Cartas a um Jovem Escritor

Cartas a um Jovem Escritor Mario Vargas Llosa




Resenhas - Cartas a um Jovem Escritor


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Vilto 07/03/2012

Resenha: Cartas a um jovem escritor – Mario Vargas Llosa
Este livro entrou na lista de “livros que indico para todos que querem escrever”, apesar que passei a conhecê-lo apenas umas duas semanas atrás. Fui à biblioteca para pegar alguns livros emprestados. Em cima de uma mesa estava esta preciosidade, como se o destino tivesse planejado este momento único para eu topar com o livro, que fique claro: não acredito em destino. Julgo esta situação como uma feliz coincidência.

Llosa aborda os fundamentos do romance ou conto e os desafios que cabem a cada escritor ao criá-los. Escrever, este ofício que fascina todos aqueles que são leitores fissurados. De forma magistral ele colocas as dificuldades e anseios de todos escritor, mas sem deixar de ressaltar o prazer em ver a obra criada. Destaco este trecho do livro sobre o penoso processo da escrita:

“Não existem romancistas precoces. Todos os romancistas grandes, os admiráveis, foram, no começo, escritores aprendizes cujo o talento passou por uma gestação alimentada pela constância e pela convicção. Muito alentador – não é mesmo? – para alguém que começa a escrever, o exemplo daqueles escritores que, diferentemente de um Rimbaud, que já era um poeta genial em plena adolescência, foram construindo seu talento”.
Pg. 15

O poder de persuasão, O estilo, O narrador/O espaço, O tempo, Níveis de realidade e As guinadas e o salto qualitativo são alguns capítulos com verdadeiras aulas que todos que escrevem romances ou contos, ou aqueles que ainda não escrevem mas pretendem, deveriam aprender. Mas não de uma forma teórica e maçante, recorrendo a um clichê “para quebrar regras é primeiro preciso conhecê-las” e é isso que aprendemos com o autor. Mario Vargas Llosa conversa com o leitor como se estivesse se correspondendo por cartas, que aliás é a ideia da coleção “Cartas para um leitor…”.

Algo que me chamou a atenção no livro foi a reflexão que Llosa fez sobre o poder das histórias em detrimento à opressão do sistema. Confira a reflexão citada:

“Não sem razão: sob uma aparência inofensiva, inventar histórias é uma maneira de exercer a liberdade e de lutar contra os que – religiosos ou leigos – gostariam de aboli-la. Essa é a razão pela qual todas as ditaduras – o fascismo, o comunismo, os regimes fundamentais islâmicos, os despotismos militares africanos ou latino-americanos – tentam controlar a literatura aprisionando-a na camisa de força da censura”.
Pg. 11

Enfim, vale a pena ler este livro, é como ter um grande escritor sussurrando dicas ao seus ouvidos.

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Albarus Andreos 31/10/2013

Dicas para Escritores Iniciantes
Algum tempo atrás um jovem escritor sentiu uma grande necessidade de melhorar. Eu olhava meus textos e conseguia ver a diferença de outros que lia, fossem na internet, nas revistas e principalmente nos livros que devorava com paixão. Para mim, escrever chegava a um patamar em que exprimir ideias e contar histórias era uma fase já vencida. Havia aprendido a cometer meus textos, mas ainda faltava técnica, a habilidade de escrever melhor, como os mestres, como os grandes nomes. Precisava descobrir o que fazer e como. E como saber o que estava errado, o que estava certo e o que poderia melhorar? Uma das minhas primeiras aquisições em teoria literária foi exatamente Cartas a um Jovem Escritor (Editora Campus – Elsevier, 2008) de Mario Vargas Llosa.

De cara era um Prêmio Nobel. Era também um escritor de quem já havia lido Lituma nos Andes, numa edição da Companhia das Letras, de 1994. Era uma fase em que ler os clássicos era essencial pois, por mais que tivesse lido Monteiro Lobato na infância, por mais que esmiuçasse as enciclopédias de mitologia de minha casa, por mais que devorasse desenhos animados tipo Caverna do Dragão, games como Diablo e Warcraft e gibis de super-heróis, ler livros bem escritos era essencial. Uma coisa que vi cedo foi que um escritor de literatura fantástica não se construiria se eu lesse apenas livros de literatura fantástica. Se meu objetivo era escrever, tinha que ler livros de quem já sabia fazer isso, e era essencial que soubesse fazer isso bem!

Em Cartas a um Jovem Escritor, Vargas Llosa finge responder uma carta que o leitor lhe enviou. De onde será que ele tirou isso, não é? Vargas Llosa é um gênio, então imagine quantas vezes ele não deve ter respondido as mesmas perguntas, sanado as mesmas dúvidas, esclarecido as mesmas questões de jovens aspirantes das letras, em palestras, encontros, feiras e em cartas mesmo. Nem é preciso pensar muito para perceber como deve ter sido uma simples tarefa de recolher alguns de seus rascunhos já prontos e resumir o que fosse mais importante nesse livrinho deliciosa e absolutamente fácil de ler (e entender).

