Lolita

Lolita Vladimir Nabokov




Resenhas - Lolita


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Thami 08/06/2020

Surpreendente
Narrativa poética do Nabokov nesse romance dramalhão que dentre muitos outros temas, trata a pedofilia de maneira única.
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Cesarameno 12/07/2023

O tabu de enfeite
Não seria injusto dizer que o livro é ruim. Mas, como foi possível terminar a leitura, talvez não seja pra tanto. É monótono, cansativo, a leitura se arrasta e quando termina, o pensamento é: finalmente! Vale afirmar que o estilo da escrita é interessante, mas não há nenhuma grande passagem que gere um impacto digno, exceto por uma ou duas. Talvez, o lado mais cativante da obra venha da extensa descrição desdenhosa de um estilo de vida americano nos meados do século XX. É possível ver a dimensão de grandeza territorial e um traço cultural característico, o que pode dar uma sensação de unidade. O tema da pedófila é excruciante e pode ser que a literatura facilite a leitura para quem não quiser começar com biografias e casos clínicos.
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JOY 04/07/2020

"Eu, pelo meu lado, fui ingênuo como só um pervertido consegue ser."

Um livro perturbador. Um protagonista abusivo, controlador, obsessivo. Uma vítima que nem sabe que é vítima. É um livro muito bem escrito, porém é uma leitura extremamente difícil.

Ame ou odeie, é impossível não sentir nada durante a leitura.
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Carine 27/01/2023

Esse livro não é para o leitor preguiçoso e desatento!
Nabokov esclarece que Lolita deve ser apreciado pelo que é: arte, pura e simples. Sem adornos ou suposições, sem metáforas ou finais reflexivos.

?Moral da história?" O autor deixa claro que tal coisa não existe em sua concepção da obra e isso faz todo sentido, apenas um leitor preguiçoso vai concluir esse livro sem entender o intuito dele!

Nabokov é inovador pois entrega tudo em seu prefácio. Dentro da narrativa fica claro que H. é monstruoso e Dolores é a vítima! - se não viu isso leu ERRADO!

Aquele que lê esse livro e realmente acredita que se trata de um romance (daqueles com história de amor romântico) comete o maior dos enganos (no máximo podemos vê o amor de Nabokov pela língua inglesa, sua personalidade polímata, sua genialidade e superioridade como escritor), aqui o que reina é a obsessão e o desequilíbrio ? narrador não confiável ? toda narrativa é construída na premissa que H. é a vitima, o que é uma grande MENTIRA e DISSIMULAÇÃO.

Leitores não se deixem enganar, não sejam leitores desatentos, não comentam o único erro que Nabokov diz para não cometemos, o de confiar no narrador (um homem monstruoso, medíocre e pervertido!). Sejam leitores ativos e entendam que por traz do texto floreado Nabokov esconde abominações!

Nunca devemos ?relativizar? que o livro faz criticas a erotização dos jovens, um alerta sobre os predadores que saem impunes e não se veem em sua própria monstruosidade. O criminoso cria uma fantasia onde acredita viver um "relacionamento saudável e consensual". ESSE LIVRO NÃO FAZ APOLOGIA A PEDOFILIA/HEBEFILIA!

O que não posso deixar de me questionar é:
H. pode ser perdoado?
Alguém em sã consciência pode ler este relato e enxerga uma historia de amor?
Sobre criações intelectuais - esse livro é imoral?
H. pelo simples fato de imortalizar Lolita (sua criação, não a menina real ? Dolores) pode alcançar redenção?
EU RESPONDO QUE NÃO!

Eu como parte do júri digo: condeno H! Ele merecia um fim muito mais ?sofrido? do que teve! Pois seu prior crime, seu crime mais monstruoso, foi roubar essa jovem, essa menina, lhe tirar a inocência e o futuro.

Pergunto-me constantemente: o que Dolores poderia ter sido? Quais seriam suas realizações? Seus amores? Suas dores? Que caminho teria percorrido sem a interferência desse monstro? NUNCA SABEREMOS! O abuso rouba vidas, futuros e sonhos! Trajetórias que são cortadas em brasa, galhos que jamais vão florescer!

Nabokov nos convida a apreciar essa obra, com sua perversidade e brilhantismo, ele nos convida a ser mais que meros leitores, a sermos jures (podemos condenar ou absolver H. de seus pecados), e, portanto digo: H. comente dois assassinatos nesse livro e por isso EU O CONDENO sim!
Jaque.Barreto 27/01/2023minha estante
Que resenha!!! ??????


