A Máquina de Fazer Espanhóis

A Máquina de Fazer Espanhóis Valter Hugo Mãe




Resenhas - A Máquina de Fazer Espanhóis


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Taynan Brandão 21/11/2023

Tentei até o último momento
Essa foi pra mim uma leitura desafiadora e que durou mais do que o normal. Não consegui mergulhar na história como deveria, embora fosse uma temática muito importante e com grandes reflexões. Consegui gostar do livro todo apenas por um trecho que deixo aqui abaixo:

?sabes que os peixes têm uma memória de segundos. aqueles peixes bonitos que vês dentro dos aquários pequenos, sabes que têm uma memória de uns segundos, três segundos, assim. é por isso que não ficam loucos dentro daqueles aquários sem espaço, porque a cada três segundos estão como num lugar que nunca viram e podem explorar. devíamos ser assim, a cada três segundos ficávamos impressionados com a mais pequena manifestação de vida, porque a mais ridícula coisa na primeira imagem seria uma explosão fulgurante da percepção de estar vivo. compreendes. a cada três segundos experimentávamos a poderosa sensação de vivermos, sem importância para mais nada, apenas o assombro dessa constatação. o américo respondeu-me, seria uma pena que não se voltasse a lembrar de mim, senhor silva, não gosto dessa teoria dos peixes, porque assim não se lembraria de mim.?
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Danilo116 18/11/2023

Uma carta aberta a terceira idade
O livro traz a história de um protagonista que está na melhor idade e perde tudo sua esposa,a atenção de seus filhos e é mandado para um asilo,sendo exposto a morte e a angústia de simplesmente esperar a morte, porém ele percebe que é necessário estar bem perto da morte pra valorizar o resto de vida que ainda tem,livro sensacional,muito poético e interessante,apenas com uma leitura meio complicada,mas muito bom
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Cicero26 09/11/2023

Um talento em português de Portugal
Valter Hugo Mãe tem aquela mania de que não gosto em Saramago, ficar reinventando pontuação. A forma que ele usa é até mais radical, e às vezes particularmente difícil por não usar interrogações. Dito isso, o romance é uma experiência enriquecedora.
Trata da ranzinzice de um oitentão numa casa de repouso em Portugal, logo após a morte da esposa, por quem ele se mostra apaixonado desde sempre. Numa tentativa de manter sua autonomia, ele termina por criar laços com os outros internos. Mas não é daqueles enredos simplórios, que mostram a transformação dum rabugento num amigável. Nada disso. Aspectos da personalidade do protagonista se mantêm até o final, e ele tem de lidar com suas contradições e com as consequências de suas (des)crenças.
Alguns questionamentos sobre Portugal e sobre ser português aparecem, lembrando A Jangada de Pedra, de Saramago, em que a Península Ibérica se separa sismicamente do resto da Europa. Há um interno na Casa que seria um personagem de um poema de Fernando Pessoa. Muito legal! Diversas partes daquele poema ecoam ao longo do livro, que me pareceu uma grande homenagem à Tabacaria.
Há um tanto de desespero no protagonista pela incompreensão do mistério ou do sentido da Vida. Ele poderia ser o próprio Álvaro de Campos!
A escrita de Valter Hugo Mãe tem momentos de beleza radiante, daqueles que a gente tem vontade de copiar. Não conheço sua obra poética, sei que existe, mas vou procurar outros livros dele.
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Silvia Schiefler 06/11/2023

Interessante arrazoado de Hugo Mãe ao narrar sobre a iminente finitude da vida... Uma casa de repouso com duas alas... Uma com janelas para um jardim, onde se podia ver crianças brincando e outro com vista para o cemitério... De um lado os internos que ainda interagiam e tinham alguma perspectiva de vida e do outro os que jaziam em vida... No meio deste cenário muitas reflexões necessárias e apropriadas sobre a perda de um grande amor... sobre o abandono familiar... sobre o chegar silencioso da morte! Texto rico e bastante reflexivo...
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@menos.uma.pagina 02/11/2023

