Ideias para adiar o fim do mundo

Ideias para adiar o fim do mundo Ailton Krenak




Resenhas -


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RaiBm 04/09/2020

Um livro que nos faz pensar
Esse livro trouxe a tona diversos assuntos importantes e interligados. Ailton Krenak apresenta reflexoes sobre sustentabilidade, responsabilidade socioambiental e faz a gente pensar sobre como a nossa sociedade pouco valoriza os povos que antes ja habitavam essa terra, que hoje pisamos e possuímos como mercadoria. Nessas páginas, curtas porém completas, nos é apresentado fatos e pensamentos importantes e necessários para a nossa formação como pessoas e para a nossa conexão com a mãe Terra.
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Gabriela3588 27/02/2024

O povo que transformou seus meios em fins
Leitura finalizada, livro pequeno e leitura tranquila. ?Ideias para o fim do mundo, é uma provocação.?

Resenha:?
O livro aborda a questão do fim do mundo como inevitável, visto sob o olhar das nossas ações. O que estamos deixando para o futuro, que nós não vamos usufruir, mas sim nossos netos e daí em diante? Qual delivery você está pedindo hoje e deixando para o futuro?

A abordagem de Krenack em relação aos meios que a Humanidade tomou em relação a vida e a Terra é perfeita. É o que estamos vivendo hoje. O homem se transformou em ?o povo da mercadoria?, não ê mais a Terra como um membro essencial, se distanciou de suas origens, e se não mudarmos hoje, não vermos o mundo como antigamente, onde éramos uma coisa só, rio, montanha, natureza, povos, todos juntos em um único propósito. Perdemos essa essência e se não trazermos ela de volta, vamos sumir, assim como outros povos já sumiram.

Nós somos responsáveis pelas nossas ações e escolhas. E você? Está escolhendo o certo? Está fazendo algo para escolher o certo? Ou vai ficar somente na ideia??

Única questão que me incomodou no livro foi ele ser escrito através de uma palestra. Achei que a leitura não flui tão bem para um livro tão pequeno.
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Le Storrer 21/11/2020

Definitivamente deveríamos cuidar melhor do meio ambiente. Esse livro aborda questões relevantes nesse sentido, trazendo a visão da cultura indígena em relação à natureza.
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Kardec 04/03/2021

Leitura básica
Fico até meio triste quando penso sobre os temas que li neste livro, pois, aqui estamos indo por um caminho completamente oposto ao que o autor sugere como alternativa a esse suicídio que estamos construindo. Vidas sendo descartadas como mercadorias sem utilidade e o planeta visto apenas como uma fonte de recursos inesgotáveis (o que está longe de ser verdade). Enfim, este livro é um alerta, resta saber se vamos ouvi-lo.
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anaaroch 08/12/2022

É uma leitura bem leve, o autor cita pontos importantes que muitas vezes não paramos pra pensar sobre o nosso dia a dia, mas principalmente sobre o futuro. Bom para refletir sobre você, seus antepassados e seus (futuros) filhos, netos?

Recomendo!!
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Leila267 19/07/2023

Muitas reflexões
Esse livro é uma descrição da palestra dada por Krenak na universidade de Lisboa. Trás provocações que nos fazem refletir como estamos conduzindo nossa vida, o que estamos deixando para as próximas gerações e como estamos tratando o nosso Planeta Terra.
Nos distanciamos cada vez mais da natureza, de forma, que possamos "destrata-la", destruí-la e ignora-la, sem nenhum remorso.
É um livro curtinho, mas que faz você refletir por muito tempo, e até "recalcular" a rota das nossas vidas.
Eu admiro muito o Krenak, ele sempre tem algo nos ensinar.
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Luiza 28/12/2021

o fim do antropoceno
krenak e suas narrativas que nos conectam com a essência, para além dos aparatos físicos e mentais criados pelo colonialismo. foda!
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camila 16/07/2023

Ideias para adiar o fim do mundo
O livro é a escrita de uma entrevista, então possui muitos diálogos, o que eu acho interessante para ler, gera uma grande fluidez.
Ailton conseguiu abrir muito a minha mente nesse livro.
perfeito!
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Mariana 26/07/2023

Diversos assuntos de extrema importância abordados nesse livro.
Foi uma leitura obrigatória do meu curso na faculdade e acho que valeu super a pena! Gostei bastante.
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vaporbarato 21/02/2024

Ailton Krenak é um escritor maravilhoso, a escrita é muito didática e adoro a forma que ele consegue passar as ideias de forma tão fluída e reflexiva em poucas páginas. Esse livro é maravilhoso do começo ao fim.
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KatAudaz 14/02/2024

Resenhas do Habitica - Bienal do Livro e Soco no Estômago
Esta é uma resenha que escrevi para duas Guildas do aplicativo Habitica, como parte de desafios de leitura. O Habitica é um aplicativo de gamificação de tarefas e hábitos, e foi o responsável por eu retomar o hábito de leitura pra valer após anos lendo apenas esporadicamente.

