O Falecido Mattia Pascal

O Falecido Mattia Pascal Luigi Pirandello




Resenhas - O Falecido Mattia Pascal


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Codinome 04/07/2021

Um pouco sobre "O falecido Mattia Pascal"
Romance do início do século XX (1904), escrito pelo autor italiano Luigi Pirandello e minha primeira experiência com esse escritor. Um livro com uma atmosfera parecida com a de “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis, tanto pela ironia característica do autor italiano quanto pela própria estrutura da história: narração em primeira pessoa por um sujeito distanciado da vida que viveu.

Brás Cubas já está morto, Mattia “morreu” e ressuscitou.

A história de Mattia Pascal é basicamente o seguinte: confundem ele com um outro homem que se suicidou, Mattia fica sabendo desse engano e se vê livre a viver da maneira como lhe bem agrada, já que sua antiga vida estava bem indesejável. Ele, então, muda de nome para Adriano Meis e começa a viver como viajante em uma liberdade, aparentemente, ilimitada. E é nesse ponto que está a grande problemática do livro.

Pirandello teve formação filosófica e devemos sempre ler com atenção esses escritores que fizeram ficção e com bagagem em filosofia (apesar de eu não saber se ele se formou antes ou depois da publicação do livro, de qualquer maneira, ou a semente ou fruto já existiam na vida do escritor). Isso torna a obra muito boa quando visualizamos esse paradoxo da liberdade (um problema filosófico) para com o protagonista.

Mattia, por mais que esteja em uma nova vida, possui a mesma consciência das lembranças e não uma tábua rasa ou um papel em branco em que tudo possa ser escrito do zero. Sendo um profundo peso o fato de mentir aos outros sobre isso e, pior ainda, mentir para si mesmo. Como o próprio personagem diz em determinada altura do livro: ele não é um devasso, um cafajeste ou um canalha (ele não usa nenhum desses nomes, mas é nessa linha de pensamento), o que facilitaria para colocar suas mentiras em prática (tal como um outro personagem que ele encontra na história e Mattia percebe como o sujeito mente descaradamente).

Além disso, também existe a dificuldade formal e jurídica de conseguir fazer coisas simples com essa nova identidade, como por exemplo denunciar para a polícia um furto de dinheiro ou marcar um duelo com outra pessoa (essa segunda atitude já não é, infelizmente, mais simples nos dias de hoje).

O romance pareceu-me, em certos capítulos, meio gordo. Ou seja, alguns capítulos aparentemente desnecessários (por exemplo: “A lanterninha”), a leitura às vezes ficava meio difícil de fluir nessa nova vida de Adriano Meis e nas histórias de infância/juventude/maturidade de Mattia. No entanto, vale a pena o leitor continuar e ser recompensado com uma escrita que revela maturidade e com o pensamento de Pirandello: “o paradoxo entre a essência e a aparência, entre o que é o homem e o modo como a sociedade o vê” (não sei de quem é essa frase, mas define muito bem).

Uma conclusão que podemos chegar é do quão difícil é ser plenamente livre e, nos perguntando, o que de fato é ser livre. Parece-me, após essa leitura, que é sermos plenos de nossa identidade, sem a necessidade de ficarmos mentindo sobre nossos valores e opiniões. Essa é uma possível resposta que Pirandello nos dá sobre o que é liberdade.
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Ma_ah 05/10/2023

A história gira em torno de Mattia Pascal, um homem que, após uma série de reviravoltas inesperadas e um evento trágico, se vê livre para recomeçar sua vida. Ele assume uma nova identidade e embarca em uma jornada de autodescoberta. Pirandello explora a complexidade da identidade humana, questionando o papel da sociedade na construção de quem somos.

A narrativa é habilmente construída, com Pirandello alternando entre o drama e a comédia, explorando temas como liberdade, destino, e a busca pelo significado da vida. Os personagens são ricamente desenvolvidos, cada um contribuindo para a reflexão sobre as máscaras que usamos na sociedade.

