Lu 06/03/2024
Insanidade brutal
O próprio King disse, em uma entrevista, que ele tem pavor desse livro, que após terminar a obra, ao revisa-la, quis não publicar, dado o horror que ele sentia por ser uma história muito próxima à realidade dele, já que, como Louis Creed (protagonista), ele próprio se mudou para uma casa no interior dos EUA, ladeada por uma estrada perigosa, na qual ele perdeu de fato um gato de estimação e próxima da qual se abrigava um cemitério de bichos.
Sabendo disso, minha curiosidade pela obra aumentou exponencialmente e agora que terminei a leitura posso dizer que achei sensacional!
Mais uma vez, King trabalha com a linha tênue entre episódios psicóticos e momentos de verdadeiro terror, o que eu, pessoalmente, acho sensacional.
Com a mesma energia de O Iluminado, com o passar dos capítulos em O Cemitério, o protagonista vai dando sinais de perda da sanidade. Do meio pro final, King retoma a todo capítulo pensamentos e relatos terríveis de momentos ja abordados na história, que deixam claro a invasão da mente dos personagens por uma força maior sobrenatural. A melhor parte é que ele faz isso tão genialmente que as frases pairavam na minha mente de forma tão sinistra que era possível adentrar a história e sentir na pele a angústia, o medo e principalmente a loucura.
Os personagens são bem desenvolvidos e a leitura assume um ritmo frenético, tamanha a curiosidade ( e horror) que o livro imprime no leitor. O desfecho também não deixa a desejar em nada, é uma total quebra de qualquer expectativa de que a história pudesse, ainda, tomar um bom rumo.
Gosto muito do autor e sobre fala dele em relação a O Cemitério - ??há por aí a ideia de que esse é meu livro mais assustador? e você quer ir na montanha russa mais radical do parque de diversões?, devo admitir que a montanha russa mais radical, depois do medo e da euforia, sempre deixa um gostinho de quero mais.