Resenhas - Pensamento feminista hoje

Flá 07/02/2022

Obra indispensável para estudos voltados à teoria feminista
Este livro compõe a coleção ?Pensamento Feminista? organizada pela Pós-doutora Heloisa Buarque de Hollanda. O diferencial desta obra são as perspectivas decoloniais sobre o tema.
Já na introdução a organizadora esclarece brevemente conceitos como: colonialismo, colonialidade, descolonial e decolonial, facilitando a compreensão dos textos que se seguem.
O livro conta com dezesseis artigos/ensaios escritos por dezenove autoras, além da apresentação de arte decolonial de três artistas visuais brasileiras.
Dividido em três partes, é possível encontrar em um primeiro momento uma fundamentação teórica a cerca do feminismo decolonial, seguido de textos que propõem alternativas práticas para a construção de uma cultura decolonial, e por fim, doze obras de arte e suas respectivas descrições.
Obra indispensável para se pensar ?fora da caixa?, romper com o pensamento eurocêntrico e por fim na divisão entre teoria e ativismo.

Rodrigo | @muitacoisaescrita 08/12/2020

O feminismo decolonial tem ocupado destaque na derrubada da concepção da mulher hegemônica — pensada como branca, cis, heterossexual, pequeno burguesa e oriunda do centro capitalista (da “civilização”) — presente nas teorias e práticas feministas. Em nome da “ordem” e “progresso”, a partir da elaboração de homem universal e o que seria civilização, vários países em África, Ásia e na América foram colonizados. Similarmente, mesmo que não no mesmo período, pode-se dizer que foi construído o conceito universal de “mulher”, servindo, portanto, para ocultar outras formas de opressão, como o racismo e imperialismo.
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O livro é divido em três partes. Nesta resenha, irei falar sobre dois textos das duas primeiras partes. A terceira parte é composta de obras de arte, daí optei por compartilhar nos stories algumas delas.
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O artigo de Lélia Gonzalez (“Por um feminismo afro-latino-americano”) que abre a coletânea é mais um de seus esforços para elaborar sua concepção de amefricanidade, com o objetivo de levar em consideração — ao criar teorias, tecer críticas, propor estratégias de luta, etc — o passado histórico do povo amefricano. Para Lélia, o feminismo brasileiro, enquanto teoria e prática, desempenhou papel fundamental nas lutas e conquistas. No entanto, não deu a devida atenção às questões raciais, mantendo, portanto, “uma visão de mundo eurocêntrica e neocolonialista da realidade”. Enquanto em outros países a questão racial foi utilizada como forma de se unir e lutar contra à colonização, na América Latina foi diferente. Isso não quer dizer que não houve, por exemplo, um movimento abolicionista ou outras estratégias de resistência pelos povos escravizados, mas que a questão racial foi amansada pelas elites, que declaravam uma suposta “harmonia de raças”, uma “democracia racial”. Nesse sentido, a ideologia do branqueamento foi bastante usada (ver imagem 2). Daí a necessidade, para Lélia, de um feminismo afro-latino-americano que articule “raça, classe, sexo e poder”.

[resenha publicada no meu Instagram Literário @muitacoisaescrita; confere lá a resenha completa e alguns trechos do livro: https://www.instagram.com/p/CH3Ol3WD_As/]



site: https://www.instagram.com/p/CH3Ol3WD_As/

Livia_Labanca 26/10/2021

Textos incríveis e bem escolhidos, incrível como a visão decolonial faz toda a diferença e nos leva a enxergar novas possibilidades, amei demais a leitura

isabel 07/11/2020

necessário e completo
entender a vertente de decolonial do feminismo é finalmente se livrar dos atrasos dos feminismos brancos (e supremacia branca cof cof) e começar a entender como o mundo se situa.
antes da leitura do livro, sugiro a leitura do texto de Aníbal Quijano "colonialidade do poder e classificação social". (fará bastante sentido depois quando lerem o texto de María Lugones no cap 02)

jay fonsor 25/05/2021

Cumpre o que propõe
Traz de fato vários ângulos no que se refere a feminismo e decolonialidade. Aprecio o destaque para o saber que se produz fora da academia.

