spoiler visualizarVictor222 29/07/2023
Resenha do livro Aqueles que queimam de Dan Duke
O autor inicia definindo "aqueles que queimam" como sendo o tipo de pessoas que preferem morrer do que esfriar no amor por Jesus, sendo justamente o radicalismo necessário na minha e na vida de muitos que vão ler a resenha ou até mesmo vão adquirir o livro. Faço o adendo de que temos facilidade em sermos radicais quanto a nossa linha teológica ou nossa posição política mas somos flexíveis e passivos em relação a vida de intimidade com Deus. Conseguimos ficar dias e até semanas sem ler a Bíblia ou orar mas sempre temos um tempinho pra criticar pautas ideológicas do filme da Barbie ou falar que o governo atual persegue o evangélico. O que quero dizer com tudo isso é que temos facilidade e sentimos até paz em não queimar por Jesus mas muita dificuldade e incômodo em não dar pitaco sobre questões seculares.
Voltando a falar sobre o conteúdo do livro em si, o mesmo é apresentado como sendo uma ferramenta para direcionamento e capacitação daqueles que querem ser os que queimam por Jesus e já te dou o spoiler que Dan Duke atinge o objetivo. Seguindo na mesma temática, é citado que queimar por Jesus não resume-se à um mero deleite particular mas de posicionamento para conduzir outros ao mesmo caminho. É destacado que queimar não é difícil, sendo o verdadeiro desafio manter-se em chamas de forma permanente. Dando o devido valor a soberania divina, o autor aponta que se colocar para queimar não é algo que fazemos por nós mesmos mas que depende de não só do "start" de Jesus mas da ajuda constante dEle, para conseguirmos seguir queimando.
Apesar de não possuirmos poder para gerar fogo em nós mesmos, temos a responsabilidade e necessidade de fazer da nossa vida, uma rotina diária de adoração já que o fogo gerado por Jesus é proporcional à nossa busca e compromisso com a presença dEle. Infelizmente há pessoas que se contentam em acessar somente a presença que é manifesta em cultos evidenciando o descomprometimento e desinteresse em viver rotina diária focalizada em Jesus. Oposto à esses, o autor cita que os comprometidos com a presença são agraciados com crescimento em autoridade e unção.
É importante destacar que o autor dá o aviso de que aqueles que queimam seguirão tendo problemas inerentes a vida adulta como qualquer outra pessoa mas que por manter relação íntima com o Senhor, estarão melhor preparados para lidar com as questões do cotidiano já que se submeteram a viver o processo de morte do velho homem e da vida de sua nova identidade em Cristo.
Partindo para o capítulo seguinte, é exposto as cinco bençãos da primogenitura e outras coisas mais que perderemos caso venhamos a nos colocar na posição de negociar a herança. Frise-se que perder herança não é sinônimo de perder salvação. É possível ser salvo mas não acessar e consequentemente desfrutar da herança ainda em vida.
A primeira e a segunda bençãos que podem ser comprometidas caso a herança seja "trocada por prato de lentilhas" são a realeza e o sacerdócio do Reino de Deus que pode ser entendida de forma prática como o privilégio de pregar o evangelho, ser instrumento da manifestação do poder do Espírito e da transformação da sociedade através da concretização de obras e milagres. Já a terceira benção consiste no espírito profético que resume-se em autoridade para profetizar as bençãos e promessas de Deus para nossos irmãos espirituais. É importante o adendo da minha parte de que entendo que isso só é possível para aqueles que vivem queimando com constância e frequência pois é para esses que o Senhor revela seus planos, tanto para o tempo presente como para o futuro. Há também a questão dos que foram chamados para exercer o ministério profético mas entendo eu que estes são usados de forma distinta, ainda que ambos acabem transmitindo "recados de Deus para seu povo".
Entrando no tópico que aborda a quarta e quinta herança, o autor aponta as mesmas como sendo porção dobrada e a autoridade espiritual que são acessadas quando servimos e honramos a unção da autoridade que está sobre nossa vida. Apesar de tal ponto ser uma afirmação muito reproduzida pela teologia da prosperidade para fazer com que membros da igreja abençoem de forma frequente e com bens materiais líderes e pastores, Dan Duke direciona tal apontamento para Jesus, afirmando que quando o servimos e o honramos, recebemos a porção dobrada e autoridade para fazer, em quantidade, ainda mais do que Jesus fez.
Reforçando ainda o que se perde negociando a herança, é exposto como que a perca da realeza e sacerdócio, que foram as duas primeiras bençãos apresentadas, nos faz perder a possibilidade de se posicionar diante de Deus, de forma justa, santa e pura, além da inaptidão para se colocar como intercessor pela vida de terceiros. Já a perda da autoridade nos leva a enfrentar batalhas espirituais como se estivéssemos em um nivel igual ou até inferior ao inimigo. Uma voz incapaz de fazer demônios e demais levantes do mal cessarem.