A eminência do amanhã
Um senhor português, que ficou viúvo há pouco tempo, é colocado pelos filhos em um asilo, local onde definitivamente não queria estar e onde, dia após dia, se vê confrontado pelo fantasma da velhice.
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Valter Hugo Mãe escreve uma narrativa de delicadeza realmente comovente. Uma história que fala ao mesmo tempo da experimentação da velhice, junto das limitações que a acompanhem, e da história de seu país, Portugal. O texto intercala os momentos do asilo, com fragmentos da memória do protagonista que vivenciou o período da ditadura de Salazar naquelas terras.
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É um livro sobre memórias, pode-se dizer. As memórias que muitos portugueses carregam, de um Portugal antigo. O autor injeta na história o patriotismo belo que os portugueses têm por sua nação, introduzindo o Esteves sem metafísica da Tabacaria de Fernando Pessoa e adotando na narrativa o estilo de minúsculas e pontuação reduzida característico de José Saramago.
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Entre idas e vindas no tempo, António, o protagonista, confronta a realidade e fardo de que a memória e as lembranças, podem ser o conforto e ao mesmo tempo o desconforto das pessoas daquele lar. Um lugar que mescla humor e melancolia, nascendo novamente sempre que um de seus habitantes parte.
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Foi uma das histórias mais comoventes que eu li até agora, o autor pincela as páginas de uma escrita poética, ao mesmo tempo humorada, dramática e sincera sobre a velhice. É um dos livros que eu definitivamente sempre recomendarei. E vocês, já leram?
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jmouramachado 01/11/2023

"angústia, sinto angústia"
Que livro intenso! estou sem palavras. só digo que vhm sabe como descrever as sensações, dificuldades e angústias de quem está na "feliz idade", mesmo sem ainda ter chego nela.

"...devíamos ser assim, a cada três segundos ficávamos impressionados com a mais pequena manifestação de vida, porque a mais ridícula coisa na primeira imagem seria uma explosão fulgurante da percepção de estar vivo."
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Beatriz 26/10/2023

Lindo.
Peguei ?A máquina de fazer espanhóis? para ler depois de uma ressaca literária e, por conta disso, acabei cansando rápido da escrita e deixando a leitura de lado. Algumas semanas depois, dei outra chance pra esse livro e encontrei uma história completamente diferente.

Entendi que, para mim, a experiência desse texto está mais nos desenvolvimento dos personagens do que na história em si. Em suma, a narrativa é linda, complexa e arrebatadora.
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Geórgia 22/10/2023

Um livro muito bonito, com reflexões sobre luto, amor e a experiência de envelhecer. Sobre a necessidade do ser humano de ser coletivo mesmo na solidão. Tem um pano de fundo social com reflexões sobre o fascismo dos bons homens e o Portugal salazarista, muito interessante mas fica em segundo plano.

Gosto muito da escrita de Valter Hugo Mãe, nesse livro em especial me lembrou bastante a de Saramago com um toquezinho talvez de Guimarães rosa.

Acho que precisarei ler a máquina de fazer espanhóis novamente quando for mais velha para realmente absorver e compreender o livro.
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Fernanda Sleiman 15/10/2023

Eu estava em um bar lotado, música alta, já na alta madrugada, no caixa para pagar a conta e chegou um conhecido que me falou "a maquina de fazer espanhóis", eu disse o que? Ele respondeu o livro. Leia. Cheguei em casa, as cervejas não me impediram de baixar o livro no kindle para ler no outro dia. Mas essa leitura acabou sendo atropelada pelo "O filho de mil homens" que foi uns dos melhores livros daquele ano (2017). Não consegui terminar esse, abandonei algumas vezes dessa vez retornei. Acredito que a maioria dos livros que não gostamos é por não estar no nosso momento. Consegui finalmente ver o que fez aquele conhecido, no meio de uma madrugada regada a cerveja, sentir a necessidade de indicar esse livro. É uma belíssima história, apesar de que O filho de mil homens continuar sendo meu preferido, esse livro me tocou profundamente.
Krishna.Nunes 15/10/2023minha estante
Eu li O filho de mil homens e As doenças do Brasil esse ano. Dois livros lindos!




