Naty__ 21/07/2020
Depois que você lê 10, 20, 30 livros de suspense, é difícil deixar se enganar por algum outro no mercado. Eu sei, “Um mar de segredos” tinha muito potencial, mas o verbo ficou no passado.
A história vai te prender, eu sei que vai. E quando eu começar a descrever os elementos do livro você vai querer ler no primeiro momento. Porém, esse talvez seja o maior problema dele. Se você for com muita sede ao pote, vai acabar ficando com sede.
Erin é documentarista e está numa ótima fase no trabalho. Mark é investidor, porém, acaba de ser demitido. E esse é um dos problemas que o casal encontra, afinal, eles estão prestes a se casar e já estão com passagens e hospedagem compradas para passar a lua de mel numa ilha em Bora Bora.
Mark precisa economizar e diminuir os gastos com o casamento. Ele acaba reduzindo os dias em Bora Bora, mas não deixam de ir. Achando que tudo seria às mil maravilhas, ao fazerem um mergulho, eles encontram uma bolsa e, claro, o que vocês acham que eles decidem fazer? Levá-la para o quarto, obviamente.
Para mim, esse foi o ápice do livro. A gente sabe mais ou menos o que tem dentro da bolsa porque a divulgação da Record foi com dólares e sabemos que se trata de milhões de dólares. Porém, não tinha apenas dinheiro dentro, tinha mais coisas. É por isso que essa parte foi o pico do livro, o momento que fiquei mais curiosa, que não queria largar por nada e eu sabia que algo muito ruim aconteceria. Afinal, o prólogo da história já indica que algo inesperado está prestes a acontecer.
E então, os recém-casados, em lua de mel, precisam fazer uma escolha difícil: dizer a verdade ou proteger aquela bolsa – proteger o segredo a sete chaves? É ou não é uma história que te deixa curioso para saber o que vai acontecer? Bom, se você não ficou, parabéns! Porque eu fiquei desde o início com as divulgações da editora.
Mas, como não ficarei apenas na história, falarei das minhas impressões sobre tudo. Primeiramente, eu não sei como pode existir uma Erin no mundo. Eu sei que existem pessoas inocentes, sem conhecimento... Mas burrice é uma coisa que a gente aprende errando, talvez. E não basta a criatura errar uma, duas, três vezes na MESMA COISA, ela continua errando e se autodeclara: “como sou burra”. Se até ela já sabe disso, eu preciso dizer mais alguma coisa sobre essa personagem?
Engraçado é que do início ao fim a autora a pinta como frágil, burra, descreve as suas ações como patéticas e, muitas, o próprio marido repugna – até nós, leitores, convenhamos. Mas no final ela é a pessoa mais espetacular e inteligente da face dessa Terra (não é spoiler). E esse detalhe foi tão inverossímil que eu não consegui assimilar e nem aceitar que a autora decidiu que as coisas ficariam assim, inclusive para Erin.
Mark é o típico cara inteligente, que tem um futuro brilhante pela frente, mas que acha que ficará desempregado para sempre, porque só quer trabalhar se for no que ele faz. Não está disposto e nem se sujeitaria a fazer outra coisa. Como se a vida fosse bonitinha assim, né? Mas até aí tudo bem, conheço pessoas assim e está tudo bem a autora trazer isso à tona. Não posso explicar o furo no livro que tem a ver com esse detalhe.
A autora me surpreendeu com a sua escrita. Fluida, envolvente, mas as falhas nesse livro são nítidas. Pode ser que quem não esteja habituado a ler o gênero até deixe passar batido ou aceite algumas delas. Mas, convenhamos, eu queria muito mais dessa história. E eu estava esperando muito mais do meio para o final. Parece que a autora queria tomar um rumo e no meio do caminho decidiu que faria outro. E foi.
Pode ser que você goste? Claro que sim. É por isso que vi muita gente elogiando. Por esse fator que indico que você leia, tire as suas conclusões sobre tudo e venha conversar comigo. Combinado? Vou adorar bater um papinho sobre. Independente de gostar ou não, sempre vou respeitar a sua opinião, só quero saber qual a sua. E espero que leia e goste.