@vcdisselivros 31/05/2020Uma obra dúbiaSendo sincero, Medicina Macabra foi tudo aquilo que eu esperava ler em Medicina dos Horrores.
Sei que não é certo comparar as duas obras pois estamos falando de objetivos diferentes, uma reúne casos bizarros organizados pelo autor Thomas Morris. Outra é basicamente uma biografia de um médico que revolucionou a medicina naquela época.
Por um lado, é bom existir essa diferença, por outro, é essencial alertar o leitor sobre a distinção de cada uma para que ele não seja pego de surpresa.
Voltando ao foco, o livro publicado pela Darkside Books em parceria com a Macabra Tv apresenta casos bizarros encontrados em uma revista médica antiga. Claro que o autor teve o trabalho de reunir os mais nojentos e para alguns, os mais hilários.
Entre os casos temos:
- Uma tentativa de suicídio estourando um rojão no reto;
- Um garfo engolido pelo ânus, quando alguém achou que seria uma boa ideia para aliar a prisão de ventre;
- Um homem que aceitava a amante colocar cadeados ao longo de seu membro para evitar possíveis traições.
No entanto nem tudo são flores e abaixo irei falar a razão de eu não ter avaliado a experiência com nota máxima.
A primeira, os casos perdem a essência macabra devido aos comentários cômicos que o autor faz. O próprio assume que não resistiu ao impulso e que fez isso de modo sútil quando achou necessário. Ocorre que ele faz essas “tiradas” em simplesmente todos os relatos.
As observações não são ruins e arrancam risadas, fazendo com que a situação perca o efeito esperado. Ao satirizar, deixamos de lado a seriedade do que está sendo apresentado.
Outro ponto é que Thomas Morris deixa claro que alguns relatos são fraudes, que foram editados, mas ele diz que não aumentou nem embelezou nada, que a edição somente removeu os detalhes supérfluos e desinteressantes (para quem?).
De modo geral, Medicina Macabra é um livro que prende a atenção e distraí o leitor com situações peculiares. Em alguns momentos nos pegamos lendo a novamente para ter certeza que aquilo é verdade, ainda assim, ficamos em dúvida quanto a veracidade do que está sendo retratado, já que o próprio autor nos confunde ao questionar o relato. Para aproveitar ao máximo, o jeito é fazer como Morris e não levar a obra a sério, sem se perguntar como, onde e por quê.
site:
https://www.instagram.com/vcdisselivros.oficial/