Isotilia 08/06/2014Li num dia sóAcabei fazendo uma leitura muito rápida do livro. Apesar de ter 140 páginas, o livro é estruturado em tópicos e cada título de um tópico tem uma folha só para ele. Logo o livro tem várias páginas em branco. De maneira geral, Shaw escreve como ele acha que um milionário deveria se comportar, para onde e porque fazer doações. O que mais chamou a minha atenção é que ele fala para fazer doações para coisas "fúteis" que as pessoas normalmente não valorizam. Ele cita o exemplo de um milionário que fez uma doação para baratear as mensalidades de uma escola de determinada região. Como isso era obviamente uma vantagem, muitas pessoas queriam se mudar para lá, logo os aluguéis de casas naquela região logo ficaram tão caros, que não havia mais nenhuma vantagem na doação. Na opinião do autor, seria melhor se o milionário tivesse doado seu patrimônio para os donos de imóveis naquela região. Shaw sugere que se deve fazer doações para coisas que as pessoas não vêem nenhuma vantagem hoje, mas que no futuro será de grande importância(eu pensei em financiamento de saneamento básico, criação de museus, escolas de arte, etc). Também achei ousado a parte que ele questiona se não seria melhor pagar salários melhores, ou trocar 2 turnos de 12 horas por 3 de 8 horas, ao invés de ficar limpando a própria consciência com doações. No final tem um "Pequeno Breviário Shawniano", com as definições de Shaw para vários conceitos, que eu achei hilário. Seguem alguns exemplos: "DEVER: Quando um tolo pratica um ato que se envergonha, declara sempre que fez o seu dever."; "ESCRAVIDÃO: A escravidão atingiu o seu ponto culminante em nossa época sob a forma de trabalho livremente assalariado."; "FELICIDADE: Não temos mais direito de consumir felicidade sem tê-la produzido do que consumir riquezas sem tê-la produzido." E por aí vai. É um livro que compensa uma tarde de leitura.