Destino Adiado

Destino Adiado Gibrat




Resenhas -


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Sâmya 10/03/2024

" Tem dias em que a gente se pergunta se realmente valeu a pena acordar..."
O quadrinho é uma obra de arte, suas imagens parecem pinturas. É um ponto de vista diferente da guerra de uma cidade pequena mais distantes dos conflitos, mas que da mesma maneira sofreu sobre a ocupação alemã.
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Jose 20/05/2023

Todos os quadrinhos são arte, não importa de onde ele seja, quem tenha feito, nem mesmo a sua qualidade. Porém, há certos quadrinhos que levam isso ao pé da letra, e é esse o caso de Destino Adiado, do gigante dos quadrinhos europeus, Jean-Pierre Gibrat. Os quadrinhos desse cara são muito bem comentados no mundo inteiro, e o motivo disso é o que tentarei passar para vocês nessa resenha.

Publicado aqui no Brasil pela Pipoca & Nanquim, Destino Adiado se passa entre 1943 e 1944, e conta a história de Julien Sarlat, um jovem que foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial, mas que pulou do trem que o levava até a Alemanha para fugir do combate. Ao voltar para seu vilarejo de origem para se esconder do exército que o procuraria, ele descobre que o trem foi bombardeado pouco tempo depois de sua fuga e que seus documentos foram encontrados no corpo desfigurado de um jovem, portanto, Julien foi dado como morto. No quadrinho, acompanhamos o protagonista enquanto ele se esconde e também acompanha a vida das pessoas no vilarejo, principalmente a sua amada, Cécile.

O enredo é muito bem amarrado e podemos perceber o grande trabalho de pesquisa que o autor teve para compor a ambientação do pequeno vilarejo nos anos 40, enquanto a guerra acontecia. De certa forma, é um quadrinho sobre a guerra, mas que apenas a utiliza como um componente secundário para complementar a obra.

Como puderam perceber pelas fotos, um dos pontos altos do gibi é o desenho. Meus amigos, que traço o Gibrat tem. A forma com que ele utiliza luz e sombras é impressionante, todos os personagens são diferentes e tem vida e voz próprias. Lembra até um desenho animado, de tão fluído e cheio de movimento o quadrinho é. E as mulheres, principalmente a Cécile, são apaixonantes, graciosas e belas, deixando a obra com um ar vívido e tocante.

Muito bem editado e vindo numa edição caprichada, Destino Adiado é uma obra de peso. A imponência do desenho, a fluidez do enredo e o cuidado com os detalhes só mostram o quão merecidos são os elogios que todos fazem ao Gibrat.
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livi123 01/05/2023

Que HQ linda, as vezes parava a leitura só para observar a riqueza de detalhes.

Julie é um jovem sarcástico que foge de suas obrigações do exército e se esconde na vila onde cresceu, após um acidente do trem do qual fugiu ele é dado como morto, no lugar que ele se esconde é possível ter uma boa visão da vila e o seu passatempo passa a ser observar e ir apresentado os peculiares personagens e é claro a bela Cecile.
Gostei de ver a forma como cada personagem vai lidando com as questões da guerra, e um dos meus personagens favoritos com certeza é o Sr. Basile, ele não deixa passar nada.
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Eduardo.Felipe 20/07/2022

Amor Fati
Magistral, não poderia adicionar outro adjetivo para está obra. Na belíssima arte de Gibrat, temos uma história que pouco a pouco nós faz reféns desses personagens. A HQ poderia, facilmente, ser um livro de romance francês que nos prende por horas a fio imerso nas aventuras e desventuras desses personagens. O protagonista, um clássico canastrão, que muito nós lembra Constantine ou Arséne Lupin. Ele não demora a nos aprisionar com seu humor ácido e cinismo.
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Paulo Habermann 26/06/2022

Um pouco mais de tempo...
Quem não gostaria de um pouco mais de tempo para apreciar a pequena e elegante Cambeyrac de Gibrat?

Em suas páginas nos apaixonamos por este vilarejo charmoso e romântico, enquanto seguimos a jornada de Julien, um fugitivo do destino que busca viver sua vida repleta de sorrisos ao lado de seu grande amor, de maneira simples e apaixonante, e principalmente, longe da grande guerra.

