O Conde de Monte Cristo (eBook)

O Conde de Monte Cristo (eBook) Alexandre Dumas




Resenhas - O Conde de Monte Cristo


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Bianca.Drewnowski 12/04/2024

Espetacular 10/10
Escolhi esse livro depois que assisti a série Revenge e gostei, mas não tinha a menor ideia do quão grandiosa era a obra. A história é incrível, todos os desfechos, os personagens e o final também. Achei que foi sacanagem com a Mercedes, sim. Demais. Ela não teve culpa de nada, só seguiu a vida dela, tendo em vista que o noivo desapareceu. A segunda parte dá uma quebrada no ritmo excelente da primeira, é mais enrolada, parece não ter a importância que o autor tá dando, mas melhora e tudo se encaixa. Leitores leiam! Um grande clássico.
mlnprf 18/04/2024minha estante
gostei da resenha! vou adicionar na minha lista ??


David.Silva 04/05/2024minha estante
Edmond encontrou uma mulher melhor e a Mercedes não era mais interessante para ele.
Amor eterno não existe.




m.cIara 10/04/2024

Nem tudo é pintado com o mesmo pincel.
Este é um livro que sempre quis ler e, felizmente, atendeu e superou todas as expectativas. Eu esperava uma aventura de fanfarrão, mas o livro acabou sendo muito mais psicológico do que isso. Este é um daqueles livros que já foram recontados e copiados tantas vezes que você se pergunta se o original vai parecer ?cansado? ? mas isso não acontece. Monte Cristo conta a história de Edmond Dantes ? ele é jovem e bonito, prestes a se casar com a garota que ama e acaba de ser nomeado capitão de seu próprio navio. Infelizmente para Dantes, na sua última viagem foi-lhe pedido que fizesse uma escala na ilha de Elba para receber e entregar uma carta. Estamos em 1815 e a França ainda está dividida entre os bonapartistas e os monarquistas, e o próprio Napoleão está sentado numa ilha a planear retomar a França. Assim, aproveitando a instabilidade da França, Dantes é acusado de traição por ?amigos? ciumentos (um quer o seu emprego e o outro quer a sua mulher). Ele é jogado em uma masmorra e esquecido pelo resto do mundo. Aqui está o que você provavelmente já sabe (mas pare de ler se não souber): Dantes consegue escapar da prisão anos depois, mais esperto e durão e determinado a se vingar de seus traidores. A surpresa deste livro é quão complicados e sutis são seus esquemas. Ele passa anos montando suas tramas, integra-se na vida de seus inimigos e até faz amizade com seus filhos. Sabemos desde o início que a vingança pode ser um mau negócio ? ela toma conta da sua vida e não deixa você sem mais nada. (Fiquei pensando em Inigo Montoya em A Princesa Noiva enquanto lia este livro.) Portanto, uma pergunta que você tem como leitor é se Dantes em algum momento perceberá que é melhor aproveitar a vida do que punir aqueles que o rodeiam. A outra questão é até que ponto Dantes perceberá que não pode punir os ímpios sem punir as pessoas inocentes ao seu redor. Primeiro, algumas informações básicas sobre o livro, porque a França da era Napoleão é muito interessante. Monte Cristo é considerado um ?romance de aventura?. Foi publicado em 1844 em série e era extremamente popular na época da publicação. Também é considerado um romance ?histórico?, embora me pareça estranho que um romance escrito em 1844, por volta de 1815-1835, seja considerado histórico. Ainda assim, Dumas escreve sobre alguns dos pontos mais cruciais da história francesa. O romance também faz parte do Período Romântico, que durou na Europa entre 1800 e 1840. Eu poderia tentar explicar o período Romântico, mas não há necessidade ? romance e emoção são as características definidoras deste livro. Dantes ama Mercedes para o resto da vida, embora se sinta