A guimba

A guimba Will Self
Will Self




Resenhas - A Guimba


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Matheus 03/12/2023

No mínimo esquisito
Livro bizarro pra não se dizer o mínimo. Li ele para um clube do livro com o tema diatópico. Ele não tem muito essa característica, ainda mais pensando que 90% dele seria totalmente factível no mundo real, e por mais loucas que as coisas estão não acho que vivemos numa distopia.
O livro se passa no mundo basicamente real, países, conceitos muito comuns aos nossos, mas com o país onde o livro todo se passa sendo uma sátira de algumas facetas da nossa sociedade. Um país em que investe fortemente no turismo dos países desenvolvidos, e que além disso funciona num sistema exploratório dos seus próprios recursos e povos, evocando seu passado colonial. Um país hipócrita em suas leis, confusos e que não consegue resolver os próprios problemas.
O livro tem um aspecto irreal o tempo todo, parecia que estava lendo a junção do Processo de Kafta com o filme Brazil do Terry Gilliam e um tempero de Duna do Hebert. O livro consegue ser engraçado e cativar nesse mundo real/irreal que o autor consegue construir.
A parte final do livro (últimas 50 páginas), a coisa acaba ficando bem estranhas, e indo mais pro caminho diatópico, com um aceno bem bizarro de um Doutor alemão com acenos eugenistas. O final me deixou com uma sensação mista, não sei se gostei ou não.
Leitura mais estranha que fiz nos últimos ano de longe, apenas por isso já recomendo.
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Michele 08/10/2023

Terminei hoje cedo de ler. A história, com todas as nuances, caminhos que toma, ainda está revirando na minha mente. Peculiar! Gostei muito!
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Rodrigo1185 30/08/2023

É um livro difícil? É... Por vezes fica arrastado? Sim... Parece delírio do escritor? Ô se parece! Valeu a leitura? Sim, valeu muito! Distopia de encher a cabeça!!! Como toda distopia traz assuntos relevantes, aquela velha história, "e se"...
Sujeito descumpre uma lei e como consequência tem sua pena decretada de forma mais branda, depois de uma "ajudinha financeira" para o sistema. Mostra a mecânica da relação entre colonizado e colonizador, e também a passividade de quem já foi subjugado (fiquei nauseado nesta parte, a passividade é sempre revoltante!)
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Raquel 12/03/2022

Uma guimba para queimar os neurônios
Encontrei a indicação de “A guimba” numa lista de distopias e me interessei pela sinopse: num país-continente, que nos lembra a Australia, o turista Tom Brodzinski, de férias com a família, queima um outro hóspede do hotel ao jogar nele, sem querer, a bituca (ou guimba, como o título do livro) do que seria seu último cigarro, o que leva a uma sequência de eventos inimagináveis para Tom. A história se desenrola com a família de Tom voltando para casa enquanto ele fica preso no país, já que o homem que ele feriu é casado com uma nativa, estando protegido por leis locais de proteção dos aborígenes. Tom precisará cruzar o país para cumprir a sentença recebida e reparar o erro cometido.

Eu li em 12 dias, mas não foi fácil. O autor usa muitos neologismos e palavras incomuns (tipo sinônimos pouco usados de palavras mais comuns), além de muitas palavras que nomeiam os habitantes e os costumes do país, o que dificulta a fluidez. Fiquei com dó do tradutor....

A princípio parece uma história cheia de situações absurdas, na qual o personagem principal vai se enrolando cada vez mais sem resistir, com um desfecho sem pé nem cabeça, mas se você olhar bem há metáforas e referências em toda parte. Esse não é um livro apenas para ser lido, você precisa refletir sobre a história e discutir com outras pessoas se possível.

Conclui que se trata de é uma crítica à colonização e ao desastre da interferência das potências ocidentais em outros países, ao modo como o homem moderno vê o que sobrou dessa colonização/interferência e como ele distorce a situação dos povos nativos, inventando sistemas de crenças a partir de fragmentos de culturas anteriores. O autor deixa claro que o homem branco, apesar de minoria, tenta criar uma sociedade multicultural, honrando o maior número possível de detalhes da vida nativa, mas que isso é um completo desastre (vide a história da família Von Sasser na trama) e que pode geral mais violência (vide as apólices de seguro das Tontinas). É uma metáfora sobre a humilhações impostas às populações nativas pelos ocidentais ao longo dos anos.

E o autor demonstra o absurdo da situação vivida por colonizadores e colonizados usando tiradas cômicas, como na proibição ao fumo, e passagens grotescas, como nos rituais e costumes locais.

A final do livro, fiquei sem respostas para muitas questões menores, como:

- Por que a prima do advogado de Tom parecia ser irmã gêmea de sua esposa??

- Como o cônsul honorário no país sabia que a bebida favorita de Tom era whisky com gelo???

Acho que essa era a intenção do autor, mas isso me instiga a futuramente reler o livro, para tentar extrair mais detalhes que eu tenha deixado passar nessa primeira leitura. Foi o primeiro livro de Will Self que li e fiquei interessada em ler outros.
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André Goeldner 12/12/2018

Um livro estranho, diferente, que vale a leitura, mesmo algumas partes sendo lentas, longas e até, por vezes, desinteressantes.
Confesso que ainda gostei mais do Grandes Símios.
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Helder 11/07/2012