A narrativa epistolar sempre começa pela pontuação de um técnica de escrita, onde ele nos mostra como fazer o que está nos livros, sempre com exemplos de sua leitura predileta. Passeamos então por trechos de Melville, Sartre, Cortázar, Flaubert, Garcia Marques, Borges, Hemingway, Faulkner, Kafka, Guimarães Rosa e uma grande quantidade de outros titânicos nomes da literatura moderna. No livrinho podemos descobrir, ou lembrar, ou melhor definir, ou simplesmente recordar, pelas mãos do mestre, as noções de parábola, tempo, narrador/ espaço, entender o que é poder de persuasão, entender o que vem a ser estilo, os níveis de realidade de uma obra, as guinadas e os saltos qualitativos, e ainda vislumbrar curiosidades técnicas como a caixa chinesa, os dados escondidos e o que vem a ser vasos comunicantes (se você gosta de George R. R. Martin, já viu isso muitas vezes, embora não saiba ainda do que eu estou falando).

É espantoso como Llosa desce ao nível reles de um rapaz começando a escrever e explica tão surpreendentemente bem cada uma dessa inestimáveis técnicas. Como um mestre de seu quilate pode se preocupar conosco, que nem sabemos direito a própria língua, a ponto de se tornar professor e, mais que isso, amigo, a ponto de entender tão bem as dúvidas, as aflições e as dificuldades por que todos nós escritores um dia passamos. É claro que ele se põe no lugar de cada um de nós, Não se exime de retornar ao aprendizado enquanto ensina e se deleita com isso, pois a literatura é seu pasto, sua natureza e seu céu. Claro que não foi nem um pouco difícil para ele fazer isso.

E depois de nos ensinar maravilhosamente como fazer um bom romance, depois de nos dizer e dar o exemplo que ler é fundamental para o escritor (todos nós somos, de Vargas Llosa a Albarus Andreos, iguais enquanto leitores!) ele termina o livro com esse excerto que reproduzo abaixo. Não posso deixar e fazê-lo.

“...a técnica, a forma, o discurso, o texto, ou como queira você chamá-lo – os pedantes inventaram muitos nomes para algo que qualquer leitor identifica sem nenhum problema –, é um todo sem costuras, em que separar tema, estilo, ordem, pontos de vista et cetera equivale a realizar uma dissecação em um corpo vivo. O resultado é sempre, mesmo no melhor dos casos, uma forma de homicídio. E um cadáver é uma reminiscência pálida e ilusória de um ser vivo, pulsante e pensante, não invadido pelo rigor mortis nem indefeso ante do ataque dos vermes.”
(p. 179)

É que a literatura, quando esmiuçada tecnicamente para ser explicada, perde a verve literária. A fantasia e a paixão são postas de lado para nos domar o espírito porque quando lemos devemos nos libertar e voar livre. Ele insiste então que a técnica quando utilizada, transcende qualquer academicismo e pontua que o enfoque do escritor é um “seduzir” e do leitor é outro “apaixonar-se”. Torna-se parte da experiência única que cada leitor faz ao se debruçar sobre a literatura.

Finalmente, Llosa se despede, como um correspondente que nos respondeu cada uma das cartas que hipoteticamente enviamos. Ele sabe que toda a orientação, por mais minuciosa, por mais leve que tenha sido seu ensinamento, pode causar estranhamento nesse ou naquele aspirante as letras. Ele sabe que a técnica, quando encarada por um escritor desavisado, pode assustar e bloquear um esforço criativo. Então diz:

“Querido amigo: o que estou tentando dizer é que você deve esquecer tudo o que leu em minhas cartas a respeito da estrutura dos romances e, simplesmente, partir de uma vez para escrevê-los.”
(p. 181)

Se há um grande mal no escritor, é o da ansiedade. O grande mal da página em branco, da espera pela suprema inspiração que lhe renderá quinhentas laudas de genialidade. Em outro textos vida afora aprendi que não há ninfas soprando as linhas que garranchamos. Elas vem, sim, mas do esforço da tentativa após tentativa e da experiência do erro corrigido e novamente cometido. Portanto, técnica é algo natural de se obter quando estamos prontos para ela. Conhecemo-las primeiro pelas leituras, vendo como se faz. Vendo como ficam quando empregadas pelos mestres. Já quando é nossa vez de fazer, devemos nos libertar de amarras, de compromissos, de obrigações com a excelência, que só virá com o tempo. Se depois de todo o livro você ainda não souber como fazer, a dica é muito mais importante nesse último trecho. Simplesmente sente-se e escreva. Não há outra forma de ser escritor.
Renata CCS 09/12/2013minha estante
Uma bela resenha! Instigante.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 19/05/2010

Cartas a um jovem escritor - Mario Vargas Llosa
O peruano Mario Vargas Llosa, neste livro de leitura rápida e agradável lançado em 2006, apresenta uma série de técnicas narrativas com base em exemplos da literatura universal moderna e clássica como Miguel de Cervantes, Jorge Luis Borges, William Faulkner, Franz Kafka e muitos outros do mesmo nível.