Isa409 08/10/2023

Perfeito!!
Nunca tinha lido nada do autor e agora já quero ler tudo dele.
A escrita é muito boa, fluida e me prendeu do início ao fim. Me senti dentro do Feliz Idade vivendo de perto toda a angústia do personagem. Além disso achei a sacada do título muito boa, amei a leitura
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InAs133 28/09/2023

Termino de ler essa obra já sentindo saudades. A maquina de fazer espanhóis me acompanhou por alguns meses, e sinto que nesse periodo me apeguei ao protagonista da mesma forma que me apeguei aos outros personagens. Ele aborda de maneira belíssima a experiência de chegar a terceira idade, com todas as suas dores e os seus deleites. Lindo e transformador.
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Nandoca 19/09/2023

Sensível e marcante
A princípio achei um livro de difícil leitura, mas depois que pega o embalo não dá pra parar de ler.
Chorei horrores, muito lindo o amor de Silva e Laura, mas mais lindo ainda é a possibilidade de se reinventar em meio aos lutos inerentes ao ser, se deixar tocar pela arte e a benção que é ter amigos. Esse livro chegou pra mim na hora que eu mais precisava. Ainda bem :)

?nunca teria percebido como um estranho nos pode pertencer, fazendo-nos falta. não era nada esperada aquela constatação de que a família também vinha de fora do sangue, de fora do amor ou que o amor podia ser outra coisa, como uma energia entre pessoas, indistintamente, um respeito e um cuidado pelas pessoas todas?
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Alyne66 06/09/2023

Primeiro dele
Gostei muito da leitura, irei me aventurar em outros do autor. É uma leitura bastante filosófica, que te faz duvidar se algumas coisas realmente aconteceram ou se é só imaginação.

Livro sobre velhice, luto, amizade, amor e morte.

A nota se justifica pelo fato de não estar acostumada com a forma que o autor dispõe os textos. Sem travessão para indicar diálogos, parágrafos muito longes e devaneios que se confundem com a realidade sem ser esclarecidos se são ou não reais, o que faz com que o livro que é "pequeno" ser um pouco massante.

Mas mesmo assim, acho que vale a leitura e lerei outros do autor, achei bem diferente.
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Mari 05/09/2023

Meu primeiro contato com Valter Hugo Mãe e adorei a escrita dele, pois me lembrou muito a do Saramago.

Essa é uma história sobre luto, remorso e a solidão da velhice.

Como apontado no prefácio escrito por Caetano Veloso (a propósito, leria facilmente um livro escrito por ele), achei o uso de maiúsculas e pontuações nos capítulos que a polícia aparece em cena, uma maneira sutil de mostrar a rigidez pelas normas e regras impostas pelas autoridades, remetendo ao período da ditadura de Salazar, que é mencionado pelo protagonista em vários momentos, reforçando o remorso que sente por suas ações nesse período e a percepção do fascismo que carrega em si mesmo.

Pela narrativa ser um fluxo de consciência do personagem, algumas partes são confusas, pois não sabemos se aconteceram ou se foram imaginadas por ele.
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Julia3334 03/09/2023

O aspecto estético do livro, de parágrafos extensos, ausência de letras maiúsculas e de outros marcadores (como travessões, aspas) fazem com que eu tenha bastante dificuldade em dar continuidade à leitura, além de dificultarem minha concentração e fazerem com que eu perca a linha de raciocínio.

Dito isso, tenho a dizer que é uma história linda. Linda não porque fala de coisas agradáveis, mas porque retrata assuntos que devem ser mais explorados com realidade, como são a velhice, o abandono e a morte.

Com toda certeza, precisarei fazer uma segunda leitura com mais carinho, mas posso dizer que, com bastante esforço, vale a pena!
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