Homem Invisível

Homem Invisível Ralph Ellison




Resenhas - Homem Invisível


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Adnildo 28/12/2020

Minha invisibilidade
A complexidade da existência humana é cheia de percalços em uma infinidade de possibilidades. O universo de probabilidades nos é imposta a cada segundo, e somos obrigados a decidir em qual realidade queremos viver a partir de determinada escolha. Ainda que possamos, de certa forma, interferir no nosso destino, ao nascermos, já estamos pré-determinados à escolhas que foram construídas ao longo da história.
Do nascer à maturidade, apenas existimos. Somente após um estalar de dedos, num evento qualquer, em um dia qualquer, conseguimos visualizar as cortas que nos controlam, e passamos de fato a viver, conscientes de nossa existência. E foi em um destes eventos, que o herói-sem-nome de “Homem invisível”, livro de Ralph Ellison, publicado em 1952, se dá conta de sua invisibilidade social.
Até então, todos os eventos de sua vida haviam lhe encaminhado ao Harlem, bairro de Nova York, e há imersão em uma Irmandade de luta pelos direitos civis entre brancos e negros. Eximiu orador, e vindo das camadas mais baixas da sociedade, seus discursos tocavam os anseios da Irmandade de mobilidade das massas da periferia.
Sua nova função social, e seu aparente reconhecimento, lhe deram um auto-verniz de importância. No entanto, por trás das cortinas, e à espreita, os verdadeiros motivos da organização ainda lhe pareciam obscuros. E, quanto mais ele descobria, mais se chocava contra eles.
O estopim da sua revolta se deu após seu afastamento do Harlem para o centro da cidade, aparentemente sem motivos, e, após um período, ter que voltar às pressas em meio a um turbilhão que acontecimentos, que o levaram a auto-avalição existencial – ele agora sabia era invisível, assim tantos outros.
Livro pertencente ao cânone afro-americano, escrito a 70 anos atrás, permanece atual. Tanto é que “Homem invisível” é, para muitos, o livro de formação intelectual de Barack Obama. Será que ele se percebeu invisível, será que sou invisível? Eis a questão.
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Luvanor N. Alves 05/10/2022

A condição de invisibilidade , estipulada por estruturas patriarcais e preconceituosas a grupos ?minoritários ?, delineia as formas da obra de Ellison. Nela, seu protagonista sem nome mergulha em um caleidoscópio a La Alice em seu mundo multicor cercado por figuras que ora o instigam, ora o apagam, mas todos unidos ao ideal de não enxerga-lo.
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Mateus Morales 07/11/2016

TODO MUNDO ODEIA O CHRIS
QUEM ESTÁ AQUI POR CAUSA DA SÉRIE TODO MUNDO ODEIA O CHRIS DA UM SALVE
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Samira_santos 20/02/2022

Não era o que eu esperava
"O poder não precisa exibir-se. O poder é confiante, seguro de si mesmo, autoiniciante e autossuspensivo, autoaquecedor e autojustificante. Quando você o tem, sabe disso."

Homem invisível é sem dúvidas uma trama bem construída, pelo aspecto de seus sentidos e afins. Mas, não me prendeu. Saber que é uma leitura importante e renomada infelizmente não fez com que fosse mais interessante, fez apenas com que eu não desistisse.
Talvez eu é que ainda não tenha capacidade o bastante para entender toda a complexidade desta obra de Ralph Ellison.
No geral, o "homem invisível" fala de um jovem negro, ele vai passando por fases, processos... Estudante, motorista enquanto ainda é estudante, aluno expulso do campus, desempregado, membro de uma organização meio que secreta, discreta na verdade, lutador por uma noite. Isso e outras coisas, não necessariamente na ordem em que eu coloquei.
E por aí vai, há esses e outros acontecimentos, um pouco enrolados, alguns sem muita clareza ou nexo. A verdade é que todo o livro começa a fazer mais sentido mais ou menos do meio para o fim, quando ele se torna membro da tal organização, fazendo discursos e lutando pela causa dos negros.
O porém é que não é um livro curto e você ter que esperar até a metade para ficar bom não é muito animador.
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Cristiano.Vituri 19/02/2020

Hiberno ou não?
Um clássico, dentre os clássicos.
Um manual sobre como ser invisível, e uma biografia sobre como ele se tornou invisível.

Um prólogo que te joga onde o protagonista vai começar a contar toda sua vida, desde a infância ate onde se encontra agora - e é delicioso ouvir/ler ele contando - de forma leve e rápida, com sarcasmo e sem papas na língua, é impressionante ter sido escrito em 1952, pois tem uma linguagem muito atual.
Um jovem que estuda numa universidade do interior sulista, é injustamente punido por algo que não fez, e a revelia é mandado para Nova Iorque, numa armadilha, já que ninguém esperava ele como disseram. Jogaram o pobre, negro e ingênuo no caos urbano que ja imperava desde muito antes.

As passagens dele no primeiro emprego e até chegar a ele, são dignas de contos de Kafka, ele sequer é ouvido e as pessoas o tratam como invisível ( mas não! não é essa invisibilidade que Ellison quer contar).