Tatinha.Car 27/01/2023minha estante
Resenha perfeita ?


Carine 28/01/2023minha estante
Obrigada meninas! É provisória. Precisava escrever alguma coisa para o vídeo de fichamento rs


Jessy 30/01/2023minha estante
Que resenha sensacional!!!!


Carine 03/02/2023minha estante
Obrigada Jessy




Sambook 23/02/2021

Abra o livro em qualquer página e verá como o autor faz com beleza uma tragédia ser poética...
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Sabrina758 08/01/2023

Depois de tanto adiar, Lolita acabou sendo a minha primeira leitura de 2023. Foi uma jornada densa, intensa e de embrulhar o estômago. A narrativa e a construção de personagem é impecável, mas a história em si é difícil de ler, por desembocar tantos sentimentos ruins.

O narrador, famoso Humbert Humbert, além de ter um desvio sexual (ped0fil0), também é um escritor, e tenta manipular o leitor a acreditar que ele foi seduzido o tempo todo. Diferentemente do que se fala por aí, o livro não é nem um pouco romantizado. Desde a página 1 fica claro que o Humbert não é confiável, ele mesmo cai em contradições várias vezes.

A escrita é uma das coisas que me fez continuar persistindo. O Nabokov é detalhista, é preciso estar atento. Tem uma linguagem poética e, ironicamente, um toque de humor e sarcasmo. Humbert conversa com o leitor, suplica por nosso entendimento e sabe em quais momentos iremos julgá-lo. Ao mesmo tempo que se defende, que terceiriza a culpa para a Lo, tropeça em sua própria obsessão, mostrando suas verdadeiras intenções e desejo.

Dolores Haze só existia como Lolita com base nas fantasias do perverso Humbert. Era apenas o prisma ao qual ele a enxergava. Em alguns momentos ele tinha consciência de que a destruiu, mas, mesmo assim, não conseguia abrir mão de tê-la. Sinto muito por Dolores, ela jamais pôde recuperar o que se quebrou no dia que ele entrou em sua vida. E fico extremamente preocupada em quem consegue enxergar esse livro como um romance, ou que existe qualquer responsabilidade de uma garota de 12 anos em tudo o que aconteceu, e não no adulto de 40 anos, muito problemático.

Ainda que tenha sido difícil concluir o livro, não me arrependo de ter lido. É realmente muito único e a experiência não poderia ser diferente. Confesso que tive problemas com a edição da Alfaguara, que adotaram uma tradução complexa e rebuscada, o que tornou a leitura cansativa, especialmente nos capítulos finais. Comparando com a versão original em inglês, a leitura fluía muito mais. Um outro problema é que as frases em francês e alemão não tinham tradução, o que poderia ter sido feito no rodapé da página. Tirando isso, valeu muito a pena, porém não é um livro que funciona para qualquer pessoa.
Kaktus 09/01/2023minha estante
Uau. Que resenha gostosa. Eu assisti o filme hoje, achei assustador. Quando você falou da loucura e a mente do protagonista eu logo quis ler; adoro personagens lunáticos e psicóticos. Adoro. Muito obg pela resenha


gislele 09/01/2023minha estante
que bom que gostou desse!! recomendo ler minha sombria Vanessa agr mt bom e eles se complementam bastante


Sabrina758 09/01/2023minha estante
@Acácia acredito que vai gostar da leitura então, é bem perturbadora! @gimarinho_ ganhei esse livro ano passado e pretendo ler em breve, obrigada pela dica!




Carolð 07/08/2022

nojo e desprezo akakakakak
ESSE LIVRO NÃO ROMANTIZA A PEDOFILIA.
Muito pelo ao contrário, ele expõe a crueldade desse louco varrido akakakakakakkakak
Micael 03/10/2022minha estante
Está na lista dos livros que quero ler!


Carolð 04/10/2022minha estante
Você vai achar estranho no começo, mas depois vai piorar KAKAKAKKAKAK




Bruno236 20/07/2022

Ao contrário do que muita gente diz por aí ele não romantiza NADA, tanto que o próprio Humbert em vários momentos refere-se a si mesmo como um monstro, anormal, que tem consciência do mal que faz a Dolores. Fora que desde a primeira linha do livro a gente já sabe que o cara foi preso pelo crime que cometeu.