Ideias para adiar o Fim do Mundo - Ailton Krenak

Ir a uma Bienal do Livro era algo que eu amava mas não fazia há muitos anos, desde antes da pandemia. Quando um amigo me convidou a ir para a Bienal deste ano para assistir à palestra do xamã Ianomâmi Davi Kopenawa, pensei “por que não?”. Ia ser o meu grito de liberdade da rotina da pandemia - mas com a minha máscara PFF2 no rosto, claro. Me enchi de coragem para sair da rotina na sexta-feira, adiantei meu trabalho, me organizei para levar o meu filho, junto com a minha mãe e uma tia da minha esposa como babás, para ter quem ficasse com o moleque durante a palestra (antes que me acusem de fazer minha mãe e a tia da minha esposa de empregadas, saibam que são elas que reclamam que passeiam pouco com meu filho). Todos devidamente paramentados com suas PFF2, partimos para atravessar a cidade na tarde chuvosa com bastante atraso com o planejamento original em razão de uma manha adicional no almoço e de um cocô fora de hora - quem tem filhos vai entender.
Resultado: depois de deixar meu filho, minha mãe e a tia da minha esposa soltos na Bienal, parti para a palestra. Cheguei com 20 minutos de atraso. O auditório estava lotado e fechado, e uma segurança na porta que não me deixou entrar por mais que eu suplicasse.
O auditório tinha paredes de vidro, então dei uma espiada. Vi o meu amigo devidamente instalado numa fileira do meio. Ele é solteiro: claro que conseguiu chegar a tempo. E, para minha surpresa, além do Davi Kopenawa, estava no palco também Ailton Krenak.
Eu já tinha ouvido falar de Ailton Krenak, mas nunca tinha prestado muita atenção aos escritos dele até uns dois anos atrás, quando assisti a participação dele no primeiro episódio da série documental Guerras do Brasil.doc, da Netflix. Falando das guerras da conquista dos europeus contra os indígenas no Brasil, Ailton apresenta uma ideia absolutamente original (pelo menos para mim na época) e muito esclarecedora: as guerras da conquista nunca pararam. O genocídio dos povos indígenas dos dias de hoje não é senão continuação do genocídio promovido pelos portugueses na época colonial.
A fala de Ailton Krenak no documentário me pegou como um soco no estômago. Depois de um certo tempo de vida, começa a ficar raro a gente ser apresentado a ideias que nos pareçam verdadeiramente originais. Desde então o nome de Ailton Krenak entrou no meu radar, e os livros dele entraram na minha Lista de Livros a Comprar.
Quando vi Davi Kopenawa e Ailton Krenak lado a lado na palestra que eu deveria estar assistindo, decidi que iria fazer do limão uma limonada. Se eu perdi a palestra, pelo menos ia sair dali com os livros desses autores autografados.
Com uma rápida pesquisa no Google e no aplicativo da Bienal, descobri que a mesma editora, a Companhia das Letras, publica tanto o Davi Kopenawa como o Ailton Krenak. Dei um pulo no estande dela, redescobrindo o prazer de escarafunchar um estande de editora na Bienal. Saí de lá com o "Ideias para adiar o Fim do Mundo" e o "O Amanhã Não Está à Venda", do Ailton, e o "A Queda do Céu", do Davi. E, claro, mais três outros livros que talvez entrem nas listas de leitura de 2023, 2024 ou 2025.
A palestra ainda demorou muito a acabar. De certo modo, me dei o equivalente a um “vale night” de Bienal do Livro para curtir, livre, leve, solto e, céus, que maravilha, sozinho, os estandes, dando um migué nas babás do meu filho, que me imaginavam ocupado dentro da palestra.
Quando a palestra terminou, entrei, cumprimentei o meu amigo, e, conversando com ele, peguei a fila de gente que queria o autógrafo do Davi Kopenawa.
Depois de conseguir o autógrafo no A Queda do Céu, fiquei com vergonha de pedir o autógrafo do Ailton Krenak. Como ele tinha aparecido fora da programação, ninguém tinha levado o livro dele para ser autografado. Fiquei com medo de ficar parecendo um tiete na frente do meu amigo.
Além disso, eu já tinha passado mais de três horas curtindo o “vale-night/Bienal”, e decidi que era hora de retornar aos meus deveres de pai e salvar a minha mãe e a tia da minha esposa das garras do meu filho.
Claro que quando reencontrei meu filho ele ainda estava longe de querer ir embora. Eu ainda gastaria uma grana com os brinquedos disfarçados de brindes de livros que meu filho quis levar. Saímos quando a Bienal estava quase fechando. Chegando em casa, as minhas aquisições foram para a Pilha de Livros para Ler.
Ainda assim, nas semanas que seguiram os livros do Ailton Krenak me davam o comichão da leitura procrastinatória. Eram curtos, apenas cem páginas de formato de bolso, com letras bem espaçadas. Eu sabia que o conteúdo era bom e que a leitura seria prazerosa, perfeita para desviar de uma tarefa mais importante, mas ainda assim uma “procrastinação produtiva”, pois estaria lendo material de qualidade que me acrescentaria.
Quando entrei na Guilda Atheists, Feminists and other no-good Commies e no dia seguinte foi anunciado que um dos Desafios de agosto seria ler um livro de um autor indígena, não tive dúvidas: aderi ao Desafio e escolhi o "Ideias para adiar o Fim do Mundo". Preferi ele ao "O Amanhã Não Está à Venda" porque é anterior e, se eu tenho vários livros do mesmo autor, gosto de lê-los em ordem cronológica para acompanhar a evolução do pensamento.
A leitura confirmou totalmente minhas expectativas: uma leitura agradável mas poderosa, com ideias que são um soco no estômago, algumas confirmando algumas opiniões que eu estava formando, outras me dando pontos de vista originais.
Ideias para adiar o Fim do Mundo é a transcrição de três palestras de Ailton Krenak, uma em 2019 e as outras em 2017. Tem posfácio de Eduardo Viveiros de Castro, que conecta as ideias de Krenak ao conceito de Era Axial e à divisão de pensamento ocorrida entre os séculos VIII e III a.C., e que dividiu os povos entre os de pensamento imanente e os de pensamento transcendente.
E quais são, afinal, as ideias para adiar o fim do mundo? Bem, passam por reconhecer a falácia do conceito de Humanidade: não existe uma Humanidade, o que há é um povo - nós - que detém poder hegemônico sobre todos os outros povos, e que acha que esses outros deviam se juntar a ele porque as ideias dele são muito melhores. Passam por reconhecer que todas as organizações que se consideram “universais” na verdade são desse povo da hegemonia, e estão longe de representar a vontade de todos os povos. Passam por entender que os membros do povo da hegemonia se entendem como uma entidade separada da Terra - diferentemente dos povos conquistados. E que essa cisão, que já não reconhece o rio, a montanha etc. como um semelhante, mas sim como um recurso a ser explorado, leva ao desastre ambiental que vivemos hoje. Passa por entender que o a ideia de desenvolvimento sustentável também é uma falácia, pois ela ainda se baseia na ideia de fazer de todas as coisas mercadorias para o nosso usufruto - as coisas que serão preservadas são apenas coisas que consumiremos mais tarde. Simples assim. É verdade que muitas dessas ideias estão circulando, e eu já tinha tomado contato com elas. Mas encontrá-las organizadas assim num livro, descritas com graça, humor e a força de um soco no estômago, numa leitura que se consegue terminar em menos de duas horas, valeu totalmente a pena o investimento.



