Carla.Zuqueti 10/03/2024
Brutal
?O progresso capitalista muitas vezes funciona economicamente às custas de trabalhadores. Mas que a IG- Farben queira lucrar à custa dos corpos das nossas mulheres, nem o capitalismo moderno aprovaria isso em nenhum outros país além da Alemanha.?
Eddy de Wind foi o último médico judeu a se formar na Universidade de Leiden na Holanda. Ele se ofereceu para trabalhar no campo de Westerbork em troca da não deportação de sua mãe - sem saber que ela já havia sido enviada para Auschwitz.
Lá ele conheceu e se casou com a enfermeira judia Friedel. Em 1943 eles foram deportados para Auschwitz, onde ficaram em blocos diferentes. Após algum tempo de trabalho pesado, Eddy foi enviado como médico para o bloco 9 e Friedel foi enviada para o bloco 10 - onde eram feitos experimentos de esterilização em mulheres.
Eddy escreve em primeira pessoa, mas utiliza o o personagem Hans para contar sua história, pois ele não conseguia escrever suas próprias lembranças como suas. Ele precisava escrever como se fosse a história de outra pessoa para suportar a dor do que viveu e do que viu.
Com o final da guerra, os alemães evacuaram os campos de concentração para apagar qualquer vestígio de suas atrocidades. Eddy se esconde nos blocos para fugir da ?marcha da morte? e tenta ajudar como pode os doentes que ficaram nos blocos. É nesse período que ele escreveu seu relato, ainda em Auschwitz, enquanto aguardava sua libertação pelo exército russo.
É um relato cru e brutal de todas as atrocidades do holocausto. Soldados jogando bebês na parede, jogando crianças ainda semi vivas em uma vala para serem queimadas. São coisas que nunca vamos entender como foi possível acontecer.
Como pessoas, seres humanos, conseguem ser tão cruéis com outros seres humanos sem motivo algum. É algo que simplesmente não dá pra entender.
E mais difícil ainda é saber que, mesmo depois de tudo que passaram, hoje Israel também mata crianças a troco de nada. Assim como os judeus perderam seus filhos, hoje eles matam crianças palestinas, como se tivessem esquecido do seu passado tão cruel.
Nunca vou entender a raça humana. Acho que hoje o povo israelense deveria ler seus próprios relatos.