I Who Have Never Known Men

I Who Have Never Known Men Jacqueline Harpman




Resenhas -


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mariana 23/06/2023

i began to think, and everything changed.
sem saber como ou porquê, 40 mulheres foram aprisionadas em um bunker há muitos anos. vigiadas por guardas a todo momento, elas possuem restrições: não podem se tocar, não podem se ferir, não podem causar tumulto, dentre tantas outras coisas. caso contrário, sofrerão consequências. um dia, sem aviso prévio, elas se encontram livres. mas do quê estão livres? será que estão mesmo livres? o que as aguardam do lado de fora do bunker?

acompanhamos o monólogo de uma menina sem nome, que nunca conheceu o mundo fora do bunker, que nunca conheceu um homem, nunca viu o céu, leu um livro ou fez qualquer coisa que estamos tão habituados. ela, que é diferente de todas as outras mulheres - já que nunca conheceu nada e não tem noção alguma do que poderia vir a conhecer - guia destemidamente seu grupo em um "novo mundo". mas que mundo é esse? onde elas estão? ainda é a terra? existem outras pessoas?

a lista de interrogações é imensa. somos movidos por angustiantes perguntas sem respostas. refletimos sobre humanidade, tempo, solidão, coletividade e tantas outras coisas. é uma leitura fascinante, uma jornada intrigante e bastante reflexiva. um grande monólogo sobre a existência humana.
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Nath @biscoito.esperto 16/04/2024

"Você não tem ideia do que significa ter um destino, então você é incapaz de entender como é ter perdido esse direito".
Jacqueline Harpman foi uma psicanalista e escritora belga. Sua juventude foi marcada pela invasão nazista em seu país, e é possível ver ecos deste trauma em sua obra.

Com o título brasileiro de "Eu que nunca conheci os homens" este livro de ficção-científica foi publicado pela primeira vez em 1995. Esquecida, a obra só voltou a chamar a atenção recentemente.

O livro conta a história de uma protagonista sem nome que cresceu numa espécie de bunker. Desde que se conhece por gente ela vive confinada com outras 39 mulheres. Das prisioneiras, ela é a única que nunca conheceu o mundo real: foi presa quando era bebê e só conhece aquela realidade.

Um dia, quando um evento misterioso se desenrola e a porta do bunker é deixada aberta, as 40 mulheres conseguem escapar. O que elas encontram lá fora é um enorme enigma, e vou deixar essa parte de lado para evitar spoilers 👀

Falo com tranquilidade: este livro é fenomenal, uma obra prima da ficção-científica. Vivemos dentro da mente de uma protagonista completamente removida das amarras sociais, uma pessoa que nunca conheceu a sociedade humana e que só conviveu com 39 pessoas, todas mulheres. É espetacular acompanhar seu crescimento, seu despertar sexual e seu desejo de compreender um passado inalcançável. Além disso, somos espectadores de um mistério: afinal, por que estas mulheres foram confinadas?

Recomendo demais esta leitura, foi um dos melhores livros que li até agora em 2024!

site: www.nathlambert.blogspot.com
Meire 20/04/2024minha estante
Adorei sua resenha! Fiquei com vontade de ler o livro!




yas :) 28/08/2023

Anger was my only weapon
Está aqui um livro que não pede nada de você, mas que também te entrega apenas o suficiente, sem satisfazer suas questões pessoais.

Definitivamente não é um livro feito para agradar o leitor, aliás, a sensação que dá é a que somos enganados e o livro chega ao fim sem realmente ter saído de lugar nenhum. Mas é justamente isso que eu amei nessa história. Não é uma narrativa para te dar respostas, é uma narrativa que te faz pensar, que te toca em lugares que você não gostaria de ter sido tocado.

É absurdo, mas ao mesmo tempo é extremamente real. Minha cabeça agora flutua entre questões de humanidade, solidão, amor, pertencimento, companheirismo.

O monólogo sobre como o tempo só existe quando estamos com outra pessoa deve ser uma das coisas mais bonitas que li em um bom tempo.

Livro incrível!
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Thaisa 04/09/2023

