A tortura

A tortura Henri Alleg




Resenhas - A tortura


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Christian Assunção 28/03/2020

Um dos livros mais fortes que li em 2020!
Um relato contundente sobre a tortura. Como o ser humano continuar perverso, os anos passam e nada muda!
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Carla Maria 21/03/2023

Brutal
Vamos para mais um livro finalizado? Esse é dos bons, e para quem tem estômago forte.
Então, após a finalização de A Tortura, fiquei uns minutos refletindo sobre o tamanho da crueldade em que o Ser Humano pode estar sujeito a enfrentar. E o quanto ele seria capaz de resistir aos mais insanos atos cometidos contra si. Esse é um daqueles livros altamente impactantes e perturbadores, e digo até mais, para quem é sensível, passe longe. Esse é um livro para poucos.

O livro A Tortura é um relato pessoal do diretor de um jornal de oposição ao regime colonialista francês, localizado na Argélia. Henri Alleg vai relatar os momentos de monstruosidade que ele sofreu em um centro de torturas. Na época, essa prática era totalmente comum e os poucos que tinham a coragem de lutar contra o regime da época, acabavam sofrendo as mais terríveis consequências. E foi exatamente isso o que acabou acontecendo com esse corajoso homem.

Brutal e insano, é a minha definição para A Tortura.
Um relato de arrepiar, e também para ser questionado.
Qual o limite da crueldade? Me diga aí...
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Helder 24/02/2022

Indigesta e necessária aula de história
Volta ao mundo – 8º País : Argélia, local onde se passa a obra

O livro A tortura de Henri Alleg foi lançado pela 1ª vez em 1958 e segue sendo editado por lá até hoje. Aqui no Brasil foi reeditado em 2020 pela Editora Todavia.
É um livro curto, na verdade é quase um documento histórico, escrito por um homem chamado Henri Alleg, um jornalista franco argelino que foi preso e torturado na Argélia num período bem turbulento neste país.
O livro é curto, na verdade um relato que o autor escreveu a pedido de seu advogado e onde ele não nos poupa de nenhum detalhe de todas as atrocidades que sofreu quando foi preso acusado de subversão.
Torturas físicas e psicológicas, com choques, queimaduras, drogas etc.
O livro tem cenas tão fortes que as vezes me perguntei para que aquilo foi escrito, mas ao final a edição da Todavia traz um posfácio explicando o período histórico onde aquilo aconteceu e aí sim o livro se torna extremamente importante e necessário, principalmente em tempos de retrocesso civilizatório onde encontramos pessoas defendendo militarismo, ditaduras e terras planas.
O que achei mais interessante deste livro é que estamos acostumados a ouvir / ler histórias sobre ditadores latino-americanos e africanos, que mandam matar aqueles que são contra seus regimes.
Porém aqui os torturadores eram militares do exército francês, nomeados pelo governo da França da época que não aceitava as tentativas de independência da Argélia.
Ficam aí dois pontos extremamente curiosos e cruéis, que a meu ver tornam esta leitura um sinal de que o homem não aprende com seus erros.
O primeiro ponto que vale lembrar era que Henri Alleg era francês. Ela nasceu na Inglaterra, mas passou toda sua juventude em Paris, de onde saiu aos 18 anos para ir morar na Argélia, onde acabou montando um importante jornal, mas que acreditava em ideais comunistas, o que o fez ser preso e torturado, já que escrevia coisas contra o governo francês em seu jornal. Ele não era um argelino se revoltando contra seu colonizador. Ele conhecia todas as benesses de ser um colonizador, porém mesmo assim não concordava com aquilo.
O segundo ponto que acho mais cruel e triste, é pensar que todas estas torturas foram feitas por franceses somente 12 anos após terem sofrido o mesmo nas mãos dos nazistas durante a 2ª guerra mundial. Como é fácil mudar de atitude quando você está do lado do poder, certo??
Sendo assim, ler A Tortura foi para mim uma pesada e indigesta aula de história, mas que valeu muito a pena.
Para isso precisamos da literatura!
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Aline 06/08/2020

Guerra na Argélia
A Tortura
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Primeiro, antes de comec?ar a leitura, e? bom que se tenha um pre?vio conhecimento do que foi a Guerra da Arge?lia, para que enta?o se tenha um melhor aproveitamento do relato do torturado Henri Alleg.
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O conflito em si e? um pouco complicado de explicar porque deveria ser apenas de franceses (colonizadores) contra argelinos (colonizados), pore?m, no final, era argelino contra argelino, france?s contra france?s, france?s contra argelino... cada um com sua ideologia e opinia?o sobre a situac?a?o. Sugiro realmente dar uma lida sobre o contexto.
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Enfim, o Alleg acabou sendo preso pelos paraquedistas franceses que queriam tirar informac?o?es privilegiadas por ele ser diretor de um jornal que era favora?vel a? FLN (Frente de Libertac?a?o Nacional).
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A partir disso comec?aram as torturas e os relatos bem detalhados de como tudo era organizado ali no esconderijo dos paraquedistas franceses. A narrativa e? crua, ele na?o poupou detalhes.
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Bem, um comenta?rio que preciso fazer e? sobre uma insinuac?a?o de que isso podera? acontecer no Brasil devido ao nosso atual governo, e em especial por uma perseguic?a?o a? imprensa por parte dos militares na figura do Presidente do Brasil.
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tiadodudu 28/01/2024

