O Pássaro Pintado

O Pássaro Pintado Jerzy Kosinski




Resenhas - O Pássaro Pintado


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Márcia Regina 30/08/2009

"O pássaro pintado", de Jerzi Kosinski.

Gostei muito, mas não recomendo para quem está em época de depressão ou tristeza com a humanidade.

Para mim, o autor é um verdadeiro mestre quando descreve cenas, ainda que nos capítulos finais deixe de mostrar e passe a interpretar sentimentos. E o texto perde.

O livro é de uma tristeza enorme. A história é pura dor. E essa visão da dor é impressionante. Em alguns momentos, chega a cruzar a linha do sadismo. O autor usa a descrição do ferimento físico como forma de transmitir a sensação clara do ferimento mais profundo, a tristeza, a solidão, o abandono, a impotência.

O que se relata é a trajetória de um menino polonês que se perde dos pais durante a Segunda Guerra. Vive foragido entre aldeias marcadas pela superstição e crueza quotidianas.

Lendo o livro, não há como negar a crueldade do mundo. A cada capítulo, uma nova crença é incutida e, da mesma forma, uma nova decepção e uma consciência maior da incapacidade de fazer parte.
A vida é para sobreviventes, a força está no "olho por olho, dente por dente", não importa o preço. É isso que as pessoas gritam a cada página. E é um grito dolorido.

Tem dois trechos que me comoveram muito. Um sobre a própria motivação do título (a pintura do pássaro) e o outro sobre o poder oriundo do sentimento de sobrevivência.

Recomendo, recomendo, recomendo.
Marselle Urman 14/10/2014minha estante
Ótima resenha, parabéns.


Jeca 09/11/2014minha estante
Coincidência, ontem a noite acabei de ler, "O pássaro Pintado" de Jerzy Kosinski, hoje a democracia comemora a queda do muro de Berlin, a Perestroica e uma série de medidas que ajudaram o espirito de liberdade ser impresso no nosso dia-a-dia...para o menino do livro (o pássaro pintado) é natureza que os animais tem rejeitar a sua espécie, basta uma pintura em suas penugens. Assim é feito na cabeça do garoto que viveu durante quase 7 anos de aldeia em aldeia procurando um lugar para ser aceito, e quando aconteceu já não queria mais o convívio familiar, mostra que o ser humano busca sua vida própria, sua liberdade, sua maneira...e que a vida vivida nada mais que um aprendizado....


Elis 24/08/2022minha estante
Você expressou exatamente o sentimento que o livro passa




jota 23/05/2020

Minha avaliação: 4,3/5,0 – MUITO BOM
Inúmeras mortes, estupros, violência contra mulheres, crianças e animais, zoofilia, traumas, tortura, bruxaria, intolerância e muito mais: o elenco de maldades e depravações do repertório humano em O Pássaro Pintado é infinito. E como tudo isso ocorre? Resumidamente, o livro do polonês naturalizado americano Jerzy Kosinski (1933-1991) trata das desventuras de um garoto durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é o narrador sem nome de sua própria epopeia (quer dizer, um amontoado de desgraças), que começa no outono de 1939, num país não determinado da Europa Central.

Um casal de judeus, querendo proteger o filho de 6 anos dos perigos que se aproximam com a guerra e a perseguição aos membros de sua etnia, entregam-no aos cuidados de uma velha senhora de uma aldeia remota, acreditando que ali ele estaria bastante seguro. Porém ela morre de repente, um acidente ocorre, a casa se incendeia e o menino sai pelo mundo em busca de comida, abrigo e dos próprios pais. Mas o contato com eles está perdido irremediavelmente. O menino fica entregue à própria sorte e vaga pela Europa durante vários anos. Acaba se tornando testemunha e participante dos horrores e infelicidades que toda guerra traz.

Por ser moreno,ter olhos negros, as pessoas desconfiam que ele seja cigano ou judeu, duas minorias que são perseguidas não apenas pelos alemães, também pelos habitantes de diversas aldeias por onde ele passa. Afloram inúmeras crendices e superstições dos aldeões: acreditam que ele encarna a maldade, traz doenças, azar, seja um vampiro etc. Então é perseguido, castigado, atiçam cães selvagens contra ele, tentam afogá-lo ou matá-lo de diversas formas. Encontra em suas andanças e fugas um mínimo de piedade e uma imensa crueldade. O trauma advindo disso tudo faz com que perca a voz, passe a comunicar-se apenas por sinais, tem sonhos e delírios incompatíveis com sua idade.

