Poemas completos de Alberto Caeiro

Poemas completos de Alberto Caeiro Fernando Pessoa




Resenhas - Poemas Completos de Alberto Caeiro


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Clio0 06/04/2024

Tudo que é bonito nessa vida é simples... como os poemas de Alberto Caeiro.

Caeiro tece versos livres de rima e regras que exaltam a vida simples do canto e recuperam os mitos greco-romanos remetendo ao Paganismo de outras escolas literárias.

Não se pode pensar, contudo, que esses sejam poemas apenas descritivos. Como quase tudo que Pessoa escreve, seja por ele mesmo ou seus heteronômios, a lógica e o pensamento imperam.

Recomendo.
Danilo 06/04/2024minha estante
Tem um trecho dele que eu gosto muito que é: "penso em ti, murmuro o teu nome; não sou eu: sou feliz".


Luå 06/04/2024minha estante
aaa amei a resenha! Mais um para a minha listinha.


Amanda2041 06/04/2024minha estante
Alberto Caeiro um dos meus heterónimos favoritos do Pessoa




Luå 24/04/2024

Leve como uma pena.

"Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias, 
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho [...]"

"Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."

Alberto Caeiro é o meu primeiro contato com a escrita de Fernando Pessoa, os versos são muito leves e aconchegantes, quis fazer morada neles. Ao decorrer da leitura, sentia que um peso estava sendo retirado de cima do meu coração, como se eu fosse um balão sendo esvaziado, mas o vazio foi bom, pois não queria mais pensar, eu penso demais e isso me sufoca, desejei apenas sentir, assim como Caeiro. Segundo Pessoa, "Pensar é estar doente dos olhos". Na verdade, tanto pensar quanto sentir demais fazem mal, é importante encontrar um equilíbrio, e eu procurei esse bendito equilíbrio a vida toda, mas ele insiste em brincar de esconde-esconde comigo.

Li o livro bem devagarinho, saboreei os versos, as palavras, os sentidos, as emoções e tentei deixar meus pensamentos serenos, como uma tela em branco ou um céu sem nuvens carregadas. Os poemas do célebre poeta são como historinhas de ninar, o que me deixou bem feliz e surpresa, já que os meus poemas são assim também, no entanto, a minha base é Shakespeare. Porém, pela primeira vez senti que estava no caminho certo, que minhas poesias não são tão fora da caixinha quanto pensava, me senti... aceita, como se o autor me entendesse. Além disso, achei genial a ideia de criar heterônimos para seus livros. Estou encantada por Alberto Caeiro e ansiosa para conhecer Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

"Tendo ideias e sentimentos por os ter
Como uma flor tem perfume e cor..."

Para finalizar, decidi ser ousada e escolhi um poema escrito por mim para deixar registrado aqui. Gosto de escrever minhas resenhas como se fossem uma homenagem ou uma cartinha carinhosa, me identifiquei muito com a escrita do poeta, então deixarei um poema meu abaixo. Não explicarei os versos, a graça da poesia é não fazer sentido, não existe uma verdade, mas sim pontos de vistas diferentes.

P.S. Escrevi esse poema quando tinha dezessete ou dezoito anos, editei algumas palavras, mas o curioso é que o sentimento continua recente. É bem simples e direto.

"Não estou me sentindo uma estrela agora. 

Cada pessoa é uma estrela para mim.
O seu brilho é forte?
Mas será que é o suficiente?
Se eu me esforçar em ser boazinha,
serei sua estrela predileta?

Acredito que somos versões com cada pessoa
Com cada estrela que existe no planeta
Com cada relação, ligação, conexão. 
Qual é a sua versão favorita?

- Qual é o destino, senhorita?
- Para as estrelas - respondo.

Estou confusa, mas me recuso a ficar paralisada no meio do caminho.
Se preciso ir até a lua para me encontrar, farei isso
Finalmente despertarei desse feitiço."
Amanda S 24/04/2024minha estante
Parabéns pelo poema! ?


vanes.rc 24/04/2024minha estante
amiga eu tô simplesmente apaixonada por essa resenha e por sua escrita e pelo poema, tudo tem uma leveza tão gostosa. parabéns??


Luå 24/04/2024minha estante
@AmandaS Obrigada ?


Luå 24/04/2024minha estante
Obrigada, amiga! Morro de vergonha de mostrar minha poesias, nem acredito que postei. Fico muito feliz que tenha gostado, significa muito para mim ??




rebeccavs 24/03/2020

A profundidade das vertentes espirituais de Fernando Pessoa
A princípio, achei espetacular a ideia de Fernando Pessoa usar pseudônimos para suas vertentes espirituais, sendo aqui retratado Alberto Caeiro, um guardador de rebanhos: homem simples, mas profundo, que revela sua relação com a natureza, a religiosidade e as dúvidas sobre a vida, a morte e o universo.


Em "O guardador de rebanhos", pude mergulhar nos pensamentos de Caeiro acerca do amor e do sentido de tudo. Em seus poemas, analisei questionamentos e teorias inimagináveis, além de bastante subjetivas.