O jovem, após ver um despejo de uma família negra sem recursos, fica embasbacado, já que nunca tinha visto algo assim na vida. Como protesto, faz ali mesmo um discurso sobre os negros e as condições vigentes num período de muito racismo e recém findada a escravidão.Esse discurso chama a atenção de um personagem importante: Jack, um lider branco envolvido com uma Comunidade de inclusão dos negros na sociedade americana.

Dai sim, o livro embala, e as coisas começam a desenrolar de forma maravilhosamente bem escrita, as mãos atadas que o protagonista tem, e os conflitos que seguem insolucionáveis (de proposito talvez pelos que diziam apoiar os negros?)

É um livro muito, mas muito a frente do seu tempo.

" Como quase todo mundo nesse país, eu me pus em marcha com meu quinhão de otimismo. Acreditava no trabalho duro, no progresso e na ação, mas agora, depois de ser "pela" sociedade e em seguida ser "contra" ela, eu não me imponho nenhuma posição ou limite, e essa atitude é bastante contraria as tendencias da época" (pagina 566)

"Efetivamente não, o mundo é exatamente tão concreto, genioso, vil ou sublimemente encantador como antes, só que agora eu compreendo melhor minha relação com ele e dele comigo!" (pag 567)

Zigmound Bauman não escreveria nada diferente de tudo que temos aqui. É magnifico;.
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Leonardo 27/02/2013

Sobre preconceito
Esse clássico da literatura norte-americana traz um rico painel da situação do negro e do proletário do inicio do século XX. Soa algo planetário porém com atitude lírica. Naturalista creio eu.
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Rael 01/02/2022

Um livro que nos faz refletir sobre preconceito racial.
Este livro me trouxe uma reflexão poderosa em relação a como se deve entender a discrição racial. Muitas vezes, grupos de defesa dos direitos a minorias raciais apresentam suas ideias como algo razoável, mas na realidade, o que realmente eles incentivam é a violência. Me parece que eles querem um apartheid 2.0, onde as raças vivem em seus locais específicos, mas com os mesmo direitos. Ao finalizar o livro, refleti que só há sentido em querer justiça racial se esta vier por meio da igualdade mútua e amor fraterno e não por violência e ideias egoístas a cerca de raça A ou B. Recomendo a leitura.
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Tiago600 16/06/2022

Avassalador


James Wood em um de seus livros sobre literatura, ressalta o comentário que alguém fez certa vez sobre o volume de páginas de Moby Dick, o comentário em questão ressaltava que o livro tinha que ser grande justamente porque a baleia da obra era gigantesca! Aqui, não me parece redundante tal assimilação, principalmente quando penso que a epígrafe do livro é uma citação de Herman Melville, ou seja, "O Homem Invisível" tinha necessariamente por objetivo ser um colosso justamente porque o racismo é um problema grande demais para ser abordado de maneira rasa. Partindo desse ponto, sem sombra de dúvidas Ralph Ellison cumpriu a hercúlea tarefa de enfrentar essa ferida com elegância e refinamento digno de um esgrimista olímpico.

Harold Bloom, foi certeiro ao cunhar: "Mais de um terço de século após sua publicação original (1952), Homem invisível, de Ralph Ellison, está completamente confirmado como um clássico estadunidense." Eu iria até além, está confirmado perpetuamente sob qualquer aspecto.

Os EUA através de suas multifacetadas formas de expor sua cultura (apesar de suas inúmeras chagas), ao menos deixou registrado para o mundo toda uma luta no que tange o aspecto racial. Não que tais problemas estejam sequer próximos de serem resolvidos na terra do Tio Sam, pelo contrário, o que quero dizer é que através do cinema, séries e afins, sabemos quem foi Muhammad Ali, Malcolm X, Martin Luther King, James Baldwin, os Panteras Negras, Sam Cooke, a voz de Billie Holiday que ao cantar "Strange Fruit" na verdade versava sobre negros enforcados em árvores do sul. A lista é infinita e sei que infelizmente sonego diversos e fundamentais nomes na luta por direitos igualitários, porém necessito seguir com a resenha. Dito posto tudo isso, o livro de Ralph Ellison figura facilmente entre meus favoritos e se encontra em um hall que se dá entre as melhores coisas que já li. O autor atinge uma potência na escrita e na forma lavrada que é assustadora. O escritor vai cadenciando a história como um riff de Jazz até escalonar para um catártico final. Enfim, seguir tecendo elogios e hipérboles soa até como pleonasmo, deixo que uma parte do trecho inicial mostre à que veio:

"Sou um homem invisível. Não, não sou um fantasma como os que assombravam Edgar Allan Poe; nem um desses ectoplasmas de filme de Hollywood. Sou um homem de substância, de carne e osso, fibras e líquidos - talvez se possa até dizer que possuo uma mente. Sou invisível, compreendam, simplesmente porque as pessoas se recusam a me ver. Tal como essas cabeças sem corpo que às vezes são exibidas nos mafuás de circo, estou, por assim dizer, cercado de espelhos de vidro duro e deformante. Quem se aproxima de mim vê apenas o que me cerca, a si mesmo, ou os inventos de sua própria imaginação - na verdade, tudo e qualquer coisa, menos eu."
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Bi Bueno 04/04/2021

