Os mortos permanecem jovens

Os mortos permanecem jovens Anna Seghers




Resenhas - Os Mortos Permanecem Jovens


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Lopes 24/01/2019

| O prelúdio do terror |
Anna Seghers foi uma das maiores escritoras a denunciar o horror evocado pelo espírito alemão pós Primeira Grande Guerra. Suas obras desnudam a tomada do poder pelo Partido Nazista de Hitler até a o traumático período da Segunda Guerra. Em, “Os mortos permanecem jovens”, Seghers investiga, com raízes fortemente fincadas na realidade a ponto de emular uma ficção tardia, como se formaram a mentalidade, a essência e a estrutura de combate das criaturas jovens contra a humanidade. Anna enfrenta o terror com uma voz espiritual marcada por uma escrita que podemos lembrar a de Tolstoi, não como similaridade das figuras de linguagem, apesar de terem em comum o romance histórico em sua espinha dorsal, mas como único meio possível de conhecer e se auto-findar iluminando as sombras de uma sociedade que insistiu nas torturas, extermínio e propagação de uma raça superior. A juventude Hitlerista esgarçada em capítulos forçadamente imagéticos pela via histórica. A ficção de Seghers informa peculiaridades que surgem nas histórias descritas, com uma energia que a cada personagem desperta. Os romances pessoais são a porta de entrada para o terror, é como se estivéssemos nas sala, quarto ou nas reuniões desta juventude, cunhada por seus pais, parentes e amigos. E fica a pergunta: Como uma nação perpetua essa realidade? A resposta é, talvez, a própria nulidade, a banalidade da vida se escoando na falta de sentidos culturais e uma forte propaganda nacionalista extremista, que condiciona os lutadores e se associa ao Partido que concede um espírito de limpeza, que na verdade é somente a anulação do outro, fazendo da vida um forte inquebrantável que mostra ao mundo quem possui as rédeas e os costumes. Não foi somente a Primeira Guerra que levou os alemães a esse ódio ao outro, um dos fatores é a própria vida tendo sido germinada num momento em que o horror é a vestimenta. Uma Ideologia cultivada num âmago mortal, examinando o conhecimento após deturpá-lo. A individualidade é colocada em xeque somente na perda e na visão de extermínio, é que sobra a dúvida. O animal retoma sua sensibilidade ética, no entanto, é tarde demais.
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