A perfeita distopia: existencialista, feminista e filosófica
Logo no início desse livro conhecemos uma protagonista (sem nome), já em idade avançada, escrevendo suas memórias, começando por sua infância: quando pequena, ela foi jogada em uma cela com mais 39 mulheres que eram incessantemente vigiadas por guardas, recebendo o mínimo possível: água, comida e, vez ou outra, tecidos. Mas ninguém sabe quem está mantendo-as ali e por qual motivo elas estão trancafiadas há anos...
Essa trama, tão simples e tão complexa, é narrada quase em um fluxo de consciência por essa menina, apresentando-nos uma espécie de romance de formação e resultando em uma história que podemos dividir em 3 partes: a jovem tentando aprender sobre o mundo lá fora, já que ela se sente desconectada das outras mulheres que se recordam do passado, enquanto tudo que ela conhece é a vida dentro daquela jaula; assim, ela passa a conjecturar sobre o tempo, o espaço, a literatura, a matemática, o amor, a vida, a morte, o que poderia estar acontecendo, qual a razão de estarem ali e como ela poderia escapar. É então que, num belo dia, os guardas estão entregando comida para as mulheres através de uma portinhola na grade quando soa um alarme... Desesperados, eles saem correndo, derrubando as chaves e permitindo que a protagonista abra a cela e liberte as mulheres.
Aí entramos na segunda parte em que essas mulheres, agora livres, saem desorientadas por esse mundo quase desértico onde não encontram ninguém, as estações do ano são quase inexistentes e a única coisa com que se deparam frequentemente são mais prisões como a delas - e seus mortos. Isso leva nossa protagonista (e os leitores) a refletir sobre o que realmente é a liberdade, o que ocorreu nesse mundo e até se ela está na Terra. Mas por não ter conhecido a realidade que as outras mulheres tanto sentem falta, tudo é novo para ela e a sede de conhecimento e a vontade de explorar apenas aumentam na vida da personagem que, ao longo do tempo, adquire mais saber, coloca sua energia em prática e reflete, sem parar, sobre o mundo - independente de qual for.
Na última parte, já idosa, ela nos leva, através desse manuscrito, ao seu surpreendente presente, às suas descobertas, aos seus sentimentos, à sua vida solitária e às experiências que viveu até o momento.
"Eu Que Nunca Conheci os Homens" é um livro catártico e reflexivo, uma distopia filosófica e feminista que é uma grande analogia, dolorosa e crua, sobre o que é ser mulher, além de refletir a vida da própria autora que, durante a guerra, precisou fugir de seu país, a Bélgica, com sua família judaica por medo do aprisionamento e da morte, sem contar que ela se tornou psicanalista e colocou, com perfeição, tantas questões existencialistas nessa obra.
A escrita é poética e bela, instigante e fluida, e um livro tão rápido e curto se torna uma trajetória profunda e dolorosa por dentro de nós mesmos. O impacto dessa trama é imenso e desperta múltiplas emoções no leitor, de sorrisos à lágrimas, principalmente em mulheres, já que retrata nossos medos, nossas angústias, nossos pensamentos, nossos sentimentos e como é viver sendo uma mulher em uma sociedade que tenta nos aniquilar.
Mesmo a história intrigando o leitor e fazendo com que ele teorize e busque explicações, a intenção da autora nunca foi explanar o que está acontecendo mas, sim, fazer com que nós reflitamos sobre os mais diversos tópicos, desde os mais mundanos até os mais complexos. O livro provoca mil perguntas e oferece zero respostas, o que é crucial para entendermos, ao lado da protagonista, que o importante não é o destino, mas a jornada - afinal de contas, quantas vezes não somos pegos em vários dilemas e nos indagamos, constantemente, sobre coisas das quais jamais teremos respostas? Assim como a protagonista, não sabemos de onde viemos e nem para onde vamos, transformando esse livro em um perfeito reflexo da vida, de todas as dúvidas que nunca serão sanadas e da nossa sede de conhecimento que nunca será saciada.
Caminhando junto da protagonista, sentimos tudo o que ela sente, nos vemos desesperados e desamparados, imersos no enredo, questionando tudo e todos, seguindo sem rumo na trama (e na vida), tentando entender quem somos, onde estamos, para onde vamos e se existe um propósito em tudo isso.
O melhor livro que li em 2023 (até agora) e que se tornou um dos meus favoritos da vida é, de fato, "Eu Que Nunca Conheci os Homens", um deleite melancólico e existencialista sobre o que é ser mulher e que ainda nos ajuda a compreender, finalmente, que o mais importante de tudo nunca será o ponto final, seja da narrativa ou da nossa existência: são as reticências deixadas ao longo do caminho...

Mais resenhas no instagram literário @livre_em_livros e no canal do Youtube "Livre em Livros"!
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Tony92 29/07/2023

“I was forced to acknowledge too late, much too late, that I too had loved, that I was capable of suffering, and that I was human after all.”
I was engrossed with this book from the very first few pages that I read. The story of an unnamed teenage young girl with no memory of who she is, the youngest of 39 other women permanently locked in a cage always surrounded by three guards without any concept of the outside world. This is a very interesting premise and asked a lot of questions of the girl as well as the reader.

I loved that the book was told from the perspective of the girl almost like a diary. I admired her palpable thirst for knowledge. She knew nothing as she was locked up, but wanted to know as much as she could about the outside world even if it was useless knowledge. She still wanted to know. Her knowledge of everything was shown when the women escaped. She was first out of the cage, to go outside, and urged the other women on. Her role reversed from an angry frustrated girl low in the hierarchy of the woman to one of the main leaders of the group. Her curiosity about everything was almost sad. She was deprived of: the sun, the sky, the moon, an education, what a period was, a hug, a kiss, and love. She had no idea what these things were and now she was outside in the world she wanted to know.

