26 poetas hoje

26 poetas hoje Heloisa Buarque de Hollanda
Heloisa Buarque de Hollanda




Resenhas - 26 poetas hoje


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Katia Rodrigues 16/11/2021

"Seja marginal, seja herói"
Localizar a produção literária marginal no contexto histórico do Brasil faz total diferença na hora de apreciar essa obra. Entender que esse movimento não segue os padrões, que contesta o status quo, que propõe uma inovação artística e que a temática do inconformismo com a censura imposta pela ditadura perpassa a produção de todos os poetas, como um fio condutor é fundamental.

Antônio Carlos Brito:
Pense rápido:
Produto Interno Bruto
Ou
Brutal Produto Interno?

Carlos Saldanha:
Havia um monge
Que lustrava a careca
Para que sua cabeça
Fosse como um espelho:
Refletisse tudo
E não guardasse nada.

Chacal:
paixão é pra disfarçar solidão
tão cheia de aflição
que podia ser uma afta
tão ácida na boca

Francisco Alvim:
Com gula autofágica devoro a tarde
Em que gestos antigos me modelaram
Há muito, extinto o olhar por
Descanso da retina,
Vejo-me no que sou:
Arquitetura desolada-restos de estômago e maxilar
Com que devoro o tempo

Infelizmente, minha experiência não alcançou o encantamento que a obra merece. Queria ter gostado mais, contudo valeu a pena por ter conhecido novos autores.


RafaelM 18/11/2021minha estante
Concordo com o Brutal Produto Interno...


Katia Rodrigues 18/11/2021minha estante
Nossa demais ???




Kath 12/04/2020

Sobre 26 poetas hoje
Antologia de poesias organizada por Eloisa Buarque de Hollanda reunindo poesias que retratam a vivência de autores em meio à ditadura brasileira.

É um livro sobre o nascimento de um novo tipo de arte que foi nomeada de "poesia marginal" ou então de era dos "poetas mimeografos" (dado à forma como reproduziam esses poemas).

Esses poetas não se encaixavam em nenhum gênero literário da época, inclusive suas poesias foram reconhecidas apenas como "poemas de ideologia sociológica" pela Academia - antecipo que trata-se muito mais de um retrato sem pudor da vivência desses poetas num Brasil comandado pela censura.

Não espere que o livro falará sobre sofrimento o tempo todo, também são tratados temas corriqueiros da vida de todos como: amor, futuro, relacionamentos, vida cotidiana etc.

Belo trabalho de Heloisa que entrega uma oportunidade de encontro com esses artistas.
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"Aonde você vai Sam?" 17/09/2022

Uma corja de cariocas!
Que me perdoem os que não se sentem assim, mas essa certeza irritante de ser o centro do universo faz dos cariocas as maiores almas sebosas do país (e olha que a concorrência é grande!)

Deveria ter abandonado essa coleção de poemas de amigos da organizadora logo na introdução quando soube do bairrismo; mas não o fiz e perdi meu tempo, salvo por uma ou outra poeta boa aqui e acolá (4/26!).

É uma miséria que, no Brasil, ser bem relacionado e saber se vender valha mais do que arte e talento. Está aí a academia brasileira de letras (eca!) que não me deixa mentir.
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Maryellen 07/12/2021

Escritores que merecem mais reconhecimento
Sempre acreditei que os escritores brasileiros eram um dos melhores do mundo, e a cada leitura isso se confirma. Principalmente no âmbito da psicologia. Com temas mais sérios e profundos, eles exploram assuntos de um determinado período que chega a expressar até o movimento político da época.
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Guilherme 02/08/2020

Pode incomodar.
Sobre "26 poetas hoje" o que precisa ser dito é que é necessário entender o contexto e a época dessa produção literária dita marginal. Caso você não seja um negacionista histórico ou uma espécie de demente da pós-verdade, saberá que atravessamos uma ditadura e sua severa repressão.