Uma linda história de amor, repleta de grandes momentos de reflexão, personagens cativantes e muito bem desenvolvidos.

Uma HQ realmente apaixonante com um final surpreendente.

Destaque para arte maravilhosa de Gibrat que te faz demorar um bom tempo apreciando cada página...:)
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Carlos531 26/04/2022

Uma obra-prima do HQs, desenho primoroso, leitura agradabilíssima . com uma história comovente e retrata também um período que os franceses gostariam de esquecer. Período esse durante a segunda guerra mundial com o vergonhoso colaboracionismo de boa parte dos franceses com o nazismo. Recomendo muito essa leitura.
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Flavio - @geekcorp303 09/01/2022

?
Quando acontece o que acontece eu quase dei um grito, o autor pega o quadrinho e mete na nossa cara sem dó!!! ?
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Jean Bernard 15/12/2021

Um quadrinho franco e belo
A realidade da guerra (segunda guerra mundial) chega a todos, mas são assimiladas de formas diferentes. Medo, covardia, heroísmo, coragem. As vezes nada, as vezes tudo, quase sempre de tudo um pouco.
Uma narrativa fluida com desenhos de encher os olhos.
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Henry 29/11/2021

Não fuja de seu destino
Escondido após de ter fugido do trem que o levaria para o fronte da guerra, Julien é dado como morto. Apenas deveria aguardar o fim da guerra, sem chamar a atenção. No entanto, a jovem Cecile, sua grande paixão, desperta nele um sentimento de urgência.

A maravilhosa HQ de Jean Pierre-Gibrat, conta com um roteiro de primeira, além da arte, que é arrebatadora. São pinturas realistas belíssimas que dialogam perfeitamente com a escolha de cores, que alternam entre cores vivas, vibrantes, suaves, melancólicas...

Apesar de ter uma boa carga textual, achei a narrativa bastante fluída.

Se eu pudesse acrescentar algo, seria um melhor desenvolvimento do drama em algumas partes pontuais (que não valem destacar para não comprometer a experiência). Na realidade, apesar de não ter AMADO o final, admito que era o mais condizente com as circunstâncias impostas por Gibrat.

Um romance delicado, atraente e comovente. Recomendo fortemente o deleite que é essa leitura.
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Bernardo (@vida.colecionador) 24/11/2021

Que arte incrível!
Ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, a história se passa em um pequeno vilarejo francês. Julien, um jovem morador do vilarejo, é solicitado pelo exército para lutar na guerra, mas ele não está certo que arriscar a sua vida seja a melhor escolha. Enquanto é transportado de trem, ele decide fugir e então pula do trem. Pouco tempo depois, o trem é bombardeado, e Julien é declarado morto.

Após fugir das suas obrigações com o exército, Julien volta ao vilarejo onde morava, porém, precisa ficar escondido. Por desertar da guerra, ele sabe que será morto caso seja descoberto. Então, ele aproveita o fato de ninguém saber que ainda está vivo e passa a levar uma vida tranquila e longe da guerra em um casarão abandonado no vilarejo. A incerteza da guerra é cruel, ele não sabe se passará confinado naquele quarto por uma semana ou por anos. Em pouco tempo, ele encontra-se com uma tia que também mora no vilarejo e assim, passa a vê-la regularmente. É ela quem leva mantimentos e roupas para ele, ajudando o sobrinho a sobreviver.

Sem muito o que fazer durante o dia, Julien acompanha as notícias sobre a guerra em um rádio e até improvisa um "amigo" para lhe fazer companhia. Mas, o seu passatempo preferido é ficar observando a jovem Cécile, uma antiga colega de escola por quem nutre interesses amorosos. Ela trabalha em um café situado próximo ao seu esconderijo, então observá-la pela janela, passa a fazer parte de sua rotina. Uma situação que antes pareceu positiva, agora joga contra Julien, ele está “morto” e seu grande amor está ao seu alcance, tão perto e tão longe ao mesmo tempo.

Contrariando as minhas expectativas, os dois acabam se encontrando e então passam a se ver sempre que possível. Passaremos a acompanhar o desenvolvimento do relacionamento dos dois e os perigos que passam a assustar o pequeno vilarejo. Podemos perceber através das conversas do pessoal no café, das notícias dos jornais ou rádios toda a tensão que uma guerra traz. Em certo momento, a vida de Julien passa a correr perigo.

