The Once and Future King

The Once and Future King T. H. White




Resenhas - The Once and Future King


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02/06/2013

Apaixonada por Rei Artur como sou, não poderia deixar de ler esse livro. E já fazia tempo que eu queria, mas ele sumiu e retornou agora. Confesso que eu não li impresso, li em e-book em inglês, mas mesmo assim era um desejo antigo (e eu só comprei o kobo esse ano também). Mais ainda do que ser de Rei Artur, outro motivo que me levou a ler foi que era esse livro que Magneto lia na prisão de vidro em que prenderam ele.



Ah, sim! E também ele é citado algumas vezes nas citações do começo dos capítulos da Trilogia de Tinta.

O livro é dividido em partes, e no Brasil ele é comercializado em volumes. O primeiro é A Espada na Pedra. Depois eu sinceramente não me lembro, mas é só entrar no Skoob que ele está lá.

A primeira parte cobre e infância de Artur. Nessa época, sem ter ideia de que é filho de Uther Pendragon e herdeiro do trono, Artur é conhecido como Wart, e vive uma infância feliz na corte do Rei Ector. Seu tutor é ninguém menos que Merlyn, um mago misterioso que aparece um dia na corte do Rei. Já falo de Merlyn. Artur cresce com seu irmão de criação Kay, e tem toda a vivacidade de um garoto. É curioso, ávido por aprender, e enxerga o mundo com toda a inocência que só uma criança é capaz. Para ele não há maldade, nem malícia. Artur é puro. Guarde isso.

Merlyn é um professor dedicado, mas bem peculiar. Seus métodos incluem transformar sue aluno em animais, para aprender de perto como são suas sociedades, e assim respeitá-las. Também,como Merlyn é meio que um Benjamin Button, ele nasceu no futuro e vive para o passado, então ele sabe de tudo que vai acontecer, inclusive seu próprio fim, prisioneiro na árvore. Merlyn assim tenta avisar Artur sobre a traição que sofrerá(isso não é spoiler. Pelamor, será que ainda existe alguém que não sabe que Lancelot e Guinevere traem Artur?). Acontece que Merlyn sempre tem muita coisa na cabeça, e sempre esquece. O que não mudaria o rumo dos acontecimentos, porque o próprio Merlyn não pode evitar o seu destino. Como seu xará das Crônicas de Artur, o destino é inexorável.

Artur cresce, retira a espada da pedra e trona-se rei da Inglaterra. Influenciado pelos ensinamentos de Merlyn, Artur tem uma visão grandiosa para a Inglaterra. De usar a violência somente para objetivos nobres e o bem. Assim, Artur aos poucos vai unindo a Inglaterra sob essa visão. E surge a Távola Redonda. O que Artur não leva em consideração é que as pessoas nem sempre são boas, há a maldade no mundo, e as pessoas são movidas não pela nobreza de espírito, mas pelo desejo, seja de poder, seja pela paixão. E, citando Maquiavel, os fins para algumas pessoas justificam os meios. Artur mantém mesmo na idade adulta a mesma inocência da infância. Ele vê o mundo exatamente do mesmo jeito. E isso sinceramente faz dele um rei fraco e na falta de palavra melhor, burro. Ainda mais que nas Brumas de Avalon, o que é dizer alguma coisa.

Guinevere também é ridícula. Tanto quanto a outra. Ela só não é tão carola, mas é manipuladora, chorona, mas é mais ousada. Não esconde seu caso com Lancelot, apesar de achar que sim. E ela mesma que o chama para sua cama. Não adianta, eu detesto essa personagem em qualquer versão. Ela é sempre superficial (menos a de Bernard Cornwell).

E Lancelot, diferente do costume, neste é feio. Muito feio. Mas é o melhor guerreiro de Artur, e depois de salvar Guinevere, acaba caindo nas graças (e na cama) dela. Ele é determinado e destemido, sempre encontra um meio de se esquivar das acusações e armadilhas. Onde quer que haja uma missão, lá está Lancelot para se provar cada vez mais.

A grande vilã deste não é Morgana. ela é mencionada, mas pouco. Na verdade, quem é a mãe de Mordred neste é Morgause. E tendo sido rejeitada por Artur, acaba criando o filho com um ódio desmedido por Artur. Justamente essas coisas que Artur ignora, ou escolhe ignorar, por ser muito inocente. Morgause é liberal, e seduz homens como bem entender. Também é meio bruxa, como suas irmãs, Morgana e a outra eu não lembro, e também não faz diferença porque ela não aparece.

