Resenhas -

Brujo 11/05/2023

Rendezvous With Rama 
Imaginem que uma estrutura de dimensões colossais e claramente artificial entra no sistema solar. O alvoroço é imediato, pois esse pode ser o primeiro encontro da humanidade com outra raça inteligente, muito mais avançada que nós. Imaginem que uma equipe de astronautas é enviada imediatamente para investigar, com poucas semanas para fazer isso, pois em breve, a estrutura passará pelo sol, tornando-se impossível permanecer ligado à ela. Na Lua, um comitê formado por representantes dos planetas e satélites colonizados pela Terra se reúne para discutir a questão. Imaginem que você tem em mãos os relatórios da missão e do comitê. Esta é a sensação que senti ao terminar de ler Encontro Com Rama, uma das histórias de sci-fi mais realista que já li. Já leram o livro "Contato", de Carl Sagan? Pois a lógica realista deste livro segue a mesma linha de pensamento.
Aqui não há impérios galáticos, não há guerra de espaçonaves, telepatia, nada disso. O que vemos aqui é uma história escrita por alguém que claramente é bastante familiarizado com conceitos da física: aqui fala-se de efeito Coriolis, força centrífuga, a forma como diferentes graus da gravidade agem nos objetos e etc. C. Clarke é extremamente minucioso com os detalhes da história, com a descrição do que se encontra dentro da estrutura colossal nomeada como Rama, nome de um deus hindu. O nível de detalhamento é tal que o autor descreve, mais de uma vez, o ângulo de diversos objetos, como a gigantesca escada que vai do topo de Rama até seu interior. Em uma atualização que fiz de leitura, eu disse que Arthur C. Clarke é o Tolkien da ficção científica e acho que essa comparação pode dar uma boa ideia para quem ainda não conhece sua escrita.
É importante dizer que, como muitos autores do gênero, C. Clarke não trabalha seus personagens, aqui o grande astro é Rama, uma nave de origem desconhecida, de proporções gigantescas e que possui um ambiente dentro dela com mais de um sol (ou equivalentes a sóis), um mar no meio chamado de Mar Cilíndrico (a princípio congelado), cidades e um clima. Sim, um clima! Há ventos, furacões e descargas elétricas dentro de Rama, assim como uma fauna própria, composta de seres mecânico-biológicos com funções bem específicas dentro desse cenário.
No entanto, assim como em 2001, aqui Clarke não nos da um vislumbre dos Ramanos. Por algum motivo, o autor não chegava ao ponto de nos mostrar estas criaturas alienígenas, apenas deixa claro que são mais avançados que nós. Acho que ideia é essa: um exercício de humildade. Nós não somos nada perante a grandiosidade do universo, com suas estruturas de tamanho e idade incalculáveis. Sequer estamos à altura dos mistérios de Rama: no fim das contas, enquanto o Comitê de Rama confabulava sobre os motivos dessa nave invadir nosso precioso Sistema Solar, tendo até mesmo um dos planetas tendo enviado uma ogiva nuclear para interceptar Rama, enquanto muitos viam um propósito divino nessa visita, a realidade é que seu destino estava muito mais além, e que aqui ele apenas recarregou suas energias no Sol e o usou de estilingue gravitacional para impulsioná-lo para frente. Não ficamos sabendo da real função da nave ou quem são os Ramanos. E você, leitor, que lide com isso! Talvez esse seja o ponto que leva muitos que leram o livro (alguns deles meus caros amigos aqui do Skoob) a não gostar da obra. Eu devo dizer que adorei ! Eu literalmente me senti dentro de Rama, explorando as estruturas com a tripulação do Comandante Norton, ficando maravilhado com as dimensões absurdas da nave. E fiquei triste quando a tripulação voltou para a nave Endeavour, sem descobrir todos os seus mistérios. Acho que esse "pé no chão" do autor, seu compromisso com termos científicos e detalhamento de cenário me fizeram entrar de cabeça nesta história.
É interessante citar que foram lançadas continuações deste livro, mas que foram escritos em conjunto com outro autor. Provavelmente Clarke só deve ter dado ideias para essas continuações. Eu, no momento, não tenho interesse em lê-los.
Para finalizar, uma notícia interessante: há uma adaptação de Encontro Com Rama à caminho, com produção de Morgan Freeman e com ninguém menos que Denis Villeneuve na direção, que dirigiu os excelentes sci-fi's "A Chegada", "Duna" e "Blade Runner 2049". Meu hype está nas alturas !!! Tem como esse projeto dar errado ????

TS: Hypnos 69 - Timeline Traveller (2001)

Thiago Araujo 30/04/2021

Ciência na medida certa
Ler Sci-Fi tem seus desafios quando a ciência se sobrepõe à estória. Pra mim, pessoalmente, fica chato. Felizmente O Encontro com Rama tem seu equilíbrio.

Explicações na medida certa deixam a aventura mais interessante sem nos deixar boiando na falta ou no excesso de termos científicos, que para quem não é da área, muitas vezes atrapalham.

