Clio0 13/01/2013
O primeiro volume da trilogia de Suzanne Collins é uma surpresa, pois ao invés de ser um romance mela-cueca, é na verdade uma aventura razoável com uma boa dose de ceticismo.
Jogos Vorazes trata de uma população pós-apocalíptica que sofre sendo oprimida pela Capital, que usa um método cruel de punição - o jogo a que se refere o título, uma espécie de Reality Show brutal onde adolescentes devem se matar.
Sim, é uma fórmula batida, típica de sessão da tarde. A diferença é que Collins vira o jogo e usa uma adolescente forte como protagonista, uma garota chamada Katniss que não pensa duas vezes em tentar se defender.
É claro, é preciso desligar um pouco o senso crítico para acreditar que a protagonista sobrevive, por duas semanas, se digladiando com adolescentes que foram treinados para matar... tudo sobre o olho entusiasmado de milhares de adultos que ligam a tv e fazem apostas sobre quem vai sobreviver.
Além do mais, a autora tem um estilo de escrita leve e a ação é dosada para que fique fácil acompanhar os acontecimentos. Toda a história é descrita pelo ponto de vista da heroína, mas o intimismo é bem dosado e não chega a cair em dramalhão.
Fora isso temos todo o resto comum a esse gênero: triângulos amorosos, mentores rabugentos mas bem intencionados, pais ausentes, irmãos que devem ser protegidos, pequenos atos de rebeldia contra o autoritarismo da força dominante - uma diferença bem-vinda é que esse livro molha o pé no campo da ficção científica.