terrivelmente traído por ela. Ele é governado pela emoção, mas ao mesmo tempo domina quase completamente suas emoções para poder enganar todos ao seu redor. Não é muito saudável. Há uma possibilidade de amor na vida de Dantes, mas ele está tão envolvido na vingança que não percebe. Alexandre Dumas nasceu na França em 1802. Seu pai era general do exército de Napoleão, mas estava empobrecido na época do nascimento de Dumas. Dumas é neto de um nobre francês e de um escravo haitiano, o que levou alguns a especular que a prisão no livro está relacionada ao cativeiro de escravos. Dumas viveu os acontecimentos históricos descritos em Monte Cristo, por isso sabe sobre o que está escrevendo. Aparentemente, ele até conhece a família Napoleão. O que mais gostei foi a complexidade dos esquemas de Dantes e a forma como Dumas demora a desdobrá-los. É claro que, como escritor de séries, ele tinha interesse em desenhar as coisas e torná-las cheias de suspense, o que ele faz. Mas se você quer que um romance realmente se aprofunde, este é ótimo. Você sabe exatamente para onde está indo, mas ainda não consegue se afastar. As verdadeiras estrelas deste livro são os filhos dos três ?inimigos?. Embora os pais possam ser podres (em sua maioria), os filhos são inocentes (em sua maioria). Dumas realmente dá vida a cada um deles e a maneira como eles se cruzam na vida um do outro torna o livro uma leitura divertida. Mesmo sendo um supergênio e tendo muito dinheiro, Dantes descobre que não pode controlar vidas tanto quanto pensa que pode. Ele se considera quase uma figura paterna para esses jovens que está tentando destruir e, no final das contas, eles realmente lhe ensinam algo. Observar esses relacionamentos gradualmente se transformarem em amizades é uma das coisas mais intrigantes do livro. Eu me vi apenas esperando para ver até que ponto Dantes perceberia o quanto seus planos iriam prejudicar seus novos amigos. E então a questão é: ele é um monstro ou um homem? Dumas retrata Dantes como um ?anjo vingador?, punindo o mal pela mão de Deus. Mas tomar ações que resultem na destruição de pessoas, mesmo que elas mereçam, isso é realmente obra de Deus? Admito que não fui claro sobre as intenções de Dumas aqui. Dantes é retratado como um deus, mas eu senti muita pena dele. Ele pode ser frio e impiedoso e você só quer que ele aproveite a vida, em vez de desmontar as pessoas. Mas o importante é que ele faça o bem quando o bem é exigido, mesmo quando isso vai contra os seus planos de vingança. Também gostei que o livro te fez pensar se o mal é absoluto ou se os vilões têm características redentoras. Nem todos são pintados com o mesmo pincel; mas você também não sente exatamente pena do que eles recebem. Villefort, o advogado do rei, é provavelmente o mais interessante porque tem muito orgulho do seu trabalho, mas viola esse compromisso ao atirar Dantes para a prisão. Dantes sabe que o maior golpe contra Villefort será a destruição de sua reputação profissional (o que ele faz, de forma brutal). Mercedes também foi interessante, porque Dantes está genuinamente dividido entre ficar ressentido por ela ter desistido dele tão rapidamente, mas também sabe que ela foi manipulada para se casar com seu traidor. E afinal, ela não poderia ter esperado para sempre. Há muito mais que eu poderia dizer sobre este livro. É uma leitura longa e lenta em algumas partes, e acho que talvez não tenha lido a melhor tradução porque havia frases que simplesmente não faziam sentido. Mas, honestamente, este é um clássico raro e difícil de largar. Se estiver na sua lista de ?algum dia?, eu definitivamente tentaria.
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HBK 09/04/2024