A poesia encontrada aqui é exatamente isso, a quebra e a contestação do status quo, da estrutura dos poemas. É como se todas as poesias reunidas fossem um único poema, um poema que foi escrito constantemente.

Portanto podem causar estranhamento, pode parecer não ter sentido, nem nexo, mas é poesia. É poesia. Heloísa no posfácio contesta suas próprias escolhas na hora de escolher e selecionar os poemas e isso eu senti. Embora a reunião seja boa, acho que há coisas melhores que ficaram de fora.

Uma leitura bacana, são poetas extraordinários realizando retratos históricos.
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Eduardo 05/12/2010

Lúcifer

um dia todos os peixes
puseram a cabeça para fora da lagoa
e me olharam

- luiz (ou luis? - vide E.V) olavo fontes.
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:)) 07/06/2022

poesia marginal ou a geração mimeógrafo
"Era uma poesia que aparentava ser light e bem-humorada, mas cujo tema principal era grave: o ethos de uma geração traumatizada pelos limites impostos a sua experiência social e pelo cerceamento de suas possibilidades de expressão e informação através da censura e do estado de exceção institucional no qual o país se encontrava."
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KKbarros82 05/04/2021

?negros verdes anos?
Como filhos da ditadura, 26 poetas hoje, escrito na década de 70, é um "ethos de uma geração traumatizada pelos limites impostos a sua experiência social e pelo cerceamento de suas possibilidades de expressão e informação através da censura e do estado de exceção institucional no qual o país se encontrava."
Os 'negros verdes anos' conseguiu extrair uma poesia marginal, clandestina, inquieta, simples, fluída que grita por liberdade. Mas não deixa de exigir, um leitor qualificado que possa decifrar, como um fugitivo, os códigos de cada rima.
Feita por mãos coletivas é uma coletânea de poemas necessária. Não! Mais que necessária, atualizada que também reflete nosso atual contexto de caos político e pandemico. É uma leitura de 'poesias denúncia' que anda no passado mas que escancara nosso presente cego.
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Goldenlion85 05/02/2009

A outra face da Ditadura Militar
É um livro que deve ser lido, sem preconceitos,
mostra a face oculta da ditadura militar,pelos poemas de protesto,
Gostei Muito...
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Potterish 30/11/2012

A crônica da separação
//Por Sheila Vieira - 15 de novembro de 2010

Ilusões e decepções amorosas são situações que todos passam na vida e ainda mais emocionais quando envolvem um casamento mal-sucedido. Além dos percalços para fazer um relacionamento dar certo e admitir que ele chegou ao fim, é possível ter uma conversa honesta com o ex-amado(a) três meses após a separação?

São os dilemas que o cineasta e escritor Arnaldo Jabor trata em “Eu sei que vou te amar”, um trabalho cinematográfico adaptado à literatura lançado em 2007. Leia a resenha de Débora Rezende e não esqueça de deixar o seu comentário.


“Eu sei que vou te amar”, de Arnaldo Jabor
Durante a década de 70, em pleno auge da ditadura militar, um tipo de literatura incomum começou a ser produzido no Brasil. Eram textos mimeografados e distribuídos de forma independente em bares e universidades espalhados pelas cidades brasileiras. Eram textos esteticamente estranhos, por vezes tachados de “sujos”, “pornográficos” e “não-literários”. Era a chamada Poesia Marginal, que, em 1976, ganhava uma compilação em livro: “26 Poetas Hoje”, organizado por Heloísa Buarque de Hollanda.



Esqueça as visões tradicionais sobre poesia: métrica, rima, linguagem difícil, temas grandiosos – nada disso cabe aqui. Heloísa Buarque de Hollanda compila em sua obra a poesia de 26 poetas que tinham em em comum a necessidade de desconstrução. Entre os poetas marginais, a beleza poética se transforma em choque, desbunde e descompromisso. Era um tapa na sociedade brasileira em plenos anos setenta, auge da repressão ditatorial. Levando a contracultura a extremos, a poesia marginal foi alvo de críticas e diversas polêmicas: numa época em que misturar cultura pop – tida como inferior – à literatura – a chamada Alta Cultura – era pecado mortal, os poetas marginais dialogaram incansavelmente com o Pop e o Tropicalismo. A destituição da poesia de seu degrau de Arte Nobre não agradou aos intelectuais. Nem mesmo a Academia Brasileira de Letras conseguiu enxergar relevância naquela estranha obra.