Linda obra, recomendo muitíssimo.
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Danily 08/06/2022

Perfeito! Alberto Caeiro, o mestre, talvez seja o meu heterônimo preferido de Pessoa. Simplesmente perfeito.
Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Ele também foi o meu favorito por muito tempo! Mas me identificava mais com Álvaro de Campos




13marcioricardo 30/12/2023

Fernando Filósofo Pessoa Poeta
Momentos brilhantes. Mais uma vez Pessoa cavalga contra os pensadores e filósofos filosofando contra a filosofia. Pode não gostar, mas é um poeta filósofo rss
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Rafahcasti 09/02/2023

Lá vem Caeiro, o Pastor
Muito voltado à natureza, abominando o pensar e priorizando o sentir, Alberto Caeiro fala sobre o mundo que ele próprio vê e sente - mas sem sobre ele refletir. Eis o verdadeiro Pastor do rebanho!
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karolyne.reiis 16/09/2021

"Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar"
Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Muito bonito o trecho




Bruno 04/01/2024

Presente até hoje
Apesar dos poemas de Fernando Pessoa existirem há mais de um século, o que o seu heterônimo Alberto Caeiro diz permanece. No fim do ?O guardador de rebanhos? está registrado: ?Passo e fico, como o Universo?.

Ele passou, mas a humanidade fica com os seus versos!

Inspirador ver o fluir dos versos de modo natural.

Gratidão, recomendo!
Becca 04/01/2024minha estante
A linguagem dele é muito fácil, gostei mto dos poemas desse heterônimo


Bruno 04/01/2024minha estante
Exatamente. É uma leitura que flui,




Monique 23/09/2023

Estou simplesmente sem palavras. Esse deve ser o maior poeta que o mundo já teve (e ele nem existiu)
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Lorena329 25/02/2022

Caeiro, um homem entregue à infinita variedade das sensações
?Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro,
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural ?
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe rasgado.?


Apenas leiam.
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Marlo R. R. López 11/01/2010

Meu livro de cabeceira.
Simples, direto, certeiro e bonito.

"Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros/
quer para fazer bem/
quer para fazer mal."
Gabs 19/06/2015minha estante
meu preferido,acho:
"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança, se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."




Leandro.Bonizi 19/12/2022

Alberto Caeiro é considerado mestre de outros dois heterônimos de Fernando pessoa e de ele mesmo. Álvaro de Campos, em um poema em sua homenagem, o define como "flor acima do dilúvio da inteligência subjetiva.

É um poeta de extrema simplicidade. Faz uma poesia antipoética com uma filosofia de vida antifilosófica. Despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que "pensar é estar doente dos olhos". Refletir sobre como as coisas são é entrar num mundo complexo, desnecessário e problemático onde tudo é incerto e obscuro. O único modo de conhecer o mundo é através dos sentidos de forma objetiva e natural "Penso com os olhos e com os ouvidos". Seu maior prazer é apreciar a beleza da natureza, sem pensar no ontem ou no amanhã:

"Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar"

Pensar é um grande empecilho para captar a realidade "Pensar incomoda como andar à chuva / Quando o vento cresce e parece que chove mais". Não acredita em Deus:

"Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(...)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol."

E não acredita que as coisas são mais como mostram-se ser, por isso não acredita em nenhum sentido oculto e em nehum mistério sobre elas. As coisas têm existência apenas, são diferentes uma das outras, mas não faz nenhum juízo do que é melhor ou pior.

E por conhecer o mundo através dos sentidos, "Sei a verdade e sou feliz", demonstra que aproveita muito a vida e é fascinado por ela:

"E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo..."

Com essa concepção to mundo, possui serenidade até diante da morte:

"Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências."

E nesse verso muito bonito, diz para dar valor ao que temos:

"Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia."

Tendo nascido em Lisboa, em 1889 e morrido em 1915, mas que viveu quase toda a sua vida no campo, com uma tia-avó idosa, porque tinha ficado órfão de pais cedo. Era louro, de olhos azuis. Como educação, apenas tinha tirado a instrução primária e não tinha profissão.
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EduardaMarquess 11/01/2022

Sem sombra de dúvidas, fazer um comentário acerca dessa belíssima obra é algo um pouco complicado, especialmente devido ao misto de emoções causadas durante a leitura.

O livro é profundo do início ao fim, a genialidade de Fernando Pessoa, digo, de Alberto Caeiro, é inegável.

Foi o meu primeiro contato com o autor, em 2018, desde então, vez ou outro releio trechos, mas finalmente, em 2023 decidi reler o livro inteiro, continuo achando-o genial, agora com mais ressalvas que outrora.

Há trechos que sinto vontade de emoldurar e colocar na parede do quarto, outros sinto vontade de retirar do livro para descartar.

Enfim, apesar de nossas ideias de mundo serem tão distoantes, o poeta da natureza tem um lugar especial na minha estante, e, espero que ?quando vier a primavera?, ele continue aqui. Pois caso não, talvez a flores possam não florir da mesma maneira, digo isso como alguém ?doente?.
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Matheus 09/08/2021

Coletânea de poemas do pseudônimo Alberto Caiero, trás poemas de cunho existencial e do cotidiano do autor, leitura muito agradável e indispensável para todos que curtem Fernando Pessoa, edição impecável da Hedra de bolso.
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a n a 11/06/2021

não foi pra mim
admiro muito o Fernando Pessoa e a profundidade dos heterônimos dele, mas discordo de todos que afirmam que o Caeiro é o melhor.
a visão de mundo dele é tão... utópica? muito distante da minha, não consegui me conectar. gosto do princípio de sentir demais e pensar de menos e compartilho do amor que o Caeiro sente pela natureza, mas só. o desprezo constante pela filosofia e pela ciência me entediaram.
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