Review: Ideas to postpone the End of the World - Ailton Krenak

Part 1

Going to a Book Biennial* was something I loved but hadn't done in many years, since before the pandemic. When a friend invited me to go to this year's Bienal to attend a lecture by Yanomami shaman Davi Kopenawa, I thought “why not?”. It was going to be my cry for freedom from the pandemic routine - but with my PFF2 mask on my face, of course. I got up the courage to get out of my routine on Friday, I went ahead with my work, I organized myself to take my son, along with my mother and an aunt of my wife as babysitters, to have someone to stay with the kid during the lecture ( before you accuse me of making my mother and my wife's aunt into maids, know that they are the ones who complain that they spend little time with my son). All properly attired with their PFF2, we set out to cross the city on the rainy afternoon quite late with the original planning due to an additional morning at lunch and an untimely poop - those with children will understand.
*The Book Biennial is one of the main book fairs in Brazil. It takes place every two years.

Result: after leaving my son, my mother and my wife's aunt free at the Bienal, I left for the lecture. I arrived 20 minutes late. The auditorium was packed and closed, and a security guard at the door wouldn't let me in no matter how much I pleaded.
The auditorium had glass walls, so I took a peek. I saw my friend properly installed in a middle row. He's single: of course he managed to get there on time. And, to my surprise, in addition to Davi Kopenawa, Ailton Krenak was also on stage.