Tem uma leitura profunda e envolvente que convida o leitor a questionar sua própria identidade e a busca por autenticidade em um mundo cheio de convenções. Pirandello deixa uma marca indelével com sua prosa habilidosa e suas reflexões filosóficas. Este romance continua a ser uma obra fundamental da literatura italiana e um tesouro para qualquer amante da literatura clássica. Recomendo!!
Fabio 10/10/2023minha estante
Ótima resenha!???


Ma_ah 11/10/2023minha estante
Obrigada!




@prazerliterariooficial 02/07/2023

A história em si, até que, cativa, mas têm muitas vírgulas, fazendo com que fique cansativo e torna a leitura demorada.
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Marcelo 24/06/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
O livro conta a história de Mattia Pascal, um homem comum que leva uma vida monótona e infeliz em uma pequena cidade italiana. Ele é infeliz em seu casamento e sente-se aprisionado em uma existência sem sentido.
No entanto, sua vida dá uma reviravolta inesperada quando uma notícia falsa de sua morte é divulgada. Mattia aproveita essa oportunidade para escapar de sua vida anterior e assume uma nova identidade. Ele foge para uma cidade vizinha e começa uma nova vida como Adriano Meis.

Adriano desfruta de uma sensação de liberdade e começa a viver plenamente. Ele se envolve em jogos de azar e tem alguns sucessos, mas também enfrenta derrotas e adversidades. No entanto, ele está feliz por ter escapado de sua antiga vida e encontrou uma nova identidade.

No desenrolar da história Adriano começa a se questionar se a esperada liberdade com a morte de Mattia realmente vale a pena e resolve então reassumir sua verdadeira personalidade, voltando para a cidade e para os seus.

Mattia retorna à sua antiga vida, mas agora ele está transformado pela experiência de ter vivido como Adriano Meis. Ele enfrenta desafios para se reintegrar à sociedade e reconstruir seus relacionamentos. Além disso, ele questiona sua própria identidade e a natureza da existência.

Ao longo do romance, Pirandello explora temas como identidade, liberdade, responsabilidade e a busca pela autenticidade. Ele examina as máscaras que as pessoas usam para se encaixar na sociedade e as pressões e limitações que elas enfrentam. Mattia Pascal representa a luta universal para encontrar a verdadeira identidade em um mundo cheio de expectativas e convenções.
No final, Mattia Pascal chega a uma compreensão profunda de si mesmo e das complexidades da vida. Ele aprende a aceitar as contradições e os desafios que a existência apresenta e a encontrar um equilíbrio entre liberdade e responsabilidade.

Apesar de ser um clássico da literatura italiana e de Pirandello ser Prêmio Nobel, em alguns momentos senti tédio com a leitura.
Rafaela1243 30/08/2023minha estante
Ótima resenha!




(n)Ana 29/11/2012

Extraordináro
Um livro que transporta o leitor para dentro da inusitada situação e tem reflexões interessantíssimas em todas as páginas. Uma história que me ajudou muito num momento de dúvidas e que é capaz de nos mostrar o conflito liberdade X vida em sociedade com maestria. Além disso, o próprio Mattia Pascal é um personagem fantástico! Totalmente recomendado.
Val Alves 29/03/2021minha estante
Também fiquei apaixonada com o personagem.




Heidi Gisele Borges 19/03/2021

becodonunca.com.br
Em 28 de junho de 1867, em Agrigento/Girgenti, na Sicília, nascia Luigi Pirandello, autor de O Falecido Mattia Pascal (1904), Um, Nenhum e Cem Mil (1926), entre outros romances e peças. Ganhou o prêmio Nobel de Literatura de 1934. Faleceu em 10 de Dezembro de 1936.

Sobre O Falecido Mattia Pascal (Abril Coleções, 314 páginas), não sei o motivo, mas esse livro me chamou.

Queria colo. Aceitei levá-lo comigo.

No começo a leitura é um pouco arrastada. Mattia Pascal narra sobre sua infância, em que passa muitas adversidades, e dá vontade de abandoná-lo, contudo, por algum motivo desconhecido - já que não tenho nenhum problema em abandonar livros que não estão me cativando, seja para sempre ou para voltar em algum momento - continuei a leitura.

