O Futuro de uma Ilusão

O Futuro de uma Ilusão Sigmund Freud




Resenhas - O Futuro de uma Ilusão


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Isadora 10/01/2023

Brilhantemente esclarecedor
Meu livro favorito sem sombra de dúvidas, a forma que Freud elucida a relação da religião com o paterno é absolutamente genial. Queria poder dar mais de 5 estrelas, o raciocínio de Freud nesse livro sobre o infantil e a criação de deuses é fascinante.
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cachorro chupetão 01/11/2023

"O homem não pode permanecer criança para sempre."
Freud aponta que a criança, ao perceber que o mundo externo é perigoso e hostil, se sente desamparada. Necessitando da proteção, a priori, do seio da mãe e posteriormente de seu pai. Pai esse que, conforme cresce a criança, também tem de crescer; tornando-se mais poderoso, afinal os perigos, antes restritos a coisas como um joelho ralado, também ampliaram-se. Agora a criança, indefesa, tem de lidar com a morte; problema maior da religião, da ilusão. Nesse sentido, o crescimento do pai diz respeito ao empréstimo de características da figura paterna, responsável por amar e proteger, a um ser imaginário ? Deus. Já a ilusão, que nomeia o livro, diz respeito ao desejo; o que, por si só, não é necessariamente ruim. No caso da religião, é o desejo de justiça e de proteção, extremamente primitivo, que fundamenta sua existência. Portanto, o título da obra, o futuro de uma ilusão, refere-se ao futuro de uma das nossas ilusões, do nosso desejo como civilização; o futuro da religião que, no que lhe diz respeito, é a superação por vias não racionais, mas sim naturais ? tal qual a superação do complexo de Édipo.

Bom, a obra se desenvolve a partir de um ponto de vista ateu e que em alguns pontos tangencia Marx ao tratar a religião como o ópio do povo, o seu anestésico, algo cuja função é diminuir a dor. Está dor que é, segundo Schopenhauer, a única coisa real na vida, diferentemente da felicidade pós-vida e eterna que é uma das promessas da religião.



"Parece, antes, que toda cultura tem de ser construída sobre a coerção e a renúncia aos impulsos; não parece nem mesmo assegurado que a maioria dos indivíduos esteja preparada para assumir o trabalho necessário à obtenção de novos bens vitais caso cesse a coerção."
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Assim como a cultura, a religião nasce do desamparo humano frente aos perigos da vida: a morte.
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Natalia 19/01/2022

Reflexões importantes
Nesta obra, Freud introduz fazendo observações sobre como é possível saber o futuro da sociedade analisando a história da mesma. Utiliza a palavra cultura como um sinônimo de "diretriz", onde a cultura tem a função de reger a convivência em sociedade, favorecendo a civilidade e portanto o controle dos seres humanos sobre os próprios impulsos. Mas também complementa defendendo que há formas de poder que controlam o que a cultura deve aceitar ou não deve, citando a religião como aquilo que faz essa manipulação.
Rafael Kerr 19/01/2022minha estante
Oi. Tudo bem? Me chamo Rafael Kerr e sou escritor. Se puder me ajudar a divulgar meu primeiro Livro. Ficção Medieval A Lenda de Sáuria - O oráculo. Ja está aqui Skoob. No Instagram @lenda.de.sauria. se gostar do tema e puder me ajudar obrigado.




Elton.Oliveira 18/11/2023

Lúcido e cético!
Mais um clássico absorvido e apreciado ! Leitura leve e clara...

Gosto de estar lendo grandes pensadores, que maravilha de achado, para mim , foi esse livro ! Freud explanou muito bem toda a problemática do assunto "religião" na psiquê humana. Fatores,origens , consequências, propostas ....

Como é bom ver alguém tão lúcido como Freud lidando com algo tão sensível, tão polêmico.....

Um ótimo livro ! Recomendo a quem está despertando e já solto das amarras religiosas ... Abra sua mente !
Regilenec 18/11/2023minha estante
Legal, vou incluir na minha lista de leitura de 2024.


Elton.Oliveira 18/11/2023minha estante
Vc não vai se arrepender! ???




spoiler visualizar
JurúMontalvao 14/03/2022minha estante
?




Mello 26/06/2021

Maravilhoso!
Tá ai um livro que super indico, a maneira como Freud explica a sociedade nos ajuda a refletir acerca dos fatos e de nós mesmos!
Marcos.Azeredo 02/11/2021minha estante
Eu gostei deste livro do Freud, ele critica de maneira exemplar a religião.




