A máquina de fazer espanhóis

A máquina de fazer espanhóis Valter Hugo Mãe




Resenhas - A Máquina de Fazer Espanhóis


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Alyne66 06/09/2023

Primeiro dele
Gostei muito da leitura, irei me aventurar em outros do autor. É uma leitura bastante filosófica, que te faz duvidar se algumas coisas realmente aconteceram ou se é só imaginação.

Livro sobre velhice, luto, amizade, amor e morte.

A nota se justifica pelo fato de não estar acostumada com a forma que o autor dispõe os textos. Sem travessão para indicar diálogos, parágrafos muito longes e devaneios que se confundem com a realidade sem ser esclarecidos se são ou não reais, o que faz com que o livro que é "pequeno" ser um pouco massante.

Mas mesmo assim, acho que vale a leitura e lerei outros do autor, achei bem diferente.
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Mari 05/09/2023

Meu primeiro contato com Valter Hugo Mãe e adorei a escrita dele, pois me lembrou muito a do Saramago.

Essa é uma história sobre luto, remorso e a solidão da velhice.

Como apontado no prefácio escrito por Caetano Veloso (a propósito, leria facilmente um livro escrito por ele), achei o uso de maiúsculas e pontuações nos capítulos que a polícia aparece em cena, uma maneira sutil de mostrar a rigidez pelas normas e regras impostas pelas autoridades, remetendo ao período da ditadura de Salazar, que é mencionado pelo protagonista em vários momentos, reforçando o remorso que sente por suas ações nesse período e a percepção do fascismo que carrega em si mesmo.

Pela narrativa ser um fluxo de consciência do personagem, algumas partes são confusas, pois não sabemos se aconteceram ou se foram imaginadas por ele.
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Julia3334 03/09/2023

O aspecto estético do livro, de parágrafos extensos, ausência de letras maiúsculas e de outros marcadores (como travessões, aspas) fazem com que eu tenha bastante dificuldade em dar continuidade à leitura, além de dificultarem minha concentração e fazerem com que eu perca a linha de raciocínio.

Dito isso, tenho a dizer que é uma história linda. Linda não porque fala de coisas agradáveis, mas porque retrata assuntos que devem ser mais explorados com realidade, como são a velhice, o abandono e a morte.

Com toda certeza, precisarei fazer uma segunda leitura com mais carinho, mas posso dizer que, com bastante esforço, vale a pena!
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Oliver- 02/09/2023

"Precisava deste resto de solidão"
VHM fala sobre a velhice, o abandono, a proximidade da morte, faz críticas religiosas e comenta sobre a ditadura. Diante de tantas mensagens que a história nos transmite, acredito que a principal seja sobre acreditarmos mais nas pessoas, na humanidade, uns nos outros. E essa mensagem tem um peso muito grande no fim da leitura que, a propósito, termina de forma perfeita : "Angústia, sinto angústia."

Em comparação aos outros livros de VHM, esse foi o que me agradou menos. Mas nem por isso significa que é uma leitura ruim. Pelo contrário, a história é lindíssima. Talvez seja o assunto tratado no livro que não me desperta tanto interesse. Mas indico de qualquer forma. E indico também os outros livros de VHM, como : O Filho de mil homens e Serei sempre o teu abrigo.
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gabriecost 30/08/2023

Um ensaio sobre a velhice, o luto e a política
Já no prefácio, escrito por Caetano Veloso, me emocionei profundamente. Ler sobre a sua experiência com a obra nos traz um vislumbre do que iremos experimentar ao adentrar as páginas seguintes.

António Jorge da Silva acaba de perder sua esposa e agora se vê morando em um lar de idosos. É desse ponto que passamos a conhecer sua história, a acompanhar o seu processo de luto e sua adaptação com os outros moradores do lar, bem como com os funcionários.

O livro, além disso, faz referências à história política de Portugal, entrelaçando esse contexto ao do personagem principal, de uma forma rica e poética.

A escrita toda em letras minúsculas, usando pouca variação de pontuação, até mesmo não utilizando interrogação para as perguntas, não dificultou em nada a leitura. Mãe, com sua forma cativante e irreverente, nos deixa confortáveis com esse experimentalismo.

Ainda sobre a escrita do Valter Hugo Mãe, é uma das coisas que mais me deixa maravilhado nesse mundo. Ao mesmo tempo que me traz uma certa melancolia, me dá também uma vontade de experimentar a vida de um jeito mais verdadeiro, sensível.