É um livro extremamente bem escrito mas tbm extremamente pesado. Algumas partes são bem maçantes o que torna a leitura ainda mais difícil.

Só queria fazer uma reclamação sobre essa edição: ela não tem NENHUMA nota de rodapé, nenhuma tradução das várias frases em francês que o narrador usa. As vezes tinha que parar a leitura e ir pesquisar a tradução. Nada prático.
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Wendel 16/01/2023

Surprising.
Controversial book that definitely isn't for every reader!

Here we follow the story of Humbert and Dolores, affectionately called Lolita, a man in his forties and a 12-year-old child (nymph).

The story is not a romance, it's not romantic. However, Humbert always tries to convince the reader that it's a love story that ended tragically. There are no obscene words or anything of the sort in the book; everything is softened, making the theme lighter than it really is. But still, it deals with the heavy topics of pedophilia, rape, and physical and psychological abuse.

We clearly notice the change in Lolita's behavior throughout the book and the decline of H. H.

The writing is very fluid, not complex at all, full of references to similar cases and authors who have addressed the topic. The beginning is quite difficult and sometimes easy to abandon reading. However, if you continue and reach Part Two, you won't regret it; it becomes more dynamic, controversial, and full of surprises.

A classic that is definitely worth checking out.
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Bianca 27/07/2020

Lo-li-ta.
"O que provoca o riso dos seres humanos? Não a simples alegria ou ironia.
Que o riso exclua a seriedade é um equívoco muitas vezes cometido pelos desprovidos de humor ? e por essa multidão bem mais numerosa, os que nunca riem, os deficientes ou pouco dotados em matéria de humor. Os seres humanos riem, se formos prestar atenção, para exprimir alívio,exasperação, estoicismo, histeria, constrangimento, repulsa e crueldade.
Lolita talvez seja o romance mais engraçado da nossa língua, porque admite toda a complexidade e diversidade do riso.
Ouvimos o tom de excesso característico quando Humbert usa seu ?bichinho? como vítima de sua presença de espírito e de sua prosa; este é o riso que ouvimos (sem muita frequência, espero) quando reconhecemos a absoluta perfeição de nossa própria sordidez moral."
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spoiler visualizar
Carolina.Gomes 09/09/2022minha estante
Pra mim foi tudo obra da mente doentia de HH. Sensacional! Mais um q concordamos!!


Eliza.Beth 10/09/2022minha estante
Tbm tendo a achar q muita coisa ali não aconteceu
Mais um para a lista de concordância ?


Julia Mendes 12/09/2022minha estante
Gente, esse eu cheguei a comprar, depois de assistir a adaptação do Kubrick. Mas quando descobri que era em primeira pessoa, desisti da leitura, não tenho estômago ??? Vale à pena mesmo?! ?


Eliza.Beth 13/09/2022minha estante
Julia, minha opinião é que vale muito a pena. A escrita do Nabokov é algo q vc precisa vivenciar com leitora, mas não é nada fácil. Uma leitura muito incômoda.


Carolina.Gomes 13/09/2022minha estante
Ahhh! Vale, Julia!! ?




bella 30/04/2021

Sobre Lolita
insta: @atocadaraposa

Já aviso de antemão, isto não é uma resenha. Estou há muito para escrever esse texto sobre "Lolita", de Vladimir Nabokov, não apenas por ser um livro complicado, de difícil leitura, mas por estar vivendo muitas coisas na minha vida que falarei mais sobre em outro post. Eu comecei a ler "Lolita" em julho de 2018, e acabei em julho de 2019... Foi um ano de poucas leituras para mim, o que me faz admitir, desde aqui, que terei de reler Lolita novamente no futuro, com mais amadurecimento literário para que eu consiga compreender todas as suas miudezas que não consegui à primeira, no livro há muitas passagens em latim, francês, etc...

Primeiramente, acredito que muitos já sabem sobre o que o livro se trata, é a história, narrada como em diário, de um estuprador, Humbert Humbert, e sua obsessão por uma menina chamada Dolores. O livro já se inicia com uma frase muito famosa que, mesmo antes de ler, eu já tinha ouvido falar sobre ela:

“Lolita, luz da minha vida, fogo da minha carne. Minha alma, meu pecado. Lo-li-ta: a ponta da língua toca em três pontos consecutivos do palato para encostar, ao três, nos dentes. Lo. Li. Ta. Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes; era Lo, apenas Lo. De calças práticas, era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita.”

