ele fica estarrecido e resolve contar sobre a sua suposta morte e sua exposição à nuvem tóxica. Apesar dos problemas familiares, tudo na universidade continua na mesma. Os professores, homens feitos, falando de suas vidas infantis.

No penúltimo capítulo temos muita ação. Jack vai atrás do suposto Sr. Gray, cientista do Dylar. O descobre em um motel no Bairro Alemão em Iron City. Sai de casa com o plano de matá-lo. E vai repetindo exaustivamente cada etapa do plano: como vai matá-lo, tirar as impressões da arma, simular um suicídio do indivíduo e outros detalhes. Chegando lá, vê um homem completamente maluco, ingerindo Dylar o tempo todo, falando coisas desconexas, e resolve falar algumas palavras que poderiam trazer medo ao cientista que fica se arrastando pelo chão. Então Jack resolve dar um tiro, mas tudo muda, e os dois acabam vivos em um hospital.

No hospital ao ser atendido por freiras alemãs, ele as questiona sobre fé. Elas o decepcionam dizendo que é necessário que achem que elas acreditam em todos esses elementos presentes na religião, para o mundo não acabar. Elas acreditando, as pessoas podem não acreditar.
Gostei bastante depois que me acostumei com a escrita marcando muitas passagens e reflexões importantes sobre consumismo, violência, família, religião, televisão, paranoia, medo da morte, morte, enfim, muitos assuntos pertinentes até os dias de hoje.

Assisti ao filme, e achei bastante fiel, apenas modificando o encontro com o médico no motel, em que no livro Babette não está presente, e no filme sim. Adorei a ambientação, parecia bem os filmes da década de 1980 e a coreografia no supermercado, depois de ficarem estarrecidos com a mudança nas prateleiras. E tudo volta ao normal na família, depois dos sérios acontecimentos no motel. Senti bem mais o caos familiar no audiovisual.

Diferente!


















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Léia Viana 22/02/2023

Diferentão e espetacular!
"Ruído Branco" é um livro muito diferente de tudo que li até aqui e ainda estou em dúvida se o que li foi uma distopia ou uma comédia da vida quotidiana muito próxima da atualidade.

A história não tem um Estado opressor - tão comum nas distopias, tão pouco somente situações de comédias; o que tem são pessoas vivendo agonia, medo, pânico e ameaças internas e externas. O medo da morte é tão latente que os diálogos trocados aqui acaba paralisando um pouco o leitor.

Os pais - Jack e Babette - são professores universitários e a família deles é constituída de filhos dele com filhos dela, sendo os filhos dele de outros casamentos - bem atual - e ele leciona um curso de hitlerologia (sim, isso mesmo que você leu), sua esposa leciona os modos à mesa (olha a graça aí). Além disso, a família curte um supermercado! Sabe aquela ida ao shopping para dar uma volta e ver as novidades? É o que eles fazem no supermercado!

Mas, lembra a situação de pânico que eles sentem? Pois bem, um vagão de trem vira a uma distância considerável da cidadezinha onde Jack mora, liberando um gás tóxico que exige que a cidade seja evacuada (lembrei muito da Pandemia 😤); começa então uma fuga sem ao menos saberem do que realmente estão fugindo, até que o filho de Jack consegue todas as informações e começa a alertar a todos virando assim uma espécie de herói ou algo do tipo. Mais atual e tão próximo do que vivemos a pouco tempo impossível! Aqui fica nítido o poder da informação e, principalmente, da falta dela, sobre as massas. Mas vamos parar por aqui para não dar ainda mais "pano pra manga".

Isso tudo que estou escrevendo aqui não é nada perto do que você, caso queira ler, encontrará no livro. Tem muita coisa e o livro é muito bem escrito! Adoraria sentar e conversar mais com quem já leu, porque rende muitas discussões interessantíssimas.

"É aquilo que perdoamos no leito de morte, não a falta de amor nem a ganância: perdoamos nos outros a sua capacidade de se distanciar de nós, tramar silenciosamente contra nós, de certo modo matar-nos”.
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Matheus.Berica 17/02/2023

Até onde você vai pelo seu cagaço de ir de base? Ir de arrasta pra cima? Ir de johnsons baby? Ir de comes e bebes? Ir de jackson five? Ir de comigo-ninguem-pode?

Alguns preferem se meter com pesquisas secretas. Outros decidem investir no peso de ser um matador invés de um morredor.

Outros escrevem um livro excelente sobre isso.

Deve ter alguma coisa criticando o consumismo desenfreado do capitalismo e a hiperrecepção de estímulos tecnológicos no meio também.
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Joana 13/02/2023

Surpresa muito reflexiva!
Ganhei Ruído Branco de presente há cerca de 2 anos e peguei para ler na meta de zerar os livros não lidos da minha estante. Eu costumo ler livros ou policiais, ou de romance ou de suspense, então a leitura fugiu bastante do meu habitual. O livro é dividido em três partes, dividido mais ou menos 1/4, 1/4 e 2/4 do total, respectivamente, e levou até o final da primeira parte para conseguir engatar. Porém, depois que engatou, não consegui mais parar de ler, e terminei rapidinho. A história é centrada numa família americana nos anos 80, e trata de temas como consumismo, tecnologia, desastres, entre outros, no entanto, ao meu ver, seu tema central é a morte. O ?ruído branco? pode ser duas coisas: o medo da morte, e os constantes sons e estímulos externos que temos no mundo moderno que nos distraem e nos consomem a todo tempo. O livro é narrado em primeira pessoa, e varia entre diálogos muito rápidos entre os personagens e longas divagações, listas, repetições do narrador. As reflexões que ele provoca, direta ou indiretamente, realmente me fizeram pensar e, mesmo que alguns diálogos e personagens beirem o absurdo, eles estão lá com o propósito de provocar essas reflexões. Apesar de ser um livro dos anos 80, o livro permanente extremamente atual. Recomendo a leitura!
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Leo Farias 11/02/2023

Não possui um enredo propriamente dito. É um passeio pelos EUA neurótico da Guerra Fria, em que pais tentam educar da melhor maneira os filhos e acabam sendo desafiados a cada dialogo com eles, crianças e adolescentes tão cheias de conhecimento e ainda assim imaturas, o que também espelha o que são os pais, dois adultos que não sabem lidar com a efemeridade da morte, de se sentirem indefesos.
É tudo muito abrupto e você tem que entender a proposta da obra.
Queria ler mais sobre as aulas do protagonista e é fantástico o momento em que são descritos Hitler e Elvis em uma mesma palestra.
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