O autor ganhou um espaço especial no meu coração desde que li o filho de mil homens. Agora não vejo a hora de ler outro, outro e mais outro...
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Bianca | @citacaoemcitacao 02/08/2023

Envelhecimento e solidão... e a vida
Acompanhar a rotina, pensamentos, lembranças e aflições desses senhores foi algo novo, envelhecimento e solidão... Impossível não compactuar com eles da nostalgia e acabar sentindo saudade do que ainda nem vivi.

"...e que a vida era só isto. é só isto, um novo modo de ter saudades, ou de lhes sobreviver."

...Me despedindo do Feliz Idade!

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Lau 29/07/2023

Eu tenho um chamego muito forte pela escrita do valter hugo mãe, acho sensacional como ele sempre me faz mergulhar em seus livros e nesse não foi diferente. um livro sobre o luto, velhice, amor, amizade e medo. a angústia de ser assombrado pelo fantasma da morte e da inutilidade senil. senhor silva e a sua laura, o fascismo e a metafísica, os corvos e as cartas, algumas vezes a leitura foi lenta e arrastada, mas vhm sabe como guiar o leitor de forma sublime. uma bela e deliciosa prosa poética. recomendo sempre vhm!
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Bruna 20/07/2023

Máquina de Fazer Espanhóis
Preparem-se sofredores, o tempo não é linear?

Simplesmente tudo que eu amo em um livro tem nessa obra. Uma melancolia muito boa de ler!
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Luciana 01/07/2023

Portugal, memória e relações humanas
Muito mais do que um ensaio sobre a velhice, a obra de Mãe trata aspectos fundamentais da história portuguesa, em especial do período ditatorial salazarista, e do contexto sociopolítico contemporâneo, e como isso molda as relações humanas que ali se estabelecem.
O livro é forte, denso, e por vezes (mtas!) triste. Mas não haveria como ser diferente ao buscar retratar a vida e a morte, com suas memórias, amores e dores.
Leitura fantástica!
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Kau 28/06/2023

Após a morte de sua amada esposa, senhor Silva é internado em um asilo de idosos para viver o resto de seus dias. Durante esse período, acompanhamos os passos do personagem, que percorre o caminho do luto e da velhice, realizando questionamentos acerca do amor, política, pobreza, fama, etc. Em meio à esses vários questionamentos, os moradores do lar encontram uma família "unida sem parecenças no sangue, apenas no destino de distribuirmos a solidão uns pelos outros".
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Bruna 13/06/2023

Que narrativa incrível
O livro consegue trazer o sentimento do personagem, com uma narrativa inexplicavelmente boa, todos os personagens faz com que gere um apego enorme, é a primeira vez que eu leio o livro do autor e já me apaixonei, é um dos melhores livros que eu já li na vida. São sentimentos tão únicos, tão particulares, mas que traz consigo uma coletividade, e abre pra diversas interpretações.
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Gabriel 04/06/2023