Não desista da vida
Milagres acontecem
A vingança é um prato que se serve frio
Pra ser feliz é preciso abandonar o passado
Deus é providência.
Márcio 25/05/2024minha estante
Perfeita e sucinta a sua análise ??




Letícia Noronha 08/04/2024

Sobre o que é este livro? - Minha percepção após a releitura de O conde de Monte Cristo
“Conde, Conde…”, não sei quantas vezes murmurei essas palavras com um sorriso carinhoso enquanto lia esse admirável livro.
Como disse Mercedes, há um abismo entre ele e os outros homens. O conde de Monte-Cristo é descrito tantas vezes como um homem superior, seja pelo narrador, seja pelos personagens e até mesmo pelo próprio conde, que acreditava ser a mão de Deus. Mas a superioridade do conde não vem do seu título, da sua riqueza ou da sua vingança. Mas sim do seu inabalável amor-próprio e da sua fé, coisas estas que já estavam presentes em Edmond Dantés, que já era superior desde sua juventude como marinheiro.
Todo o livro se fundamenta na superioridade do protagonista. Sua superioridade o condenou, pois foi isso que causou inveja e a inveja que causou a conspiração. E sua superioridade o salvou, pois foi isso que o manteve vivo e estando vivo suportou suas provações que o tornaram ainda maior.
O conde de Monte-Cristo é um personagem que encanta pela sua profundidade e perspicácia, características que compõem também os seus muitos disfarces (Simbad - o marujo, abade Busoni, lorde Wilmore…) e fascina pela sua convicção no seu direito de vingança, e não só no direito, mas também na aprovação e até mandado de Deus para tanto.
E como não concordar ou, ao menos, ser condescendente com sua retaliação? E como, junto com o conde, não lamentar o desfecho trágico que sucede todas essas maquinações? Trágico sim, pois a vingança toma rumos inesperados, como se tivesse vida própria, como se já não obedecesse ao seu criador. E o conde, não sendo Deus, não controla até que ponto irá reverberar no mundo a consequência de seus atos.
Mas assim como os maus gestos se alastram como uma praga na plantação, os bons gestos do conde se enraízam nos corações dos seus alvos, garantindo afeição eterna ao benfeitor. Essas boas ações do conde para com seus amigos o coloca em muitos momentos como um anjo enviado dos céus para recompensar os bons, ideia que contrasta com a atitude de anjo mau tantas vezes assumida pelo personagem. E é justamente nessa contradição que o conde se aproxima do ser humano que é e se afasta do divino, se revelando nem anjo mau, nem anjo bom, mas o homem que, ora se compadece com os sofrimentos alheios, ora se regozija secretamente.
E o que dizer dos outros personagens tão cativantes dessa história? Tantos chamam a atenção pela sua honra e coragem, mas um chama a atenção pela sua infinita sabedoria: o abade Faria, que viu no prisioneiro Edmond um aprendiz e que nele depositou sua inteligência. Que história haveria sem o abade? A ele se deve a riqueza material, espiritual e racional do conde de Monte-Cristo.
No livro encontramos também histórias de fé, como a do velho Morrel; encontramos assassinatos e ganância, como na história de Caderousse; ingratidão, com o jovem Benedito; traição, com a senhora Danglars e seu amante Debray; romance, com Valentine e Maximiliem e tantos outros tipos de amores, de mãe para filho, de pai para filho, de amigos, de irmão…
São tantas vidas dentro desse grandioso livro! Tantos segredos, escândalos, intrigas e expectativas. Mas há um tema que permeia todas essas histórias... Por muito tempo pensei que esse livro fosse sobre vingança, mas nessa releitura vejo que talvez eu tenha me enganado quanto ao seu tema principal.
Esse é, na verdade, um livro sobre esperança!
A esperança é o que está presente em todas as partes da trama, a vingança vem apenas depois, além disso, na vingança também não se exige um certo grau de esperança!? A esperança está no jovem Edmond e sua noiva, no pai e no professor, nos vilões que esperam não serem punidos, há esperança nos apaixonados, na mãe que suplica pela vida do filho, na senhorita que foge do casamento, há esperança em Haydée que almeja ser amada como mulher e no conde que espera a justiça e depois, o perdão.
Há esperança por toda a parte e uma promessa de felicidade àqueles que conheceram o mais profundo sofrimento. Afinal, como diz o conde à Maximiliem “é preciso ter querido morrer para saber como é bom viver”.
Conde, conde... Sábias palavras.
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LuanGabs 05/04/2024

O maior livro que ja li na vida até agora. 1370 paginas. Talvez, o primeiro pensamento seja: mas o que de tão importante há pra se falar de uma historia por tantas e tantas paginas? Com certeza deve ser enrolação.

Eu não poderia estar mais enganado! E estou plenamente feliz por estar enganado.
Esse livro entrou pras leituras favoritas da vida. É uma grande jornada, é épico, é grandioso, é inteligente, é simplesmente perfeito.

Fica a sensação de que convivi anos e anos com esses personagens e que agora vou deixá-los sumir à distancia (avistando apenas velas brancas como asas de um albatroz).
Edmond Dantès é um dos personagens mais bem escritos que eu ja tive o prazer de conhecer. Todas as nuances, as múltiplas personalidades e alter egos, as faces da vingança, a dor pela vida interrompida. Que incrivel.

E algo que me choca, é como a escrita e a leitura de um livro de 1800 e lá vai pancada são absurdamente fluidas, envolventes, descomplicadas e diretas ao ponto.

Que imenso prazer ter vivido o virar dessas páginas, sentirei saudades!
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Fernando.Andrade 03/04/2024

"até o dia em que Deus dignar-se a desvelar o futuro para o homem, toda a sabedoria humana estará nestas palavras:
Esperar e ter esperança.

Seu amigo, EDMOND DANTÉS CONDE DE MONTE CRISTO"
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Thayamaral 02/04/2024

Todos os maus bebem água, como bem o provou o dilúvio.
Estou impactada com essa obra clássica!
A primeira vez que comecei a ler abandonei; poderia ter lindo antes, mas é sempre bom estarmos no clima da leitura, e creio que esse era o momento. É um livro muito envolvente e nos passa a lição que a vingança é um prato que se come frio, porém tem suas consequências. É indescritível tudo que Edmond passou;todas as suas perdas, mas ainda assim não deixou a maldade penetrar em seu coração, apenas a justiça. Não somente a justiça por ele, porque mesmo com todos os seus sofrimentos nunca menosprezou a dor dos outros;se vingou dos seus inimigos pelas suas maldades, não por um erro momentâneo. Uma vida de crimes fez "O mal se destruir por si só".