Versos como “(será mesmo com dois esses/ que se escreve paçarinho)”, de Cacaso, mostram o descompromisso desses poetas com a linguagem. Sempre irônico e ácido, boa parte dos autores não poupam críticas à Ditadura Militar, como em “Ficou moderno o Brasil/ ficou moderno o milagre:/ a água não vira vinho/ vira direto vinagre” ou “Em que berço dorme o/ som do mar e a luz/ ao céu profundo?/ No berço cego”.

“Faz tanto calor no Rio de Janeiro/ que é bom sentir essa neve/ partir de seu olhar”; “Um dia todos os peixes/ puseram a cabeça para fora da lagoa/ e me olharam”; “Ninguém me ama/ ninguém me quer/ ninguém me chama de Baudelaire”. Versos como esses não raro causam o desconforto típico da Literatura Marginal, surge então o questionamento: Isso é poesia? O que afinal é poesia? Nenhuma resposta nos é dada. A resposta, aliás, não é almejada pelos marginais: eles implementam a dúvida, o questionamento. E isso basta. A dúvida do que seria poesia é intensificada a partir do momento em que alguns poemas nem ao menos nos são apresentados em verso, como é o caso de boa parte da obra produzida por Ana Cristina César.

Questionadora e subversiva, a obra organizada por Heloísa Buarque é mais que um válido e rico registro da resistência contra a ditadura e os bons costumes; é uma leitura agradável e de fácil entendimento. O humor constantemente presente na obra além dos temas libidinosos e o uso constante de palavrões dão um sabor especial ao livro. É uma vingança da poesia contra o formalismo e a nobreza que lhe eram atribuídos.

Resenhado por Thiago Terenzi

272 páginas, Editora Aeroplano, 2007.

ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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GuiStadler 27/06/2022

Poesia de guerrilha
Mas para quem sabe que guerra não é só contra Estado; é, muito mais vez, contra a gente mesmo. Os textos de apresentação de Heloisa Buarque de Hollanda são fundamentais. No mais, não há um fio condutor entre os poetas, nem mesmo o verso livre. Ainda assim, por razão alguma, orna. Os melhores, em minha opinião: os deboches irônicos de Cacaso, as sinestesias de Vera Pedroso, os poemas-sonho, ou poemas-foto, de Eudoro Augusto e, claro, a verve de Ana C.
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Adriana Scarpin 10/02/2016

Três números de mágica - Leila Miccolis
"O espetáculo começa:
faço sair da cartola
televisão a cores,
automóveis,
e imóveis no Leme
a pagar em 180 prestações.
Depois te serro ao meio no caixão,
para salvar-te a seguir:
surges inteiro e pareces tão ileso
que nem dá para notar a castração.
Por último me cubro – abracadabra! –
e volto aos tempos de menina,
tirando da vagina objetos contundentes
que fizeram a minha vida
e o meu hímem complacentes."
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Julyana. 05/09/2016

Vim atrás da Ana C e reencontrei Torquato Neto.
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Felipe 28/03/2022

Clássico
Antologia maravilhosa. Recorte de uma geração pulsante e transformadora. É impressionante notar como muito do que se produz hoje na poesia contemporânea ainda reverbera vivamente essa influência. Textos imortais. Leitura obrigatória. (Só não gostei da fonte desta edição. O ?a? é quase um ?o?? ou estou mal da vista?)
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Rodrigo 22/04/2021

Patrimônio marginal
Uma seleta que fotografa um excerto da poesia underground da década de 1970, época do "vazio cultural" definido por Zuenir Ventura.
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