Otávio Augusto 03/12/2023

Qual o futuro da religião?
Independentemente da crença do leitor, a leitura desse livro é imperativa.

Freud inicia definindo o que é cultura. Para ele, cultura é tudo aquilo que nós criamos como forma de nos distanciarmos da vida animal, guiada por instintos e pulsões, e conseguirmos nos estabelecer em uma sociedade civilizada. Dessa forma, a cultura surge como um freio aos nossos instintos animalescos, potencialmente destrutivos. Uma lei como "não matarás" só existe porque há uma pulsão natural para a violência e o assassinato, de maneira que precisamos criar uma cultura que seja coercitiva a todos, puna seus transgressores e reforce o comportamento aceitável. Logo, o maior elemento da cultura, segundo Freud, é a religião.

Nesse ponto, cabe destacar as limitações do texto de Freud. Apesar de ele se referir constantemente "à religião", o texto deixa implícito que seu intuito será criticar as religiões monoteístas abraâmicas, mais especificamente o cristianismo e judaísmo. O islamismo e as religiões orientais são deixados de lado. Também não há comentários acerca de religiões e espiritualidades não institucionalizadas.

A partir dessa delimitação, Freud passa a analisar a relação do ser humano com a natureza. Esta é vista como uma força invencível para a humanidade. Ela não nos oferece limites e barreiras para nossas atitudes; na verdade, ocorre o contrário: os seres humanos que são limitados por ela, de maneira que a cultura surge como um escudo contra sua força onipotente. Sem ela, poderíamos não passar de mais uma espécie animalesca perambulando nos mais diversos biomas do planeta, tentando sobreviver com os bens que a natureza tem a nos oferecer. Frente a essa vulnerabilidade, a religião nos surge como uma forma diferente de enxergar o mundo, por meio da criação de leis e costumes que nos permitam vê-lo sob uma ótica humana. A tempestade e a bonança, por exemplo, ainda que sejam antagônicas, passam a ser obras de uma entidade superior. Entrona-se um ser cuja vontade justifica todos os acontecimentos terrenos e extraterrenos; uma entidade que cuida de cada um, recompensando os infortúnios dessa existência no além-vida, mas que também pune severamente os transgressores.

Nesse contexto, Freud vê a religião como uma consequência da nossa vontade de nos sentirmos amparados por algo maior, capaz de guiar a nossa conduta e de nos proteger das forças externas - como a natureza - , analogamente ao sentimento de proteção sentido por um filho ao ser educado um pai responsável, que lhe ensina o que é certo ou errado e o protege do mundo exterior. Consequentemente, Freud considera a religião como um desejo infantil e paternal ainda não superado pela sociedade, capaz de ser ao mesmo tempo uma ilusão - por derivar do desejo - e um delírio - por contradizer a realidade factual. O ideal seria que nos apoiássemos na razão e na ciência como pilares da nossa busca pelo conhecimento acerca de nós mesmos e do mundo em que vivemos, ideia que se aproxima do pensamento de Carl Sagan, divulgador científico que via na ciência a melhor forma de desbravarmos o universo em que estamos inseridos.

Ademais, por ser a religião um produto da fragilidade da condição humana, ela é vivenciada no campo da subjetividade de cada indivíduo. O fato de uma pessoa ter passado por uma experiência supostamente espiritual não significa que outra possa vivenciá-la, pois cada um possui sua própria e única psique. Entretanto, devido ao sentimento de pertencimento cultural ser fortalecido ao aderirmos a esta ou àquela religião, há uma tendência para nos desenvolvermos, da infância à vida adulta, sob os ditames de uma religião. Por consequência, ela pode gerar neuroses e prejudicar a própria vida daqueles que não se encaixam nela, principalmente quando ocorrerem choques entre seus princípios e o mundo real.

Portanto, Freud, bem mais radical do que Sagan, a meu ver, põe a religião como uma ilusão a ser superada, pois, sendo ela um produto de um infantilismo generalizado, a superação dela torna-se o elemento central para o amadurecimento da civilização. Em suas palavras, "o homem não pode permanecer criança para sempre, ele precisa sair finalmente para a vida hostil". Poderiam no futuro as pessoas crescerem com uma sem religião? Se sim, seria possível realmente superarmos seu domínio, ou apenas amenizá-lo? Freud deixa essas questões no ar.

Apesar de ser um comentário dotado de uma certa prepotência, Freud admite que sua tese - a superação da religião como necessária ao amadurecimento da humanidade - pode também não passar de uma ilusão. Ao menos, ele aceita que sua ilusão possa ser desmentida e contrariada, diferentemente da religião, a qual funciona da maneira dogmática e pouco mutável, sem espaços para mudanças e adequações ao mundo atual. Logo, a questão central é a qual ilusão nós nos apegaremos, pois, como já disse Albert Camus, em "A peste", precisamos ter ilusões para conseguirmos sobreviver.

