Gu Henri 09/11/2019
Não compreendo como um autor como Astúrias é tão pouco conhecido e divulgado no Brasil e na América Latina, sendo uma tarefa ardúa encontrar até mesmo livros digitalizados do autor.
É um dos nomes grandes dos que renovaram a linguagem literária, e na figura de intelectual não poderia a Astúrias faltar-lhe o engajamento político, ainda mais sendo um estudioso da cultura nativa, e conhecedor do sofrimentos dos povos e das nações que, sob o mando e desmando dos EUA se tornavam Vietnãs pouco conhecidos do mundo.
A crueldade com que estes contos são escritos, sendo considerada tanto a visão do colonizador como a do colonizado, de vilão para herói, é intensamente uma ousadia, ainda mais se considerar que é um romance formado por contos, e o que os une é um evente num determinado contexto, ou seja, um acontecimento num espaço e num certo período.
Mas o mais impactante é de ler Week-End na Guatemala e não precisar sequer fazer um esforço imaginativo para se pensar nas situações, pois parecem se repetir -ou melhor- nunca terem acabado, e sempre continuado a existir. O que torna o livro extremamente importante para entender o colonialismo e o que se passa na nossa América Latina. Tudo parece que já foi vivido, escrito, sofrido e parece se repetir... talvez não o seja pelo esquecimento.