Sou só um apaixonado por Sci-Fi e suas teorias e C. Clarke soube conduzir muito bem.

Tão bem que suas obras são marcadas por uma sobriedade única. Não tem essa de herói super poderoso ou inteligente que salva tudo. Parece muito mais real e tangível que caso sua premissa realmente acontecesse na vida real, seria muito parecido com que ele conta. Isso é genial.

O espaço é uma imensidão a se descobrir e desbravar e O Encontro com Rama pode ser uma de nossas viagens.

Ale 18/06/2020

Um livro onde nada acontece.
Inacreditável, fiquei o tempo todo esperando algo acontecer, passando raiva com trechos machistas. E nada aconteceu o livro todo. Eu nunca tinha lido nada do autor e não vou voltar a ler tão cedo.

LucasLucena 26/01/2022

Encontro com Vida
Encontro com Rama, me fez muito feliz, pondo minha mente a imaginar, um pequeno pedacinho de como seria encontrar vida inteligente, que não se originou em nossa galáxia.

Me fez pensar o quão grandiosa a vida pode ser, e quantos mistérios e momentos a desbravar, essas leituras me motivam a dar cada dia mais valor a vida.

Lora_Bee 03/05/2023

Livro excelente!
É meu primeiro contato com Clarke e eu confesso que estava bastante receosa. Achava que ia ser um livro denso, no estilo dos da Ursula Le Guin, mas me surpreendi. Ele tem, é verdade, bastante termos físicos, mas a escrita é tão fluida que quase não dá para sentir o preso das descrições mais complexas de ficção científica. A história, em si, é muito interessante. Há um objeto não identificado, no espaço, claramente construído por tecnologia alienígena, e uma nave espacial está responsável por inspeciona-lo. As descobertas sobre o mundo, as incertezas da tripulação geram um clima de tensão geral no livro, sem que haja, realmente, qualquer perigo real descrito na história. Além disso, o senso de humor da história, em alguns momentos, é bastante bom.

Rodrigo Digão 04/06/2023

Simplesmente não rolou a química, livro com uma premissa muito boa, porém ao desenrolar das páginas acabou-se perdendo meu furor.

Lento, com muitas descrições, foi complicado permanecer na leitura.

Não há dúvida que o livro eh grande, bem escrito, mas não rolou mesmo comigo.

Foi bom conhecer esse grande clássico da ficção, contudo, não sei se terei coragem de ver sua continuação.

Thauanni 07/10/2023

A expectativa era alta e a queda foi grande
Dizer que esperava amar esse livro é um eufemismo, porque sabendo das maravilhosidades que o Arthur C. Clarke consegue escrever e que os dois livros que eu li dele são favoritos da minha vida, eu jurava que Encontro com Rama ia alcançar o mesmo nível, mas infelizmente não foi o que aconteceu.

Pra começar, esse foi possivelmente o livro mais confuso que já li e eu não creio que eu tenha sido o problema pra isso acontecer. Eu entendi perfeitamente os outros livros do autor, mas aqui eu não compreendia merda nenhuma. Não entendi as descrições de Rama, não entendia as explicações, tudo era extremamente confuso pra mim. Achei uma linguagem científica muito complicada e que como a adorável burrinha que sou nessas áreas, não entendia NADA!! Por isso era uma narrativa muito cansativa, tinha dias que eu lia duas páginas e já não queria mais, mas insistia porque é um dos meus autores favoritos. Só isso já me estressou.

Depois tiveram umas pequenas frases que me incomodaram MUITO. Talvez seja só meu lado militante (que quase nunca aparece) surgindo e na real essas partes não tenham nada demais, mas como já não estava curtindo o livro, não contribuíram em nada pra melhorar minha opinião.

Os personagens são todos uns chatos. Eu sei que nessas obras de sci-fi o foco não são os personagens, mas mesmo em outros livros que seguem esse estilo eu gostava dos personagens e me interessava pelo que acontecia com eles. Aqui eu só queria que jogassem uma bomba em todos eles, especialmente no comandante Norton, que cara insuportável.

Pra não dizer que odiei totalmente, nos poucos momentos que eu conseguia visualizar alguma coisa da história, eu gostava. O mistério por trás de Rama, quem construiu tudo aquilo; foi bem bom. Gostei do final, que me causou uma pequenina explosão de cabeça, mas não chegou nem perto dos surtos dos finais dos outros livros do autor. A história tinha muito potencial, mas não foi bem aproveitada, na minha opinião.

“Mas pelo menos temos a resposta a uma velha pergunta. Não estamos sozinhos. As estrelas nunca mais serão as mesmas para nós.”

@bibliotecagrimoria 28/05/2020

Enfim, acabei...
O livro é um ótimo conto de ficção científica (uma vez que se nota o esforço do autor para deixar claro para o leitor como as leis da física agem nas várias situações descritas), só isso. Durante muitas páginas são feitas descrições especulativas sobre como seria a convivência humana no espaço, sobre a colonização do sistema solar, mas... isso por si só não torna o livro dos melhores que li do gênero. Muitas vezes os relatos se prolongam em detalhes que se tornam tediosos e deixam a leitura chata. Os momentos de maior tensão nem chegam a empolgar e, pra piorar, o tom político que em alguns capítulos adentram a narrativa são bem fajutos e rasos...

