@vcdisselivros 16/06/2020Tensa e militanteEscrito por Joe Hill, filho de Stephen King, Locke & Key apresenta ao leitor uma narrativa interessante que se passa na Nova Inglaterra.
Após um terrível acontecimento, a família Locke se muda para a antiga mansão conhecida como Keyhouse. No entanto, o lugar guarda mistérios e segredos inimagináveis, bem como uma criatura implacável capaz de fazer de tudo para conseguir o que quer.
Os três filhos da família Locke estão apenas começando a espantar os fantasmas do passado quando descobrem que reconstruir suas vidas não será nada fácil.
ONDE EU JÁ OUVI FALAR DISSO MESMO?
Recentemente as HQs foram adaptadas e a primeira temporada da série está disponível na Netflix.
EU JÁ ASSISTI, DEVO LER?
Sim, por favor, faça isso!
A série é perfeita, mas uma das reclamações de quem leu as HQs é de que a adaptação foi feita para o público jovem, de modo que possui um tom mais leve.
A verdade é que as diferenças entre a adaptação e as obras são significativas. A escrita de Joe Hill e as ilustrações de Gabriel Rodriguez deixam tudo com um ar mais sombrio, retratando de modo fiel e realista os traumas que a família está enfrentando.
De modo sincero, a série maquia bem as problemáticas, em contrapartida, as HQs abordam diretamente alcoolismo, depressão, culpa, suicídio e muito mais.
JOGOS MENTAIS
O volume dois vai além e mostra coisas que a própria série não exibiu, como homofobia. Foi a primeira vez que vi um casal do mesmo sexo se beijando em uma HQ e mesmo com o espaço limitado, Joe Hill foi capaz de apresentar o que acontece quando um casal gay é vítima de crime de ódio.
Temos desde o momento da agressão até o aprofundamento da ignorância daqueles que pensam que HIV é marca registrada dos casais homossexuais. Só lendo para entender, mas Joe Hill teve o cuidado de abordar o assunto e outras questões com precisão.
RESUMO
Como primeiro tive contato com a série, me surpreendi ao encontrar nas HQs um clima tão pesado. Fui em busca de algo mágico e me deparei traumas, morte, alcoolismo e outros assuntos difíceis de lidar, então a carga emocional da leitura é muito maior. A ilustração de Gabriel Rodriguez e o texto de Joe Hill revelam uma sincronia sem igual, tornando as HQs algo único de se vivenciar.