Morgause é mãe de Gawaine, Agravaine, Gaheris e Gareth. E também cometeu incesto com Artur, de onde nasceu Mordred. Eles fazem parte da facção de Orkney, e eles são muito ferozes ao defender a honra de sua casa. Tanto assim que quando Morgause é flagrada na cama com Lamorak, o próprio Agravaine executa a mãe. Agravaine e Mordred são os mais fanáticos. Os outros até que concordam e acreditam no ideal de Artur, principalmente Gareth. Eles são um pouco radicais demais, e tem ideias separatistas. E quando o caso de Lancelot e Guinevere fica evidente, eles logo aproveitam a oportunidade para enfraquecer Artur. De novo, algo que Artur não antecipa por ter uma visão muito inocente de mundo.

Mordred é insidioso. Se infiltra na corte de Artur com boas intenções e palavras doces, mas aos poucos vai mostrando quem realmente é, e se mostra um jogador implacável. Para ele com certeza os fins justificam os meios, e ele pisa em quem for para conseguir o que quer.

O livro é legal, mas há várias digressões que dificultam a leitura. também, como eu li em inglês, outra coisa que deixa a leitura mais complicada é o fato de algumas passagens estarem em inglês arcaico, duplicando a pomposidade com que os nobres falavam na época. Gawaine principalmente tem um sotaque terrível, que foi reproduzido, e entender o que ele fala é muitas vezes difícil. As digressões muitas vezes vem em momentos inoportunos, interrompendo uma sequencia de ação mais evidente. Particularmente eu gostei mais da primeira parte, com Artur ainda criança. Artur mesmo, depois disso, é quase um figurante na própria história. Não sei, talvez ler As Crônicas de Artur tenha estragado a lenda para mim. Não que eu tenha deixado de amar, mas acho difícil encontrar alguma que se equipare, e que cative tanto. mas eu gostei do livro no geral. Algumas coisas estão diferentes do que conhecemos, mas eu gostei dessas mudanças (menos da quase ausência de Morgana), porque fui surpreendida. Aqui ela é mais glamorosa e fantástica que as versões que li até agora, mais dirigida ao público juvenil, e mais compatível com a lenda da nossa infância. E isso é um ponto positivo da narrativa. Recomendo para quem gosta da lenda, e para quem não gosta também.

Trilha sonora

Não pensei em nenhum específica, mas pela influência celta, as músicas do The Corrs, especialmente Old Hag, Haste to the Wedding, Brid Og Ni Mhaille e Buachaill on Eirne.

Se você gostou de O Único e Futuro Rei, pode gostar também de:

As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley;
As Crônicas de Artur – Bernard Cornwell;
As colinas ocas – Mary Stewart;
A Busca do Graal – Bernard Cornwell.

Originalmente postado em: natrilhadoslivros.blogspot.com
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Karoline 31/05/2021

Ler essa releitura das lendas Arturianas foi uma experiência recheada de sentimentos mistos. A narrativa de White é fragmentada em seus estilos literários, sendo que num momento é claramente uma história infantil, mas aí depois é quase como um tratado filosófico, em outro o autor utiliza tanto do humor britânico que você acha que está vendo um episódio de Monty Python (confesso que amei), mas logo tudo é narrado como uma grande tragédia grega.

Não sei se foi por esse motivo, mas apesar de eu ter gostado muito da leitura no geral, eu facilmente tiraria umas 300 páginas das 639 originais. Muitas cenas acredito que se alongaram mais do que deviam, e particularmente acho que deixaram a narrativa bem arrastada.

Minhas partes favoritas foram os diálogos entre Arthur e Merlyn (quem não ia querer um tutor doido e que vive em dois tempos diferentes como esse segundo? Haha), e aquele último capítulo do último livro foi brilhante!

Recomendo para quem gosta do ciclo arturiano, claro, mas acredito que quem tem interesse por fantasia no geral e por personagens complexos também vai adorar.

PS: e recomendo demais também a série de TV da BBC "As aventuras de Merlin", disponível na Netflix no momento, e que foi a razão de eu ler esse livro :)
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Isabela.Pery 26/02/2024

Só dei nota porque o Skoob me obriga, mas esse é um livro difícil de dar estrelas por ser vários livros num volume único.

Meu fav foi The ill-made knight, amei a abordagem q foi dada ao Lancelot. Tem muito de política nesses livros e em muitos pontos discordo do autor, mas entendo como ele chegou lá por ter escrito num período pós/durante uma guerra mundial

Tem umas partes que ele é beeem eurocêntrico que me deixaram mto errr mas o que esperar de um branco inglês.

Como toda versão de Rei Arthur começa agradável, tudo flores e termina triste com várias desgraças
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