spoiler visualizarBlendon Moreira 24/12/2022
O melhor livro do King(?)
Eu terminei a leitura de O Cemitério, do mestre Stephen King, há quase 10 meses; apesar do tempo, ainda não tinha feito a resenha dessa obra-prima (esse livro não é só um livro!). E eu tenho um bom motivo para tal (Não, eu não estava sem tempo nem nada do tipo): Eu simplesmente NÃO SABIA como colocar em palavras tudo que a estória me proporcionou. Mas agora, depois de digerida (confesso que às vezes ela me volta à cabeça; sinal de que é um excelente livro), vou tentar.
Lançado em 1983, O Cemitério nos apresenta Louis Creed, um médico do Meio-Oeste dos EUA que leva uma vida tranquila com a esposa, seus dois filhos e o gato de estimação, até se mudar para o Maine, onde Louis vai trabalhar numa faculdade. Como tudo que é bom dura pouco, a paz do interior logo se transforma em terror, quando ele começa a desbravar o bairro, digamos, com o vizinho Jud. Ao conhecer o 'Simitério’ dos bichos, e logo em seguida um cemitério indígena, o Cemitério Micmac, o jovem médico tem a vida transformada num inferno. E as coisas só vão ficando piores com o passar dos dias.
Curiosidade: A “inspiração” do King para escrever o livro foi o fato de que na época, assim como o protagonista Louis, ele também se mudou com a família para uma casa que ficava à beira de uma rodovia, que a toda hora passava caminhões em alta velocidade. E também como Louis, King tinha um filho pequeno, mais ou menos da idade do Gage. Steve imaginou como seria se o filho fosse atropelado por um dos caminhões, em um momento de descuido dos pais, quando estivesse brincando na varanda. Diferente da estória, King não perdeu o filho, a mulher dele não virou uma morta-viva e ele não enlouqueceu por tal (mas isso acho que vocês já sabem haha).
O livro tem um ritmo bem gostoso, a despeito do tema. O King tem o dom de não entregar tudo logo de cara e nem de deixar tudo para o final. Ele vai abrindo o gás aos poucos. E quando você menos espera, tudo explode.
Tem várias frases marcantes e até lições de como encarar a morte de um ente querido. Afinal, “Às vezes, morto é melhor.”. O "drama" da Rachel, ver ela contando seus traumas quando mais nova com a irmã, é um dos pontos altos da estória. Fiquei prendido como nunca num livro.
Muitos dizem que O Cemitério é o pior livro do King (a mulher dele dizia, e o melhor amigo também disse; King meio que foi forçado a publicar por questões contratuais. Sorte a nossa), um livro nojento, pesado. Confesso que por isso demorei para lê-lo, o que agora me arrependo.
Algumas partes te deixam arrepiado sim, te fazem olhar para o lado para ver se você está sozinho mesmo, mas fora isso, não achei tão pesado assim. Não sei se de fato não é pesado ou tenho estômago para estórias fortes. IT é mil vezes mais pesado.
Ainda não consigo esquecer aquele Epílogo AAAAAA. Sei que já se passaram 39 anos do lançamento, que ele nunca vai ler isso, e que uma sequência provavelmente nunca vai existir, mas: KING EU PRECISO DE RESPOSTAS!! O QUE ACONTECEU COM A EILEEN? O LOUIS FOI TRANSFORMADO NUM MORTO VIVO?
NOTA 1000 + favoritado. E na minha humilde opinião, o melhor livro do King (pelo menos até agora).