Cade a estória?
Certa vez numa livraria descobri Will Self e confesso que as resenhas nas capas de seus livros me deixaram com muita vontade de ler. Ai, certo dia, entrei numa livraria e achei dois deles por R$14,90 e não pensei duas vezes.
A Guimba era um destes. A resenha da capa é extremamente interessante. Parece que teremos uma grande sátira social, mostrando os exageros da sociedade moderna. Mas fica por ai. O livro é péssimo. Acho que levei quase 2 meses de teimosia para chegar ao fim desta enorme baboseira.
Eu imagino que um autor que se senta em frente a um caderno, máquina de escrever ou computador, tenha um objetivo: Passar uma mensagem, entreter o leitor, tirá-lo de sua zona de conforto, emocioná-lo, ensiná-lo algo; deixá-lo com medo.
A Guimba , portanto, é um livro completamente sem função. Não agrega nada ao leitor. Foi escrito para ninguém, e não duvido muito que Will Self estivesse sob a ação de alucinógenos para escrever tanta besteira. Começa com um bom mote e só vai descambando. Nenhum personagem é verossímil e o livro não chega a lugar nenhum. Além de ter um vocabulário extremamente irritante. Uma parte são termos inventados pelo autor para descrever os hábitos e habitantes do país que ele tenta descrever, mas outras são palavras difíceis e metidas a eruditas, mas que juntas não dizem nada.

“Quando enfiou o oscilante lampião pela porta, o remoinho (?) brilhante banhou um reluzente regato de baratas... serpenteando através dele rumo a uma agitação revolta de suas conspecíficas (?) que tentavam entrar no motel...”

“Vogais rouquenhas portavam-se mal no leito rochoso teutônico”

Pobre tradutor!

Os personagens são um caso a parte. Nenhum é simpático e faz com que voc~e se envolva. Tom, o personagem principal é um idiota, que se deixa levar por uma viagem sem nunca perguntar o por que. Vai entrando numa zona com cara de Mad Max, ou quase uma guerra civil e não pergunta nada. Aquilo que podia ser um Road MOvie ou Road Book também não chega lá, pois viajam e nunca chegam a nenhum lugar interessante. E haja moscas na boca. LI na net uma entrevista com o autor dizendo que o livro foi mal nos EUA e na Australia, pois estes povos se sentiram ofendidos por serem retratados ironicamente no livro. Discordo completamente disso. O livro foi mal porque é ruim mesmo. Não ofende povo nenhum, Ofende nossa inteligência e paciência.
Fui até o fim, com a esperança de que algo fosse sair daquilo. Mas só piorou. Juro que se tudo fosse um sonho eu ficaria mais feliz.
Agora estou com um mico na mão que é um outro livro do mesmo autor. Já pus no fim da fila.
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Ana 28/09/2010

Leitura e releitura
Muito bom, embora um bocado estranho, como qualquer Will Self que eu conheça...
Terminei querendo reler, porque há tantas nuances que vc só nota no final que vc quer reler para ver se elas já não estavam lá desde o início e vc deixou passar.
Recomendo a leitura e a releitura.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 20/08/2010

Will Self - A Guimba
Editora Objetiva - Selo Alfaguara - 331 páginas - Publicação 2010 - Tradução de Cássio de Arantes Leite

Já estava nos meus planos há algum tempo conhecer o trabalho do escritor britânico Will Self, que esteve por aqui na FLIP de 2007, aclamado pela crítica pelo seu humor corrosivo e inteligência aguda na crítica de costumes da sociedade contemporânea. Adjetivos como criativo, alucinógeno, satírico e até mesmo profético são comuns nas resenhas de seus romances e contos. Na dúvida entre ler "Como Vivem os Mortos" (publicação 2000) ou "Grandes Símios" (publicação 1997), decidi começar com o romance "A Guimba" lançado este ano no Brasil pelo Selo Alfaguara (publicação original de 2008).

A ideia para o argumento deste livro, segundo o próprio Will Self, surgiu durante uma viagem para a Austrália onde ficou surpreso com a rigidez das leis antifumo: "tão meticulosas que era ilegal fumar a 30 metros da entrada de prédios públicos, e linhas amarelas eram pintadas nas ruas e calçadas para garantir o seu cumprimento", ainda segundo Self e já antecedendo seu estilo característico: "Pareceu-me bem estranho que um país colonial há até pouco tempo tenha, em apenas oitenta anos, cometido o genocídio do seus indígenas até impedi-los de fumar na rua".

Um país-continente fictício, provavelmente inspirado na Austrália, é o cenário deste romance que tem como protagonista Tom Brodzinski, um típico turista americano em visita de férias com a família e que, ao lançar a guimba de seu derradeiro cigarro da varanda do quarto de hotel, deflagra uma série de eventos ao ferir acidentalmente um velho cidadão britânico naturalizado e casado com uma nativa. Estes eventos se sucedem rapidamente, enquanto Tom vivendo um pesadelo kafkiano vê o espaço entre o paraíso turístico e a realidade política e social do país reduzir à medida em que é envolvido em um processo judicial de proporções alarmantes. Will Self demonstra o lado absurdo do Colonialismo e Neocolonialismo, algumas vezes de forma cômica (como nas proibições ao fumo) e outras francamente grotescas (nos rituais de iniciação e costumes locais) seja nas ações dos colonizados ou dos colonizadores.

Self não deixa pedra sobre pedra ao avançar com a sua sátira total e colocar Tom no centro de situações desesperadoras que culminam com a sua viagem-travessia do deserto, após ter sido abandonado pela família, até a tribo de aborígenes que deverá ser indenizada como reparação pelo seu erro. Uma galeria de personagens que inclui um inescrupuloso advogado local e o cônsul americano "honorário", que orientam Tom ao longo do seu processo judicial, além de outras autoridades e personalidades, como o "neuroantropólogo" von Sasser, que representam o poder de destruição e corrupção dos colonizadores nas sociedades do terceiro mundo, mas tudo isso com muito humor.
@freitas.fff 07/06/2021minha estante
Resenha incrível! Vou adicionar o livro para ler depois. Obrigado


Alexandre Kovacs / Mundo de K 11/06/2021minha estante
Obrigado amigo!




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