Avançando para outra temática mas que se conecta com todas que foram anteriormente abordadas, o autor cita a questão do recebimento da unção e da responsabilidade que a acompanha. Uma afirmação que me deixou maravilhado por ver ocorrendo tão explicitamente na minha vida e na de outros é de que o aumento ou de certo modo a redução da unção recebida está diretamente atrelada a obediência e correto posicionamento do destinatário da unção.
Focando na questão de posicionamento no lugar certo, Dan Duke cita que paz, poder e provisão de Deus são marcas de um ministério individual que está sendo desenvolvido no lugar correto e usa a vida de Elias, que pode ser mais profundamente estudada no texto que encontra-se em 1° Reis, como exemplo de um personagem bíblico que soube permanecer no local correto e determinado por Deus e que por isso foi alvo da paz, poder e provisão divina em um ambiente de completo caos com o governo completamente débil de Acabe e Jezabel e um território de imensa escassez.
Mantendo-se na temática anterior, trata de correlacionar permanência e posicionamento. Posicionar-se pode significar permanecer mas nem sempre permanecer é o posicionamento que Deus irá exigir de você, tal como Ele ordenou que Abraão se mudasse para um lugar distante do seu sobrinho Ló e demais parentes. Assevera ainda sobre a importância dos irmãos mais maduros na fé se disporem a ajudar os que ainda não estão adequadamente posicionados pois desta forma, o Reino de Deus é expandido.
Dissecando a questão do posicionamento, o autor aponta como é simples saber o lugar que devemos estar posicionados, já que é uma informação que o Senhor não faz questão de esconder. Basta colocar-se diante da presença que as dúvidas serão sanadas. Posteriormente a resposta de Deus, passa-se a ter a sensação de conexão, pertencimento e destino com o local onde se encontra. Ler sobre tal temática foi como olhar no espelho e ver o resumo da minha vida nos últimos 2 anos. De muitas questões que o Espírito teve que lidar comigo e que mais demorei a compreender e agir corretamente foi a questão do posicionamento, pois não entendia ou talvez só não quisesse entender por um longo período, que além de estar fisicamente no lugar certo é necessário empregar o coração e a mente para cooperar com o Reino e ao mesmo tempo ser alinhado para viver a plenitude da vida com Deus.
Adentrando em outro capítulo, Dan Duke expõe dez princípios que se praticados, nos farão permanecer na presença de Deus, sendo o primeiro a compreensão de cultivar uma vida devocional, onde ler a Bíblia, adorar e orar seja tão presente na nossa rotina como beber água e se alimentar. Isso instantaneamente me lembrou que no dia 14/07, na conferência legado o pr Luciano Subirá compartilhou que quando seu filho decidiu que não iria mais ler a Bíblia, ele respondeu dizendo então que não via necessidade do seu filho seguir fazer as refeições que lhe eram rotineiras, já que o alimento espiritual é tão importante quanto o alimento carnal por dizer. Entendo que é demasiadamente importante que tenhamos esse entendimento. Ler Gênesis é tão importante quanto o café da manhã que tomamos com tanto gosto.
O segundo princípio abordado é sobre atenção e cuidado para que o momento de busca ao Senhor não vire algo mecânico e estático realizado apenas para "cumprir tabela" ou "bater o ponto". Uma forma que o autor nos apresenta, para verificar se estamos sendo meros religiosos é fazer uma análise se temos encarado resistência para permanecer na presença ou é algo tão comum e vazio que não incomoda o diabo. Pelo contrário, ele até apoia pois assim vamos estar fazendo o errado achando que é o certo, totalmente cegos e consequentemente desabilitados para desfrutar da vida plena com Deus.
Fazendo a repetição de uma temática já abordada no livro, o autor apresenta como terceiro princípio viver na presença independente da ocorrência de programações extraordinárias na igreja. É meio óbvio falar isso mas acredito que se Dan Duke achou pertinente citar, é porque ainda há uma classe de pessoas que fica a espera do culto semanal para orar, adorar e se alimentar da Palavra de Deus. Por sua vez, o quarto princípio é justamente um complemento do terceiro, já que fala da necessidade de constantemente acessar alimentos espirituais para assim perseverar em relação aos dias maus, seja para se fortalecer visando resistir as tentações como também para manter a esperança firme no Senhor nos dias de muita dificuldade inerentes a vida humana.
Já o quinto princípio exposto é a sensibilidade e rendição a vontade de Deus que ao meu ver nem deveria existir a necessidade de se abordar um ponto tão óbvio no campo de relacionamento com o Senhor, enquanto que enxergo no sexto princípio uma demanda que deveria ser mais propagada já que trata sobre buscarmos estar alinhado com a estação que Deus está propondo ao seu povo, aqui e agora. O sétimo princípio abordado é o básico não só para permanecer na presença mas para adentrar dela que é cultivar relacionamento íntimo com Deus. Uma reflexão que tenho proposto para pessoas próximas é que devemos conhecer Deus o máximo aqui na terra ou iremos para o céu morar com um completo desconhecido. O nono princípio se correlaciona intimamente com todos os anteriores, que é manter a fome por Jesus. É a fome que nos desperta o desejo por nos alimentar mais.
