spoiler visualizarnanda :) 17/12/2023
Are You There God? It’s Me, Margareth: uma graça <3
“All the way to the airport my mother briefed me. ‘Margaret, I’m not trying to make excuses for my mother and father. But I want you to know that your grandparents have their beliefs too. And fourteen years ago… well… they did what they thought was right. Even though we know it was cruel. Their beliefs were that important to them. Am I making any sense to you?’
‘Some’, I said.”
Vi no Instagram um reels sobre o filme baseado nesse livro, e fiquei interessada na história. Resolvi lê-lo, esperando essa narrativa infantil sobre esse tema que conversa bastante comigo.
E, no fim, esse livro entregou exatamente isso! Ele é de uma menina um pouco mais nova do que eu estava esperando; a Margareth tem 11 anos, e isso é um dos pontos centrais da história, dela se tornando adolescente e, em especial, tendo sua primeira menstruação.
Dessa forma, a história não conversou muito comigo, já que eu não tenho essa faixa etária, mas eu achei a narrativa simplesmente uma graça. Ver o clube secreto dela com suas amigas, sua tentativa de se adaptar a essa nova cidade e a essa nova idade, achei tudo muito gracinha. Senti com esse livro essa sensação que é um livro marcante, para quando se lê na idade certa.
Gostei da forma como ambas as religiões, a católica e a judaica, foram abordados nessa história, realmente como um ponta-pé inicial para conhecer elas. Também gostei muito do fato que, em momento algum, a autora diz que uma é melhor que a outra; tanto é que, no final, a Margareth não segue nenhuma delas. A forma como ela só acredita em um Deus, sem título específico, me agradou bastante.
A própria personagem principal, a Margareth, me agradou muito. Ela é uma menina pré-adolescente, que quer ser como as meninas mais velhas, e quer se apaixonar e tudo mais. Ela é uma garota muito esperta, e acho que é um bom exemplo para meninas mais novas.
Outro ponto positivo dessa história é as relações das pessoas mais velhas com a personagem principal. Gostei muito da relação da Margareth com a avó, mas, em especial, da relação da mãe dela com seus pais católicos. Tocou bastante em mim essa parte, a forma como a mãe fala dessa relação com a Margareth, e foi nesse momento que a autora conseguiu estabelecer para mim a sensibilidade dessa história.
Algo que desgostei nessa história foi que, na minha visão, ela terminou meio “do nada”. O final, onde Margareth tem sua primeira menstruação, não é antecipado, e muitos fios ficam soltos na narrativa. Mas, de qualquer forma, não acho que era a intenção da autora amarrar tudo no final como algo fantástico.
A escrita, apesar de simples, já que é um livro infanto-juvenil, me agradou bastante. Tem algumas coisas que me deixaram meio esquisita, como a relação meio questionável do professor com as meninas, e também a forma como a Margareth tratou a Laura no início. Mas é um livro antigo, então isso foi “esperado”.
Em geral, acho que teria gostado mais dessa história se tivesse lido quando era mais nova, quando eu tinha uns 11-13 anos e estava tentando entender porque eu não era tão comprometida com a igreja quanto os outros pré-adolescentes. De qualquer forma, esse livro foi muito gostoso de ler, e recomendo ele!