Fer Oliveira 21/03/2022A pobre senhorita FinchLucilla ficou chega ainda criança. Ela vive em uma parte separada da casa do seu pai para evitar a confusão da família numerosa do segundo casamento. Ela é independente e vive apenas com uma enfermeira que a ajuda nas coisas do dia a dia. Mas a vida em Dimchurch é um pouco tediosa e ela precisa de uma companhia.
Madame Pratolungo precisa trabalhar. Depois de viajar o mundo com o querido Senhor Pratolungo incentivando a República em pequenos países ela está viúva e necessitada de uma renda. O anúncio no jornal de que uma jovem necessita de uma dama de companhia é o cargo perfeito para Madame.
Lucilla e Madame Pratolungo criam uma forte amizade e a senhora torna-se seus olhos. Oscar acabou de se mudar para a pequena cidade. Ele está buscando refúgio depois de quase ser morto por um crime que não cometeu. Ele é um artesão de materiais preciosos e possui um irmão gêmeo idêntico que no momento está na América buscando inspiração para suas telas.
Quando em uma caminhada Lucilla ouve a voz de Oscar ela se apaixona imediatamente, mas o relacionamento pode ser abalado com um segredo que o rapaz reluta em contar. Ladrões roubam Oscar e devido a um golpe na cabeça ele fica doente necessitando de um remédio que altera sua aparência fisicamente. Nugent, o outro gêmeo chega com a notícia que pode ajudar Lucilla a enxergar novamente. O que Oscar fará? Irá contar a Lucilla o que aconteceu com ele ou vai deixa-la na ignorância da sua cegueira.
Eu, particularmente, achei a Lucilla chata, mimada e com atitudes infantis. Ela fazia chantagem emocional com todos, Madame Pratolungo e Oscar eram os que mais sofriam. Lucilla quando era contrariada fazia birra e dizia que só estavam fazendo isso por que era cega. Sem contar que ela tinha um preconceito com cores escuras, mas como se ela não sabia distingui-las? Vamos acreditar que esse era um medo irracional que um bom tratamento terapêutico ajuda.
Oscar era um frouxo, nunca vi personagem tão sem opinião. Ele vivia aos mandos e desmandos de Lucilla e do irmão, Nugent. No momento que mais precisa ter ação, ele fugiu. Fugiu de resolver seus problemas e deixou a sua vida na mão do irmão. Nem vou falar muito do Nugent por que senão será spolier. Posso dizer que ele dizia amar o irmão só não parecia que era assim de verdade.
Madame Pratolungo era a melhor personagem de longe. Ela tinha momentos engraçados e sinceros, mas sempre se desculpava por isso acreditando que era devido ao sua origem francesa. E sempre tinha que socorrer seu pai, um sugar daddy vitoriano, que aprontava todas na sua ausência.
Por fim, eu gostei bastante do livro. Estava com uma expectativa bem alta com esse livro porque gostei muito de outro do autor, A mulher de branco, a forma da sua narrativa foi diferente do que eu já havia conhecido. Então, A pobre senhorita Finch, não superou minha expectativa. O plot foi o que eu estava esperado, não me surpreendi com alguns acontecimentos, mas queria saber como o autor os conduziria e a narrativa do Wilkie é muito gostosa de ler.