Neste ponto, tenho que elogiar o autor Vladimir Nabokov, apesar de russo, ele possuía um inglês muito afiado, e rebuscado, a forma com que ele escreveu a obra "Lolita" é profundamente bela, mas tão profundamente bela, que pode nos fazer esquecer o cerne da questão, o assunto ele trata. Ao meu ver, é nessa escrita magnífica que muitos leitores se perdem e acreditam, piamente, que Lolita possa ser uma história de amor - jamais poderia.

O livro se trata das cartas que Humbert Humbert, o nosso personagem principal, escreve ao juiz que irá julgar seu caso, do qual não sabemos o crime cometido. E, desde o início, sabemos que todos retratados nestas páginas estão mortos, uma exigência do personagem, Humbert, para que fossem publicadas. Ou seja, aqui já temos um ponto importante a notar, não podemos confiar cegamente em um narrador-personagem, pois veja, ele nos contará apenas o que lhe interessa, ainda mais se considerarmos que essas cartas seriam lidas pelo juiz que julgaria seu caso. Um outro exemplo de narrador não-confiável que já resenhei aqui no blog é "Dom Casmurro".

No início, Humbert já começa a falar de sua loucura, Lolita, mas já nos antecipa a história de outras “ninfetas” com as quais ele se apaixonou, desde sua adolescência. Ele descreve, minuciosamente sobre as ninfetas, como elas são, o que fazem para encantar homens mais velhos, porque são diferentes de outras meninas, etc, etc... Neste começo já conseguimos ver a loucura em que Humbert vive, ao acreditar que, realmente, meninas de 11 a 14 anos (a faixa etária das “ninfetas”) queiram seduzir homens mais velhos. Deixarei algo bem claro aqui, meninas de 11 a 14 anos são MENINAS, nada mais que isso. Continuarei a contar sobre o livro e, após, voltarei neste assunto.

Enfim, Humbert Humbert após seu longo ensaio sobre ninfetas (MENINAS), relata sobre como conhece Lolita. Ele havia acabado de se mudar para os Estados Unidos e precisava de um lugar para ficar, conhece a casa da mãe de Dolores, e descobre que ela está alugando um quarto. Quando vai para conhecer a casa, ele a acha meio sem graça até que, no meio do jardim, se depara com o motivo de seus sonhos nojentos, a menina Dolores, que acabara de completar 12 anos. Morena, baixa, com dentes um pouco tortos, magra e sorridente, como qualquer outra menina de 12 anos. Entretanto, o que ele vê nela é a sedução de uma mulher. O fogo de uma adulta. Ele vê uma ninfeta.

E, por causa de Dolores, ele decide alugar o quarto daquela casa. Seu plano asqueroso, era fazer com que a mãe de Dolores se apaixonasse por ele, para que assim, ele possa ficar mais tempo com a menina. O que de fato acontece, a mãe de Dolores se apaixona cegamente por ele e, aos poucos, ele vai se aproximando e ganhando confiança da mãe e da menina. A primeira vez que ele a estupra é na própria sala de casa, quando a mãe de Dolores sai por poucos minutos, Nabokov descreve a cena com tamanha beleza e sutileza que você pode esquecer-se que se trata de uma menina de 12 anos, que se trata de um estupro.

Logo após, os meses vão passando, a mãe de Dolores quer colocá-la em um internato, o que não agrada nem um pouco Humbert. Após uma infelicidade, a mãe de Dolores morre e ela acaba na guarda do seu abusador-padrasto, o qual a carrega para uma viagem Estados Unidos adentro, com paradas em muitas cidades americanas.

Dolores, diversas vezes, tenta fugir de Humbert, tenta enganá-lo, sem muito sucesso. Ele era tão fissurado por, finalmente, ter uma ninfeta só para ele que fazia de tudo para não desagradá-la, para que ela não fugisse. Deixando claro que a estuprava todos os dias, no mínimo.

Não abordarei aqui muito sobre a história, acredito que todos sabem seu enredo e sobre o que se trata, abordarei aqui outro ponto que costuma fugir quando o assunto é essa história. O que me faz quase chorar todas as vezes que alguém diz que Lolita é “a história de amor mais convincente do século”, “uma bela história de amor” e etc...

