Camila Felicio 18/11/2023
Uma saga de começo avassalador e final fraco
Na minha visão se o autor focasse menos em Margareth de Anjou seu livro seria melhor, li muuuitos livros de história e indico fortemente o livro Plantagenet (creio que já está traduzido), e The Hollow Crown, ambos do Dan Jones e como apreciadora da temática sei que a mulher foi importante, mas outros personagens foram mais - ou tão importantes quanto!
A Margareth foi determinante até a batalha de Tewkesbury em 1471, mas ainda tinhamos 14 anos para serem narrados, com o segundo reinado de Edward IV as traições (ou não) do Duque de Clarence que tem uma morte extremamente bizarra, e os dois anos de Ricardo III e perdemos tudo, porque o autor tem uma certa fixação pelos Lancasters, matando parte da beleza da obra.
Apenas vimos a ascensão Tudor, faltaram fatos e quando vieram, como sempre estavam enviesados (e repito o que disse na outra resenha do volume 3, sei que ficções históricas tem suas liberdades criativas, mas o Iggulden e a Gregory passam demais do ponto.... Para Iggulden os Lancasters e Tudors eram quase divindades ingênuas (só creio na ingenuidade do enfermo rei Henry VI) e para Gregory, Elizabeth de Woodville era uma mártir, creio que perdemos muiiito com tais narrativas!
Ricardo de Gloucester, que veio a ser Ricardo III é extremamente mal desenvolvido, e ele é IMPORTANTÍSSIMO, vemos meras 100 e poucas páginas para o segundo reinado de seu irmão e para seu próprio reinado e derrocada, e para o mistério dos príncipes na torre... complicado viu?
Para quem gosta de narrações de batalha o Iggulden é ótimo, mas está abaixo do Cornwell, ainda que na descrição de Towton no livro 3 tenha feito um trabalho brilhante, admirável que faria o Cornwell aplaudir de pé, mas foi só isto, a saga para mim morreu depois daquilo, o autor se perdeu, já não creio um personagem forte como Ricardo de York, imbecializou Edward IV, martirizou Warwick, vitimizou Margareth que era forte nos primeiros livros...uma pena!!!
Quanto a vilania de Ricardo III, seria ele o vilão Shakesperiano ou um pobre coitado que levou a culpa de outrem? Acho que nunca saberemos, os historiadores divergem, exceto no ponto de que os Tudors foram os reis que mais executaram pessoas, de santos não tinham nada e influenciaram nas narrativas que até hoje acreditamos afinal a história é escrita pelos vencedores e comendo pelas beiradas os Tudors subiram ao trono, e apenas se mantiveram ali pelo casamento de Henry VII com a amável Elizabeth de York, aliás nem dá para acreditar que o irredutível e terrível Henry VIII seja filho desta mulher!!