Homem invisível
Gente, que livro! Primeiro você meio que cansa de tantos detalhes, tantos meandros, mas depois você percebe que todos eles foram absolutamente necessários pra construir o cenário e a base do que a história do livro quer mostrar. O racismo é uma das coisas mais perversas na nossa sociedade e ele é construído de tal forma que, mesmo ações, organizadas ou não, acabam por ser joguetes numa orquestração em que o objetivo é deixar tudo como está; e se duvidar, piorar, e de uma forma muito perversa, pois aqueles que não querem enxergar continuam trabalhando para que os negros sejam invisíveis.
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Lucas 25/04/2023

Transformador
Este livro que apareceu pra mim numa citação que eu ouvi numa serie de comedia,citação essa que alem de ser muito impactante é algo que começa o livro, "Sou Invisivel,exclusivamente porque escolhem não me ver" o livro começa contando a história de um homem simples que busca de alguma forma escapar das condições que lhe foram impostas através do próprio esforço e intelecto, mas cada vez mais sempre que algo parece dar certo,vem alguem com mais poder e o joga pra baixo, ate que ele perceba que pra aqueles que estão no poder quem esta abaixo não tem nome, não tem rosto,não tem voz é apenas um ser invisivel,este livro me despertou muitos sentimentoa, negativos e positivos, e tenho que recomendar a todo mundo, se tornou um dos meus livros favoritos e se esta em duvida se vale a pena eu digo com toda certeza vale sim, porque é uma experiência transformadora.
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Marcos774 17/12/2022

Bom!
Achei um livro interessante, mas precisa de muita atenção e reflexão. Não é adequado como uma leitura rápida para distração. Confesso que gosto muito desse tema, entretando no final se tornou uma leitura arrastada e "sacrificiosa".
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IvaldoRocha 23/03/2022

Publicado em 1952 e atualíssimo.
Quando você lê o título pensa logo em “O Homem Invisível” de H.G.Weels, que diga-se de passagem um excelente livro. Ralph Ellison, autor deste “Homem Invisível” eu desconhecia totalmente.

O livro que trata do racismo americano, publicado em 1952, mas de uma atualidade absurda. Considerado como obra fundamental na formação intelectual de Barak Obama é hoje um clássico da literatura americana. A expressão “homem invisível” tornou-se uma metáfora da situação do negro na sociedade americana, após esse livro.

Embora o tema seja sempre difícil, mas de discussão necessária, a leitura do livro está longe de ser algo, pesado e deprimente, talvez forte seja uma definição mais adequada. A luta constante do nosso Homem Invisível, na busca de seu sonho, e a sua transformação, ou formação se preferir, acontece ao longo do livro de aproximadamente 600 páginas, mas de uma forma sempre imprevisível, é como se ele fosse um predestinado e tivesse que passar por tudo que passa. Em alguns momentos, você fica com aquela impressão de que “tudo acontece com ele”.

Livro brilhante com traços biográficos do autor, que também nasceu no sul dos Estados Unidos, onde conheceu um racismo mais explícito, trabalhou como garçom, engraxate, ajudante em um consultório odontológico, se muda para Nova York, buscando uma melhor situação financeira para continuar seus estudos na música, mas aí foi admitido em um programa de escritores financiados pelo governo e começa a ser publicado. Nunca mais voltou para a música.

Em Nova York conheceu o Partido Comunista do qual acaba se desiludindo, talvez seja um pouco da “Irmandade”, que você vai conhecer no livro.

Este livro está entre os cem melhores livros de todos os tempos, recebeu o National Book Award, um dos três mais importantes prêmios literários dos Estados Unidos em 1953 derrotando nada menos que o “O Velho e o Mar” de Ernest Hemingway.

Quanto a este “Homem Invisível” acredite, ele existe, até hoje, apesar de ser realmente um invisível para muitas pessoas, com um pouco de esforço e coragem você vai vê-lo.

A contracapa diz tudo:
“Sou um homem invisível. Não, não sou um espectro como aqueles que assombravam Edgard Allan Poe, nem sou um ectoplasma do cinema de Hollywood.
Sou um homem com substância, de carne e osso, fibras e líquidos, e talvez se possa dizer que tenho uma mente. Sou invisível - Compreende? – Simplesmente porque as pessoas se recusam a me ver.... ...Quando se aproximam de mim, só enxergam o que me circunda, a si próprios ou o que imaginam ver – na verdade, tudo menos eu. ”
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JosA225 29/12/2023

Homem Invisível
Um livro impactante. Pior do que o preconceito do branco com o negro e o preconceito do negro influente com o negro comum.
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Marcus 10/01/2024

Tratado filosófico
Um livro difícil que alterna boas histórias com longas reflexões sobre ser um homem negro nos EUA, ser arremessado para o centro de um movimento de posicionamento social, pra concluir pela invisibilidade disso tudo numa sociedade como a americana.
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