De tanto ver triunfar a maldade aprende a ser mau também e desse modo consegue sobreviver: vai passando por episódios inacreditáveis e conhecendo personagens incríveis criados por Kosinski. As coisas melhoram um pouco perto do final da história, quando soldados russos entram em cena para expulsar os nazistas. O menino é enviado para um orfanato, onde não tem a vida muito facilitada, mas ali ao menos tem abrigo e comida. Se convive com internos violentos, a violência nem de longe é tão grande quanto a que enfrentou até o momento. Mas um dia um administrador do orfanato lhe comunica que há um casal a sua procura; pode ser que sejam seus pais. Então o menino, que já se acostumou a ser sozinho, teme perder sua liberdade, parece ter se esquecido deles: fugirá mais uma vez ou ficará para encontrá-los?

O Pássaro Pintado é também o nome do filme homônimo baseado no livro, uma superprodução de 2019, envolvendo a República Tcheca, Eslovênia, Ucrânia etc., e segue quase que fielmente os episódios narrados no livro. Uns poucos personagens foram condensados em outros, algumas cenas foram alteradas ou eliminadas, mas o resultado aos nossos olhos é mais terrível do que o da leitura, porque aquilo tudo que é narrado se torna visível agora na tela e é preciso ter estômago forte para acompanhar algumas cenas terríveis de olhos bem abertos.

O próprio título do livro (o que seria um pássaro pintado?) é formidavelmente ilustrado no cinema. Um pássaro de verdade pintado por um ser humano não é aceito pelos demais pássaros de um bando no céu; um menino judeu ou cigano, pouco parecido com outros meninos de sua idade, conseguiria sobreviver fora de sua comunidade? Vale a pena ler o livro e ver o filme. Apreciei ambos, especialmente o trabalho do pequeno ator que faz o menino no cinema (o nome do personagem é revelado no final).

Lido entre 15 e 22/05/2020.

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Carolina 05/11/2023

Sofrência
É um livro bem escrito e bem ambientado, mas meu deus, duas página e o personagem já tava sofrendo, que isso galera, fora as outras pessoas que sofreram tbm, vi gente falando sobre terem ficado mal pelos mais tratos aos animais que tem no livro, mas gente, as pessoas daqui tbm não foram abençoadas não, todo mundo sofreu do momento que foram introduzidos na história até o momento que foram com deus. Eu tô impactada com tudo isso, é um livro forte, então se você não está muito bem, não leia
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arthur966 21/09/2021

pouco importa que se seja mudo porque, de qualquer maneira, os homens não se compreendem. eles se ferem ou se agradam, se abraçam ou se espezinham, mas cada um não pensa senão em si próprio. nossas lembranças, nossas recordações e nossos sentidos nos isolam dos outros com tanta certeza como a cortina dos caniços separa o rio de sua margem.
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Vanessa.Benko 06/11/2022

Do ponto de vista divino, parecia mais sensato que todos perdessem a guerra, uma vez que todos eram assassinos
Segunda Guerra Mundial. Um contexto que particularmente me intriga. Há tantos livros pertencentes a este contexto, mas sempre há pontos de vistas diferentes a serem tratados. Sofrimento, sempre – inevitável. Mas este livro em questão, para mim, superou todos os níveis de maldade que o ser humano é capaz.
Nosso pequeno narrador pula de aldeia em aldeia, foge de preconceitos e perseguições. Sua aparência de cigano não é bem-vinda em nenhum lugar.
Talvez a ideia seja aprender da força e persistência de uma criança, que mesmo sem entender o mundo foi capaz de suportar tantos abusos físicos e imagens torturantes.
Infelizmente, para mim, é um livro que ficará marcado como a capacidade asquerosa do ser humano em fazer o mal. Seja este baseado em preceitos religiosos ou políticos, ou apenas maldade pura e simplesmente, sem motivo e gratuita. Não é o tipo de mundo que queremos viver, mas com certeza ele existe.
Recheado de gatilhos e cenas fortes, é preciso ter coragem psicológica e estômago para ler relato após relato de uma criança. Certamente um livro necessário, porque tem sim suas verdades. Mas certamente não é uma leitura agradável. Nem fácil.
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Nani mota 01/08/2009

Esse livro é uma mistura de preconceito, solidariedade, horror, beleza e sobrevivencia. A cada pagina eu me sentia mais absorvida pela historia sofrendo junto com o menino.
Trecho da pagina 11: "Já não fazia frio. As chamas se aproximavam do balde em que Marta banhava os pés. Apesar do calor, devia estar sentindo frio mas não se mexeu. Admirei-lhe a coragem. Depois de ter estado sentada uma noite e um dia, continuava imovel."
A inocencia de uma criança, algo tão puro e tão belo, e tão destruido pelo preconceito e pela guerra ...
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Carlos Nunes 22/10/2010

Belo e cruel
Curiosamente, um livro extremamente cruel mas belo. De uma beleza pálida, misteriosa, inexplicável. Um dos melhores livros que já li, e dos mais marcantes também. Já o li três vezes. E a cada vez fico surpreendido com a natureza humana, com as atitudes extremas que o homem pode tomar movido por preconceitos e superstições. Ao mesmo tempo, quais os artifícios motivados pelo instinto de sobrevivência. Extremamente recomendado, mas não é um livro para qualquer um.
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Mel 01/11/2012

Não gostei.
O livro conta a história de um menino moreno durante a guerra do Hitler, todos os seus sofrimentos e as crueldades que ele testemunha.
É um livro que faz o leitor se sentir mal e perturbado.
Não recomendo.
Marselle Urman 14/10/2014minha estante
Mel, perdoe minha curiosidade, mas você somente lê coisas alegres?