Os jovens apaixonados fazem planos e com o perigo cada vez mais próximo, eles precisam partir. O destino parece sorrir para os dois, a vida deu uma nova chance para Julien e ele não quer desperdiçá-la.

A história tem um ritmo um pouco mais lento, contemplativo, apesar de termos tensão em alguns momentos, afinal, tudo aconteceu durante uma guerra. A arte Jean-Pierre Gibrat é simplesmente incrível e a forma da sua narrativa complementa essa excelente história. A obra chegou ao Brasil por meio da editora Pipoca e Nanquim, que trouxe um acabamento impecável, com capa dura com soft touch e papel couché de alta gramatura (formato 21 x 30 cm).

Confira no site:
https://vidadecolecionador.com.br/resenhas/destino-adiado/

site: vidadecolecionador.com.br
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Vivi 21/11/2021

O galanteador Lucien, foge de um trem que o leva a um campo de trabalhos forçados na Alemanha pouco antes de o trem ser destruído em um bombardeio. Os moradores da aldeia onde vivia acreditam que ele está morto. Mas na realidade ele está escondido com a ajuda em uma escola abandonada. E de lá ele assisti ao seu próprio funeral. E com tempo acompanha a rotina dos moradores e tb observa Cécile seu grande amor através de um telescópio e segue de longe o conflito entre a Resistência local e a milícia colaboracionista. E passa a observar também saindo de seu esconderijo as rondas noturnas , passeia pelos campos ou ruas vazias e, finalmente, na segunda parte reencontra Cecile e se confunde com a Resistência.
E passam por algumas situações juntos e o final é de ??
Quanto a Hq é uma das mais belas que já li.


? Destino Adiado usa o contexto dramático da Segunda Guerra Mundial, durante a ocupação alemã na França (entre 1940 e 1945), para criar uma crônica realista dos reflexos desse momento na vida dos moradores de um vilarejo. Mesmo que a história de amor de Julien e Cécile seja o primeiro plano da trama, o medo, as incertezas e as rivalidades provocados pela presença nazista no país invadem a calmaria da cidadezinha. O enfrentamento entre resistência e milícia, comum em um momento em que a nação estava dividida, também é retratado por Gibrat, com desdobramentos avassaladores para a obra.
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Marc 13/11/2021

Muitos acreditam que a morte é o fim de tudo, que não há resquício de nós em lugar algum depois que nosso corpo se desfaz. Diante de uma possibilidade dessas, como devemos lidar com as vicissitudes da vida? Como devemos encarar a vida, portanto? Como uma sucessão de tentativas de obter prazer, de afastar a dor e o sofrimento ou como a chance de construir algo, de deixar algo depois de nossa morte, suavizar a vida daqueles que cruzam nosso caminho?

Pois é essa a questão que pode ser pensada a partir dessa HQ. O desfecho da história é óbvio, basta um pouquinho de atenção para saber qual será o final. E fiquei até bastante decepcionado, porque esperava ao menos um pouquinho de criatividade nesse ponto, mas não vou criticar por essa razão. O que eu gostaria de assinalar é o tremendo descaso com a vida dos outros que Julien, o protagonista, apresenta e que vai ser o verdadeiro fio condutor de sua vida.

Ele pula do trem que o levaria à guerra e que seria morte certa, ou, talvez, sofrimento psicológico e físico. Julien sabe que não vai tirar nada de positivo dessa experiência, por isso, decide não participar. Logo de cara, antipatizei com ele, porque mesmo a morte sendo quase certa, tendo uma possibilidade altíssima de acontecer, uma pessoa madura jamais deixaria de lutar para tentar libertar aqueles que ama. A partir disso, já sabia que estava diante de um personagem real, comum, irresponsável e covarde, mas que apresentava traços de simpatia para disfarçar sua falta de comprometimento com a vida das pessoas. Ele não pensa jamais em aproveitar o tempo que ganhou, a chance de fazer alguma coisa; só pensa na garota que ama e não consegue deixar de bisbilhotar a vida das pessoas.

