spoiler visualizarbluesbird 19/09/2023
Final cheio de emoções
[com poucos spoilers]
O livro segue muito o ritmo que o Sanderson costuma apresentar: uma primeira metade que é desenvolvida com um ritmo mais lento, mas sempre com muitas informações e depois uma segunda metade onde muitas consequências desse livro e dos anteriores acontecem. Alguns personagens reaparecem, de certa forma, aumentando a carga de emoção do livro. Os protagonistas enfrentam seus limites internos, que dificultavam o acesso ao desenvolvimento dos seus poderes- alguns mais que os outros. Algumas despedidas muito tristes e uma reviravolta muito interessante no lado da vilania. Esse é o livro que mais fica evidente que haverá uma expansão para além do planeta Roshar em algum momento da história, provavelmente já no próximo livro (meu palpite). Por fim, gostei muito que a terceira divindade tenha aparecido, eu imaginava que isso aconteceria e foi bom confirmar.
[com muitos spoilers]
Vou fazer uma enumeração:
1. Kaladin maravilhoso como sempre. Eu amo tanto esse homem, eu tenho vontade de dar um abraço nele, lembrá-lo que ele é incrível e que vai ficar tudo bem. No livro ele está tentando se situar depois da aposentadoria compulsória que Bondsmith Dalinar ordenou (com todo o carinho que o daddy tem pelo nosso mais heróico radiante). Kaladin passou a trabalhar com os pais, como cirurgião- fez muito sucesso entre as pacientes mulheres, principalmente, apesar de não ter notado (hahaha). Ele inicia um trabalho coletivo de tratamento de doenças mentais na torre, com ajuda de alguns colegas e dos fervorosos- isso é considerado revolucionário para a cultura alenthkatiana. Mas quando tudo parecia encaminhado, acontece uma invasão e ocupação de Urithiru pelos singers, Regals e Ancients Ones. Kaladin e Lift são os únicos radiantes que não perdem todos os poderes e nem estão em coma: com a invasão, a torre sendo atacada, tem seu mecanismo revertido para impedir os poderes dos radiantes e não dos invasores. Kaladin salva Teft apagado e consegue se esconder. O livro continua com suas tentativas de sobreviver e atrapalhar os planos do inimigo, junto com a rainha cativa Navani e o espreno da torre que fala pelas pedras. Dabbid e Rlein aparecem em algum momento e ajudam. Depois da perda de um dos amigos e coma vida do pai em perigo, Kaladin é forçado junto com Syl a finalmente entender e aceitar o Quarto Juramento. É outro momento muito emocionante, porque Tien aparece para ajudá-lo nisso. Finalmente ele veste a armadura radiante completa formada de esprenos vivos e volta para ajudar derrotar os invasores e salvar amigos e aliados- inclusive entre os povos invasores. No final, Kaladin passa a impressão que consegue agora lembrar de cuidar da saúde mental, explica seus limites, para poder saber ajudar melhor, sem se destruir, no que Dalinar concorda.
- Shallan Davar: acho uma personagem muito chata, com um desenvolvimento muito enrolado sem necessidade. Apesar disso, FINALMENTE, consegui sentir empatia pela radiante, quando finalmente ela aceita as coisas horríveis que ela fez desde criança (como matar seu primeiro espreno/spren), por conta de uma família envolvida com coisas que estavam muito além da capacidade deles. Eu chorei e fiquei muito feliz dela ter voltado a ser mais equilibrada no final da sua participação. Eu continuo amando o Padrão/Pattern, que nesse livro tem o papel de fazer Shallan lembrar da deadeyes dela, esperando que ela melhore e que até aceite conviver com uma, como Adolin vive com a maravilhosa Maya. E esse era o motivo dele dizer que Shallan ia matá-lo a qualquer momento, porque ela já tinha feito isso. Ele também se comporta como um espreno jovem, todo doidinho, porque ele realmente é, quando ela o conheceu.