Mattia se casou e sua mulher deu à luz gêmeas, uma morreu em pouco tempo, a outra faleceu alguns anos depois, no mesmo dia em que sua avó materna também se foi. A vida desse homem não era fácil. A mulher não se cuidava mais, a sogra implicava com ele.

Pois um dia Mattia se revolta com essa vida. Ele, um bibliotecário em uma cidade que não lê, resolve sair de casa. Confesso que depois dessa parte comecei a gostar de passear pelas desventuras desse homem que se descobre, ao ler um jornal, morto.

Acontece que ele abandona a casa em que mora e vai para outra cidade onde acaba descobrindo o jogo de roleta e numa sorte de principiante, acaba ganhando muito dinheiro. Quando está em um trem a caminho de casa, fazendo cálculos de quanto e para quem deve, percebe que ficará sem nenhum tostão. Compra um jornal e lê a fatídica notícia de que seu corpo havia sido encontrado, Mattia Pascal tinha se matado!

Mas como não é um romance fantástico, e esse que nos acompanha não é um fantasma, o homem culpa a sogra de querer se livrar do peso e reconhecer Mattia em qualquer cadáver.

Pirandello se filiou ao partido fascista em busca de apoio para a sua companhia de teatro. "Ele assumiu - com a ajuda de Mussolini, antes de se tornar antifascista - a direção do Teatro d'Arte di Roma, em 1925, até sua morte" (...) "Ele chegou a doar sua medalha do Nobel ao governo fascista após a Itália declarar guerra à Etiópia, em 1935". Fiquei sabendo desse "detalhe" depois de terminar a história, quando li sobre vida do autor no especial que contém no final da obra. Essa medalha, esse pequeno objeto, pode ter causado muita dor, pode ter sido transformado em uma arma, em balas. Um momento muito triste da História em que infelizmente alguns precisavam de apoio, mesmo que do lado errado, alguns, por medo, eram obrigados a isso... Enfim, não vou me aprofundar, pois não li nada mais sobre o assunto na vida do autor.

Mas essa edição da Abril Coleções, além de ser visualmente muito bonita, com capa dura e tecido, contém notas de rodapé que deixam o romance ainda mais rico. A história vale a pena ser lida.

Beco do Nunca
becodonunca.com.br

site: http://www.becodonunca.com.br/
Val Alves 29/03/2021minha estante
Não sabia dessa ligação dele com o fascismo. Que triste. :/


Codinome 06/07/2021minha estante
Boa resenha! Só achei meio infantil o ato de abandonar livros que não te cativam no início: é algo que pode acontecer sim. No entanto, só pegando várias porcarias para ler que não é um problema isso como hábito.




Rosa Santana 08/01/2022

O que somos fora da chancela do Estado?
Morrer significa se enterrar e, junto ao corpo sepulto, deixar também os documentos como RG, CPF e afins!
Deixar para traz e, para sempre, amigos, familiares, cônjuges! Então tá! E aí? Como se passar por morto sem alugar um lugar para morar? Como adoecer e precisar ir se tratar, se internar, fazer alguma cirurgia? Ter filhos e colocá-los na escola e etc e etc e etc??
Nosso sistema atual não nos permite morrer sem, de fato, morrer!
É o que nos mostra Mattia Pascoal, contando sua própria história de morto vivo (ou vivo morto!). Por mais insidiosas que sejam as relações humanas, por mais ?despersonalizados? que sejamos, não dá para nos fazer de mortos!
Ainda que vivamos de máscaras e que compartilhemos com os outros as nossas e as deles, temos que estar vivos enquanto, de fato, não morrermos... E bem vivos!

Lembrei-me do trecho da música de Belchior:
?O ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!?

Um bom livro, bem ao estilo Pirandello.
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Thiago662 13/08/2023

Não há liberdade! Não há como escapar...
"De novo o pensamento da minha total impotência, da minha nulidade, acometeu-me, esmagou-me".

"Pelo meu lado, sou do aviso que nós, enquanto por graça de Deus estivermos vivos, não poderemos saber nada sobre a morte; e, portanto, não lhe parece inútil pensar nela? Industriemo-nos para viver da melhor maneira, isto sim, santo Deus!".