Julien teve a oportunidade de ver seu próprio enterro e notar que a vida na cidade não mudou nem sequer uma vírgula com isso. Seria um choque para ele, mas só se estivéssemos diante de uma personalidade de verdade, não de um moleque oportunista (ele mesmo admite isso ao dizer que viu a chance de pular do trem e aproveitou). Há um “rival” pelo amor de Cecile, Paul, que é médico e ajuda a resistência secretamente. Julien reconhece estar diante de uma pessoa digna de admiração e sente que ele teria tudo para lhe roubar a garota, mas não é capaz de mudar sua atitude. Enfim, ele só entende de salvar o próprio umbigo e nada mais. Julien pôde ver como deixar uma marca no mundo, que seria lutar para tornar a vida das pessoas a seu redor mais leve, mas prefere se omitir de todas as situações e vamos notando que tanto faz se ele tivesse morrido no começo da história ou no final, ele não foi capaz de construir uma vida concreta. Quando sua tia é internada, nem mesmo cuida de seu cachorro. Veja o nível de comprometimento que ele tem com os outros... Ao contrário, sai a esmo pela cidade procurando outro abrigo e vai atrás de Cecile, se comportando como um menino mimado e insuportável. Nesse ponto da história, ele abusa do acolhimento da garota e se mostra um autêntico canalha. Todos sabem que ele não é confiável, que não se pode contar com ele para absolutamente nada e o único que o faz termina se dando mal. Embora a história não esclareça se ele tem participação nesse caso, paira uma certa dúvida logo depois. Julien é tão inconsistente que apenas passa, talvez como a luz que entra pela janela e vai se deslocando, sem que ninguém note, até que a luz já não exista mais e a noite caia. Ele não é nada.

Para reforçar, vale a pena repetir: ele viu sua morte e o quanto a vida que teve até aquele momento era tola e havia sido desperdiçada, mas não foi capaz de mudar seu rumo, preferindo se afundar em autopiedade, na dependência das outras pessoas, sem lhes entregar nada em troca. Uma cidade pequena, que vê um jovem morrer, mas que é tão insignificante, tão desprezível, que não muda absolutamente nada. Julien é o protótipo de nossa época, pois substitui a responsabilidade da vida pela malandragem, pela simpatia, pelo jeitinho, para conseguir que os outros lhe sirvam — e todos arriscavam a própria vida para agradar a majestade, mas ele era insaciável e ia aumentando cada vez o círculo de pessoas que colocava em risco. Dá para perceber que ele está morrendo de medo quando aviões sobrevoam a cidade, porque começa a perceber que a guerra está chegando.

Paradoxalmente, ele se ocupa bastante dos informes sobre a guerra. No fundo, deseja que o conflito termine antes que a água bata em sua bunda e ele tenha que se mexer novamente. Prova de sua completa inépcia em relação à realidade é o devaneio sobre viajar de bicicleta — isso num estado de sítio, com a França ocupada por nazistas.

Trata-se, portanto, de um protagonista covarde, cínico, oportunista e insensível diante do sofrimento alheio. Tudo isso é muito bem construído por Gibrat. E o mérito da história aparece nesse ponto. Tanto que muitos leitores não são capazes de perceber a ironia do enterro dele no começo da história. É fácil acreditar naquilo que ele diz e pensa, pois é cativante, mas a história é uma crítica, porque a resistência à ocupação militar na França é um assunto muito sério e até hoje se critica os que colaboraram ou se omitiram. Tanto que o autor tem outros álbuns sobre o período, que devem ser lançados algum dia pela mesma editora, assim espero. O que demonstra que o assunto merece tratamento detalhado para ele. O que vemos nesse caso, espetacularmente detalhado, é o quanto uma cidadezinha pequena é abalada de forma diferente pela guerra. Não há corpos, bombas, aviões, o que nos vem à mente quando pensamos em guerra, mas sim milícias, resistência, as pessoas tentando viver normalmente, mas sendo profundamente afetadas. Diante da morte daqueles que amamos, não podemos ficar impassíveis, nem que reagir seja morte certa. Mas, se houver uma única chance de salvar alguém, é preciso assumir totalmente os riscos, ser adulto, ser responsável. Julien, infelizmente, era só um moleque, que não conseguiu ver a amplitude do que estava vivendo.
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