Biblioteca Álvaro Guerra 18/05/2023

A terceira obra da série Pensamento Feminista, organizada por Heloísa Buarque de Hollanda, reúne alguns textos fundamentais para a compreensão do feminismo a partir da perspectiva decolonial, uma das vertentes teórico-epistemológicas que mais tem ganhado espaço nos estudos latino-americanos hoje. Essa abordagem direcionada é o grande trunfo do volume, já que consegue garantir a coesão interna do livro e estimular reflexões de grande relevância para as diversas áreas do conhecimento que dialogam com os estudos feministas hoje. É uma obra extremamente necessária por reunir um conjunto de textos fundamentais para a compreensão do pensamento feminista latino-americano hoje. Trata-se, portanto, de um livro que aporta contribuições não apenas para os estudos de gênero e feministas, mas para qualquer exercício intelectual das humanidades que pretenda um olhar mais amplo para as mulheres do sul global.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788569924784

Yasmimsf 24/07/2023

Incrível
Eu amo esse assunto, acho esse livro essencial pra quem assim como eu pesquisa sobre o assunto e sobre as perspectivas decoloniais esse olhar é imprescindível para qualquer análise

sosodecampos 22/02/2021

Abre a mente
Bom, eu percebi que deveria ter lido o manifesto "Femininismo para os 99%" antes de ter realizar essa leitura, mas foi bom ler o livro, me abriu a mente e contou sobre diversas situações de diversas mulheres fortes, situações essas que estamos acostumados a ver no nosso dia a dia, mas que deveriam ser menos recorrentes e não serem consideradas anormais, como muitos dizem por aí. Eu tirei muito proveito dessa leitura, aprendi palavras, leis, e conceitos importantes, envolvendo o machismo e o feminismo.

Aline 04/09/2021

Recomendo sem medo
Tenho 3 livros da coleção "Pensamento feminista" e recomendo bastante que comprem os 4 livros. As autoras trabalham as discussões em um viés decolonial próprio de autoras latino-americanas. Para nós, algo de extrema necessidade para pensar os feminismos a partir das diferenças.
Sugiro especial atenção aos textos de María Lugones, Ochy Curiel e Lélia Gonzalez.

desativado0102 13/12/2022

Descolonizando o saber. Sério, leia!!!
Essa obra reúne diversas pensadoras sobre a teoria decolonial, isto é, mulheres construindo o saber com o intuito de romper com a colonialidade e suas dolorosas heranças. Mesmo fora do âmbito acadêmico, a leitura é bastante interessante para que possamos refletir sobre as instituições que nos cercam - e que muitas vezes nos aprisionam - e suas origens.

Romeu Felix 22/03/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Perspectivas decoloniais Pensamento feminista hoje" é uma coletânea de ensaios organizada por Heloisa Buarque de Hollanda. Publicado em 2020 pela editora Bazar do Tempo, a obra aborda as relações entre feminismo, decolonialidade e política, buscando apresentar um panorama do pensamento feminista contemporâneo.

Desenvolvimento:
O livro é dividido em quatro partes: "Feminismo e crítica à modernidade", "Corpo e sexualidade", "Racismo, colonialismo e feminismo" e "Política, decolonialidade e feminismos". Os ensaios reunidos apresentam perspectivas decoloniais do feminismo, abordando temas como a crítica à modernidade, o patriarcado, a sexualidade, a violência contra as mulheres, o racismo, o colonialismo e a política.

A primeira parte traz ensaios que discutem a crítica à modernidade no feminismo, destacando a importância de pensar além dos limites da modernidade eurocêntrica e da colonialidade. Na segunda parte, os ensaios tratam de questões relacionadas ao corpo e à sexualidade, explorando temas como a libertação sexual, a saúde sexual e reprodutiva, e a violência sexual contra mulheres e minorias de gênero.

A terceira parte é dedicada ao tema do racismo, colonialismo e feminismo, apresentando uma crítica ao feminismo branco e destacando a importância de reconhecer e combater as estruturas de poder que perpetuam a opressão e a violência contra mulheres negras e indígenas. Já a quarta parte traz ensaios sobre política, decolonialidade e feminismos, apresentando perspectivas decoloniais do feminismo e discutindo a relação entre feminismo e política.

Conclusão:
"Perspectivas decoloniais Pensamento feminista hoje" é uma obra essencial para aqueles interessados em estudar e compreender as relações entre feminismo, decolonialidade e política. Com ensaios de diversas autoras e autores, a coletânea apresenta uma ampla gama de temas e abordagens, contribuindo para o fortalecimento do pensamento feminista e decolonial.
Por: Romeu Felix Menin Junior.