Mel 15/10/2014minha estante
Marselle, obrigada pelo comentário! Não, muito pelo contrário, as obras que mais aprecio contam histórias emocionantes e tristes, como é o caso de A Cidade do Sol, por exemplo. O que não gostei neste livro é que cita alguns trechos de crueldade com os animais, e isso sim é perturbador para mim. >


Mizinhah 06/02/2016minha estante
Também não curti as maldades com animais. Tive até dificuldade pra terminar de ler.


Flavia.Menezes 12/09/2019minha estante
Mel e Michelle, obrigada por comentarem a respeito da crueldade com animais. Por conta disso, decidi não ler o livro.




25/02/2013

Desconcertante
"Nos últimos anos este foi o livro que mais me impressionou. Fiquei fascinado ao lê-lo e era obrigado a parar uma porção de vezes, aterrorizado com alguns de seus capítulos." (Luis Bunuel)


Desconcertante e aterrador, esse livro foi um dos que mais marcaram minha vida. Tenho-o há décadas e não o abandono jamais. Duro, cruel, machuca fundo a alma da gente.
Leitura imprescindível.
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Marselle Urman 14/10/2014

Na segunda guerra mundial, um casal, temendo pela segurança de seu filho, o entrega aos cuidados de uma senhora e assim a família se separa.
E todos os horrores indiretos da guerra, aqueles que só imaginamos, se pintam em cores vivas na vida desse garoto. Num clima praticamente medieval, vemos como o ser humano pode ser cruel e mesquinho. Sobrevivendo muitas vezes por pura sorte, entendemos a transformação que a sociedade pode causar numa pessoa que passa por entreveros dessa espécie.
Ele acaba se tornando um ser funcional, preocupado apenas com sua sobrevivência, alienígena aos de sua família. Muito embora não perca seu deslumbramento e os sonhos de menino.
Ótimo livro.
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Mizinhah 06/02/2016

Cruel
O livro descreve maldades do início ao fim, foi penoso pra mim terminar de lê-lo, já não aguentava mais ler tanta crueldade gratuita. Tive dificuldades pra terminar de lê-lo, pois cheguei a me questionar se valia a pena continuar lendo, tive a impressão de estar perdendo meu tempo, é um livro que não me acrescentou nada, pelo contrário, deixou-se extremamente angustiada. A orelha do livro diz que o autor alega ter vivido boa parte das experiências do livro, mas uma pesquisa pela internet já desmente essa história, pois mais tarde descobriu-se que o autor viveu com seus pais durante toda a guerra e que inclusive uma família os teria abrigado. Após ser desmascarado, o autor sofreu acusações de fraude.
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Marlichsi 30/01/2009

Me fez chorar!!!
Lindo! Maravilhoso! Muito sofrimento, muita dor. Impressionante!
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Lisania.Faria 01/03/2010

O livro me chocou desde o primeiro instante. Conforme falado na contracapa, é mais uma fábula de horror do que realidade: um garoto que na Segunda Guerra muda-se de aldeia em aldeia pela Polônia, sofrendo e vendo os horrores do período. O que me deixou "preocupada" foi a possibilidade de ter sido real, pois o autor assinala que viveu muitas das cenas descritas na infância. Sinistro!
Diego Lops 05/02/2024minha estante
Na verdade, a narrativa não foi baseada em fatos reais da vida do autor, ele mesmo desfez essa confusão depois de o livro fazer sucesso. Mas muitos editores continuaram vendendo essa ideia, colocando isso até na orelha do livro.




Yuri181 16/03/2024

Inúmeros horrores
O livro apresenta de forma impactante os tormentos enfrentados por um menino de apenas 6 anos, separado de seus pais e sujeito ao preconceito das pessoas por ser considerado diferente, sendo chamado de judeu ou cigano a um momento de desespero, o menino acreditou que se converter ao catolicismo poderia aliviar seu sofrimento, demonstrando até que ponto o desespero pode levá-lo, sendo que logo após ele foi jogado em um poço por aqueles ditos religiosos.

Também tem inúmeros horrores, como assassinatos, estupros e diversas outras crueldades. O menino é obrigado a testemunhas esses acontecimentos enquanto luta para sobreviver
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