O livro narra às escolhas, aventuras e desventuras de Mattia Pascal, um jovem rico e que perde tudo. Foi impossível criar algum tipo de empatia por Mattia e talvez isso tenha atrapalhado a minha leitura. Tudo é muito cansativo. As escolhas feitas pelo personagem título são as piores possíveis. Sabendo que a família é roubada por um administrador inescrupuloso, nada faz e continua vivendo sua vida como se nada tivesse acontecendo. Acaba num casamento sem amor e com uma sogra peste a lhe atormentar a vida...

Em meio a várias desgraças e perdas, acaba fugindo de sua terra natal em busca da tal liberdade... Num lance de sorte ganha uma fortuna, toma o rumo de casa, mas é dado como morto! Esposa e sogra reconhecem o primeiro corpo para se livrar do fracassado Mattia. A oportunidade perfeita para a construção de uma nova vida... Mas são várias paginas sobre os tormentos de Mattia! São reflexões filosóficas sobre liberdade, sobre morte/vida, natureza humana... No fim, liberdade não existe e não há como escapar!

Cansativo, embora o final seja engraçado! Talvez não tenha lido direito. Um Nobel de literatura!  
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Max 28/01/2023

Indolência...
O livro traz reflexões sobre a morte e sobre a liberdade. Mostra também uma sociedade de época burguesa em que a frivolidade e uma total falta de interesse em produzir qualquer coisa pelas próprias mãos. Gente indolente...
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ElisaCazorla 13/06/2021

Não se pode fugir de si mesmo? Ou pode?
Pirandello é magistral! Escrito impecavelmente, este livro te carrega numa narrativa deliciosa e numa trama muito interessante.
Quando Mattia Pascal tem a chance de deixar para trás sua vida enfadonha e endividada, cercado de pessoas que o desprezam e que ele também desdenha, não pensa duas vezes e aceita os documentos de falecido Mattia Pascal para construir uma nova identidade e viver uma nova vida.
Mas, será que existe Eu além dos documentos burocráticos? Existe Eu longe das pessoas que conhecem nossa história e o nome que foi nos dado ao nascer?
Mattia Pascal se vê diante de uma das maiores, senão a maior, questão filosófica de todas: quem sou eu? Eu!
Eu decido ser quem eu sou ou não?
A história decide quem eu sou?
Meus documentos é que dizem quem eu sou?
E eu? Quem eu decido que sou?
Não consigo falar mais sobre essa obra sem dar qualquer spoiler mas o final é revelador tanto para o narrador quanto para nós, leitores.
Será que somos construídos ou construímos nossa persona?
Viver em uma sociedade tão burocrática nos deixa dependentes de documentos que comprovem nossa existência mas, e se pudéssemos renascer, reinventar, recriar uma nova persona em um lugar totalmente novo, será que seríamos capazes de ser outra pessoa?
Afinal, quem somos?
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Val Alves 29/03/2021

No meio da busca por sua identidade vc pode se perder
E se você tivesse a oportunidade de viver uma nova vida, com uma nova identidade, o que você faria?

Sou fascinada com a habilidade de Pirandello em criar narrativas interessantes e provocantes, que já chamam a atenção pelo título. Em muitos aspectos a leitura fez lembrar Machado de Assis e seus personagens incríveis,  de personalidade única e também na habilidade em criar um texto elegante, envolvente e com fina ironia.

Inspirado em uma notícia que lera num jornal sobre um triângulo amoroso que deveria acabar em suicídio coletivo por uma decisão unânime dos envolvidos, mas que termina com o suicídio apenas da inocente esposa e que acaba por deixar o campo livre para o marido e a amante, Pirandello cria essa obra genial em que o pobre Mattia, por ironia do destino, é confundido com um homem encontrado morto perto de sua residência bem no instante em que ele estava retornando de uma fuga temporária em outra cidade. O que no início era uma tentativa de ganhar novos ares e uma saída para se livrar de um ambiente doméstico enclausurante, num segundo momento se transformou numa outra tragédia que parece nos dizer que, para alguns seres humanos como Mattia, a paz não existe e, se tentar fugir de seus problemas, outros aparecerão.

