Bru 07/04/2019Altos e BaixosParticularmente A-M-O este autor. Meu primeiro contato com seu trabalho foi quando eu ainda estava no ensino fundamental, ao ler o conto ‘O Gato Preto’ para fazer um trabalho da escola. Encantei-me por sua escrita de cara. Devo confessar que tenho uma queda por histórias de terror. Eu gosto de histórias com um suspense rondando no ar, aquelas que nos fazem roer as unhas e nos dão arrepios. Aquelas que nos deixam em uma agonia sem tamanho.
Então, tendo eu esta paixão por terror, na época viciei no conto de Edgar. Ele é todo trabalhado no mistério. Amei! E quando eu estava em uma das feiras do livro aqui de Porto Alegre, com a minha melhor amiga, e vi este livro do Poe em uma das banquinhas, não me segurei e o adquiri, feliz da vida.
Mas como nem tudo são flores, vou ter que dizer que só não dou nota mil para este livro por dois principais pontos: primeiro, o autor que fez a tradução colocou notas demais em algumas partes. Achei chato, pois eu ficava em um beco sem saída, ou lia e via que era algo desnecessário, ou não lia, mas ficava com a pulga atrás da orelha pensando se era ou não alguma informação relevante sobre aquele conto em particular. Chegou um ponto que simplesmente parei de ler suas notas, algumas eram realmente dispensáveis. O segundo ponto é que, mesmo Poe sendo um autor muito, muito bom mesmo, algumas de suas histórias eu não entendi, ou achei meio monótonas, talvez pelo próprio fato de não ter entendido. Não posso dizer que gostei de todas, mas sim que aprovei a maioria.
Abaixo farei conforme a resenha de Formaturas Infernais, onde comentei conto a conto para poder expressar minha opinião sobre cada um em particular, sem fazer injustiça com nenhum deles.
A QUEDA DA CASA DE USHER:
Este foi o conto de abertura, e é um bem curtinho. Não achei nada de muito impressionante nele. Esperava um pouco mais de terror, ou talvez eu estivesse distraída demais e não tenha percebido sua profundidade, na verdade acabei achando meio vazio e superficial. Não fez muito sentido no final, mas não foi dos piores.
O BARRIL DE AMONTILLADO?
Já tinha lido este anteriormente, e adoro ele. Trata de vingança, e o protagonista faz isto muito bem, de uma forma sádica e por vezes sarcástica. Fiquei com medo dele, de verdade. Ele é mau, mas sem ser aloprado. Permanece numa frieza que dá calafrios no leitor.
O GATO PRETO:
O que posso dizer mais do que já comentei lá em cima? É o meu preferido! Foi o primeiro que li de Poe e o que mais amo. Talvez pela questão de eu ter tido uma gata preta até um tempo atrás, talvez pela nostalgia que me traz da escola, ou simplesmente por ser muito bem construído. Um dos melhores!
BERENICE:
Sabe que esse eu nem me lembro bem? Acho que o protagonista e esta tal Berenice eram primos, e acabaram se envolvendo, mas não recordo do enredo em si e nem de sua resolução. Sei que não achei muito interessante.
MANUSCRITO ENCONTRADO NUMA GARRAFA:
Este não tem tanto terror, mas sim bastante agonia proveniente do desconhecido. É uma viagem marítima psicótica e psicodélica que me deixou meio tonta.
WILLIAM WILSON:
Se o anterior foi uma viagem marítima, este foi uma viagem, e ponto! Bem louco, mas incrivelmente bom. Ele é todo intrigante e termina em uma resolução de tirar o fôlego.
OS CRIMES DA RUA MORGUE:
Se o Gato Preto é meu preferido, este com certeza vem logo atrás. Não tem muito terror propriamente dito, mas tem muito mistério, investigações e resoluções inteligentes. Me lembrou muito as histórias perfeitas da Agatha Christie. Amei!
O MISTÉRIO DE MARIE ROGÊT:
Longo demais, cansativo demais. É meio que uma continuação dos Crimes da Rua Morgue, meio que baseado em fatos reais, meio que totalmente chato. Fico triste em dizer isso, mas não gostei deste conto, não.
A CARTA ROUBADA:
G-E-N-I-A-L! Terceiro da série protagonizada por Dupin, um homem incrivelmente perspicaz, que estava presente nos dois contos anteriores, e que desempenhou um ótimo papel neste conto. Achei a resolução desta história uma das melhores.
METZENGERSTEIN:
Diferente, legal, mas diferente. Meio diabólico. Mas me conquistou por possuir cavalos. Amo cavalos!
NUNCA APOSTE A CABEÇA COM O DIABO:
Um dos mais macabros do livro. Apenas isto! Realmente arrepiante e super bem desenvolvido.
O DUQUE DE L’OMELETTE:
Esse foi o pior de todos. Nem terminei de ler, pois foi realmente um fracasso. Sério, horrível! Não entendi nada, pois metade do texto estava escrito em Latim, e cheio de notas do autor, que eu não entendia nada. Ai, desisti na metade da leitura. Desculpe-me Poe.
O POÇO E O PÊNDULO:
O que foi isso, minha gente? Incrível! Vai pra lista dos melhores. Surpreendente, intrigante, agoniante, bom demais. É um dos clássicos de Edgar.
Bem, estas foram minhas considerações. No fim o livro acabou sendo bem bom, mesmo tendo alguns pontos negativos. Mas Edgar Allan Poe é o Edgar, minha gente! É sempre bom. Super indicado este livro.
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