A Cidade Perdida

A Cidade Perdida Jeronymo Monteiro




Resenhas - A Cidade Perdida


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Oscar.Valeriano 25/01/2023

Atlântida
Será que realmente existiu? Numa das primeiras obras de ficção brasileira, um grupo de exploradores tenda localiza a cidade perdida no coração do Brasil.
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Soul Nutri 17/01/2022

Foi publicado em 1948, mas não deixa, infelizmente, de ser atual.
Constantemente, me pergunto. Por que não lemos autores brasileiros com a mesma frequência que lemos autores de outros países?

A Cidade Perdida do escritor brasileiro Jeronymo Monteiro é daquelas obras que a gente acaba se perguntando, por que ninguém fala sobre esse livro? Foi publicado em 1948, mas não deixa, infelizmente, de ser atual trazendo questionamentos sociais relevantes apontando vários de nossos pensamentos e comportamentos.

A primeira metade do livro o autor se preocupa em esclarecer parte do misticismo e do objetivo da aventura. No decorrer do trajeto se dedica arduamente a homenagear a natureza brasileira, os índios e sua cultura ao passo que há vários apontamentos em relação a aspectos sociais, culturais e comportamentais. Essa trajetória entre o ponto A ao ponto B é longa, densa e cansativa. E não poderia ser diferente, acredito muito que fora intencional por parte do autor, afinal, é preciso sacrifício para se chegar a algum objetivo. Particularmente, antes de chegar "o finalmente!" pensei em desistir do livro, assim como poderá acontecer com outros leitores, assim como ocorre nos pensamentos de alguns personagens do livro.

E a motivação também é parecida, eu não queria deixar um livro pela metade e queria saber como tudo acabava, assim como ocorre com vários leitores (nos entristece deixar algum livro na metade), os personagens vão descobrindo pistas para seguir sua jornada e o autor nos dá reflexões sobre a relação entre natureza x humanos x preconceitos x comportamentos, assim o autor deixa ambos, leitor e personagens, motivados a continuar, apesar de cansados.

A parte final, deixo por conta dos que conseguem chegar lá, entretanto, posso dizer que é um deleite para quem gosta de reflexões, questionamentos e debate sobre nossa sociedade.

site: https://www.instagram.com/soulleitorsemrosto/?hl=pt
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dayane 15/09/2021

Leitura gostosa
Confesso que comecei o livro sem nenhuma expectativa, conforme fui avançando gostei cada vez mais. Gostei da história e da forma como a narrativa se passa, foi uma leitura leve, rápida e prazerosa.
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><'',º> 09/04/2019

"Trata de um Brasil que, em suas reentrâncias, repousava virgem, ansiando por ser redescoberto por aqueles que dão à liberdade um sentido diferente do que a sociedade comum a define. Se, a muitos, nos idos da década de quarenta e no momento atual, liberdade significa o consumo de bens materiais, Salvio e Jeremias, os dois amigos e protagonistas da história, dão à liberdade um sentido diferente: buscar, partindo da exploração dos interiores do Brasil, o novo, que surge a partir da possibilidade de existência de uma civilização antiga, mas perdida. Enquanto Sal Paradise e Dean Moriarty cruzavam os Estados Unidos da costa leste a oeste e interpretavam a liberdade como algo distante dos bens de consumo materiais, definindo o que mais tarde seria a geração beat e redescobrindo um lado do país distante e alheio ao sonho americano, o coração do Brasil era redescoberto pelos exploradores Salvio e Jeremias, embora, excetuando-se o conhecimento teórico, que demonstrou ser decisivo, sem qualquer tipo de experiência ou habilidades numa viagem com o fim ao qual se propuseram.

Incrédulo, Jeremias, narrador do romance, custou a acreditar nas teorias de Salvio, que transpirava entusiasmo e confiança. Tais teorias defendiam a existência de uma requintada e remota civilização perdida, habitante das matas do interior do Brasil, muito anterior aos indígenas aqui encontrados na época da chegada dos portugueses. Ou seja, para Salvio, os indígenas habitantes do Brasil na época do descobrimento eram resquícios decadentes de uma grandiosa civilização que aqui se desenvolveu e prosperou, pois as características apresentadas por tais indígenas denunciavam a condição a que estavam submetidos: estafados de tudo na vida, uma vez que, para se compreender as delícias da vida simples junto à natureza, é necessário passar por uma vida anterior pautada numa complexa organização da existência. E mais: o cânone científico interpreta nossos indígenas como descendentes dos orientais, mas, para Salvio, por que não levantar uma hipótese contrária a esta afirmação? Salvio interpreta os orientais como descendentes de nossos indígenas, porque a história do oriente, embora milenar, seria mais recente do que a história de nossos índios, que, de tão milenar, teria se perdido na noite dos tempos."

LEONARDO SOUSA CABRAL
Trecho do artigo disponível na íntegra em

site: screamyell.com.br/site/2013/11/21/a-ficcao-cientifica-de-jeronymo-monteiro/
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Marcio 15/07/2010

Lia esse livro e só pensava: "ninguém me avisou que existia esse autor!". Só mesmo no Brasil um autor como Jeronymo Monteiro, o sujeito que popularizou a Ficção Científica no Brasil, fica assim esquecido por todos, só vindo a ser despertado por aficionados pelo gênero e loucos como eu.