Her relationship with Anthea was heartwarming. She was almost a mother figure to her and taught her everything she knows and their relationship brought out some of the saddest moments of the book.

"There was a pain in my heart as powerful as the pain of the cancer in my belly, and I who no longer speak because there is no one to hear me, began to call her. Anthea! Anthea! I shouted."

Throughout the book the daunting realizations of the women's survival become apparent in the barren world they have entered and the pure loneliness that She felt was deeply saddening. She spent 40 years looking for answers to who she was, why was she locked up, where she was, and everyone else in the world, but she had more questions than she ever got answers. Her life was so limited she had never even spoken to a man or heard a man speak had no idea who he mother was or if she had one. All these questions I asked myself and more when reading this book.
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thai 08/01/2024

My memory begins with my anger.
"I Who Have Never Known Men" was my first read of 2024, and i feel it will linger in my mind for a lifetime. forty women are confined in a bunker without any apparent reason, monitored by guards who neither speak to each other nor the women. this book doesn't provide any answers to the unfolding events. the uncertainty and sadness about not knowing the true story of those women and what truly happened will haunt me forever.
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Natalia 08/01/2023

Fascinante!
Um livro muito a frente do seu tempo sobre mulheres isoladas em um possível planeta desconhecido. Curtinha mas muito profunda, com personagens e história marcante.
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Julia.Maranzatto 08/11/2023

Milhões de interrogações ficaram na minha cabeça, mas esse livro é lindo! Um perfeito monólogo sobre a existência humana e feminina, a solidão, sobrevivência, amor?
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kkkkkkkathleen 02/04/2023

Eu que queria nunca ter conhecido homens
Imagine não conhecer o conceito do patriarcado e do capitalismo, que benção deve ser
a narradora é muito realista, pé no chão, não por formação de caráter, mas porque ela nunca foi socializada no mundo em que vivemos. talvez ela nem esteja no nosso mundo, uma dúvida que permanece o livro inteiro
a história é muito boa, mas a narração é um pouco maçante. as reflexões são interessantes, muito baseada nos ?e se???, mas como ela refletiria sem ser desse jeito, uma vez que tudo que ela sabe é por causa de suas companheiras? no fundo, ela não sabe de nada do mundo ociental e isso torna tudo meio etéreo
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Rebecca 17/12/2023

Li esse livro com um aperto no coração durante cada palavra, eu desconfiava muito que não teria respostas e realmente não teve.
Ainda estou refletindo sobre tudo o que li, mas com certeza vai ser daqueles livros que vou me pegar pensando muito ao longo dos anos ainda mastigando todas as falas desse livro tão rico em pensamentos.
Favoritado
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bmeetsevil 25/05/2024

A comunhão da mulher?
Nada nesse mundo banca a capacidade de mulheres de resolverem QUALQUER coisa em conjunto, de sobreviveram a tudo e todos. É um livro tão simples, tão pacato, mas é exatamente essa ausência de eventos de reviravoltas que faz ele ser tão triste e solitário
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Daisy 16/04/2023

Eu que perdi o meu tempo com esse livro
Fui na cantiga do hype. Um livro de 200 páginas demorou me quase duas semanas a ler, mais pareceram 600.

Nem é o problema de não responder a nenhuma pergunta que coloca (embora isso seja dececionante), é a pura repetição de tudo. Andou, andou, andou, mas não foi a lado nenhum.

Capítulos enormes, parágrafos imensamente longos, muitas perguntas com zero respostas, desenvolvimento de personagens secundárias inexistente, cenários repetidos, nada de novo por página atrás de página atrás de página.

Ler esse livro foi uma tarefa e só não desisti porque era curto e pensei mesmo que fosse ter uma resolução decente mesmo que não respondesse a todas as perguntas.
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cadeasofia 25/01/2024

O livro é muito agoniante, a cada momento que passava de página e chegava perto do final eu sentia que tinham muitas poucas páginas que faltavam para explicar toda a trama que aconteceu no começo e etc.
você fica muito confusa e cria milhões de teorias sobre o que está acontecendo, o final foi frustrante por não conter essas respostas mas ao mesmo tempo, muito realista por não satisfazer o leitor nem a protagonista com a grande incógnita que foi sua vida.
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itisrafa 17/02/2024

?Eu que nunca conheci os homens? foi o primeiro livro que li em 2024 e com certeza vai me assombrar pro resto da vida

É um romance profundamente introspectivo sobre esperança, solidão e as coisas que dão sentido à vida. Ele oscila entre o sentimento revigorante de esperança e a angústia entorpecente do desespero, carregando uma tristeza que os livros tristes mais famosos nem sonham em retratar.
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