Vargas Llosa é mais conhecido do grande público pelo seu último e bem sucedido romance “travessuras da menina má” e também por ter sido, em 1990, candidato à presidência do Peru, sendo derrotado no segundo turno por Alberto Fujimori.

O primeiro e importante passo para se tornar um bom escritor, segundo Mario Vargas Llosa, é ser um leitor compulsivo. Esta também era a opinião de Borges que, por uma grande crueldade do destino, veio a morrer cego.

O ofício do escritor, ou vocação literária, ainda segundo Llosa “não é um passatempo, um esporte, um lazer refinado que se pratica nas horas vagas. É uma dedicação exclusiva e excludente, uma prioridade à frente da qual nada pode passar, uma servidão livremente escolhida que transforma suas vítimas (suas ditosas vítimas) em escravos”.

Para Llosa, o autor sempre utiliza, mesmo que inconscientemente, a sua própria vida e a transforma em matéria-prima para suas histórias. “O escritor não escolhe seus temas: é escolhido por eles”. Uma comparação muito perspicaz e curiosa é feita por Llosa ao comparar o trabalho do escritor com o “Catoplebas”, animal mítico que devora a si mesmo, o escritor também “age como um carniceiro de sua própria experiência”.

Ou ainda em outra síntese notável sobre o mesmo tema “o romancista que não escreve sobre o que lá no fundo do seu ser o estimula com insistência, mas que friamente escolhe assuntos ou temas de maneira racional porque acredita que assim terá mais chance de sucesso carece de autenticidade, e o mais provável é que por isso seja também um mau escritor (ainda que bem sucedido)”

No decorrer deste livro são apresentadas e discutidas várias técnicas de estilo, narrativa, tempo e níveis de realidade, sempre com farta exemplificação de cunho erudito. Obviamente não se trata de um manual ou livro de auto-ajuda e o objetivo do mesmo só será alcançado se o leitor possuir uma bagagem mínima de conhecimento literário.

A conclusão do próprio Llosa, no capítulo final do livro, sintetiza bem o tema: “(...) ninguém pode ensinar ninguém a criar; na melhor das hipóteses, podemos aprender a ler e escrever. O restante precisamos ensinar a nós mesmos, tropeçando, caindo e levantando sem cessar”.
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elle carmo 24/06/2020

deu até vontade de escrever um livro
como só encontrei a versão em espanhol da obra, ela me foi de duplo aprendizado, de técnicas de escrita, e de linguística quando me fez ter contado com um novo idioma (acabei lendo duas vezes, pois decidi traduzir).

pois bem, esta é uma obra que nos faz parecer amigos de quem a escreveu, até porque são cartas direcionadas a quem anseia ser um escritor.

algo que gostei bastante foi que o autor deixa claro, por diversas vezes, que uma leitura não deve ser feita primeiramente de forma analítica, mas sim de peito aberto para receber "a magia" da mesma.

"o texto é um todo inquebrável e separá-lo em técnicas é equivalente a realizar uma dissecação em um corpo vivo. o resultado é, sempre, mesmo nos melhores casos, uma forma de assassinato. e um cadáver é uma lembrança pálida e enganosa do ser vivo. e eu gosto é de ler romances, não de autópsia."

ele salienta também que o ofício da escrita não consiste em fama e reconhecimento, mas em paixão ou algum outro sentimento que clama para que as ideias que invadem a mente sejam postas aos olhos em forma de letras. e por fim, deixa uma linda consideração:

"ninguém pode ensinar outro a criar; no máximo, a escrever e a ler. o resto, você ensina a si mesmo tropeçando, caindo e levantando-se sem parar."

estou começando uma série de leitura sobre a temática: a arte de escrever, e posso dizer que este livro me foi bem útil. super recomendo!
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Marília 04/03/2012

Leitura obrigatória para futuros escritores
Confirmo o que já tinham dito em outras resenhas: este livro é um tapa na cara dos aspirantes a escritores. Isto porque nos faz sentir ( pelo menos a mim) pouco leitores, pouco escritores, pouco observadores. Para mim foi como um grande clarão, um mundo novo que surgiu.

