Fernanda631 29/11/2022
As Listas de Casamento de Becky Bloom
As Listas de Casamento de Becky Bloom é o terceiro livro da série Becky Bloom escrito por Sophie Kinsella e foi publicado em 2002.
Nos livros a Becky Bloom – protagonista da história – possui uma sequência literária chamada “Shopaholic” (Delírios de Consumo) continua nos contando as aventuras de Becky mas dessa vez com relação a sua lista de casamento.
Depois de ser desmoralizada ao ter sua situação financeira exposta nos jornais e perder seu emprego e seu namorado, Becky Bloom aparentemente resolveu dar um novo rumo na sua vida. Ela desistiu de vez da área financeira e agora trabalha com o que realmente gosta: moda. Ela é uma consultora de compras e pode comprar o que quiser já que a conta vai para seus clientes. E sua vida amorosa também parece que entrou nos rumos já que Luke se declarou e disse que não consegue viver sem ela e agora os dois dividem um apartamento em Manhattan. Sabendo dos problemas de Becky, Luke tem a ideia deles abrirem uma conta conjunta, assim ele consegue monitorar os gastos de Becky e ajudar ela a se controlar.
Becky como já sabemos que essa idéia não funciona muito bem. Na verdade em vez de ajudar Becky a controlar o que compra, a conta conjunta só serve para criar atrito entre eles e incentivar a criatividade de Becky, que precisa inventar novos jeitos de gastar sem Luke descobrir. Mas por enquanto o relacionamento está dando certo e já faz um ano que eles estão morando juntos. E com a aproximação do casamento de sua melhor amiga Suze, Becky começa a pensar que ela e Luke também podiam levar o relacionamento para outro patamar, mesmo que casamento seja o último item na lista de prioridades de Luke. Pelo menos era nisso que Becky acreditava.
Por isso ela tem a maior surpresa de sua vida quando pega o buquê de Suze e dentro dele tem um envelope com um anel de diamante junto com um pedido de casamento de Luke. Becky fica nas nuvens e antes mesmo de Suze ir para a lua de mel, ela já começa a planejar o casamento. O problema é que a mãe dela quer fazer a cerimônia na Inglaterra e a mãe de Luke quer uma festa estrondosa em Nova York. Becky terá que decidir entre um casamento simples na igreja da família em Surrey ou um casamento espetacular no Plaza em Nova York, e acaba marcando as duas cerimônias, no mesmo dia e no mesmo horário.
Então Becky se vê entre a cruz e a espada porque se ela escolher o casamento no quintal da casa da sua mãe, Luke vai ficar magoado, e se ela escolher o Plaza Hotel, serão seus pais os ofendidos. Mas ela pode decidir isso depois já que no momento o mais importante é fazer a lista de casamento. Becky não consegue decepcionar os pais desmarcando o casamento de Surrey e tem pavor de enfrentar a sogra Elinor que dará toda a festa em Nova York. Ela sonha com um casamento simples, com toda a família em sua casa, mas claro, não dispensaria um casamento de princesa, com todo o luxo, glamour e os designers de Nova York.
Temos a Becky se enrolando cada vez mais ao longo da história e no final acontece um milagre e a salva. Becky vai continuar mentindo, omitindo, criando histórias mirabolantes para ninguém descobrir as coisas de errado que ela faz e quando nada mais funciona, fugindo dos problemas em vez de enfrentá-los.
Como agora a conta deles é conjunta pensei que pelo menos ela ia pensar duas vezes antes de gastar, e ela pensa duas vezes sim, até quatro, mas é em como vai esconder a fatura de Luke. E a criatividade vai longe. E ela ainda tem "sorte" porque Luke está passando por um momento difícil e não está prestando muito atenção no que ela faz.
Esse livro não chega a ser tão bom quanto o primeiro, mas é o segundo melhor até o momento e, sinceramente, a indecisão de Becky me irritou imensamente, mas no fim das contas, quando todos os enrolos dão certo, dá aquele alivio já que não tem como não torcer por ela.
Becky esta com dois casamentos sendo organizados em dois continentes diferentes e ela enganando os dois lados. Enquanto ela estava prejudicando somente ela com seu vício em compras ainda ia, mas agora era muita gente e muito dinheiro envolvido.
O livro, ao mesmo tempo em que é diferente dos outros, pois aqui temos uma Becky amadurecida, segue o padrão dos dois primeiros no sentido das confusões em que a protagonista se mete. Ainda que os problemas sejam outros, Becky os trata da mesma maneira, ou seja, fugindo deles.
Luke já é um personagem muito complexo. Às vezes eu gosto, às vezes odeio, não sei definir um sentimento só, mas fiquei feliz, porque a autora finalmente deu algum desenvolvimento a ele nesse volume, eu estava esperando por isso desde o início e fiquei satisfeita. Dá para entender um pouco mais dele, ainda que siga tendo atitudes não muito agradáveis aos olhos.
Desde o primeiro livro vemos que Luke trabalha em excesso e nesse livro temos o motivo. Ele foi abandonado pela mãe ainda muito pequeno e na cabeça dele, ele precisa vencer na vida, principalmente em Nova York onde a mãe mora para se mostrar merecedor do amor dela. Mas por mais que ele faça, ela não lhe dá nenhuma atenção.
Luke me conquistou mais do que nunca, nesse livro, porque aqui vamos mais fundo em sua personalidade. Aliás, essa parte da história me sensibilizou e serve, também, para mostrar o lado mais sério do enredo de Kinsella, não só baseado nas trapalhadas de Becky. Suze, novamente, mostrou-se como uma de minhas personagens favoritas, tanto por ser um doce de pessoa quanto, e principalmente, por ser hilária. Outro destaque do livro é Danny, o vizinho estilista de Becky que provavelmente será um dos responsáveis por muitas das suas risadas.
Em “Delírios de Consumo de Becky Bloom” ficamos muito presos aos consumos de Becky, não há tanto romance, uma vez que a própria Becky não se dá conta disso e, ainda que eu tenha adorado o livro, senti faltar algo. Em “Delírios de Consumo na 5ª Avenida” achei que as coisas demoraram um pouco a acontecer, então, ainda que o livro seja divertido, deixou a desejar na primeira metade da história. Já esse me prendeu do começo ao fim e, não só isso, me envolveu do começo ao fim.
A escrita de Sophie Kinsella é sensacional. É engraçada tanto pelas piadas que faz quanto pelos próprios delírios de Becky. Se a série se chamasse apenas “Delírios de Becky Bloom”, ainda assim não perderia o sentido. Becky literalmente “viaja” com suas ideias e pensamentos, sempre criando situações e fugindo da realidade de uma maneira que apenas ela é capaz. Um fator que também contribui para a diversão são as diversas cartas que aparecem entre alguns capítulos.
Não hesito em dizer que é minha autora favorita quando o assunto é chick-lit, porque ela escreve seus livros com maestria.