I had heard of Ailton Krenak, but had never paid much attention to his writings until a couple of years ago, when I watched his participation in the first episode of the documentary series "Guerras do Brasil.doc", on Netflix. Speaking of the wars of European conquest against the indigenous people in Brazil, Ailton presents an absolutely original (at least for me at the time) and very enlightening idea: the wars of conquest never stopped. The genocide of indigenous peoples today is nothing but a continuation of the genocide promoted by the Portuguese in colonial times.
Ailton Krenak's speech hit me like a punch in the stomach. After a certain age, it starts to become rare for us to be presented with ideas that seem truly original to us. Since then, Ailton Krenak's name has been on my radar, and his books have been on my To Buy List.


Part 2

When I saw Davi Kopenawa and Ailton Krenak side by side in the lecture I was supposed to be attending, I decided that I would make lemonade out of lemons. If I missed the lecture, at least I was going to leave with the books of these authors signed.

With a quick Google search and the Bienal app, I discovered that the same publisher, Companhia das Letras, publishes both Davi Kopenawa and Ailton Krenak. I popped into the Companhia's space, rediscovering the pleasure of digging through a publisher's booth at the Bienal. I left from there with "Ideas to postpone the End of the World" and "Tomorrow Is Not for Sale", by Ailton, and "A Queda do Céu", by Davi, and a lighter purse. And, of course, I bought three more books that might make the 2023, 2024, or 2025 reading lists.

The lecture took a long time to finish. In a way, I gave myself the Book Bienal equivalent of a “night voucher”* to enjoy, free, loose and, heavens, alone, the stands, telling nothing to my son's nannies, who imagined me busy inside the lecture.
*a "night voucher" is a permission that parents give themselves, usually in the company of their spouse, to go out at night for dinner or even a dance club, while the child is in someone else's care.

When the lecture ended, I went in, greeted my friend, and, talking to him, I caught the line of people who wanted Davi Kopenawa's autograph.

After getting the autograph at A Queda do Céu, I was embarrassed to ask for Ailton Krenak's autograph. As he had appeared outside the schedule, no one had taken his book to be autographed. I was afraid of looking like a groupie in front of my friend.

Furthermore, I had already spent more than three hours enjoying the “Bienal night voucher”, and I decided it was time to return to my father's duties and save my mother and my wife's aunt from my son's clutches.

Of course, when I saw my son again, he was still far from wanting to leave. I would still spend some more money on toys disguised as book free gifts that my son wanted to take. We left when the Bienal was almost closing. When I got home, my purchases went to the Stack of Books to Read.

Still, in the weeks that followed, Ailton Krenak's books gave me the itch of procrastinating reading. They were short, just a hundred paperback pages, pocket sized, with well-spaced letters. I knew that the content was good and that reading would be pleasant, perfect for diverting from a more important task, but still a “productive procrastination”, because I would be reading quality material that would increase my knowlwdge.

When I joined the Atheists, Feminists and other no-good Commies Guild and the next day it was announced that one of the August Challenges would be to read a book by an indigenous author, I had no doubts: I joined the Challenge and chose "Ideas to postpone the End of the World". I preferred it to "Tomorrow Is Not for Sale" because it is an earlier book, and, if I have several books by the same author, I like to read them in chronological order to follow the evolution of thought.


Part 3

The reading totally confirmed my expectations: a pleasant but powerful read, with ideas that are a punch in the stomach, some confirming some opinions I was forming, others giving me original points of view.

Ideas to postpone the End of the World is the transcript of three lectures by Ailton Krenak, one in 2019 and the other in 2017. It has a postscript by Eduardo Viveiros de Castro, which connects Krenak's ideas to the concept of the Axial Era and the division of thought occurred between the 8th and 3rd centuries BC, and which divided peoples between those of immanent thought and those of transcendent thought.

And what, after all, are the ideas for postponing the end of the world? Well, they go through recognizing the fallacy of the concept of Humanity: there is no Humanity, what there is is one people - us - who hold hegemonic power over all others, and who think that these others should join them because their ideas are much better. They go through recognizing that all organizations that consider themselves “universal” actually belong to this people of hegemony, and are far from representing the will of all peoples. They come with the understandanding that the members of the people of the hegemony understand themselves as an entity separate from the Earth - unlike the conquered peoples. And that this split, which no longer recognizes the river, the mountain, etc. as a similar being, as a person, but rather as a resource to be exploited, leads to the environmental disaster we are experiencing today. It goes through understanding that the idea of ​​sustainable development is also a fallacy, because it is still based on the idea of ​​making all things commodities for our usufruct - the things that will be preserved are just things that we will consume later. That simple. It is true that many of these ideas are circulating, and I had already come into contact with them. But finding them organized like this in a book, described with grace, humor and the force of a punch in the stomach, in a reading that can be finished in less than two hours, was totally worth the investment.
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