"Esperar e ter esperança!" ?
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Lucas1429 21/03/2024

Uma odisséia Vitoriana com tons de Novela mexicana
Inspirado pelo prestígio do autor e pelo fascínio gerado pelo filme, mergulhei na intricada trama de ?O Conde de Monte Cristo?. Dumas, conhecido por seu ritmo deliberado, superou-se nessa narrativa, que por vezes se assemelha a uma novela mexicana. Embora tenha preferido a conclusão do filme, reconheço o mérito da obra. Recomendo este livro aos admiradores do autor e da temática, mas para aqueles menos entusiastas, talvez seja uma leitura dispensável.?
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João 19/03/2024

O conde de monte Cristo
A história fala sobre a trágica vida de Edmond Dantes, um jovem marinheiro, noivo e filho amado, que vê sua vida desandar depois de uma traição.
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juline 17/03/2024

Que o Conde de Monte Cristo é um novelão de respeito todo mundo já sabe, mas para além de uma história de vingança, é mais ainda de redenção. As sutilezas da personagem de Edmund Dantés são tão lindas e com valores que vão além da amargura pelo mal que lhe fizeram, que é impossível não se emocionar em diversas partes!

É claro que um livro tão grande como este, possui algumas gordurinhas (fruto da prolixidade do autor) e talvez resoluções um pouco forçadas (criadas exatamente para resolver certo problema a lá Deus ex machina) maaas não atrapalha a experiência de leitura, que é excepcional diga-se de passagem

Vou sentir falta das excentricidades do Conde
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aulusferreira 16/03/2024

"Esperar e ter esperança"...
Clássico da literatura internacional, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, é um grande tratado sobre vingança (e o valor do conhecimento).

Nos primeiros capítulos, apesar da escrita exagerada, é fácil se interessar pela trajetória que Edmond Dantès trilhará até consumar a vendetta. E quando ele se torna o Conde de Monte Cristo, só queremos uma coisa: Vingança!

Todavia, a segunda parte do livro é difícil, já que envolve diversas subtramas e personagens, além do ritmo lento e arrastado. Dumas ganhava por linhas e a obra era publicada originalmente no folhetim, será que isso influenciou? Talvez.

Na parte final, a obra ganha fôlego e retorna o ritmo interessante e fluido, sobretudo, em razão do destino dos malfeitores e da consumação da vingança de Conde de Monte Cristo. Há alguns desfechos poucos convencionais, mas no geral, é satisfatório.

Apesar de tudo, continua sendo um dos meus prediletos.
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Gabi Garcia 14/03/2024

Um livro que mexeu comigo? senti raiva ? senti preguiça?.
Senti ansiedade ?. Me emocionei ? e chorei. Eu amei
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Jandira.Antunes 12/03/2024

Meu primeiro calhamaço
Meu primeiro calhamaço foi incrível ler esse livro, demorei muito, pois intercalei com outros livros, e os demais da faculdade

Eu amei a história do Dantes, mas fiquei apaixonada pela história da Valentine e do Maximilien rsrsrs
Foi muita emoção, chorei, dei risada ,as vezes me senti confusa em meio às histórias.
Porque sou um pouco devagar.

Vale a pena ler a escrita é fluida não tem como não se apaixonar por esta obra.

Um pouquinho sobre esse calhamaço
"O Conde de Monte Cristo", escrito por Alexandre Dumas, é uma obra clássica da literatura mundial que narra a história de Edmond Dantès, um jovem marinheiro injustamente acusado de traição e preso em uma ilha-prisão. Após escapar da prisão e encontrar um tesouro escondido na ilha de Monte Cristo, Dantès assume uma nova identidade como o poderoso Conde de Monte Cristo, determinado a se vingar daqueles que o traíram. Ao longo da trama, o livro explora temas como justiça, vingança, amor e redenção, proporcionando uma narrativa envolvente repleta de reviravoltas emocionantes e personagens memoráveis. Com sua trama intricada e sua habilidade em tecer várias histórias paralelas, "O Conde de Monte Cristo" continua a cativar leitores de todas as idades ao redor do mundo, deixando uma marca indelével na literatura.

