Resenhas - Ruído Branco

nathaliart 24/08/2022

Sobre a morte
Comecei o livro de DeLillo com a impressão de que seria uma coisa, e acabou sendo outra. Que livro mais maluco! A princípio estava achando interessante as reflexões do narrador e demais personagens (especialmente Murray). Somos apresentados à famílias com suas particularidades e é possível ver como elas são comuns, mesmo em suas "bizarrices".

Após o incidente com Niodene D, uma substância tóxica, acompanhamos todo o despreparo de uma sociedade para lidar com esse tipo de evento, desde o governo até os cidadãos. Nessas horas vemos revelados preconceitos, atitudes mesquinhas e egoístas, além da necessidade do ser humano de se apegar a absolutamente qualquer coisa que possa ajudar na superação da dor.

Minha ressalva foi com relação à terceira parte do livro. Esperava algo um pouco mais catastrófico, mas o autor acabou optando pela via mais "óbvia": adaptação, um pouco de paranoia e talvez repressão. Vi uma certa similaridade com a situação atual em que vivemos; impossível não fazer a ponte. Porém, aquilo que certamente mais chama a atenção é o centro do livro: a morte. O tempo inteiro os personagens se aproximam dela, falam dela, são rondados pela ideia dela, tentam ficar livres dela.

É bem escrito e interessante, recomendo a leitura. Não foi algo que me encheu os olhos, mas acho que vale a pena, principalmente pelas reflexões...

Gabriel.Sacramento 11/08/2022

O ruído branco é a incerteza
A obsessão pela morte, a incerteza do amanhã, o absurdo da existência? o ruído é o inesperado, o incerto, o inconfundível. O ruído é o mundo em alta voltagem, pronto para desligar a qualquer momento.

Grande obra. Alguns dos melhores diálogos que já li na vida. Para ler e reler sempre.

Ju 11/05/2022

Caos
O caos rege esse livro. Uma reunião de análises filosóficas sem sentido com personagens insanos em ambientes catastróficos ?

Ana Cláudia 05/05/2022

O livro tem uma proposta boa, a história é interessante e tem diálogos muito bons (principalmente os com Murray ou com os filhos mais velhos), mas achei uma leitura meio truncada. Não consigo explicar exatamente meu incômodo, mas é como se fossem várias coisas meio sem sentido juntas, não consegui me imergir naquilo, os personagens tem diálogos com reflexões boas mas é como se estivessem lendo um roteiro, é tudo meio irreal. Com certeza isso foi proposital, mas não funcionou tão bem pra mim.

Por exemplo, um trecho que gostei muito foi esse seguinte:
"Tenho um amigo que diz que é por isso que as pessoas tiram férias. Não para descansar nem procurar aventuras nem conhecer lugares novos. Só para fugir da morte que há nas coisas rotineiras."
Muito interessante, mas aí literalmente o diálogo continua assim:
"-Esse cara é judeu?
- O que que isso tem a ver?
- A calha do telhado está solta - disse ele. - Você sabe consertar, não sabe?"
Então é isso, a medida que tem muita coisa interessante, tem essa estranheza, que faz os personagens parecerem muito claramente o que são: personagens.

"Começamos a vida no caos, balbuciando. À medida que vamos penetrando o mundo, tentamos elaborar uma forma, um plano. Nisso há uma dignidade. Toda a sua vida é uma trama, um esquema, um diagrama. Uma trama fracassada, mas isso não vem ao caso. Tramar é afirmar a vida, buscar uma forma, tentar controlar. Mesmo depois da morte, principalmente depois da morte, a busca continua. Os rituais fúnebres representam uma tentativa de completar a trama, de forma simbólica."

thales.gaspari 11/04/2022

Mordaz
Fazia tempo que queria ler algo do Don DeLillo para conhecer, devido às coisas boas que ouvia dizer sobre sua literatura. Comecei por este Ruído Branco e não me arrependo, um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Através de uma escrita fácil e fluida, mas sem perder seu charme, DeLillo é, o tempo todo, mordaz em suas críticas à sociedade de consumo e outros temas, como a produção acadêmica. Muitos trechos são bem engraçados, mesmo sem descambar no humor escrachado. Uma boa sátira do padrão norteamericano de sociedade.

Myla 10/04/2022

Um professor de meia idade, especialista em hitlerologia (pois é!!), vive numa pacata cidade dos EUA - bem ao estilo de vida americano - com sua quarta esposa e filhos... até que um acidente forma uma nuvem tóxica sobre a cidade...

Um livro sobre medo, ansiedade, existência na era da informação e tecnologia (foi publicado em 1985 e permanece mais relevante e atual do que nunca)

Contém questões existenciais, muita ironia, bom humor e plot twist.

E vai rolar adaptação pra Netflix!!!

