douglaseralldo 25/02/2020
10 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA, ORGANIZADO POR LEONARDO SAKAMOTO OU SOBRE TRAGÉDIAS HUMANITÁRIAS
1 - O presente livro abre as discussões dando conta que " de 1995 a setembro de 2019, mais de 54 mil pessoas foram encontradas em regime de escravidão no Brasil",em fazendas a prostíbulos e oficinas de costura. Tais números que somados aos números globais dão conta da tragédia humanitária que é o trabalho em regime ou análogo à escravidão, ou no termo e conceito que trabalha a publicação, a "escravidão contemporânea". É sobre este tema urgente que discorrem os oito artigos mais introdução e posfácio deste livro escrito por especialistas nas discussões envolvendo o trabalho escravo e sua persistência mesmo em pleno século XXI;
2 - Na introdução de Leonardo Sakamoto há tanto a contextualização acerca da escravidão contemporânea no Brasil, especialmente, bem como a conceituação do termo apresentando "o que é o trabalho escravo contemporâneo, sua história recente, como ele se insere no Brasil e mundo e o que tem sido feito para erradicá-lo". A distinção especialmente entre escravidão colonial e o trabalho escravo contemporâneo será novamente discutida no posfácio "A herança do racismo" em que Raissa Rousenq Alves lembra que "por mais que não se esteja afirmando que escravidão colonial e contemporânea sejam a mesma coisa, pois não são, é imprescindível considerar o racismo, entendido como ideologia que estrutura a sociedade brasileira, perpassa todos os âmbitos das relações sociais, o que é determinante para o sucesso do modo de produção capitalista. [No] que vale lembrar que muitas práticas escravistas consideradas "novas", como servidão por dívida, já existiam no Brasil desde a escravidão colonial" de modo que a autora lembra que "pensar a erradicação do trabalho escravo contemporâneo e reinserção dos trabalhadores resgatados em condições dignas de vida e trabalho implica enfrentar as hierarquias raciais e regionais que estruturam nossa organização enquanto sociedade";
3 - Dentre os artigos o livro começa com "Histórias de liberdade" em que o fiscal do trabalho André Esposito Roston compartilha algumas [e dramáticas] experiências de libertação de trabalhadores em regime análogo ao escravo. Dando conta do atraso e primitivismo anti-civilizatório da prática diz ele "fiscalizar denúncias de trabalho escravo em regiões e setores que nunca foram fiscalizados é um mergulho no passado". No artigo seguinte Mike Dottridge em "A história da proibição das escravidão" vai contextualizar o debate em espacial no âmbito das Nações Unidas, ONU;
site: http://www.listasliterarias.com/2020/02/10-consideracoes-sobre-escravidao.html