Muito profundo, muito instigante. Llosa escreve de forma muito gostosa, como não poderia deixar de ser, e nos faz querer ler mais e escrever já! Não dá para ler esse
Ivro sem um lápis na mão. É, sobretudo, um livro de consulta, a ser recorrido ao longo de toda minha carreira de escritora que acaba de começar.
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Aguinaldo 19/03/2011

cartas a um jovem escritor
Fiquei tão irritado com a banalidade de um livro noutro dia (o maçante "Para ser escritor") que resolvi experimentar este pequeno livro de Mario Vargas Llosa. "Cartas a um jovem escritor" foi publicado originalmente em 1997. Os comentários de Vargas Llosa são sóbrios e a linguagem bastante precisa. Ele não adjetiva excessivamente, não se traveste de moralista ou pontifica modas e tendências. Não é um livro técnico sobre o ofício de se escrever profissionalmente, mas antes um livro sobre as técnicas do romance. Pacientemente, mas sem digressões muito longas, Vargas Llosa descreve aquilo que é imprescindível na construção de um livro. Ele sabe ser retórico, faz o leitor perguntar-se pelas motivações que podem levá-lo a escrever, perguntar-se do porque escolher o rigor e a disciplina inerentes ao ato de escrever, ao ato de inventar realidades, ao invés de se esforçar por viver a realidade da vida. Ele dá conselhos e descreve a arquitetura dos romances: desde a escolha de uma voz e elaboração de personagens, até a estrutura espacial e temporal das histórias, passando pelo estilo, níveis de realidade, truques narrativos e intertextualidades possíveis. É o tipo do livro que leva o leitor a sério e não se contenta em apenas listar conceitos e teorias acadêmicas (nem a ser auto-indulgente e cabotino, como me parece o caso do livro de Charles Kiefer). Cabe registrar que em 1997 Vargas Llosa já tinha construído uma obra literária consistente e respeitada, já tinha recebido o prêmio Cervantes, mas os exemplos que ele dá em seu livro são pinçados de Flaubert e Joyce, de Henry James e Joseph Conrad (dentre vários outros romancistas realmente fortes). Vargas Llosa diz ao leitor que o esforço verdadeiro e a disciplina, a honestidade intelectual, as leituras sistemáticas e o amadurecimento podem levá-lo a desenvolver um estilo, alcançar um poder de persuasão literário realmente poderoso. [início 03/03/2011 - fim 04/03/2011]
"Cartas a um jovem escritor: ´toda a vida merece um livro´", Mario Vargas Llosa, tradução de Regina Lyra, Rio de Janeiro: editora Elsevier (Alegro), 1a. edição (2006), brochura 12x18 cm, 181 págs. ISBN: 978-85-352-2110-7 [edição original: Cartas a un juven novelista, Planeta (Barcelona) 1997]
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Isadora Martins 19/01/2013

Sobre Literatura
Fantasiado de cartas-resposta de um grande escritor (Llosa) a um jovem aprendiz anônimo, o livro parece de fato um guia de como escrever um romance. Tal artifício, porém, é apenas maquiagem para um livro acadêmico sobre a forma esmiuçada da literatura de romance. Nesse sentido, cumpre muito bem com seu papel. Estudantes de Letras provavelmente vão às alturas.

À propósito, Llosa faz questão de usar uma linguagem extremamente prolixa e difícil. Quem, se não um catedrático, há de saber o que são "missivas" ou "escrutínios"!?

Peneirando toda essa bagagem formal acadêmica, o livro traz excelentes referências de obras clássicas e contemporâneas, além de nos mostrar o que é a BOA literatura e como a ficção é capaz de fazer com que o leitor viva e aprenda com experiências de muitas vidas pairadas no mundo dos sonhos e fantasias.
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AB1 15/09/2021

Não só para escritores, mas para amantes de literatura.
O livro foi escrito de uma maneira pessoal, como se realmente fosse um apanhado de cartas direcionadas à alguém que esteja com o coração pulsando pelas palavras.
Ao longo das páginas, Llosa além de contar partes essenciais de romances, retrata estas técnicas dando como exemplo diversos livros.
Em alguns capítulos achei que a leitura passou a ser cansativa, mas logo aquela parte acabava e entrava em outro tema que voltava ao ritmo normal e gostoso de narrativa.
Fiquei meio perdida em partes pois não conhecia as obras mencionadas (mesmo que Llosa resumisse os livros, acredito que seria melhor se eu os conhecesse de verdade). Mas, isto não é falha do livro, e sim minha, por não ter um vasto repertório literário.
Cartas para um jovem escritor é uma alternativa para quem gostaria de um dia escrever, pois ele te mostrará técnicas e pontos a ser considerados na escrita. E o livro também é para os que amam romances e gostariam de entender melhor para as ideias por trás das palavras.
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