O nono ponto é uma introdução ao capítulo posterior e dentro de todo livro foi o assunto que Deus selecionou para trabalhar em mim tanto durante a minha leitura como à posteriori, que é sobre manter o coração livre da amargura e ressentimento. Em um primeiro momento, o autor fala sobre resistir à tentação de julgar os que compartilham de visão distinta da nossa. É necessário discernimento estritamente aguçado para saber quando o outro tem uma visão distinta e antibiblica ou distinta mas que é direcionada por Deus tanto quanto o entendimento que o Senhor nos deu. O décimo e último ponto converge com o nono, já que consiste em colocar-se disponível para transformação. Fazendo correlação com o ponto de não julgar a visão do outro, imagine que é possível que o entendimento do outro esteja mais correto ou até mesmo seja o único certo: Será necessário admitir o engano e se portar como alguém passível de ser instruído.
Como falei no storie anterior, a questão da amargura e ressentimento foi a temática que Deus selecionou para trabalhar em mim, pois até ver Dan Duke abordando a questão da nossa amargura e ressentimento em relação aos que não compartilham da nossa visão e determinação, me incomodei muito com uma pessoa específica que já admirei pelo potencial que possui e por aquilo que acontece quando está posicionada mas que passa a maior parte do tempo distraída, fora de posição e sem respeito algum as autoridades constituídas. Sendo bem sincero, o incomodo continuaria se o Espírito não tivesse escolhido um momento tão oportuno como através do livro e de um trecho específico onde o autor diz que devemos manter nosso coração livre, distante e resistente à tentação de julgar aqueles que entendemos agir com desleixo em relação ao Senhor.
Adentrando no capítulo que me confrontou e naquilo que mais me saltou os olhos, o autor destaca que a amargura é semeada em nós pelo diabo, quase que imediatamente após sofrermos uma injustiça e frustração. Dentro desse contexto, uma brecha se abre cabendo à nós, tomar as devidas providências para fechá-la ou seremos terra fértil para a crescente da raiz da amargura e a consequência disso será transparecer frutos de uma pessoa amargurada em vez de alguém que apresenta os frutos do Espírito. Cabe destacar que o amargurado não afunda sozinho, ferindo outras pessoas com palavras e atitudes por onde passa. Falando da minha própria pessoa e de ninguém mais, vivenciei isso nos últimos anos e olhando para quem fui no passado, vejo quantas pessoas inocentes sofreram por culpa exclusiva de uma brecha que eu permiti existir na minha vida.
Indo de encontro ao que Deus tem trabalhado comigo nos últimos meses, Dan Duke apresenta o amor e a misericórdia para com o próximo como solução para o coração amargurado. Como bem disse o autor, precisamos abdicar do papel de mocinhos e mocinhas que estão sofrendo de pessoas malvadas e sermos mais intencionais em alinhar nossa identidade de filhos de Deus em vez de viver "mergulhado no mar da lamentação".
Logo nas páginas iniciais do último capítulo, o autor destaca a importância de buscarmos e consequentemente seguir as direções dadas por Deus e a explicação para isso pode ser resumida na famosa frase de Sêneca: Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve. Avançando para outra temática a qual não pretendo discorrer profundamente por entender tratar de questões óbvias, o autor aponta quatro fontes de vida espiritual que são essenciais e por isso tendem a ser alvo de ataques, tendo a Palavra de Deus como a primeira e a Fé como segunda.
Encaminhando para o fim, Dan Duke apresenta o nosso espírito como a terceira fonte que também é passível de sofrer investidas do diabo enquanto que como quarta e última fonte é apontada como sendo as finanças, baseado no entendimento que as mesmas são importantes para desenvolver e otimizar meios de propagar o Evangelho como também para gerar o mínimo necessário e até mesmo o conforto tão desejado por cada um de nós que estamos empenhados em fazer o nome do Senhor ser conhecido. O inimigo entende que minando os recursos financeiros, assim como a Fé e o contato com a Palavra de Deus, eu e você estaremos propensos a ficar confusos, inseguros, ansiosos e com medo do presente e do futuro.
De modo algum querendo desmerecer o legado de Dan Duke mas o livro não traz muitos ensinamentos inéditos. Muito do que li, já tinha ouvido e aprendido com cristãos mais maduros do meu convívio e não estou falando necessariamente de pastores ou teólogos renomados mas pessoas que ainda hoje tenho acesso. Apesar disso, "aqueles que queimam" é um livro que recomendo para todos que me pedirem uma opinião sobre, pois entre tantos tópicos que foram abordados, mesmo que só um ou dois te saltem os olhos, você vai chegar na parte final afirmando que foi uma leitura agregadora tal como estou afirmando agora. Não que eu seja um exemplo de maturidade na fé mas vejo esse livro mais destinado para aqueles que estão vivendo um começo ou um recomeço na relação com o Senhor. Dan Duke irá te apresentar instruções bem simples mas que têm sua importância para que viva a plenitude de identidade e vida que Deus têm escrita para você.