Crueldade sem fim
Relato da tortura sofrida por um jornalista na Argélia em 1957 por mãos francesas. A Guerra da Argélia (1954-1962) foi um conflito de argelinos contra franceses para conquistar a independência do país. A força/coragem que impede nossa quebra mas não consegue evitar rachaduras.
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Lurdes 27/12/2022

"Eram quatro da tarde quando o tenente paraquedista Charbonnier, acompanhado de um de seus homens e de um policial, chegou ao apartamento de Audin para me levar. Na véspera daquela quarta-feira, 12 de junho, meu amigo Maurice Audin, assistente na Faculdade de Ciências de Argel, fora detido em casa, e um inspetor de polícia ficara de guarda ali. Foi ele que me abriu a porta quando caí na ratoeira. Tentei fugir, sem sucesso..."

Assim inicia o calvário de Alleg e não, não é ficção.

Henri Alleg foi preso em 1957, permanecendo preso por meses, dos quais um mês inteiro foi vítima de torturas constantes para que entregasse outros membros da resistência argelina.

Este livro é, basicamente, o relato destas torturas, publicado em 1958, como uma denúncia da violência praticada pelos colonizadores franceses em repressão às pretensões da Argélia de se tornar independente.

Em 13 de setembro de 2018, o presidente Emmanuel Macron compareceu à residência de Josette Audin a fim de lhe pedir ?perdão? e reconhecer a ?responsabilidade? do Estado francês pela morte de seu marido Maurice Audin, amigo do autor, preso um pouco antes deste e que morreu devido às torturas sofridas.

Um livro denúncia cru, violento, sem concessões deve servir a todos como um alerta.
Inúmeros governos totalitários já usaram a tortura como forma de punição/repressão, inclusive o Brasil e vários paises da América Latina, nas décadas de 1960 a 1980.

Lemos o relato divididos entre dois sentimentos. Como pode um ser humano aguentar tanta barbárie e como podem outros seres "humanos" serem capazes de tantas atrocidades e inclusive sentir prazer com a dor do outro?

Vale lembrar, sempre:

Ditadura, nunca mais.

Tortura, nunca mais.
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Matheus.Correa 26/09/2023

História com H maiúsculo
"Como explicar a longevidade de um livro que se queria tão preso quanto possível às circunstâncias que lhe deram origem? Parte da explicação deve ser buscada fora do livro, é claro. Na França, o fantasma do passado colonial continua a assombrar a vida política, em particular quando figuras públicas de credenciais equívocas buscam associar as sucessivas vagas de imigração às piores fantasias xenófobas e identitárias. E, no Brasil, a eleição de um presidente paraquedista sempre disposto a fazer o elogio de notórios torturadores explica com sobra a pertinência de se republicar o livro de Alleg." - Livro esse, que foi por um tempo impedido de ser comercializado na França, uma acusação que inflamava o peito de um povo que não se sentia representado pelos atos de tortura do exército Francês a Argel. O relato vivido do livro traz o magnetismo ímpar e voraz que se tem nada ao estar sob a mira de uma arma, ou quem oprime, tende a ter essa ideia. Ideia orgânica ao cenário, ao escambo de informação, ao direito mínimo de ser humano. A Tortura é impactante porque mostra quando a ideia usa a vida como um meio de expandir a sua regra, seu moralismo e sua visão de mundo. A Tortura é um livro que cresce aos olhos como um alerta ao consenso de que não se deve repetir uma história de sangue e dor.
?O senhor sabe, eu assisti a tudo, viu? Meu pai me falou dos comunistas durante a Resistência. Morrem, mas não falam nada. Muito bem!? Olhei para aquele rapaz de cara tão simpática, capaz de falar das sessões de tortura que eu sofrera como de uma partida que ele recordaria no futuro, e ainda capaz de me felicitar sem constrangimento, como teria feito diante de um ciclista campeão. Alguns dias mais tarde, eu o vi congestionado, desfigurado pelo ódio, espancando um muçulmano que não descia a escada rápido o bastante: aquele ?centro de triagem? não era apenas um centro de tortura para os argelinos, era também uma escola de perversão para os jovens franceses."
Alleg traz dor em sua casualidade ao apresentar os fatos. É a Banalidade do mal em sua cerne, é a característica singular do autor em trazer história com H maiúsculo e a firme convicção de que o exército não fala por um povo, não dessa forma.
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Felipe | @fe.ituras 19/01/2024

A temática de guerras, conflitos territoriais e geopolítica sempre fez parte do meu interesse. Gosto de dar a devida importância ao valor histórico desses acontecimentos, principalmente pelo seu papel conscientizador do erro que não deve ser repetido.

Em "A Tortura", o autor Henri Alleg descreve os momentos de dor e humilhação que vivenciou nas mãos dos colonialistas franceses. Henri, um francês que morava na Argélia e comandava o principal jornal de oposição ao governo colonialista francês na Argélia, foi pego em uma emboscada pelos seus compatriotas.

Henri sobrevive aos maltratos de seus algozes e nos deixa um relato duro e crucial para que nunca nos esqueçamos do mal que não devemos repetir. Nós, como brasileiros, temos uma história recente de uma ditadura envolta em torturas e desumanidades. É extremamente necessário termos consciência do que não devemos deixar acontecer novamente.
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