guimpinheiro 29/06/2022
Uma visão do passado que nos é tão atual que é inacreditável
Escrito em 1967 no Chile durante seu exílio, Paulo Freire relata, discute e análise a formação da sociedade brasileira, suas características sociais, relação de poderes, falta de consciência e razão relatando seus motivos. Essa discussão é tão fundamental hoje quanto foi durante o tempo que o autor viveu.
Muitas de suas análises sobre o porquê de sermos, enquanto sociedade, tão passivos, preconceituosos, sectaristas, dominados ou conservadores frente ao processo democrático e participação consciente e racional na nossa vida em sociedade.
Traz à luz, então, a necessidade de uma formação crítica que, por conta de uma escola industrializada e da falta de diálogo (apenas comunicados), não chegamos a ter, aumentando ainda mais a situação de objeto dos brasileiros ao invés de sujeito, com ação, crítica e bondade.
Esta educação crítica, em seu método, traduz-se em alfabetizar o povo não da forma tradicional que conhecemos, mas sim de uma forma a trazer os ?alfabetizandos? como centro do processo de educação. Eles debatem, eles trazem os temas, as palavras geradoras que servirão de base para as discussões em grupo, debates e entendimento deles mesmos como sujeitos criadores de cultura e como parte da sociedade em que vive.
É o tipo de educação que falta hoje em dia, não só no contexto brasileiro, mas em boa parte do mundo justamente para atingirmos um mundo com menos privilégios e mais igualitário, trazendo com isso o progresso do povo.
Um livro obrigatório para pedagogos e professores para trazerem em suas abordagens um método mais inclusivo, crítico e, até mesmo, mais eficiente de aprendizado. Contudo, ainda é uma leitura extremamente importante para se conhecer a realidade brasileira e lutar contra todas essas forças que recuam o progresso ao invés de promover seu avanço. Além de, é claro, evitar que idiotas atrasados e inimigos do progresso sejam eleitos como o Bolsonaro.