Depois dessa leitura, quero ler tudo que Freud escreveu sobre cultura e sociedade.
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Sofista 19/03/2022

Cada vez mais eu percebo o porquê de Freud ser tão cancelado
??????????????????????????????????..
Darcy 03/06/2022minha estante
nossa, sim


Darcy 03/06/2022minha estante
nossa, sim




Fernandes99 16/10/2022

Trata-se de uma análise psicanalítica sobre a origem do pensamento religioso. Claro, por se tratar de Freud, essa origem é derivada de um complexo de Édipo. Para além de dar uma origem, Freud também faz uma crítica (branda, a meu ver) à região quando afirma que seus dogmas são responsáveis pela atrofia intelectual da humanidade. Ele desenvolve todas essas questões ao longo do livro. No mais, é uma leitura fluida, mas de compreensão não tão fácil.
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Charles 13/06/2021

Bom
O futuro de uma ilusão é o quarto de 6 ensaios em que Freud que tenta analisar a constituição da cultura e da sociedade. E nesse livro ele vai abordar a relação do homem com sua cultura, como também, vai usar essa obra para defender a psicanálise dos padres, que queriam, em seu tempo, se apropriar desta. Freud dirá que a religião é fruto de alienação e não separa civilização de cultura e vai fazer algumas observações sobre a relação paternal que o homem constrói com deus em sua luta para lidar com o desamparo e a desorientação. Freud expõe constantemente os ataques que sua percepção leva e ao mesmo tempo os defende para o leitor, ele defende a razão e a ciência não como verdade absoluta mas como melhor alternativa para uma melhora social dentro de nossas opções.
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Nada de tão extraordinário
.
Recomendo esse livro para quem tem interesse na perspectiva social de Freud.
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Micael 13/07/2020

Vale a pena
Fácil de ler, difícil assimilação.
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esther 18/01/2024

Brilhante
Devo reconhecer que o raciocínio de Freud nessa obra é fascinante, apesar de não concordar em totalidade com o autor.
Ele defende o abandono da educação religiosa empregada na sociedade, um ensino sóbrio e que direcione o homem para a ciência, para a superação do infantilismo. Sendo assim, defende que o homem deve ser ensinado à viver sabendo que depende apenas de suas próprias forças, deixando o céu ?aos anjos e aos pardais?.
O autor admite possíveis falhas em sua teoria, mas defende veementemente que a ciência não pode ser comparada a ilusão da religião.
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Erick 02/08/2012

É interessante ver a oposição de concepções entre dois grandes filósofos quanto aos instintos: Freud X Nietzsche. Neste livro, Freud diz que é ingrato aspirar a abolição da cultura, pois esta restringe os impulsos, que faz nos matarmos de "modo frio e cruel". Nietzche supervaloriza os instintos, diz que toda ação instintiva deve prevalecer ante o comportamento moldado socialmente.
Freu também deixa claro sua posição antirreligiosa, diz que " todas as doutrinas religiosas são ilusões, indemonstráveis e que ninguém deve ser obrigado a tomá-las por verdadeiras. Algumas são tão inverossímeis, se encontram de tal modo em contradição com a realidade do mundo, que podem ser comparadas às ideias delirantes."
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Carlos.Lyra 11/04/2020

O desamparo e a metáfora da 'morte do pai'
Em O Futuro de uma Ilusão (Freud, 1927/1990), por sua vez, a questão do
desamparo é colocada por Freud ao situar o homem num mundo onde o mesmo se
encontra jogado à própria sorte, isto é, entregue ao seu próprio destino, sem a
proteção de um pai, nem a de um seu substituto, a exemplo de Deus. O desamparo
acompanha a metáfora da ?morte do pai? e o sentimento de angústia que surge de
tal constatação. A ausência da figura paterna, protótipo infantil da situação de
desamparo, representada pela metáfora da ?morte do pai?, já havia sido colocada
anteriormente, de uma outra maneira, por Nietzsche, que utilizou a metáfora da
?morte de Deus?. Ao mesmo tempo em que o sujeito freudiano se encontra
desamparado, sentindo-se culpado pela ?morte do pai?, há um anseio pela presença
deste pai, marcando uma atitude ambivalente para com o mesmo.

Lyra, C.E.S. Da angústia ao pânico: sonhos, sintomas e desamparo. Curitiba: Editora Appris, 2018.
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