Ferreira.Souza 19/02/2022

O autor é um dos grandes criativos
Fantástico livro do autor
Nada mais atual que um ruído branco , porque se a escola instrui, a família e a sociedade educa ,como diz Saramago, ruido branco é uma sociedade louca e uma família destruída

vicareno 11/02/2022

Tal qual um ruído branco
Parece que esse livro teve sua importância literária no século XX. Sei que De Lillo é um autor reconhecido, cujas obras viram até filme (Cosmópolis), mas essa história passou longe de me empolgar.
Não gostei muito do estilo do autor e achei o enredo morno. Tive um problema especial com certos nomes que o autor criou: College on the hill? Hitlerologia? Iron City? Marcas citadas a esmo, em sequência...sério?
A leitura fluiu bem, porém: li relativamente rápido o livro.
Mas na minha estante, vai para o espaço dos livros esquecíveis, respeitosamente.

Marcos.Alexandre 08/02/2022

Um livro em que retrata o dia a dia de uma família americana pouco convencional. Muitas passagens, digamos, surreais. Como uma leitura despretensiosa, sem grandes ambições. Vale a pena.

Natalie.Coppola 28/12/2021

Leitura sofrida, demorei para me acostumar com o tom paranóico do livro. O livro é sobre isso, paranóia, mas não apenas em eventos pontuais, todo o clima é assim, a paranóia permeia todos os diálogos e acontecimentos triviais. É uma leitura um pouco difícil mas vale muito a pena.

Adriana1161 15/12/2021

Realidade real
O livro é uma crítica à sociedade e à família americana.
É basicamente a história de um professor universitário, chefe de departamento, de uma cidade pequena dos EUA, ministrante da matéria "Hitlerologia".
Foi escrito na década de 80, mas ainda é atual.
Tem uma parte em que o autor faz previsões, e é ótima!
Parecem spoilers de Tchernóbil e de ataques terroristas, ocorridos posteriormente.
Aborda o medo da morte.
Faz algumas citações de livros, como David Copperfield e A morte de Ivan Ilitch, e como é legal já os ter lido!
A última parte é um pouco repetitiva.
É um livro muito louco, de um jeito muito normal! Bem interessante!
Personagens: Jack Gladney, Babette, Wilder, Denise, Steffie, Heinrich, Murray
Local: Blacksmith /EUA - década de 80
@driperini

Marcos Nandi 05/09/2021

CHATO
Esse livro foi decepcionante, para não dizer chato.

A história se passa numa cidade estadunidense chamada Blacksmith, onde mora Babette, Jack (o protagonista) e seus seis filhos, alguns, oriundos de outros casamentos. Todos as seis crianças são chatas, pelo amor de Deus, que crianças chatas.

A primeira parte do livro, tem em torno de cem páginas e funcionam apenas como uma introdução. Porém, a introdução continua pelas 358 páginas do livro, pois, o livro não tem foco. Nunca engrena, não diz a que veio.

Voltando a história, em dado momento acontece um mini acidente na escola que precisa ser interditada, um rolê aleatório, e desse acidente morre uma pessoa. Logo, pensei que ia se desenvolver a história desse ponto...mas não!

Depois, começa o rolê do sumiço de dois irmãos e a existência de uma vidente. O que também não é desenvolvido. Até que, acontece o grande evento do livro (que dura pouco tempo). Qual seja, uma formação de nuvem tóxica, onde os moradores precisam ser evacuados por causa do Niodene, a partir daí, começa um neura sobre a morte.

O medo da morte e o contraponto do medo de não morrer ...que resulta numa das coisas mais idiotas e sem sentido que já li (e que envolve a Babette) já que as consequências são bem bestas.

E o final é repetitivo. Enfim, péssima leitura

Nazrat 08/08/2021

Parece aleatório, mas não é
Aqui encontrei alguns dos diálogos mais sensacionais que já li. São trechos rápidos, sarcásticos e que esbanjam críticas ao estilo de vida americano.

A narrativa parece fragmentada, mas ao mesmo tempo não perde ritmo, corta de uma coisa para outra (lembrei bastante de filmes dos anos 80, tipo Robocop, com sátiras em propagandas).

E sem contar ironia com o ambiente acadêmico, saúde e bem estar, notícias e sensacionalismo, consumismo, crença e pós vida, tem de tudo aqui, mas colocado de uma forma coerente com a proposta - que é expor os absurdos da sociedade.

Cristiano.Vituri 10/06/2021

Panasonic
Como foi o panorama dos anos 80 nos Estados Unidos para um cidadão comum? Como ele descodificou e recebeu as novas informações? A publicidade, a evolução da ciência médica, o cunsumo de massa, a viagem de concorde as notícias internacionais?

Don DeLillo em 318 páginas apresenta Jack Gladney, um professor universitário que, da sua pequena cidade do interior, tem seus conflitos internos (como criar os filhos, o medo da morte, a relação com a esposa, os egos dentro da universidade) e os conflitos externos (estradas congestionadas, danos ambientais provocados por empresas químicas, notícias desencontradas e a mídia que informa ou desinforma).

Dentro disso, o autor explora vidas comuns para nos mostrar questionamentos esquecidos e ao que devemos dar valores maiores ou menores.

Toyota Celica. Vick VapoRuby.

Marilia 26/05/2021

Para pensar...
Um livro um pouco nonsense mas que nos faz refletir sobre a morte, valores e família.