A Cidade Perdida começa levantando seu argumento científico, segundo qual, levando-se em conta fatores geológicos, o Brasil seria berço da mais antiga das civilizações já existentes. Começa então a segunda parte, que seria a busca por vestígios dessa civilização, protagonizada pelo narrador da história, Jeremias, mais alguns companheiros: o guia Quincas e o idealizador da viagem, Sávio. Tal busca é o ponto alto do livro. A ação corre solta.

E o autor tem um jeito meio diferente de narrar as situações, o que deixa o texto cômico. Ele, por exemplo, usa e abusa de uma linguagem hiperbólica. Como li em pdf, deu pra separar uns trechos:

"Olhamos o vale para onde deveríamos descer. E tivemos diante de nós o espetáculo mais angustioso que olhos humanos já puderam contemplar."

"Recomeçamos a caminhada para o fundo do vale sombrio, à pálida luz da lua. Éramos duas sombras, duas almas penadas cambaleantes, descendo para o inferno!"

"A claridade aumentara, e a algazarra dos pássaros era infernal. Bandos de araras, de periquitos e papagaios passavam berrando como possessos."

"Nesse momento desabou o aguaceiro. A chuva começou a cair em torrentes, com ruído ensurdecedor. A terra estava ameaçada de submersão! Decerto, ia haver outro dilúvio."

"Penso que a porta se ajustara por pressão e não havia força humana capaz de arrancá-la. Só à consumação dos séculos, no último dia de vida do globo, ela sairia talvez do seu lugar, sacudida pelos estremeções de agonia da terra!"

Essas frases exageradas lembram muito aquelas narrações daqueles programas do tipo “Vídeos Incríveis”, onde o locutor faz um drama danado em relação ao vídeo que está sendo exibido.


O livro chega então ao momento em que são encontrados os Atlantes. Aí que a coisa desanda e a história perde em ação e em originalidade. Havia muito mais a ser explorado, muitas possibilidade nesse encontro com essa civilização perdida, mas ele se resume aos Atlantes discorrendo sobre a situação no planeta e fazendo uma condenação meio clichê da humanidade. O narrador acha tudo aquilo uma asneira (com toda a razão!) e procura fugir, junto com seu companheiro de viagem. Penso que Jeronymo Monteiro poderia ter escrito uma obra prima no gênero se tivesse caprichado mais nessa parte.

Outra curiosidade, que também deixa o livro engraçado, é a maneira como o narrador se refere aos índios que encontra no caminho. Numa época (1948) em que não existiam ainda ONG’s, entidades e lobbies indígenas, era mais possível se expressar com liberdade a respeito desse tema, sem a preocupação de ser perseguido por essa turma. O resultado é impagável. Melhor trecho (meio longo, mas vale a pena):

"Enquanto Quincas tecia estas ponderações, os tapirapés faziam grande algazarra, empurravam-nos para que andássemos mais depressa. Não compreendiam que nós não sabíamos andar pela selva como eles o faziam. Todas as nossas bagagens iam nos ombros de meia dúzia deles, mas acredito que com a intenção de ficar com eles e não para nos livrar do peso. De repente, um deles deu com o tacape no ombro de Salvio. Salvio gritou e cambaleou. Eu saltei sobre o selvagem e acertei-lhe um murro num dos olhos com uma presteza de que não me julgava capaz. Sangrando, o índio que caíra sentado levantou-se e pulou para mim. Esquivei-me e ele bateu com a cabeça num tronco de árvore com tanta infelicidade que pareceu ter perdido os sentidos. No mesmo instante, Quincas pulava sobre mim.

- Você está louco, Jeremias! Está louco! Eles nos matarão!

- Deixe-me, Quincas! Esses imundos selvagens...

- Cale-se!

Salvio interveio:
- Quincas tem razão, Jeremias. Fique quieto. Eles não sentem as coisas como nós as sentimos... Precisamos não os atacar, não dar sinal de raiva...

- E deixar que eles nos amassem com os tacapes? Ora, Salvio!

Seja como for, os selvagens encararam a coisa de maneira diferente daquela que Quincas esperava. Tangeram-nos novamente para diante, e um deles ficou ao lado do companheiro ferido. Estou absolutamente convencido de que se tornaram mais delicados daí por diante. Penso que o único modo de ensinar cortesia aos selvagens é abrir-lhes as cabeças."

Haylane.Rodrigues 12/01/2013minha estante
Também desconhecia o autor, cheguei a esse livro após encontrar uma imagem do tal muirakitã e sair pesquisando a respeito. O desenrolar inicial me deixou sem folego tamanha quantidade de informações interessantes... mas tive a expectativa frustrada no final. "Penso que Jeronymo Monteiro poderia ter escrito uma obra prima no gênero se tivesse caprichado mais nessa parte." [2]

Mesmo assim, vale!




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