A Queda da Baliverna

A Queda da Baliverna Dino Buzzati




Resenhas - A Queda da Baliverna


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Wellington 27/01/2022

A Queda da Baliverna – 9,5
Buzzati conseguiu: é meu autor favorito. As obras têm caráter próprio: temáticas, forma de escrita, linguagem; tudo pode mudar, mas tudo tem a sua cara.

Coletânea de contos, livro de sebo, 1997. Fantásticos, outros realistas, até alguns de suspense ou terror. Dois ou três com temática cristã. Variados. Curtos, na maioria de duas a quatro páginas; pode ler em cinco minutos, mas são profundos. A sensação de que o tempo passa, da vida ter o próprio movimento, nossa pouca chance perante o inevitável... A companhia da natureza, mesmo em sua aparente ausência; a conexão com algo além de si mesmo, enquanto persiste a solidão dos diferentes caminhos da vida. Beleza. Espanto. Tudo que produz me afeta de forma maravilhosa.

Falta pouco para eu ler toda a obra disponível em português. Desejo com carinho que as editoras redescubram quão fantástico é esse autor. Qualquer um com tendência à contemplação encontrará bom acolhimento aqui. O silêncio tem uma bela voz.


site: https://www.instagram.com/escritosdeicaro/
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Lopes 14/08/2018

Trechos de anúncios sobre o fim
“A queda de Baliverna”, de Dino Buzzati, é uma sequência de sequelas transformadas em palavras vivas em claustrofóbicos locais e sobras de personagens que parecem viver em certos solstícios. Os contos que integram esse trabalho lúcido, corajoso e denso, contribuem para o universo do autor de “Deserto dos tártaros” e suas reflexões sobre o vazio, a intempérie e a anunciação trágica do fim. Existe uma energia em Buzzati que só se consome no ato da leitura, da perseguição pelo olhar do leitor, e que se desfaz em novos sentimentos, duradouros, após o término de cada história. Buzzati escreve para se e nos politizar, o enredo se revira para dentro de si, a construção pessoal expiraram pensamentos e possíveis cópias da realidade, garantindo a obra uma ilusão de término de sensações. São contos intermináveis nesse âmbito. O périplo buzzatiano tem um respaldo: mutilar conscientemente os geradores do terror. Essa mutilação nunca poderá ser em forma de violência, ela não seria um ato em si, apenas substituição das mãos. Dino prefere socorrer os envolvidos através da inércia que se transforma em consciência. Os contos precisam ser mais que lidos, suas provocações e similaridades evocam um suave ar de que tudo parece seguir o mesmo rumo. No entanto, o autor aumenta sua lente sobre as vidas e faz emergir uma poesia cordial e cheia de vida, que corrompe os horizontes perdidos.
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