sntsisa 30/01/2024
?(?) A observação tornou-se para mim, nos últimos tempos, uma espécie de necessidade.?
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Nesta pequena coletânea de contos policiais, Poe nos apresenta Dupin, o detetive -que, na verdade, nada mais é que um bom observador- que influenciou uma geração de escritores de ficção policial.
A forma como o autor apresenta-nos a história é genial e logo, desde o primeiro conto, cria-se um laço com o narrador e seu amigo Dupin. Em ?Os assassinatos na rua Morgue?, conto de abertura, temos um assassinato duplo de duas mulheres na rua Morgue, onde, aparentemente, ninguém poderia ter saído ou entrado no apartamento da mãe e filha, formando-se um mistério acerca do paradeiro do assassino; em ?O mistério de Marie Rogêt?, Poe aposta em uma história baseada em fatos reais, usando apenas de excertos de jornais da época sobre um assassinato que nunca foi solucionado, para construir o texto; por último, temos ?A carta roubada? -meu favorito- no qual o crime, agora não um assassinato e sim um roubo de um documento sigiloso de uma possível rainha, causa confusão e estranhamento para a polícia, que sabe quem é o ladrão, mas não consegue descobrir o paradeiro da carta.
Em todas as histórias, ficamos encantados com o bom humor e inteligência de Dupin, que consegue resolver os enigmas a partir da boa observação para os detalhes, o pensamento racional e a lógica.