El Último Lector

El Último Lector Ricardo Piglia




Resenhas - O Último Leitor


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Paulo Sousa 14/06/2022

Lidos em 2022

O ultimo leitor [2006]
Orig. El ultimo lector
Ricardo Piglia (??, 1941-2017)
Companhia das Letras, 2006, 192p.
Trad. Heloisa Jahn
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?Um leitor seria, assim, aquele que encontra o sentido num livro e preserva um resto da tradição num espaço onde impera outra série (o terror, a loucura, o canibalismo) e outro modo de ler os signos (de que a pegada de um pé na areia seria um exemplo)? (Pag. no iBooks 145).
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Neste volume o escritor argentino Ricardo Piglia reúne 6 ensaios bastante interessantes sobre o liame entre vários clássicos literários e seus leitores ficcionais potenciais. Os excertos vão sendo capturados e destrinchados para dar uma ideia imaginária da história da leitura, algo bastante inteligente e - porque não - inovador para este leitor.
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As ?estórias?, montadas a partir de cenários criados por Kafka, por Tolstoi, por Defoe, por Joyce e outros mais em seus livros buscam a suprema pergunta que parece margear toda a obra: ?O que é um leitor??, desembocando inevitavelmente na figura curiosa do ?último leitor?, aquele que deveras tem o papel de construir um paralelo entre os caracteres impressos e a mente criadora do escritor, que, por sua vez, usa leitores imaginários para falar do tipo de leitor e sua ligação com a escrita.
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É um exercício curioso, pertinaz eu diria, apesar de sentir alguma dificuldade em diversos trechos (me falta o estofo necessário para apreender textos aprofundados), já que Piglia faz um primoroso trabalho de análise da literatura, o que exige algum conhecimento prévio.
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Tirando minha canhestra atuação, dessa leitura posso dizer que vale, mas será enormemente bem vinda após ao menos ter lidos as obras citadas, livros desafiadores como Ulisses e Dom Quixote, só para iniciar.
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Ricardo Santos 01/10/2015

Livro quase obrigatório pra viciados em livros
Os ensaios desse livro são deliciosos passeios pelos hábitos de leitores famosos, como Che Guevara e Kafka. Piglia tem o talento de desenvolver ideias robustas num texto claro, limpo, cheio de erudição, insights e informações pouco conhecidas. Ótima pedida para um momento de lazer com uma leitura só um tantinho mais exigente.
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Evy 27/01/2011

Ricardo Piglia reuniu uma série de ensaios sobre o vínculo entre obras e leitores para criar uma espécie de "história imaginária da leitura". São cenas colhidas ao longo da história literária onde o leitor ficcional é o centro das atenções.

Tudo tem início com o capítulo "O que é um leitor?", onde Piglia citando Borges, "um dos leitores mais convicentes que conhecemos, a respeito de quem podemos imaginar que perdeu a visão lendo", introduz sua trajetória em rastrear o modo como a figura do leitor está representada na literatura, ou seja, as representações imginárias da arte de ler na ficção. Já neste primeiro capítulo, cita obras como Hamlet e O Aleph.

Piglia nos traz a partir de então, diversos capítulos interessantes que remotam a este tema: um capítulo sobre Kafka e suas infinitas cartas a Felice Bauer, a garota-datilógrafa, com quem ele trocava impressões sobre o leitor ficcional em cartas que mais pareciam as páginas de um diário; Um ótimo capítulo sobre Che Guevara e seu gosto e vício pela solidão e pela leitura:

"O fato de eu desaparecer para ler, fugindo assim dos problemas cotidianos, tendia a distanciar-me do contato com os companhieros, sem contar que há certos aspectos de meu caráter que não facilitam a aproximação"

Gostei particularmente deste capítulo, pois tenho também um gosto parecido. Destaco o trecho: "A leitura vinculada a certa solidão em meio à rede social é uma diferença que persiste. 'Durante estas últimas horas no Congo me senti sozinho como nunca havia estado antes, nem em Cuba nem em nenhum outro lugar em minhas peregrinações pelo mundo. Eu poderia dizer: até hoje eu não havia sentido a que ponto, quão solitário era o meu caminho'. A leitura é a metáfora desse caminho solitário. É o conteúdo da solidão e o seu efeito"

Também nos apresenta um gracioso capítulo sobre a obra de Tolstoi Anna Karienina, onde a protagonista lê num trem, o objeto da modernidade na época, e onde encontramos uma descrição magnífica das condições de leitura em certa classe social no século XIX. E finaliza falando da obra Ulisses de Joyce, que foi mais longe que todos os outros e inventou a figura do leitor final, aquele que se perde nos múltiplos rios da linguagem.

O livro é muito interessante, mas confesso que achei a linguagem difícil e pude usufruir pouco da leitura por não ter conhecimento de algumas das obras que foram citadas e não ser uma expert em literatura para entender todas as reflexões feitas acerca dos textos.
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João Paulo 08/05/2010

O último leitor, de Ricardo Piglia
“O último leitor” é uma coleção de ensaios do escritor argentino Ricardo Piglia que eu encontrei enquanto procurava por “1984” na biblioteca. Como não achei o livro de Orwell (que parece estar sempre emprestado), resolvi ficar com o de título curioso. A conversa é metalinguagem avançada: um livro que fala de leitores de livros que leem livros em que os personagens leem… livros. O autor escreve sobre os tipos de leitor através da história da litaratura e, para isso, se usa de inúmeros personagens para traçar uma relação com o leitor real.

O livro é perfeito para quem entende “tudo” de literatura. São dezenas de referências a obras famosas e que só quem já as leu consegue apreciar completamente. O autor descreveu a forma de ler de vários personagens clássicos: (o óbvio) Dom Quixote, Hamlet, Madame Bovary, Robson Crusoé… e também a de pessoas reais, como Che Guevara.

Para quem não entende “nada”, ou quase nada, de literatura e que está nessa para tentar encontrar uma mensagem oculta vinda dos livros capaz de mudar a vida (Ricardo refere-se também a esse tipo de leitor) (e eu me identifico nessa categoria) cada uma das 180 páginas revela detalhes curiosos da criatividade dos vários autores que aparecem. A sensação que ficou depois de ler “O último leitor” é um livro que aparenta ser esquecível, mas que suas origens, os clássicos referenciados/reverenciados são deliciosamente (!) envolventes e o melhor é ir beber direto da fonte.

E quando eu encontrar uma verdade inquestionável nos livros, eu aviso.
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