Quero ter a oportunidade de lê novamente.
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debora-leao 12/03/2024

Triste por ter acabado esta leitura
Não posso dizer que foi uma surpresa. Eu decidi começar a ler este livro como logo um dos primeiros de 2024, em 16 de janeiro, por causa de um comentário da Paloma Lima, que dizia que recomendava este livro para quem queria começar a ler mais clássicos pois, apesar do tamanho, era acessível e mantinha todo mundo sempre muito interessado... Ela descreve o livro como um "grande novelão".

Cada ponto disso é verdade. Eu achei que fosse levar uns 4 meses lendo, visto que nas 800 páginas de Anna Kariênina levei isso, mas levei 1 mês e três semanas, li mais de 10 livros intercalados e pausei duas semanas entre o tomo 1 e o tomo 2. Se não tivesse intercalado com tantos livros e nem dado pausa, levaria menos de um mês. Não é mérito meu, mas da história, que é fluida, tem ritmo rápido e pontos consistentes e constantes de escalada - mas sem deixar ninguém sobrecarregado.

Se a Paloma diz que o livro é um novelão, eu fico feliz que seja uma novela com espaço para a vingança, mas também para o perdão e o amor. Curiosamente, eu, tão cristofóbica, rsrsrsrs, me vi afeita à abordagem religiosa do romance, que fala de justiça e pecado, de perdão e piedade, caridade, de aparências e de (auto)contemplação.

Achei muito bem tecidos os finais dos personagens. Se analisarmos bem, Monte Cristo nunca dá o golpe final em nenhum deles. Ele dá vários outros, "intermediários", que ajudam, claro, a constituir o caminho final, seja por sua ação ou abstinência, mas ulteriormente, o destino é trilhado pela pessoa que é afetada (Fernand Mondego que o diga!). Isso me parece profundamente filosófico.

Me incomodei com uma característica recorrente do autor nessa narrativa: no meio do livro (de fato, no início e no fim isso não ocorre), ele meio que esconde do leitor também as identidades e os respectivos backgrounds em jogo. Como sou meio lerdinha, demorei muito a sacar algumas identidades assumidas pelo Conde. Fiquei realmente pensando que eram outras pessoas. E depois, quando a dúvida surgiu, ainda achei que fosse coisa da minha cabeça. Mas além disso, muito tempo se passa sem que sejam novamente mencionados ou lembrados os infortúnios do Dantès, as injustiças cometidas pelos arquitetos da maldade, as motivações para tudo... Esse último ponto acontece notadamente quando começam as maquinações, que, devo concordar, parecem "dar voltas", mas que, no fim, são todas muito bem costuradas, fazem muito sentido com o livro todo.

As críticas presentes no livro foram ótimas. Me fizeram rir muitas vezes. Quando do nada o Dumas mete que "afinal a frança trata muito melhor os estrangeiros que os próprios franceses" (ou algo assim, puxei de cabeça) e volta pra cena, achei muito engraçado, parecia só um comentário despretensioso, sarcástico, leve e pairando por ali. É uma crítica, mas não me parece amargurada. Me parece vir no faiscar dos olhos, num meio-sorriso irônico, numa mesura risonha... Gosto muito disso.

O equilíbrio do autor em descrever uma cena com alguns detalhes mas também abrir espaço para imaginarmos muita coisa (a decisão do que ele dirá e do que imaginaremos) é sempre muito bom em todo o livro. Torna-o leve mas coeso, firme. O constante resgate de cenas anteriores foi ótimo, também. A história é longa e repleta de personagens (me lembrou literatura russa) mas é difícil esquecê-los (diferentemente dos russos)!

A tradução foi um pouco empolada no início, acho que os autores poderiam ter simplificado mais a linguagem (sua densidade não me parecia servir a um propósito, ali), mas ela se torna mais fluida (ou eu me acostumei a ela) a partir do meio do livro. As notas são interessantes, mas dispensáveis para uma primeira leitura mais fluida. Acho que serão muito úteis em uma releitura, pois traçam inúmeras conexões com o ambiente francês da época.

Já a edição dessa linha Clássicos Zahar dá simplesmente um show. Primorosa mesmo. Paguei quase 200 reais sem um pingo de arrependimento (não sou rica rsrsrs, é o meu maior investimento já feito em um livro). A edição em dois volumes é linda, termino a leitura de um tijolo desses como se fossem novos. Não é mérito meu, mas da editora. São lindos, e, devo dizer, é a primeiríssima vez que as ilustrações de um livro de ficção, majoritariamente textual, são muito enriquecedoras pra história. Pretendo sempre optar pelas versões dessa editora daqui pra frente.
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