Livia1405 25/04/2021

Cenário sensacional
Uma ótima ficção científica clássica, super criativa e com um cenário de tirar o fôlego!

Bruno 29/03/2021

Muito bom
Leitura sensacional. Muito bom de ler do início ao fim, é relativamente leve mas sempre instiga a curiosidade. A imaginação do leitor tem um papel muito forte na construção do cenário com base nas descrições levemente (e talvez propositalmente) vagas de algumas coisas, o que obviamente torna toda a experiência mais pessoal e mais intensa.

Mero 20/08/2020

A redescoberta.
Não conhecia o autor e nenhuma de suas obras, peguei uma dica de leitura através do bookster e simplesmente fiquei encantado com a redescoberta de que o SCIFY é um de meus gêneros principais (se não "o"). Encontro com RAMA me deixou livre para imaginar os personagens a meu critério, desde o capitão ruivo a medica preta com cabelo black-power ... por que ele não faz a descrição dos mesmos e sequer adentra em seu psicológico. Afinal o que eu acredito que esteja em pauta aqui é o psicológico do leitor ao ler a obra. Ou você é instigado ou você não é instigado!. Realmente existe muita descrição de como o mundo RAMA se caracteriza, mas isso para aqueles que já leram longas descrições de montanhas e artefatos mágicos em gêneros de fantasia não é nada.
Como você reagiria ao desconhecido? Afinal, aqui temos o primeiro contato alienígena da humanidade! Por isso eu acredito que RAMA me instigou muito! Não pelos personagens, mas por que talvez eu mesmo tenha me colocado enquanto expectador do que aqueles personagens estavam vivendo. E isso foi fantástico de verdade!

JoAo366 09/05/2023

Explorando o desconhecido
Há um bom tempo, temos livros sobre explorações, descobrimentos e aventuras em locais/mundos desconhecidos e isso é realmente fascinante. Nesse livro vamos entrar em mais uma dessas jornadas e uma jornada de respeito.

Nas páginas desse livro, vamos descobrir sobre Rama, um objeto vindo do espaço em nossa direção o qual acaba sendo interceptado e entra em estado de observação por nossos astronautas que estavam na região.

Envolto e muito mistério, dúvidas existenciais, medos, sociedades e personalidades humanas que se desenvolveram em outros planetas, políticas espaciais e a ambição humana a história é fluída e te prende do início ao fim.

Sem pesar a mão na ciência, o autor entrega um texto que vai agradar tanto os fãs de carteirinha do sci fi, quanto aquele leitor mais casual do gênero, que está buscando apenas uma aventura espacial.

Recomendadíssimo.

Wania Cris 06/05/2021

Será que estamos sozinhos no espaço?
Arthur C. Clarke dispensa apresentações por já ter se provado um excelente autor de ficção científica em O Fim da Infância e 2001 e Encontro Com Rama mantém a qualidade de escrita em alta.

Cientistas do universo todo se deparam que um corpo vagando pelo espaço, em princípio, perdido e sem função, mas, logo esse objeto de torna a coisa mais interessante jamais vista.

Rama não é um livro ágil, mas a escrita dele prende a atenção e mesmo sendo mais descritivo e reflexivo, você se vê preso às páginas pensando onde isso tudo vai dar. Não está no mesmo nível de 2001 nem de Fim da Infância, mas, é uma boa leitura. Obviamente a escrita da década de 70 iria trazer elementos negativos para nossa época e as passagens machistas são bem revoltantes.

Se a mensagem do livro for no sentido de deixar claro que não estamos sozinhos no universo, serviu também pra mostrar que nós, humanos, nos temos em muita alta conta...

Rivernauty 20/08/2021

Gênial
Eu tinha acabado de ler um clássico romance vitoriano. Um livro de infinitas densidades que exigiu muito de mim como leitor. Ja é costume meu apelar para livros de ficção-científica quando eu entro nessas ressacas literárias. Quando eu escolhi ?Encontro com Rama? para ser a fonte da minha cura eu imaginava se tratava de um livro sobre extraterrestres, alienígenas e viagens intergaláticas e ?Rama? pode até ser classificado (por mais que superficialmente) dessa forma. No entanto o livro fala muito mais sobre o comportamento humano do que qualquer outra coisa.
Aos nos colocar em seu microscópio, o cientista e escritor Arthur C. Clarke faz um perspicaz ensaio sobre o comportamento humano mediante questões que estão além de sua própria compreensão e joga na cara a arrogância da importância humana mediante ao complexo universo que nos cerca.
Em curtos capítulos a história é desenvolvida de maneira dinâmica, rápida e sem tempo pra enrolação o que faz com que o livro tenho poucos momentos de tédio. O preço disso é que alguns bons personagens não são tão bem desenvolvidos como deveriam ser, mas isso não prejudica de fato a narrativa.