-Dalinar: Eu ainda estou agoniaaada com a lentidão do desenvolvimento dos poderes do Dalinar. E agora ele só tem 10 dias no próximo livro, pra resolver isso. Ele tem uma participação importante ao dar tempo para o Kaladin fazer o Quarto Juramento. A visita do nosso daddy àquele Arauto que governa um dos países Emir/Emur (???), Ishar, é completamente estranha, aliás, os Arautos não só não ajudam como só atrapalham, mas esse é maluco de um jeito medonho: sequestra esprenos para transformá-los em reais de um jeito físico mesmo, do tamanho de um humano e ele faz experiências com eles. É muito bizarro. E ele tá simplesmente com o poder dos deuses autorizados e sem limites, se mandou para Shadesmar com um bando de soldados, eu aposto que no próximo livro Adolin e Shallan vão encontrar esses malucos;
-Amei que Renarim enviou o espreno para seu amado Rlein. Mas eu gostaria que Sanderson tivesse tornado essa relação mais explícita, com capítulos para eles que sejam realmente sobre eles. Mas Rlein é muito fofo, muito heróico, de um jeito honrado e fofo. Por falar em Renarin, eu não entendi aqueles diamantes com esprenos na cesta do do idiota do Taravagian e o pedido de desculpa?? ele só viu o futuro na morte dele? não viu no que ele ia se transformar?? não entendi;
-Wit ou Cephandrius (ele tem muitos nomes)- Está mais exposto nesse livro. Conhece as shards desde o início, não gostava de Rayse/Odium desde então. Não é um deus porque rejeitou esse status para poder ter liberdade. Ele elabora o contrato para Dalinar mostrar ao Odium, mostrando antes a Jasnah, sua amada, que não sabe se realmente confia nele, porque ela é paranoica e não confia em ninguém (aparece esse assunto numa conversa entre eles). O problema é que as circunstâncias mudam e esse contrato aí vai se transformar numa armadilha pra todos os envolvidos.
-Taravagiam: detestooooo!!! Mas eu adorei a virada que o Sanderson deu. Taravagian consegue manipular Szeth até na hora da própria morte!! Ou quase morte. Por conta da espada que fala pelos cotovelos (adoroooo) que mata deuses. Daí o idiota do Rayse é morto nessa confusao e o Taravagian é absorvido pela shard do Odium. Ele já pensou numa brecha da lei (o contrato) e já roubou parte das memórias do Wit e ele parou em um looping temporal ou eu não entendi. Eu fiquei em pânico, mas depois me acalmei pois lembrei que ele conhece muita gente massa e o boy da Jasnah, minha sociopatinha favoritaaa. Quero muito ver esses heróis descendo a porrada nessa Shard. Uma coisa que eu não quero acreditar é que Cultivation simplesmente caiu no papo do Taravagiam-Odium! Eu tinha muito expectativa nela...
-A morte do Teft: eu chorei TANTO!! Pqp!! Eu odiei tanto que tenha sido aquele desgraçado do Moash, sabe. Foi horrível, mas mesmo assim Teft ainda falou umas palavras duras pra esse traidor. Teft também estava se curando... Teft, Bridge Four!!!! X
- Venli: Continuo amando essa personagem que teve a melhor virada de toda a historia até agora. Toda a minha raiva dela no início se transformou em compreensão e transferi tudo para o Odium, rs. Eu tinha essa esperança que ela encontrasse seus parentes desde o surgimento da Everstorm, mas fiquei muito triste em confirmar que Eshonai havia morrido... Pelo menos a mãe delas estava lá com os listeners sobreviventes.
-Navani e Raboniel: a vitória da Navani é a derrota do otário do Gavilar, então: aprovei demais! Eu amei demais a relaçao dela com a Ancient One Raboniel, que era outra personalidade fortíssima... E tão linda a identificação das duas com a questão da morte dos filhos. Eu fiquei muito emocionada com o sacrifício da Raboniel, livrando a filha do ciclo de renascimento e depois ela mesma foi libertada por Navani. Odium tem muitas brechas. O caderno de Navani com a Anti-Voidlight e os experimentos da Raboniel com Anti- Stormlight serão alvejados. A relação da Navani com a torre também foi interessante.
-Adolin maravilhoso como sempre! A relação dele com a Maya e sua noção de auto sacrifício mesmo não sendo um radiante, é linda demais. Ah, sim. Uma última observação: os honorsprens são uns malas.
-Eshonai: como último ponto, eu gostaria de mencionar que esse livro corrige a falta imensa que foi Sanderson ter matado uma das personagens mais incríveis dos primeiros livros, sem nenhuma forma de despedida. O capítulo em que revivemos a morte da minha queridíssima, é tão triste e ao mesmo tempo a força dela é reconhecida no último momento, quando ela morre como radiante... O voo de liberdade dela, tudo que ela queria... Adeus, querida Eshonai!
Fim