Khadja 24/04/2021
O riso acima da porta
Uma das primeiras coisas que senti ao ler os contos que compõem esse livro foi estranheza. Não entrava na minha cabeça que as histórias míticas misturadas com o quê de cinismo tão próprio do estilo de Marina Colasanti pudessem ter, ao mesmo tempo, um caráter infantil.
Depois, percebi que o problema que eu achava estar no livro estava, na verdade, comigo, que, adulta que sou, esqueci das levezas e questionamentos que surgem na infância e fazem ressoar a ?absurdidade? do mundo ao redor. Os contos são, na verdade, muito bonitos e parecem se passar em um outro mundo, onde não existem limites para o que quer que seja.
Ao final do livro, me senti impelida a atribuir um novo olhar sobre a minha (ou nossa) realidade. Nem tudo precisa preencher padrões ou ser definitivo e, no fim do dia, o absurdo é, na verdade, a mais normal das coisas.