MENINAS de 11 a 14 anos são MENINAS e explicarei aqui sobre na MINHA visão dessa história. Um exemplo, imagine se você fosse moça, dos 11 aos 14 ou menos, e fosse apaixonada por um homem mais velho, sendo um ator, um cantor, ou outro; eu, no meu caso, era apaixonada pelo Robert Pattinson (sim, bem Crepúsuclo-fã). Eu o amava, dizia que se o visse na minha frente faria de tudo pra ficar com ele, mas não, eu não o faria, pois eu era uma menina, e não via o amor como um adulto vê. Eu via o amor como dar beijos e andar de mãos-dadas, por mais que eu soubesse o que era sexo, não era dessa forma que eu amava minha paixão platônica, era um amor bobo. O mesmo que acredito que Dolores sentia por Humbert no começo do livro, se considerarmos que neste ponto, antes do primeiro abuso, o personagem não havia mentido quando disse ter encontrado pôsters, desenhos, nos quais ela escrevia um "H.H" e um coração - vêem o amor bobo?

Agora, vamos lá, e mesmo que Dolores REALMENTE sentisse amor carnal-sexual por Humbert - o que não acredito, mas poderia ser real - mesmo que isso fosse VERDADE, Humbert, como o ADULTO da situação, mesmo que sentisse qualquer prazer pedófilo sobre Dolores, NÃO deveria ficar com ela por entender que ela é uma CRIANÇA. Um homem ADULTO de 54 anos entende do mundo, sabe e compreende as consequências de seus atos, entende seus sentimentos, sabe o que é certo e errado; uma MENINA de 12 anos NÃO. Portanto, repetirei aqui, mesmo que Dolores sentisse um real desejo sexual por Humbert, mesmo que ela se jogasse aos seus pés, mesmo que ela tentasse beijá-lo a força, ele não poderia ficar com uma criança, pois isto é PEDOFILIA. Se isso tudo realmente fosse verdade (ignoremos que o personagem mente), Humbert em NENHUMA circunstância, poderia ficar com Dolores pois ela, por ser uma menina, não tem noção sobre seus sentimentos, sobre a consequência de seus atos ou sobre qualquer outra coisa, ela era, antes de tudo, uma CRIANÇA.

E, considerando agora a verdade que eu enxergo no livro, que MUITO que está ali é invenção de Humbert para se safar da cadeia, não acredito que Dolores, realmente, tivesse o amado. Em pequenos trechos, quando ele revela que ela está irritada, ou quando revela que ela tentou fugir, ou quando diz que forçou ter relações sexuais, fica claro o fato que, mesmo que se ela quisesse da forma que escrevi no parágrafo anterior, em QUALQUER circunstância, sexo com uma menina de 12 anos é PEDOFILIA e ABUSO SEXUAL. Humbert Humbert ESTUPRAVA Dolores, ele estuprou e abusou dela fisica e psicologicamente por ANOS. Estupro não é amor, abuso não é amor, pedofilia não é amor, agressão não é amor. Então, finalizo este parágrafo deixando claro, de um vez por todas, caso ainda haja dúvidas. Para os que insistem em dizer, eu grito com toda força:

LOLITA NÃO É UMA HISTÓRIA DE AMOR.

Inclusive, há partes do livro, em que Humbert fala, claramente, sobre ser um estuprador, como a relação entre ele e Lô não era saudável, no final, ele deixa de forma clara como não é correto tudo o que aconteceu entre ambos. Ele sabe do seu crime, ele admite ser um abusador, ele vê seus erros. Uma das coisas que mais me deixou enojada na leitura foi seu plano, asqueroso, de querer casar com Lô e ter filhas com ela para poder abusar de suas filhas e netas.

Tá bom pra vocês que fazem músicas sobre Lolita, filmes sobre Lolita como história de amor, vídeos, pornôs e sei lá mais o quê abordando Lolita? "Lolita" é sobre uma menina abusada, diariamente, por seu padrasto pedófilo.

Aliás, sobre os filmes, deixo claro aqui que não os vi, e nem pretendo. Pois sei que abordam essa como se fosse uma linda história de amor, um grande desserviço. Inclusive, um grande erro pra mim, no último filme, foi o fato da Lolita ser atuada por uma moça de 17 anos. Compare uma menina de 12 anos e uma de 17 e você verá uma NÍTIDA diferença entre seus corpos, esta, na minha opinião, foi uma forma que os diretores acharam para tentar não deixar a história bizarra da forma que ela realmente é.