Os herdeiros de uma nação sem habitantes
Adotando um estilo de escrita que muito reverencia a prosa de Saramago, o texto do Valter Hugo Mãe aqui abdica de tecnicalidades como a hierarquia das letras maiúsculas e nivela toda palavra a uma altura encolhida, quase curvada em timidez, mas ressabiada e pronta para vinganças silenciosas que chegam sem aviso. Assim, diante de elucubrações que passeiam com passos largos entre mágoa e fascínio, a narração do recém viúvo António Jorge da Silva – e Silva como tantos outros com quem esbarra -, nos despista sempre das iminências lúgubres do seu ambiente novo, um lar de idosos, e também de suas ações fatais contra uma vizinha de quarto.
As longas horas e tédio abrem frestas antes costuradas no passado do nosso Silva protagonista, uma história do exemplar homem familiar português que foi combustível cultural de uma das ditaduras mais longevas da era moderna. A dedicação absoluta aos filhos e a mulher como única verdadeira amiga durante a vida não é um cenário raro, mas sim a exata expectativa de um governo de exceção onde se dissipa qualquer senso de comunidade em prol de uma fantasia muito mais abstrata de nação. Ao se ver sem o amor de sua vida e se sentindo abandonado no leito de morte pelos filhos, Silva redescobre ao longo de vários capítulos e indivíduos múltiplos que cruzam seu caminho neste réquiem crepuscular coletivo.
A princípio parece ao Silva quase uma traição com sua esposa, este resto de vida sem ela, principalmente quando, com espanto, conhece Esteves, um sujeito que alega ser personagem de um dos poemas mais célebres da língua portuguesa escrito por Pessoa. Inclusive Esteves nutre certa mágoa por ter sido acusado de “sem metafísica” tão levianamente pelo poeta, visto que às vésperas de fazer 100 anos ainda se sente um sujeito repleto de alma pelas coisas vividas. Esta possibilidade ao fim de tudo que se experimentou de ainda ser deslumbrado por um encontro extraordinário, participar de uma história contada a tantas mãos, faz ruir segmentos inteiros da muralha que Silva construiu toda sua vida pois acreditava que esta era a maneira de maior retidão moral de ser um cidadão honrado.
Esse isolamento emocional é o próprio ato de herdar Portugal e sua violência disfarçada de cordialidade e, conforme o tempo passa, mais memórias revelam o profundo desgosto de Silva consigo mesmo, levando-o a rebeliões tímidas como se desvencilhar do catolicismo e maltratar uma estatueta de Maria, mas também confessando arrependimentos medonhos, como ter entregue um jovem de oposição política às forças militares. Um jovem que tinha família, Silva pensa, e que se fosse seu filho, tanto faria para proteger. Mas nada tinha a ver com ele além de provocar o desafio de servir à uma pátria mais que satisfeita em deixa-los todos na faixa da miséria necessária para domesticar a todos sem mata-los por inanição. A vida prometida pela moral fascista era a de homens bons – como revela já o título do primeiro capítulo -, pacatos e inofensivos, mas isto só culminou em arrependimentos e solidão para Silva.
Apesar de seu sentimento particular quanto a suas escolhas, o sentimento de inferioridade parece ser herdado também por todos os portugueses nesta narração, a ralé da Europa, o resultado de um povo igualmente desunido e servil. A ironia deste contraste é acentuada na presença de um sujeito espanhol disposto a agredir qualquer um no lar de idosos que duvide dele ser um português típico do Alentejo. Esta imigração mental é desconexa para todos os outros que estão acostumados a um século de portugueses mais sortudos emigrando para sua vizinha espanhola, dispostos a encontrar ali uma verdadeira dignidade. Portugal não cria portugueses, este “arremedo de península” é uma máquina de fazer espanhóis.
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Mariana.Sanchez 31/05/2023

Gostei.

A parte da gramática dificulta um pouco a leitura, senti que deu uma atrasada. Para mim a leitura foi bem arrastada, sempre demorava para fluir e quando eu gostava do capítulo ele já acabava.

Gostaria que tivesse contado mais sobre os filhos, mas entendo que seja sobre o protagonista apenas.
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Isis.Borges 27/05/2023

Depois que nos tornamos velhos não há mais nada a se tornar, quando somos bebês ainda nos tornaremos crianças, depois jovens, em seguida adultos, mas quando atingimos a velhice a perspectiva é só a de ficar tranquilo para partir tranquilo.
O Sr. Silva após ir morar no asilo, não por vontade própria, aos poucos foi se acostumando a rotina e fazendo novas amizades, relembrando seu grande amor que se foi, a vida de barbeiro, os desentendimentos com os filhos e principalmente a vida como português numa época regida por Salazar.
Tocante.
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Zé Guilherme 09/05/2023

O julgo dos homens. O crivo do tempo.
Que texto difícil. Que obra complexa. É daqueles livros que você precisa de um pouco de paciência para embarcar, mas quando deslancha, entrega um dos mais interessantes ensaio sobre a velhice que já li. Confesso que demorei a compreender o universo apresentado pelo autor, mas quando eu menos esperava, me encontrava arrepiado com alguma passagem do Silva e seus amigos do lar de idosos.

Acho que de todas as discussões levantadas por Mãe, aquela de ?roubar a metafísica dos homens? e a do ?fascismo dos homens bons?, é a que mais consegue mexer com a gente. Infelizmente achei o fim um tanto quanto abrupto, mas entendo a proposta. Um livro-chamado, verdadeiro e com ares de tratado sobre as relações que construímos durante a nossa jornada nesse plano.
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