No final do livro há informações extras bem interessantes, e fiquei bastante surpresa em descobrir que o ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 1943 sofreu com a crítica que implicava com seus textos dizendo que eram absurdos e sem verossimilhança. Fiquei me perguntando em que mundo essas pessoas viviam pra fazer uma crítica tão besta, pois basta olhar um pouquinho para o mundo através de nossas janelas para presenciar o absurdo que se impõe sobre nós todos os dias.
Não é o primeiro nem será meu último Pirandello lido.
Reticente da Silva 29/03/2021minha estante
Estou lendo Cadernos de Serafino Gubbio e é impressionante a leitura de Pirandelo sobre a Modernidade que começava a caminhar. Depois desse texto ele pula para o teatro para tentar ampliar a sua obra.

Ele é incrível


Val Alves 29/03/2021minha estante
Esse livro que vc citou ainda não tinha ouvido falar.


Val Alves 29/03/2021minha estante
Já até coloquei na minha lista rs. Obrigada!


Reticente da Silva 30/03/2021minha estante
Ah que legal... depois me diz o que achou :)


Val Alves 30/03/2021minha estante
Com certeza! ;)




Edna 08/06/2022

"Já sabia o quanto a minha liberdade que, no inicio me parecera ilimitada, tinha seus limites."

"A luz de uma idéia comum é alimentada pelo coletivo."

Esses dois trechos resumem a história que com seus inúmeros problemas acreditou que seria possível viver sem suas raízes.

Um livro estupendo.
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Fabio Shiva 18/03/2017

A morte dá sentido à vida
Muito bom esse livro, obra que diverte e faz pensar. Dentre todos os autores laureados com o Prêmio Nobel de Literatura que li até hoje, Pirandello é certamente o que tem a veia cômica mais aflorada.

É o próprio Mattia Pascal quem narra sua singular história: “já morri, sim, duas vezes, mas a primeira, por engano, e a segunda... irão saber.”

Dado como morto por todos que o conheciam, Mattia tem a oportunidade de começar uma nova vida, sob uma nova identidade. Mas longe de ser a liberdade que ele almejava, a condição de “morto” acaba se tornando uma nova e insuspeitada escravidão... o que não o impede de desenvolver uma série de reflexões sobre a vida e a morte.

Muito interessante é o recurso utilizado pelo autor de apresentar, através do personagem Paleari, alguns pensamentos bem profundos sobre o sentido da vida, mas que são recebidos pelo um tanto obtuso Mattia Pascal com deboche e ironia, como se não passassem de devaneios de um velho gagá. Recurso arriscado, que em mãos menos hábeis talvez não surtisse o efeito desejado, de fazer pensar sem cometer o grave crime de querer “dar aula” ao leitor, além de deixar a questão em aberto, possibilitando novas reflexões.

Eu, pessoalmente, obtive dessa leitura um ganho a mais, pois ao contrário da maioria das pessoas, também já morri, não apenas duas, mas três vezes, graças a um problema na parte elétrica do coração que obrigou os médicos a forçarem uma parada e a reinicialização das batidas cardíacas por meio de choque elétrico. Trata-se de um procedimento perigoso e de êxito incerto, mas felizmente dei um “restart” no coração por três vezes e ainda estou aqui. Foram momentos difíceis para mim e para minha família, mas hoje posso dizer que foram algumas das melhores coisas que já me aconteceram, por me proporcionar, assim como ao caro Mattia, a possibilidade de vivenciar de forma mais próxima a morte e, assim, obter uma visão privilegiada sobre a preciosa dádiva da vida. Foi, aliás, graças a esses episódios que passei a me chamar Fabio Shiva (tendo nascido Fabio Lopes Barretto), como explico no poema “3 X CTI”:

Fabio Lopes morreu.
Fabio Barretto morreu.
Fabio sem nome morreu.
Antes eles do que eu!


site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Codinome 06/07/2021minha estante
Boa resenha!!


Rosa Santana 25/10/2021minha estante
Interessante demais sua resenha, Shiva!


Fabio Shiva 26/10/2021minha estante
Olá Rosa e Codinome!
Gratidão pelos comentários e por essa energia boa!




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