Além disso, gostaria de fazer um adendo aqui sobre série e livros que se parecem com "Lolita". "Presença de Anita", famosa série da Globo que antes era um livro (com lançamento anterior à Lolita, inclusive), trata de uma história parecida, porém é vista como uma série excelente, e muitos ignoram todos os problemas no amor de Anita e seu Humbert, por Anita já ter 17 anos (e 18 na série, espertinha ein, Globo). Anita permanece sendo uma menor de idade e mesmo que ela tivesse os tais 18 anos, qual a diferença que vocês vêem entre a menina de 17 anos e 11 meses e a “mulher” de 18 anos? Com 18 anos, apesar de você já ser maior de idade, você ainda não tem total consciência de seus atos, como abordado na série. É absurdo que a nação brasileira aplauda e ache lindo um “amor” entre uma menina de 18 anos e um homem aos 50.

Outra série, também da Globo, muito parecida com "Lolita", é "Verdades Secretas". Pode perguntar pra quem quiser na rua, todos adoram essa série, queriam que fosse reprisada, não perdiam um capítulo. Não sei que tanto fogo e amor as pessoas veem na história de Angel e seu Humbert. Outra história de uma menina de 16 anos, abusada por um homem muito mais velho que, assim como Humbert, casa com sua mãe para ficar com ela. Angel, assim como Dolores, assim como Anita, era apenas uma MENINA de 12, 16 e 17 anos, as três se relacionaram com homens de mais de 50 anos, uma diferença de mais de 35 anos entre todas (no mínimo). Em que mundo um “relacionamento” deste tipo pode ser chamado de “amor”, pode virar “ship”, letra de músicas amorosas, pornôs, e tantas coisas mais?

O que quero deixar claro aqui, uma moça de 18 anos que seja, não tem a mesma cabeça, não viveu as mesmas coisas, não tem maturidade nem conhecimento de mundo que possa ser relacionável com um adulto já formado de mais de 50 anos, com idade para ser seu pai, são vidas diferentes. Histórias de amor puro e verdadeiro como essas podem ser reais e sem abuso? Sim, não boto minha mão no fogo por nada, mas essa não é a regra, é a exceção. Romantizar essas histórias como se, em regra, fossem histórias sem abuso, é um absurdo. Aliás, as 3 histórias, de Lolita, Anita e Angel, tem finais infelizes.

Finalizo o texto afirmando que, ao meu ver, tais histórias, da forma que são abordadas, são apenas um desserviço para a população, naturalizam a pedofilia e o abuso sexual. Leia "Lolita", tire suas conclusões.

site: https://www.instagram.com/atocadaraposa/
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soutatyrs 26/08/2022

Que difícil
Que narrador nojento! Quês história!!
A escrita é mto boa, mas q agonia ler esse livro!

Coitada da Lolita, como sofreu essa menina!
Gostei do livro mas não amei! A temática é pesada e tem uma hora q ele te cansa?
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gwasem 27/07/2021

Leiam este livro!
Que livro incrível! A história se assenta em um tema sabidamente polêmico: pedofilia. Mas ela é muito mais do que isso. Devo deixar claro que em momento algum da narrativa se "passa pano" para as atitudes do protagonista Humbert. Indico a leitura a todos por vários motivos: a escrita é simplesmente maravilhosa. A forma como o narrador (em primeira pessoa), que é um professor de literatura, nos conta a história de sua vida, é de uma beleza poética. Nos pegamos enredados dentro desta cabeça doentia, conhecendo em diversos níveis o que se passa lá, inclusive nos cantos mais escuros. É quase como se fôssemos o seu psicanalista durante uma longa sessão de análise. A trama toda suscita muitos debates e interpretações, principalmente nos pequenos detalhes e pelas coisas que não são ditas. O que é amor? Será que isso é verdade? Quem está enganando ou sendo enganado? Enfim... Uma linda e completa obra de arte!
Carol.Negreiros 30/07/2021minha estante
Acho que seu eu continuar a ler suas resenhas, vou querer ler todos os livros ???


gwasem 30/07/2021minha estante
Hehehehe. Bah! ?? Esse merece, viu!




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